O Latin American Design Awards é uma das premiações mais prestigiadas no mundo do design e, neste ano, inovou ao introduzir uma categoria de publicidade 

A premiação aconteceu no Theatro José de Alencar, em Fortaleza (Ceará). / Foto: Arquivo pessoal

Os estudantes do curso de Publicidade e Propaganda da Escola de Comunicação, Artes e Design — Famecos da PUCRS, Rafaela Kuhn, Nícolas do Rio, Felipe Julius e Manoela Fonseca, conquistaram um prêmio no Latin American Design Awards, na categoria Advertising, B2C Activaciones, com o trabalho ‘Totally Off The Wall’. A cerimônia ocorreu no Theatro José de Alencar, em Fortaleza (Ceará), e reuniu grandes nomes da indústria criativa latino-americana, reconhecendo os melhores trabalhos em criatividade e inovação. 

O trabalho premiado é uma ativação de marca criada no contexto da parceria entre a Vans e a Mongoose, duas marcas que se uniram para lançar uma coleção especial de calçados e roupas, celebrando sua herança compartilhada. A Vans é amplamente conhecida por sua forte conexão com o skate, enquanto a Mongoose tem raízes no BMX. Com base nisso, os estudantes propuseram, em seu trabalho, uma ativação no Skate Park localizado na Orla do Guaíba, em Porto Alegre, por ser um local que concentra o público-alvo das duas marcas. Para Rafaela Kuhn, a experiência de ter conquistado um prêmio internacional ainda na graduação foi inesquecível.  

”Definitivamente ganhar um prêmio latino-americano ao lado de colegas, melhor dizendo, amigos, torna tudo mais especial. Sentíamos que o trabalho tinha potencial e investimos nele. O evento foi ótimo, proporcionando networking com profissionais de vários países e a oportunidade de ouvir grandes nomes da indústria criativa. Minha dica para os estudantes: acreditem e apostem nos seus trabalhos.” 

Nícolas do Rio conta que ter participado de um evento prestigiado em toda a América Latina foi algo incrível. ”Conversar com grandes players do mercado e adquirir insights valiosos mostra que valeu o esforço e a dedicação de ir atrás desse prêmio.” 

Felipe Julius demonstra como o evento proporcionou novos olhares para a área da comunicação.

”Estar lá foi uma experiência incrível, possibilitada por um pensamento estratégico, que permitiu ao nosso trabalho acadêmico se conectar com o mercado, semeando inspiração e colaboração.” 

Manoela Fonseca conta que ser reconhecida com um prêmio latino-americano por um trabalho realizado na faculdade foi um marco muito especial na sua carreira.

”Agradeço à Famecos e aos meus professores, Vini Mano e Márcio Blank, pela oportunidade de produzir um trabalho capaz de ir além do curso, e um agradecimento especial aos meus colegas que representaram o nosso grupo muito bem no dia da premiação”. 

Estude Publicidade e Propaganda na PUCRS

O curso de Publicidade e Propaganda da PUCRS forma profissionais competentes, que dominam estratégias inovadoras, sustentáveis e humanas.  A graduação prepara publicitários e publicitárias para se destacarem nas áreas de criatividade e estratégia para comunicar marcas, causas, produtos e serviços.

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GRADUAÇÃO PRESENCIAL

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A gravação com o primeiro convidado acontece nesta quinta-feira, dia 5 de setembro 

O material vai ao ar a partir do dia 23 de setembro, quando todos os programas estiverem concluídos. / Foto: LabJ

O Laboratório de Jornalismo Integrado da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS (Famecos) começa, nesta semana, a gravar um novo quadro para o seu canal do YouTube. O “De Frente com o J” traz uma série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Porto Alegre, exclusivamente sobre assuntos relacionados à educação e cultura.  

“A escolha se justifica pelo fato de serem tópicos pouco explorados e até negligenciados nas entrevistas feitas pela grande imprensa de uma forma geral. Além disso, são questões sobre as quais a nossa comunidade acadêmica também tem um interesse especial”, explica o professor Fábio Canatta.      

O primeiro convidado é o candidato do Partido Novo, Felipe Camozzato, cuja gravação acontece no saguão da Famecos na tarde desta quinta-feira, dia 5 de setembro, e será conduzida pela aluna Gabrielly Camargo. A ordem de publicação das entrevistas seguirá a sequência de gravação, que foi escolhida pelos próprios candidatos, conforme a agenda de cada um. O material vai ao ar a partir do dia 23 de setembro, quando todos os programas estiverem concluídos.  

A programação das próximas gravações é a seguinte: 

O atual prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, informou, através da sua assessoria, que não participará devido a conflitos de agenda. Essa série de entrevistas faz parte da cobertura eleitoral do Lab J. Além do “De frente com o J”, o laboratório está produzindo o “Lab J Podcast: Especial Eleições”, o “Giro Eleitoral”, o “Quem São” e uma reportagem semanal. 

O “Quem São”, já em publicação no Instagram do Lab J, é uma série de vídeos apresentando os oito candidatos à prefeitura de Porto Alegre. Cada vídeo traz uma pequena biografia de cada candidato. O projeto é produzido pelos alunos Felipe Teixeira, Gustavo Fontella e Rudá Portanova. 

Toda sexta-feira, uma reportagem é publicada no site do Lab J com foco em algum tópico do processo eleitoral de uma forma mais ampla. Duas reportagens já foram produzidas. Na primeira, Marco Charão conversou com o cientista político Airton Araújo sobre a diversidade de gênero e raça nas candidaturas no RS. Na segunda, Luciana Weber e Maria Heloísa Pinzetta explicam o funcionamento das pesquisas eleitorais. 

No Instagram, a cobertura continua com o “Giro Eleitoral”, postado todas as segundas-feiras, que atualiza o público sobre os eventos da semana relacionados às eleições de Porto Alegre. As postagens são produzidas pelos alunos Gabrielly Camargo, Pedro Pereira e Matheus Degrazia. 

Por fim, o “Lab J Podcast: Especial Eleições” traz discussões mais aprofundadas sobre o processo eleitoral. Neste programa, os alunos conversam com especialistas de diversas áreas, abordando temas relacionados às eleições municipais de Porto Alegre. O primeiro episódio já está disponível no Spotify do Lab J, com a participação de Augusto Oliveira, cientista político e professor da Escola de Humanidades da PUCRS. O podcast é produzido pelos alunos Gabrielle Prato, Gustavo Fontella, Nethely Oliveira e Pedro Pereira. 

Leia também: Quase 10% dos jovens gaúchos não estudam e nem trabalham, aponta levantamento da PUCRS

Iniciativa faz parte de extenso projeto de modernização dos espaços da Escola  

A inauguração aconteceu no novo saguão da Famecos. / Foto: Giordano Toldo

O tradicional prédio 7 da PUCRS, local que sedia a Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) há 51 anos, inaugurou novos espaços nesta quarta-feira (14). A reforma é uma das entregas de um extenso projeto de ampliação e modernização do prédio, que visa refletir o reposicionamento da Escola junto à indústria criativa e potencializar as inovações acadêmicas e estruturais que vêm sendo implementadas. A iniciativa também promove melhorias que favorecem os processos de aprendizagem de cerca de 1.200 estudantes.   

A solenidade contou com a presença do reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, da decana da Famecos, Rosângela Florczak, do diretor-geral da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul, Sandro Luís Kirst, do diretor-geral do Escritório de Desenvolvimento de Projetos do Estado do Rio Grande do Sul, Hiparcio Stoffel, do presidente da Associação Nacional do Mercado e Indústria Digital, Sebastião Ribeiro, do diretor do departamento de fomento da Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul, Rafael Balle, do coordenador do Programa Estadual de Formação e qualificação na área cultural da Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul, Alexandre Vargas, do diretor do grupo Constat, Donald Reis, de professores, estudantes, parceiros estratégicos e demais integrantes da comunidade universitária. 

“A Famecos é uma das partes da PUCRS, essa universidade que soube se reinventar mesmo nos momentos mais difíceis do cenário socioeconômico e que tem um papel central na inovação e na geração de impacto na nossa cidade, Estado e, por que não, em nosso País. Precisamos inovar, ousar e propor, precisamos fazer a diferença, ser uma Escola nova para uma nova sociedade. E só seremos fortes como Escola que forma profissionais da indústria criativa se estivermos em um mercado forte e em uma sociedade que valora a área e seus profissionais. E essa é uma tarefa coletiva”, destaca a decana, Rosângela Florczak. 

Para a decana da Famecos, Rosângela Florczak, o momento é um marco. / Foto: Giordano Toldo

Entre os novos ambientes estão a Sala da Indústria Criativa, o Freezone, um estúdio de podcast, um espaço gourmet e áreas adicionais para estudo e convivência, todos projetados para apoiar e estimular a interação acadêmica. A Sala da Indústria Criativa, por exemplo, foi desenhada para fomentar a integração e o desenvolvimento de projetos, e conta com computadores de alta performance para apoiar as atividades dos alunos e de profissionais externos. O saguão, agora ampliado, oferece um ambiente ideal para troca de ideias e apresentações, além de exposições como de artes e fotografia.  

O Freezone é uma sala versátil, disponível para diversos usos e ficará à disposição dos alunos para trabalhos individuais ou em grupo. Trata-se de um estúdio livre, com isolamento acústico e equipamentos necessários para gravações. Todos os alunos da universidade poderão aproveitar os espaços multiúso. Já o estúdio de podcast é resultado de uma parceria com uma empresa externa, que permitirá aos alunos a participação em atividades práticas e integração com o mercado diretamente no ambiente de ensino.   

Para Felipe Machado da Luz (23), estudante do último semestre de Publicidade e Propaganda, tanto a inauguração dos espaços como o reposicionamento da Escola são fundamentais para o desenvolvimento e aprendizado dos alunos.  

“As novas estruturas, equipamentos, possibilidades, tudo isso com certeza irá contribuir para a nossa formação. Além disso, a inauguração representa muito para mim e ficará marcado na minha história como aluno da Famecos. A comunicação está sempre em evolução, então a adaptação dos nossos espaços acompanha essas transformações”, comenta o estudante, que também atua como gestor de projetos e eventos no Colab, laboratório de cocriação da Escola.  

Felipe também atua como gestor de projetos e eventos no Colab, laboratório de cocriação da Escola. / Foto: Giordano Toldo

Durante discurso, o reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, ressaltou que todas as mudanças buscam proporcionar a melhor educação em comunicação, artes e design do País, por meio de experiências formativas conectadas à indústria criativa. 

“Espero que a Famecos siga formando novos líderes, empreendedores e, principalmente, cidadãos social e eticamente responsáveis, que possamos seguir desenvolvendo iniciativas de impacto na comunicação, design e indústria criativa. E, por fim, que esses sejam corredores e salas onde cada um encontre realização e felicidade”, disse o reitor. 

Conexão com o mercado faz parte da essência da Escola 

Se reinventar, pensar em novos modelos e olhar para o mercado são ações que estão no DNA da Famecos. Ancoradas no Planejamento Estratégico (2023-2027), as transformações realizadas na Escola têm em vista um objetivo claro: promover a inovação e gerar impacto positivo e valor para a sociedade. 

A professora e pesquisadora Cleusa Scroferneker, que faz história na Famecos há 50 anos, comemora as transformações e defende a relevância do Programa de Pós-Graduação em Comunicação – nota 6 na Capes – para garantir um espaço de aprendizado que se volte para o mercado, mas que mantém a sua essência crítica e reflexiva.  

“Não é de hoje que a Famecos é esta potência. Para chegarmos aqui foi fundamental a contribuição de um profissional visionário, que na época era diretor da Famecos – o professor Antoninho González. Ele sempre foi um profissional muito identificado com o mercado. Hoje a Famecos se renova, mas essa identidade com o mercado sempre foi o nosso diferencial”, afirma.  

De acordo com a coordenadora do curso de Comunicação Empresarial e do Hub da Indústria Criativa, Denise Pagnussatt, o momento de hoje mostra mais um passo significativo nesta história.

“A reforma é mais uma etapa muito importante do reposicionamento da escola junto à indústria criativa e contribui para materializar estes espaços de aprendizagem nos quais os nossos estudantes e todo o ecossistema da indústria criativa podem usar. Podemos perceber, por exemplo, que alguns estudantes já estão escolhendo a Famecos como espaço para realizar o trabalho remoto. Além da criatividade, que também pulsa por aqui, destacamos as oportunidades de os nossos estudantes vivenciarem novas experiências – já que estamos fortalecendo cada vez mais este ecossistema da indústria criativa, com a conexão com entidades, governo e empresas”, pontua a docente. 

Esta é a primeira reforma estrutural realizada no prédio e vem sendo conduzida desde agosto do ano passado. Além das salas, também foi aberta uma parte do jardim na frente do prédio que ficava interditada. A área verde tornou-se espaço de convívio para a comunidade acadêmica, com bancos para sentar e um novo bicicletário.   

“Queremos garantir ambientes mais flexíveis e versáteis aos alunos. A nossa área é muito dinâmica e se modifica o tempo todo, por isso, precisamos de mudanças constantes nos espaços. Temos que adaptar o prédio às pessoas e não as pessoas ao prédio. É um projeto baseado em espaços múltiplos, porque hoje em dia a faculdade não é só sala de aula, é muito mais”, destaca Rosângela.   

Com mais de 70 anos de história, a Escola abriga os cursos de Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Produção Audiovisual, Design, Comunicação Empresarial e Relações Públicas, além do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social (PPGCOM). Em 2023, o Ranking Universitário da Folha (RUF) reconheceu a Escola como tendo o melhor curso de Comunicação do Brasil. 

Projeto Ressoa   

Durante a solenidade, foi lançado o Projeto Ressoa, uma parceria da Famecos com o Instituto de Cultura que visa estimular a integração cultural e artística na comunidade acadêmica. Artistas e bandas do cenário musical de Porto Alegre e região metropolitana terão a oportunidade de se apresentar e divulgar seu trabalho. A primeira apresentação musical ficou por conta da cantora Izmália.  

Fotos: Giordano Toldo

Um dos maiores pensadores da comunicação no mundo diz que a capacidade de negociação e o respeito ao outro são princípios basilares para o efetivo avanço da sociedade 

Para o sociólogo, a felicidade e o futuro não estão na internet, mas em conseguir que as pessoas se encontrem, se respeitem. / Foto: Giordano Toldo

Ao mesmo tempo em que a chamada “comunicação técnica” acelera o seu avanço, a capacidade humana de estabelecer conexões esbarra no egocentrismo. Quem diz é Dominique Wolton, fundador e diretor do Instituto de Pesquisa em Comunicação e Mídia da Universidade de Lyon III, na França. Autor de mais de 20 livros sobre comunicação no contexto digital, comunicação política, relação entre mídia e poder e interação entre culturas, Wolton mantém há mais de duas décadas uma estreita relação com o Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM), da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da PUCRS. Na entrevista a seguir, ele reflete sobre estes e outros temas – inclusive com um aparte sobre o Brasil. 

Quais são os maiores desafios de comunicação do século XXI?  

A comunicação técnica é cada vez maior, enquanto a comunicação humana é sempre muito difícil. O grande desafio é conciliar essas duas formas de comunicação. É conseguir diminuir a comunicação técnica e tecnológica e dar tempo aos seres humanos para que eles possam ser humanidade. 

Segundo um levantamento da Edelman, 80% dos brasileiros dizem nunca ter visto tamanha falta de civilidade e respeito no país como atualmente. Enquanto isso, a média global é de 65%. Como reverter essa realidade? 

A questão da civilidade é muito importante. Antigamente, não havia escolha, era preciso respeitar os adultos, os idosos. Hoje vivemos uma situação inversa, em que cada um pode e faz o que quiser, sem ser obrigado a nada. A grande regra da civilidade, agora, é respeitar o outro, é a liberdade do outro que me obriga a respeitar. Então tem sempre duas possibilidades de civilidade: a da obrigação e a da civilidade da atenção, do respeito ao outro. O problema é que a gente não se interessa mais pelos outros.  

E o que nos interessa? 

Nós só nos interessamos por nós mesmos. Damos “bananas” à civilidade, que é a primeira aceitação do outro, e é fundamental às relações humanas e sociais. Temos que reintroduzir a civilidade nas relações. Quando dizemos “bom dia, senhor”, “bom dia, senhora”, é um reconhecimento. Isso é muito mais importante do que pensar o tempo inteiro “eu, eu, eu”. Tem um pouco de formalidade? Sim, mas é acima de tudo uma questão humana.   

Por que temos esse nível tão alto de falta de respeito mútuo e de civilidade no Brasil? 

Desconfio um pouco de estatísticas sobre questões tão complicadas, mas dá para pensar numa hipótese. A sociedade brasileira é violenta, com relações desiguais, negros e brancos, e até ontem era muito hierárquica. Pode ser que alguém não queira dizer bom dia ao outro como forma de emancipação e liberdade. Mas a verdadeira emancipação é reconhecer o outro em sua diferença: quando a gente dá bom dia, não quer dizer que seja amor, mas um mínimo de respeito. 

Que abordagens ou práticas levam a boas negociações? 

A condição número um é o respeito do outro. Tem sempre algum grau de desigualdade nas relações. Para negociar, pode existir muita dominação, e a negociação é sempre um progresso humano. Existe muita negociação desigual. Na negociação contemporânea, tenta-se respeitar o outro, relacionar-se com o outro a partir de um pouco de igualdade. Ninguém tem as mesmas opiniões quando negociamos, mas fazemos isso justamente para ter algo em comum: o respeito e interesse de todos. 

Nesse processo, o reconhecimento do outro parece ser um ponto chave, certo? 

É assim que começamos a sair da lógica do ódio e da dominação. E para mostrar como funciona a negociação, basta pegar o exemplo do comércio. Desde o início da humanidade, os homens se batem, se combatem e se massacram. A única situação em que isso muda é quando entra em cena o comércio. Eu tento te dominar na negociação, você tenta me dominar, e finalmente a gente acha valores justos. Quando se está negociando, ninguém tem ilusão em relação ao outro, mas se busca evitar o conflito. Comunicação é comerciar, é negociar. 

Como a capacidade de negociação pode ajudar em um contexto de guerras e impasses diplomáticos, por exemplo? 

A pior das coisas na globalização, na vida, em todos os tempos, é a guerra. Desde sempre, os homens tentam se comunicar para evitar a guerra. Com a democracia, tentamos ter uma comunicação mais igualitária, mas seguimos tendo desigualdade. Um dos riscos da globalização é que, em vez de fortalecer o entendimento entre as pessoas, entre os povos de um país, ela acaba por fortalecer o ódio. Para salvar o conceito de comunicação, é preciso fazer várias coisas. 

Por onde podemos começar? 

Reconhecendo que a comunicação humana é mais difícil do que a técnica – e que a guerra é uma questão humana. Aí, voltamos ao ponto de que a comunicação se baseia no respeito. Atualmente, temos três situações: a comunicação bem-sucedida, em que a gente discute, compartilha e chega à paz – e é muito rara. A segunda questão, muito comum, é a incomunicação, que significa que nós não estamos de acordo. A gente discute, apesar das diferenças, e isso pode ser visto como um progresso. E a terceira situação é a comunicação, que é quando não tem mais jeito, ninguém se entende, e aí acaba em guerra. A questão do século é como negociar para evitar a guerra. É comunicar no sentido da negociação. E acho impressionante o desejo de guerra ser mais forte que o de amor – como percebemos na internet, na televisão. A gente vê os outros e não há vontade de nos aproximarmos deles. A comunicação deve ser sempre um progresso no sentido de reduzir o ódio. 

De onde vem tanta dificuldade em comunicar? 

Alguém diz uma coisa, o outro não escuta ou não está de acordo, então ele responde ao interlocutor, que também não se interessa, não escuta. Faz um século que que a gente vem confundindo essa questão do emissor, da mensagem e do receptor. Tentou-se resumir a um problema principal, que seria a expressão. Mas não é porque eu digo uma coisa que o outro vai estar de acordo. A expressão, a mensagem, não é a comunicação, porque a gente em geral não concorda com o outro. Comunicar é negociar. A gente pode não estar de acordo, mas tem que querer negociar. 

Uma prática comum nas relações é o silêncio como punição. O que o senhor acha desse tipo de atitude? 

A comunicação sempre tem que ser vista como um progresso da democracia, porque ela é um diálogo. É poder falar, argumentar, discutir, dizer o que pensa. O silêncio é sintoma de que alguma coisa não está bem. Hoje, a questão não é a expressão, a possibilidade de falar, porque todo mundo pode falar. O maior problema está na dificuldade de dialogar, de escutar o outro, argumentar. 

Como conciliar a velocidade exigida atualmente com a comunicação pessoal? 

Para se respeitarem, os homens precisam de tempo. Por isso, existe uma grande mentira no advento da internet e do digital. Tudo vai muito mais rápido, é verdade, mas a gente não se compreende. Todo mundo envia mensagens, responde a todos os contatos, mas nessa velocidade o que se estabelece é a incomunicação. As pessoas se interessam pelas relações afetivas, sexuais etc., e é na lentidão que isso acontece, pois toda relação afetiva demanda tempo. Só que mesmo nas relações afetivas, hoje, todos querem respostas rápidas, querem saber onde o outro está, onde foi. Esse tipo de comunicação técnica, mediada pela tecnologia, é fantástica. Veja na política, em que os chefes de Estado sabem de tudo que está acontecendo em todo lugar, mas há cada vez menos tempo para eles se encontrarem, dialogarem. Apesar desses encontros de cúpula – G7, G8, G12, G20 –, eles não conseguem estabelecer uma comunicação no sentido de aprofundamento pessoal, de olho no olho. 

Nesse sentido, as ferramentas mais apoiam ou atrapalham a comunicação? 

Depende do que estamos falando. O telefone, por exemplo: o melhor é quando duas pessoas se falam. Elas se comunicam de maneira simples e nem sempre concordam, mas se comunicam. A televisão e o rádio são cultura de massa, e funcionam como meios muito úteis por permitirem que pessoas diferentes se sintam parte de algo. Já a internet é uma comunicação muito forte entre pessoas que estão em acordo, que formam comunidades. Só que viver em sociedade não é necessariamente viver em comunidade, apenas; tem que sair da bolha. 

Mas hoje o uso das tecnologias é um processo sem volta. 

Faz mais de um século que o progresso tecnológico não para. Mas nem por isso há mais comunicação humana. É paradoxal que quanto mais as pessoas podem contatar umas as outras, menos elas têm a possibilidade de se encontrar. A comunicação humana é frágil, é a mais imperfeita. Também é a única que tem consciência sobre paz e guerra. A comunicação tecnológica é formidável, mas a solução não passa por Google, Apple, Microsoft e demais big techs. A felicidade e o futuro não estão na internet, mas em conseguir que as pessoas se encontrem, se respeitem. A grande ilusão é pensar que, com todas essas ferramentas à disposição, os homens se compreendem mais. O futuro feliz não está na performance tecnológica, mas na comunicação entre seres humanos. Quem faz a guerra não são robôs, são homens. 

*Entrevista originalmente publicada na edição 194 da Revista da PUCRS, lançada no mês de março de 2024. A produção foi cocriada com a República Conteúdo e a edição completa está disponível para download neste link.    

Leia também 

São 28 cursos divididos em cinco eixos de conhecimento 

A Escola de Comunicação, Artes e Design —  Famecos/PUCRS lança 28 cursos temporada de Cursos de Inverno 2024, divididos em cinco eixos de conhecimento: Ambiente das Organizações, Branding, Diversidade e Impacto Social, Prática e Técnica Criativa e Tecnologias no Ambiente Digital. 

Os cursos têm como objetivo oferecer desenvolvimento teórico e habilidades técnicas. As aulas serão online e ao vivo através da plataforma Zoom. Com carga horária que varia entre seis e doze horas e início a partir de 15 de julho de 2024.

Conheça os eixos e cursos:

Ambiente nas Organizações

Branding

Diversidade e Impacto Social

Prática e Técnica Criativa 

Tecnologias no Ambiente Digital 

Confira seis dicas de atividades para fazer na Universidade durante esse período

As férias de inverno estão chegando, com elas, o momento de recarregar as baterias e descansar após mais um semestre concluído. Para quem quer aproveitar o campus da PUCRS nos dias de folga, reunimos seis dicas de atividades para fazer na Universidade durante esse período. Confira:   

1) Programação especial no museu 

O Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS está promovendo diversas atividades durante o mês de julho para todas as idades. Entre elas, as Férias no Museu, que ocorrem entre os dias 22 e 26 de julho, das 13h às 18h. As atividades são para crianças dos sete aos 12 anos.

Além disso, o Museu possui três andares e um mezanino repletos de experiências lúdicas e interativas, por isso, para você aproveitar essa experiência ao máximo, lembre-se que o tempo médio de visita é de 3h a 4h.

2) Parque Esportivo tem colônia de férias para crianças  

A Colônia de Férias da Equipe Motiva-Ação ocorre no Parque Esportivo da PUCRS entre os dias 15 a 26 de julho. As atividades são destinadas a crianças de cinco a 12 anos: serão jogos, gincanas e brincadeiras para garantir a diversão, a curiosidade e a motivação dos participantes.

A incrição presencial pode ser feita a partir do dia 20 de junho, na recepção do Parque Esportivo PUCRS, de segunda a sexta-feira, das 6h30 às 22h; e nos sábados, das 8h às 15h. Se for online, solicite a ficha de inscrição pelo WhatsApp da Motiva-Ação (51) 99282-3996.

3) Na Biblioteca não faltam opções para quem quer ler nas férias   

A Biblioteca Central Irmão José Otão segue de portas abertas durante as férias de inverno.Com um amplo acervo de livros, teses, artigos e vários outros materiais, a Biblioteca possui várias opções de leitura para os/as alunos/as. Para quem ficar em dúvida, temos algumas recomendações:   

Além disso, a Biblioteca também realiza treinamentos gratuitos para trabalhos acadêmicos. Confira aqui.

Leia mais: 5 poetas para você conhecer no Dia Mundial da Poesia

4) Espaços de socialização da Universidade abertos aos alunos  

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No Campus, não faltam opções de lugares para descansar, socializar e se divertir. O saguão do prédio 15, o Living 360º, é um dos espaços mais queridos por estudantes para lazer, descanso e estudos fora de aula. Conta com mesas de estudo, poltronas, sofás, pufes, mesas de sinuca e de ping-pong e jogos de fliperama. Além disso, é onde fica a PUCRS Store, logo em frente à cafeteria da Bauducco. Há também a ATL House, que conta com mesa de sinuca e vídeo game, e fica localizada no anexo do prédio 16. A ATL também abriga o Canal Café e, logo ao lado, o Severo Garage.  

Leia também: Museus em Porto Alegre: 5 lugares que você precisa conhecer

5) Pianos espalhados pelo Campus 

Que tal aproveitar as férias para tocar (ou aprender a tocar) um instrumento musical? O Campus da PUCRS possui seis pianos que ficam disponíveis em horários fixos para serem tocados. Eles se encontram nos seguintes locais: Escola de Humanidades (Prédio 9), Escola Politécnica (Prédio 30), Biblioteca Central Ir. José Otão (Prédio 16), Hospital São Lucas (Prédio 60) e Tecnopuc (Prédio 97A) e Living 360º.  Você pode conferir mais informações aqui.  

6) Murais ao ar livre colorem os espaços da PUCRS  

Há seis murais pelo Campus, sendo três deles parte do projeto Galeria a Céu Aberto: dois murais, um de Kelvin Koubik e outro de Paula Plim, estão em paredes próximas à Rua da Cultura. O outro mural, da autoria de Renan Santos, está localizado na parede lateral do prédio da Escola de Humanidades (prédio 8).  

Além deles, também há um mural no Ateliê do Instituto de Cultura (térreo da Escola Politécnica – prédio 30), feito pela artista Manu Raupp. Como o Ateliê fica fechado em época de férias, o mural fica visível somente pelo lado de fora, mas você pode conferi-lo em vídeo clicando aqui. Na Escola de Ciências da Saúde e da Vida (prédio 12), o grupo de estudos Liliths produziu o Mural Mulheres, Educação, Ciência e Luta. O mural mais recente, tem autoria do artista Apolo Torres, e está localizado na lateral do prédio 5. 

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12º Fórum Internacional do Meio Ambiente abordou o tema “Água e Energias Renováveis” / Foto: Giovanna Brambilla/Famecos

O auditório da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) recebeu, entre os dias 12 e 13 de março, o 12º Fórum Internacional do Meio Ambiente (FIMA), que abordou o tema Água e Energias Renováveis. A primeira noite do evento teve como destaque o líder indígena e presidente do Conselho Distrital Yanomami, Junior Hekurari Yanomami. A professora e decana da Famecos, Rosângela Florczak, abriu o evento com um discurso de união dos profissionais de comunicação com o tema meio ambiente.  

“Entendemos que no meio acadêmico nada se faz sozinho. Se nós não estivermos unidos como sociedade, o tema não anda”, reforçou.  

A decana também destacou que a Escola trabalha a temática por meio de grupos de pesquisa, buscando aperfeiçoar o lugar na comunicação na atuação de riscos e crises decorrentes de situações climáticas emergentes. Seguindo as falas de abertura do fórum, a professora e doutora em comunicação na UFRGS, Ilza Girardi, destacou a importância dos povos indígenas na preservação das florestas. Ela defendeu ainda a necessidade de se reconhecer e valorizar os conhecimentos e práticas tradicionais desses grupos para a proteção do meio ambiente. “Graças aos indígenas, conseguimos manter nossas florestas de pé”, disse Ilza. 

A partir disso, o líder indígena Junior Hekurari iniciou os relatos da situação em que vive o povo Yanomami. Ele revisitou os desafios enfrentados por sua comunidade, que tem que lutar diariamente contra a contaminação dos rios devido à presença de garimpeiros nas suas terras, bem como as altas taxas de mortalidade infantil decorrentes da desnutrição e de doenças como malária e pneumonia. Além disso, reforçou a necessidade do engajamento dos jornalistas pela causa e clamou por apoio governamental para proteger a sua comunidade. 

Ilustrando essa realidade, um vídeo documental foi exibido, mostrando o trabalho dos mineradores em território indígena e o impacto devastador que essa atividade ilegal tem sobre a população nativa. O filme revelou o contraste sobre as condições precárias em que vivem os Yanomamis diante da invasão de seu território. “Não compre ouro, pois isso financia o trabalho dos mineradores na terra Yanomami”, apelou Hekurari, após a transmissão do documentário. 

Palestras reforçaram a necessidade do engajamento dos jornalistas pela causa indígena. / Foto: Giovanna Brambilla/Famecos

Para encerrar a primeira parte do evento, foi mostrada uma apresentação detalhada que revelou estatísticas contundentes, obtidas a partir da dolorosa realidade vivida pelo povo Yanomami. Esses números reforçam a urgência de ações concretas para proteger essa comunidade vulnerável e preservar sua cultura e modo de vida.  

“É importante a função do jornalista mostrar o que acontece no território indígena. As autoridades só fazem algo a partir do que os jornalistas divulgam, concluiu o líder indígena. 

O evento transcorreu ao longo da quarta-feira (13), abrangendo diversos painéis que abordaram temas significativos, tais como o papel da imprensa na cobertura sobre água e energias renováveis, a contribuição da indústria gaúcha para a transição energética e a perspectiva das ONGs sobre energias renováveis, entre outras temáticas. 

Leia também: Pró-Mata é local de pesquisas nacionais e internacionais sobre impacto na biodiversidade

Ao encerrar o FIMA, a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) apresentou uma Carta Aberta à população gaúcha e brasileira. Por meio deste documento, a Associação destaca a urgência da crise ambiental que já representa uma ameaça à vida na Terra. Simultaneamente, conclama os governantes e cidadãos brasileiros a se comprometerem na defesa vital da água, do ar e de práticas saudáveis. 

A Carta apela por uma redução do consumismo predatório, incentivando um maior cuidado com a saúde individual e coletiva, bem como um respeito mais atento aos povos originários. Além disso, ressalta a importância da conscientização coletiva sobre os destinos da humanidade. A carta também busca despertar a responsabilidade compartilhada na preservação do meio ambiente e na construção de um futuro mais sustentável para todos. 

O Service Learning Internacional possibilitou que alunos da PUCRS participassem da primeira edição do projeto na América Latina. / Foto: Giordano Toldo

Ter a oportunidade de viver diferentes experiências na graduação contribui para a formação de um profissional mais atualizado. Isso é o que Service Learning propõe: uma metodologia ativa de ensino e aprendizagem, que promove o desenvolvimento dos alunos por meio da aplicação prática do conhecimento adquirido em sala de aula. 

Nesta metodologia, os estudantes devem solucionar problemas reais de organizações parceiras, estimulando competências sociais, comportamentais e técnicas com o objetivo de prepará-los para um mercado de trabalho em que o empreendedorismo, a inovação e a responsabilidade social são fundamentais. 

Foi com esse objetivo que estudantes das disciplinas de Modelos de Negócio em Publicidade e Propaganda e Empreendedorismo da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos), ministradas pela Profa. Ana Cecília B. Nunes, e das disciplinas Agência Experiencial; Marketing Global e Inteligência de Mercado; e ainda Consultoria Empresarial da Escola de Negócios, ministradas pela Profa. Ana Cristina Schneider, em parceria com o Laboratório Interdisciplinar de Inovação e Empreendedorismo da PUCRS (IDEAR), tiveram a oportunidade de vivenciar uma experiência prática no 1° Service Learning Internacional na América Latina. 

Junto com alunos da Universidade EAFIT, da Colômbia, o grupo trabalhou de forma online e síncrona na elaboração de uma solução e estratégia de marketing para duas empresas colombianas. Para a professora da Escola de Comunicação, Artes e Design e Coordenadora Acadêmica do IDEAR, Ana Cecília Bisso Nunes, estratégias do tipo COIL (Collaborative Online International Learning) possibilitam uma internacionalização em casa. 

“Iniciativas como esta propiciam um ambiente internacional e intercultural até mesmo para alunos que não fazem uma mobilidade acadêmica. Os estudantes puderam ter uma experiência internacional e intercultural de forma virtual e colaborativa, sem sair do Campus. É como ir a Medellin a cada encontro, mas sem sair de Porto Alegre. Foi uma experiência pontual de intercâmbio virtual entre dois países, duas universidades, professores e estudantes”, relata Ana Cecília.

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Os participantes foram colocados no papel de assessores de comunicação e estratégia digital das associações AGECOSUR (Jericó) e OMCE (Támesis), que se dedicam tanto à produção e comercialização de produtos associados ao café colombiano como ao fortalecimento dos produtores na região. As associações queriam identificar o estado de seus canais digitais para receberem orientação sobre suas estratégias de comunicação. Para isso, os estudantes foram convidados a fazer um diagnóstico dos canais existentes e realizarem recomendações. Toda a comunicação foi feita diretamente com os gestores das organizações. 

A internet possibilitou o aprendizado conjunto de estudantes de ambas as universidades. / Foto: Divulgação

“No caso desta experiência, os participantes trabalharam em grupo com colegas da Colômbia, se comunicaram com representantes das organizações parceiras da disciplina e tiveram interação com professor de outra universidade. Assim, os aprendizados foram desde a ampliação do conhecimento, oportunidades e desafios de uma organização em um contexto diferente do brasileiro, até a interação intercultural com colegas, conteúdos e professores, lidando com desafios linguísticos e culturais”, ressalta. 

Para Andressa Protti, aluna do sexto semestre da Escola de Comunicação, Artes e Design, a participação nesse projeto possibilita a abertura de portas para novas experiências profissionais e pessoais, além de ampliar os conhecimentos através de trocas com os estudantes e professores. 

“Conseguimos ampliar a visão de mercado, além de colocar em prática os conhecimentos adquiridos durante a faculdade. Eu amei ter participado! Foi muito bom poder ter esse contato com os estudantes colombianos no desenvolvimento desse projeto, pois além de poder praticar o idioma, pude conhecer mais como as marcas da Colômbia trabalham suas comunicações nas redes sociais, entendendo a diferença da Publicidade e Propaganda no Brasil e na Colômbia. Essa experiência foi muito construtiva e divertida. Foi uma troca maravilhosa entre os professores e os estudantes!”

Para a professora Ana Cecília, a experiência positiva abriu espaço para projetos mais longos nos próximos semestres.

“Foi emocionante ver as apresentações de trabalho acontecendo com representantes brasileiros e colombianos juntos. Trabalhos resultantes de uma cooperação internacional e virtual que nasceu na Universidade. Esta é também uma ação que propicia uma participação mais global, sem filtros de recursos financeiros que podem inviabilizar, por vezes, uma vivência fora do país, por exemplo”

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Daniel Higuita Olaya, professor de Comunicação na Universidade EAFIT, da Colômbia, ressalta que a participação dos alunos é sempre muito produtiva. Eles podem se comunicar com colegas de outro país, combinar dinâmicas de trabalho e superar dificuldades como barreiras linguísticas e sobreposição de horários.

“É importante que os alunos participem deste tipo de atividade porque lhes permite mobilizar os seus conhecimentos num ambiente onde, adicionalmente, trabalham competências diferentes das suas disciplinas. A colaboração com colegas de outras profissões e nacionalidades facilita o treino das suas soft skills: negociação, comunicação assertiva, planejamento e gestão do tempo, flexibilidade, entre outras. Também permite que eles conheçam novas culturas e ampliem suas percepções sobre sua profissão, mundo e pessoas que o habitam”, destaca. 

Michel Maffesoli

Foto: Giordano Toldo

Referência internacional, o sociólogo francês Michel Maffesoli está na PUCRS, como professor convidado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Escola de Comunicação, Artes e Design- Famecos. Nesta semana, o sociólogo ministrou duas aulas da disciplina Metodologias da Pesquisa em Comunicação e conduzirá nesta quinta-feira, 20 de outubro, o webinar Universidade, Identidade e Pós-Modernidade, promovido pela Rede Internacional Marista de Educação Superior (RIMES). A palestra terá como mediador o professor Juremir Machado da Silva, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Famecos.

Michel Maffesoli é considerado um dos maiores especialistas em pós-modernidade. Com estudos dedicados à compreensão do imaginário contemporâneo a partir da filosofia fenomenológica e da sociologia compreensiva, produziu mais de 30 livros voltados para a definição dos paradigmas da pós-modernidade.  

“O tema é atualíssimo para a realidade da RIMES. Em uma época de mudanças velozes e concepções múltiplas do que é a educação, de quem são seus interlocutores e de qual é o papel da universidade nesse cenário, a reflexão proposta pelo professor Maffesoli a esse respeito certamente será oportuna”, destaca o Pró-Reitor de Identidade Institucional da PUCRS, Ir. Marcelo Bonhemberger, presidente da RIMES e representante de língua portuguesa pela Universidade.

O webinar Universidade, Identidade e Pós-Modernidade acontece de forma gratuita, pelo Zoom e contará com tradução simultânea para o espanhol e para o português. Interessados podem ingressar na webinar diretamente neste link (senha de acesso: 886829; ID: 981 0270 4538). 

Quem poderia ser melhor referência para indicar filmes e séries do que os/as próprios/as profissionais da Produção Audiovisual e de outras áreas da comunicação? Por isso, docentes da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, que sabem tudo sobre os bastidores por trás das câmeras, prepararam sugestões de obras para você aprender mais sobre os assuntos estudados na escola. Prepare a sua pipoca e fique de olho na programação:  

Grandes cenas (2016), de Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno Grandes cenas (2016), de Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno 

A série busca examinar grandes momentos do cinema brasileiro, incluindo alguns títulos argentinos e um uruguaio. 

“Assistindo à série, não só temos a chance de rememorar ou conhecer instantes antológicos da filmografia brasileira, mas também penetramos nos corações e mentes de diretores, atores e críticos. Uma aula de cinema! Comece pelo episódio sobre Pixote e vá passeando por outros filmes incontornáveis, como Cidade de Deus e Central do Brasil. É um convite para rever os filmes, respirar audiovisual e pensar o Brasil”. 

Indicação do professor Fabiano Grandene, do curso de Produção Audiovisual. 

Abstract: The Art of Design (2017), de Scott Dadich Abstract: The Art of Design (2017), de Scott Dadich 

A primeira temporada da série da Netflix aborda a arte, ciência e filosofia do design. O objetivo da obra é ilustrar como o design influencia diversos aspectos de nossas vidas. Os episódios, disponíveis no YouTube, contam com a participação de Paula Scher (designer gráfica)Cristoph Niemann (ilustrador)Platon (fotógrafo)Tinker Hatfield (designer da Nike), Ralph Gilles (projetista de automóveis)Ilse Crawford (designer de interiores) e Es Devlin (arquiteta de cenários). 

No curso de Design trabalhamos desde o primeiro semestre com temas reais, como móveis e brinquedos para a infância. Indico, especificamente, o episódio da designer Cas Holman (segunda temporada), com sua original concepção de brinquedos infantis, desde os seus esboços iniciais até a negociação e fabricação de seus projetos por grandes empresas chinesas. O episódio mostra sua metodologia de trabalho e suas origens, resultado de uma infância feliz e livre no interior americano. Inspiração para criar de objetos e brinquedos infantis inusitados, que estimulam a imaginação. 

Indicação do professor Marcelo Martel, dos cursos de Design. 

La Casa de Papel (2017), de Jesús Colmenar La Casa de Papel (2017), de Jesús Colmenar 

Nove ladrões são liderados por um Professor para realizar o maior roubo do século na Casa da Moeda da Espanha. 

Embora a série já seja bem conhecida, eu que trabalho com a disciplina de Gestão da Conta Publicitária, indico as duas primeiras temporadas. É uma verdadeira aula sobre gestão, formação de equipes, papel do atendimento publicitário, relacionamentos, conflitos, visão estratégica e planejamento. 

Indicação da professora Márcia Christofoli, do curso de Publicidade e Propaganda. 

Scandal (2012), de Shonda Rhimes Scandal (2012), de Shonda Rhimes 

Ao deixar a posição de diretora da comunicação da Casa Branca para se dedicar a sua própria empresa de gestão de crises de imagem, Olivia Pope descobre que não deixou o passado para trás. 

Pensei em alternativas referentes às questões e expectativas da área de Relações Públicas, mas que também impactam de uma forma geral outros setores. Scandal fala sobre as relações interpessoais e de poder a serviço dos interesses individuais, muito mais do que a serviço da coletividade. 

Indicação da professora Ana Baseggio, do curso de Relações Públicas. 

The Post, a Guerra Secreta (2017), de Steven Spielberg The Post, a Guerra Secreta (2017), de Steven Spielberg  

The Washington Post, da proprietária Kat Graham, é um jornal local que pretende lançar suas ações na Bolsa de Valores para ganhar fôlego financeiro.  

Quando o New York Times inicia uma série de matérias denunciando que vários governos norte-americanos mentiram acerca da atuação do país na Guerra do Vietnã, com base em documentos sigilosos do Pentágono, o presidente Richard Nixon decide processar o jornal com base na Lei de Espionagem, de forma que nada mais seja divulgado. A proibição é concedida por um juiz, o que faz com que os documentos cheguem às mãos de Bradlee (editor-chefe) e sua equipe, que precisa agora convencer Kat e os demais responsáveis pelo The Post sobre a importância da publicação de forma a defender a liberdade de imprensa. 

O filme fala sobre Jornalismo e é indicado com 4,5 estrelas pelo Adoro Cinema. 

Mad Men (2007), de Phil Abraham Mad Men (2007), de Phil Abraham 

A série mostra Nova York nos anos 1960. Após sair do mundo das grandes agências de publicidade, através da rotina do protagonista (Don Draper) percebe-se as relações do cotidiano e as mudanças sociais e morais dos Estados Unidos na época. 

“É minha série favorita. Toda narrativa é vivida no cotidiano de agência de propaganda nas décadas de 1960 e 1970. Gosto da estética, dos conflitos comportamentais e da busca por ideias”. 

Indicação do professor Vinícius Mano, do curso de Publicidade e Propaganda. 

Fyre Festival (2019), de Chris Smith Fyre Festival (2019), de Chris Smith  

A maior festa que nunca aconteceu é um documentário que conta como um megaevento luxuoso em uma ilha particular no Caribe se tornou um desastroso fiasco, na versão dos próprios organizadores. 

“É uma abordagem mais específica, mas extremamente interessante para quem trabalha com eventos, sobre o que não fazer e como não deixar a ambição sobrepor-se a tudo. 

Indicação da professora Ana Baseggio, do curso de Relações Públicas. 

Ingresse na Escola de Comunicação, Artes e Design em 2023  

Curtiu as sugestões e se interessou pelos temas estudados na Famecos? Anota na agenda: o Vestibular da PUCRS já tem data – nos dias 5 e 6 de novembro, os portões do Campus estarão abertos esperando por você. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 31, você pode fazer a sua clicando aqui.