Um dos maiores pensadores da comunicação no mundo diz que a capacidade de negociação e o respeito ao outro são princípios basilares para o efetivo avanço da sociedade 

Para o sociólogo, a felicidade e o futuro não estão na internet, mas em conseguir que as pessoas se encontrem, se respeitem. / Foto: Giordano Toldo

Ao mesmo tempo em que a chamada “comunicação técnica” acelera o seu avanço, a capacidade humana de estabelecer conexões esbarra no egocentrismo. Quem diz é Dominique Wolton, fundador e diretor do Instituto de Pesquisa em Comunicação e Mídia da Universidade de Lyon III, na França. Autor de mais de 20 livros sobre comunicação no contexto digital, comunicação política, relação entre mídia e poder e interação entre culturas, Wolton mantém há mais de duas décadas uma estreita relação com o Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM), da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da PUCRS. Na entrevista a seguir, ele reflete sobre estes e outros temas – inclusive com um aparte sobre o Brasil. 

Quais são os maiores desafios de comunicação do século XXI?  

A comunicação técnica é cada vez maior, enquanto a comunicação humana é sempre muito difícil. O grande desafio é conciliar essas duas formas de comunicação. É conseguir diminuir a comunicação técnica e tecnológica e dar tempo aos seres humanos para que eles possam ser humanidade. 

Segundo um levantamento da Edelman, 80% dos brasileiros dizem nunca ter visto tamanha falta de civilidade e respeito no país como atualmente. Enquanto isso, a média global é de 65%. Como reverter essa realidade? 

A questão da civilidade é muito importante. Antigamente, não havia escolha, era preciso respeitar os adultos, os idosos. Hoje vivemos uma situação inversa, em que cada um pode e faz o que quiser, sem ser obrigado a nada. A grande regra da civilidade, agora, é respeitar o outro, é a liberdade do outro que me obriga a respeitar. Então tem sempre duas possibilidades de civilidade: a da obrigação e a da civilidade da atenção, do respeito ao outro. O problema é que a gente não se interessa mais pelos outros.  

E o que nos interessa? 

Nós só nos interessamos por nós mesmos. Damos “bananas” à civilidade, que é a primeira aceitação do outro, e é fundamental às relações humanas e sociais. Temos que reintroduzir a civilidade nas relações. Quando dizemos “bom dia, senhor”, “bom dia, senhora”, é um reconhecimento. Isso é muito mais importante do que pensar o tempo inteiro “eu, eu, eu”. Tem um pouco de formalidade? Sim, mas é acima de tudo uma questão humana.   

Por que temos esse nível tão alto de falta de respeito mútuo e de civilidade no Brasil? 

Desconfio um pouco de estatísticas sobre questões tão complicadas, mas dá para pensar numa hipótese. A sociedade brasileira é violenta, com relações desiguais, negros e brancos, e até ontem era muito hierárquica. Pode ser que alguém não queira dizer bom dia ao outro como forma de emancipação e liberdade. Mas a verdadeira emancipação é reconhecer o outro em sua diferença: quando a gente dá bom dia, não quer dizer que seja amor, mas um mínimo de respeito. 

Que abordagens ou práticas levam a boas negociações? 

A condição número um é o respeito do outro. Tem sempre algum grau de desigualdade nas relações. Para negociar, pode existir muita dominação, e a negociação é sempre um progresso humano. Existe muita negociação desigual. Na negociação contemporânea, tenta-se respeitar o outro, relacionar-se com o outro a partir de um pouco de igualdade. Ninguém tem as mesmas opiniões quando negociamos, mas fazemos isso justamente para ter algo em comum: o respeito e interesse de todos. 

Nesse processo, o reconhecimento do outro parece ser um ponto chave, certo? 

É assim que começamos a sair da lógica do ódio e da dominação. E para mostrar como funciona a negociação, basta pegar o exemplo do comércio. Desde o início da humanidade, os homens se batem, se combatem e se massacram. A única situação em que isso muda é quando entra em cena o comércio. Eu tento te dominar na negociação, você tenta me dominar, e finalmente a gente acha valores justos. Quando se está negociando, ninguém tem ilusão em relação ao outro, mas se busca evitar o conflito. Comunicação é comerciar, é negociar. 

Como a capacidade de negociação pode ajudar em um contexto de guerras e impasses diplomáticos, por exemplo? 

A pior das coisas na globalização, na vida, em todos os tempos, é a guerra. Desde sempre, os homens tentam se comunicar para evitar a guerra. Com a democracia, tentamos ter uma comunicação mais igualitária, mas seguimos tendo desigualdade. Um dos riscos da globalização é que, em vez de fortalecer o entendimento entre as pessoas, entre os povos de um país, ela acaba por fortalecer o ódio. Para salvar o conceito de comunicação, é preciso fazer várias coisas. 

Por onde podemos começar? 

Reconhecendo que a comunicação humana é mais difícil do que a técnica – e que a guerra é uma questão humana. Aí, voltamos ao ponto de que a comunicação se baseia no respeito. Atualmente, temos três situações: a comunicação bem-sucedida, em que a gente discute, compartilha e chega à paz – e é muito rara. A segunda questão, muito comum, é a incomunicação, que significa que nós não estamos de acordo. A gente discute, apesar das diferenças, e isso pode ser visto como um progresso. E a terceira situação é a comunicação, que é quando não tem mais jeito, ninguém se entende, e aí acaba em guerra. A questão do século é como negociar para evitar a guerra. É comunicar no sentido da negociação. E acho impressionante o desejo de guerra ser mais forte que o de amor – como percebemos na internet, na televisão. A gente vê os outros e não há vontade de nos aproximarmos deles. A comunicação deve ser sempre um progresso no sentido de reduzir o ódio. 

De onde vem tanta dificuldade em comunicar? 

Alguém diz uma coisa, o outro não escuta ou não está de acordo, então ele responde ao interlocutor, que também não se interessa, não escuta. Faz um século que que a gente vem confundindo essa questão do emissor, da mensagem e do receptor. Tentou-se resumir a um problema principal, que seria a expressão. Mas não é porque eu digo uma coisa que o outro vai estar de acordo. A expressão, a mensagem, não é a comunicação, porque a gente em geral não concorda com o outro. Comunicar é negociar. A gente pode não estar de acordo, mas tem que querer negociar. 

Uma prática comum nas relações é o silêncio como punição. O que o senhor acha desse tipo de atitude? 

A comunicação sempre tem que ser vista como um progresso da democracia, porque ela é um diálogo. É poder falar, argumentar, discutir, dizer o que pensa. O silêncio é sintoma de que alguma coisa não está bem. Hoje, a questão não é a expressão, a possibilidade de falar, porque todo mundo pode falar. O maior problema está na dificuldade de dialogar, de escutar o outro, argumentar. 

Como conciliar a velocidade exigida atualmente com a comunicação pessoal? 

Para se respeitarem, os homens precisam de tempo. Por isso, existe uma grande mentira no advento da internet e do digital. Tudo vai muito mais rápido, é verdade, mas a gente não se compreende. Todo mundo envia mensagens, responde a todos os contatos, mas nessa velocidade o que se estabelece é a incomunicação. As pessoas se interessam pelas relações afetivas, sexuais etc., e é na lentidão que isso acontece, pois toda relação afetiva demanda tempo. Só que mesmo nas relações afetivas, hoje, todos querem respostas rápidas, querem saber onde o outro está, onde foi. Esse tipo de comunicação técnica, mediada pela tecnologia, é fantástica. Veja na política, em que os chefes de Estado sabem de tudo que está acontecendo em todo lugar, mas há cada vez menos tempo para eles se encontrarem, dialogarem. Apesar desses encontros de cúpula – G7, G8, G12, G20 –, eles não conseguem estabelecer uma comunicação no sentido de aprofundamento pessoal, de olho no olho. 

Nesse sentido, as ferramentas mais apoiam ou atrapalham a comunicação? 

Depende do que estamos falando. O telefone, por exemplo: o melhor é quando duas pessoas se falam. Elas se comunicam de maneira simples e nem sempre concordam, mas se comunicam. A televisão e o rádio são cultura de massa, e funcionam como meios muito úteis por permitirem que pessoas diferentes se sintam parte de algo. Já a internet é uma comunicação muito forte entre pessoas que estão em acordo, que formam comunidades. Só que viver em sociedade não é necessariamente viver em comunidade, apenas; tem que sair da bolha. 

Mas hoje o uso das tecnologias é um processo sem volta. 

Faz mais de um século que o progresso tecnológico não para. Mas nem por isso há mais comunicação humana. É paradoxal que quanto mais as pessoas podem contatar umas as outras, menos elas têm a possibilidade de se encontrar. A comunicação humana é frágil, é a mais imperfeita. Também é a única que tem consciência sobre paz e guerra. A comunicação tecnológica é formidável, mas a solução não passa por Google, Apple, Microsoft e demais big techs. A felicidade e o futuro não estão na internet, mas em conseguir que as pessoas se encontrem, se respeitem. A grande ilusão é pensar que, com todas essas ferramentas à disposição, os homens se compreendem mais. O futuro feliz não está na performance tecnológica, mas na comunicação entre seres humanos. Quem faz a guerra não são robôs, são homens. 

*Entrevista originalmente publicada na edição 194 da Revista da PUCRS, lançada no mês de março de 2024. A produção foi cocriada com a República Conteúdo e a edição completa está disponível para download neste link.    

Leia também 

São 28 cursos divididos em cinco eixos de conhecimento 

A Escola de Comunicação, Artes e Design —  Famecos/PUCRS lança 28 cursos temporada de Cursos de Inverno 2024, divididos em cinco eixos de conhecimento: Ambiente das Organizações, Branding, Diversidade e Impacto Social, Prática e Técnica Criativa e Tecnologias no Ambiente Digital. 

Os cursos têm como objetivo oferecer desenvolvimento teórico e habilidades técnicas. As aulas serão online e ao vivo através da plataforma Zoom. Com carga horária que varia entre seis e doze horas e início a partir de 15 de julho de 2024.

Conheça os eixos e cursos:

Ambiente nas Organizações

Branding

Diversidade e Impacto Social

Prática e Técnica Criativa 

Tecnologias no Ambiente Digital 

Confira seis dicas de atividades para fazer na Universidade durante esse período

As férias de inverno estão chegando, com elas, o momento de recarregar as baterias e descansar após mais um semestre concluído. Para quem quer aproveitar o campus da PUCRS nos dias de folga, reunimos seis dicas de atividades para fazer na Universidade durante esse período. Confira:   

1) Programação especial no museu 

O Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS está promovendo diversas atividades durante o mês de julho para todas as idades. Entre elas, as Férias no Museu, que ocorrem entre os dias 22 e 26 de julho, das 13h às 18h. As atividades são para crianças dos sete aos 12 anos.

Além disso, o Museu possui três andares e um mezanino repletos de experiências lúdicas e interativas, por isso, para você aproveitar essa experiência ao máximo, lembre-se que o tempo médio de visita é de 3h a 4h.

2) Parque Esportivo tem colônia de férias para crianças  

A Colônia de Férias da Equipe Motiva-Ação ocorre no Parque Esportivo da PUCRS entre os dias 15 a 26 de julho. As atividades são destinadas a crianças de cinco a 12 anos: serão jogos, gincanas e brincadeiras para garantir a diversão, a curiosidade e a motivação dos participantes.

A incrição presencial pode ser feita a partir do dia 20 de junho, na recepção do Parque Esportivo PUCRS, de segunda a sexta-feira, das 6h30 às 22h; e nos sábados, das 8h às 15h. Se for online, solicite a ficha de inscrição pelo WhatsApp da Motiva-Ação (51) 99282-3996.

3) Na Biblioteca não faltam opções para quem quer ler nas férias   

A Biblioteca Central Irmão José Otão segue de portas abertas durante as férias de inverno.Com um amplo acervo de livros, teses, artigos e vários outros materiais, a Biblioteca possui várias opções de leitura para os/as alunos/as. Para quem ficar em dúvida, temos algumas recomendações:   

Além disso, a Biblioteca também realiza treinamentos gratuitos para trabalhos acadêmicos. Confira aqui.

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4) Espaços de socialização da Universidade abertos aos alunos  

living 360, alunos, comunidade, piano

No Campus, não faltam opções de lugares para descansar, socializar e se divertir. O saguão do prédio 15, o Living 360º, é um dos espaços mais queridos por estudantes para lazer, descanso e estudos fora de aula. Conta com mesas de estudo, poltronas, sofás, pufes, mesas de sinuca e de ping-pong e jogos de fliperama. Além disso, é onde fica a PUCRS Store, logo em frente à cafeteria da Bauducco. Há também a ATL House, que conta com mesa de sinuca e vídeo game, e fica localizada no anexo do prédio 16. A ATL também abriga o Canal Café e, logo ao lado, o Severo Garage.  

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5) Pianos espalhados pelo Campus 

Que tal aproveitar as férias para tocar (ou aprender a tocar) um instrumento musical? O Campus da PUCRS possui seis pianos que ficam disponíveis em horários fixos para serem tocados. Eles se encontram nos seguintes locais: Escola de Humanidades (Prédio 9), Escola Politécnica (Prédio 30), Biblioteca Central Ir. José Otão (Prédio 16), Hospital São Lucas (Prédio 60) e Tecnopuc (Prédio 97A) e Living 360º.  Você pode conferir mais informações aqui.  

6) Murais ao ar livre colorem os espaços da PUCRS  

Há seis murais pelo Campus, sendo três deles parte do projeto Galeria a Céu Aberto: dois murais, um de Kelvin Koubik e outro de Paula Plim, estão em paredes próximas à Rua da Cultura. O outro mural, da autoria de Renan Santos, está localizado na parede lateral do prédio da Escola de Humanidades (prédio 8).  

Além deles, também há um mural no Ateliê do Instituto de Cultura (térreo da Escola Politécnica – prédio 30), feito pela artista Manu Raupp. Como o Ateliê fica fechado em época de férias, o mural fica visível somente pelo lado de fora, mas você pode conferi-lo em vídeo clicando aqui. Na Escola de Ciências da Saúde e da Vida (prédio 12), o grupo de estudos Liliths produziu o Mural Mulheres, Educação, Ciência e Luta. O mural mais recente, tem autoria do artista Apolo Torres, e está localizado na lateral do prédio 5. 

GRADUAÇÃO PRESENCIAL

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12º Fórum Internacional do Meio Ambiente abordou o tema “Água e Energias Renováveis” / Foto: Giovanna Brambilla/Famecos

O auditório da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) recebeu, entre os dias 12 e 13 de março, o 12º Fórum Internacional do Meio Ambiente (FIMA), que abordou o tema Água e Energias Renováveis. A primeira noite do evento teve como destaque o líder indígena e presidente do Conselho Distrital Yanomami, Junior Hekurari Yanomami. A professora e decana da Famecos, Rosângela Florczak, abriu o evento com um discurso de união dos profissionais de comunicação com o tema meio ambiente.  

“Entendemos que no meio acadêmico nada se faz sozinho. Se nós não estivermos unidos como sociedade, o tema não anda”, reforçou.  

A decana também destacou que a Escola trabalha a temática por meio de grupos de pesquisa, buscando aperfeiçoar o lugar na comunicação na atuação de riscos e crises decorrentes de situações climáticas emergentes. Seguindo as falas de abertura do fórum, a professora e doutora em comunicação na UFRGS, Ilza Girardi, destacou a importância dos povos indígenas na preservação das florestas. Ela defendeu ainda a necessidade de se reconhecer e valorizar os conhecimentos e práticas tradicionais desses grupos para a proteção do meio ambiente. “Graças aos indígenas, conseguimos manter nossas florestas de pé”, disse Ilza. 

A partir disso, o líder indígena Junior Hekurari iniciou os relatos da situação em que vive o povo Yanomami. Ele revisitou os desafios enfrentados por sua comunidade, que tem que lutar diariamente contra a contaminação dos rios devido à presença de garimpeiros nas suas terras, bem como as altas taxas de mortalidade infantil decorrentes da desnutrição e de doenças como malária e pneumonia. Além disso, reforçou a necessidade do engajamento dos jornalistas pela causa e clamou por apoio governamental para proteger a sua comunidade. 

Ilustrando essa realidade, um vídeo documental foi exibido, mostrando o trabalho dos mineradores em território indígena e o impacto devastador que essa atividade ilegal tem sobre a população nativa. O filme revelou o contraste sobre as condições precárias em que vivem os Yanomamis diante da invasão de seu território. “Não compre ouro, pois isso financia o trabalho dos mineradores na terra Yanomami”, apelou Hekurari, após a transmissão do documentário. 

Palestras reforçaram a necessidade do engajamento dos jornalistas pela causa indígena. / Foto: Giovanna Brambilla/Famecos

Para encerrar a primeira parte do evento, foi mostrada uma apresentação detalhada que revelou estatísticas contundentes, obtidas a partir da dolorosa realidade vivida pelo povo Yanomami. Esses números reforçam a urgência de ações concretas para proteger essa comunidade vulnerável e preservar sua cultura e modo de vida.  

“É importante a função do jornalista mostrar o que acontece no território indígena. As autoridades só fazem algo a partir do que os jornalistas divulgam, concluiu o líder indígena. 

O evento transcorreu ao longo da quarta-feira (13), abrangendo diversos painéis que abordaram temas significativos, tais como o papel da imprensa na cobertura sobre água e energias renováveis, a contribuição da indústria gaúcha para a transição energética e a perspectiva das ONGs sobre energias renováveis, entre outras temáticas. 

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Ao encerrar o FIMA, a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) apresentou uma Carta Aberta à população gaúcha e brasileira. Por meio deste documento, a Associação destaca a urgência da crise ambiental que já representa uma ameaça à vida na Terra. Simultaneamente, conclama os governantes e cidadãos brasileiros a se comprometerem na defesa vital da água, do ar e de práticas saudáveis. 

A Carta apela por uma redução do consumismo predatório, incentivando um maior cuidado com a saúde individual e coletiva, bem como um respeito mais atento aos povos originários. Além disso, ressalta a importância da conscientização coletiva sobre os destinos da humanidade. A carta também busca despertar a responsabilidade compartilhada na preservação do meio ambiente e na construção de um futuro mais sustentável para todos. 

O Service Learning Internacional possibilitou que alunos da PUCRS participassem da primeira edição do projeto na América Latina. / Foto: Giordano Toldo

Ter a oportunidade de viver diferentes experiências na graduação contribui para a formação de um profissional mais atualizado. Isso é o que Service Learning propõe: uma metodologia ativa de ensino e aprendizagem, que promove o desenvolvimento dos alunos por meio da aplicação prática do conhecimento adquirido em sala de aula. 

Nesta metodologia, os estudantes devem solucionar problemas reais de organizações parceiras, estimulando competências sociais, comportamentais e técnicas com o objetivo de prepará-los para um mercado de trabalho em que o empreendedorismo, a inovação e a responsabilidade social são fundamentais. 

Foi com esse objetivo que estudantes das disciplinas de Modelos de Negócio em Publicidade e Propaganda e Empreendedorismo da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos), ministradas pela Profa. Ana Cecília B. Nunes, e das disciplinas Agência Experiencial; Marketing Global e Inteligência de Mercado; e ainda Consultoria Empresarial da Escola de Negócios, ministradas pela Profa. Ana Cristina Schneider, em parceria com o Laboratório Interdisciplinar de Inovação e Empreendedorismo da PUCRS (IDEAR), tiveram a oportunidade de vivenciar uma experiência prática no 1° Service Learning Internacional na América Latina. 

Junto com alunos da Universidade EAFIT, da Colômbia, o grupo trabalhou de forma online e síncrona na elaboração de uma solução e estratégia de marketing para duas empresas colombianas. Para a professora da Escola de Comunicação, Artes e Design e Coordenadora Acadêmica do IDEAR, Ana Cecília Bisso Nunes, estratégias do tipo COIL (Collaborative Online International Learning) possibilitam uma internacionalização em casa. 

“Iniciativas como esta propiciam um ambiente internacional e intercultural até mesmo para alunos que não fazem uma mobilidade acadêmica. Os estudantes puderam ter uma experiência internacional e intercultural de forma virtual e colaborativa, sem sair do Campus. É como ir a Medellin a cada encontro, mas sem sair de Porto Alegre. Foi uma experiência pontual de intercâmbio virtual entre dois países, duas universidades, professores e estudantes”, relata Ana Cecília.

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Os participantes foram colocados no papel de assessores de comunicação e estratégia digital das associações AGECOSUR (Jericó) e OMCE (Támesis), que se dedicam tanto à produção e comercialização de produtos associados ao café colombiano como ao fortalecimento dos produtores na região. As associações queriam identificar o estado de seus canais digitais para receberem orientação sobre suas estratégias de comunicação. Para isso, os estudantes foram convidados a fazer um diagnóstico dos canais existentes e realizarem recomendações. Toda a comunicação foi feita diretamente com os gestores das organizações. 

A internet possibilitou o aprendizado conjunto de estudantes de ambas as universidades. / Foto: Divulgação

“No caso desta experiência, os participantes trabalharam em grupo com colegas da Colômbia, se comunicaram com representantes das organizações parceiras da disciplina e tiveram interação com professor de outra universidade. Assim, os aprendizados foram desde a ampliação do conhecimento, oportunidades e desafios de uma organização em um contexto diferente do brasileiro, até a interação intercultural com colegas, conteúdos e professores, lidando com desafios linguísticos e culturais”, ressalta. 

Para Andressa Protti, aluna do sexto semestre da Escola de Comunicação, Artes e Design, a participação nesse projeto possibilita a abertura de portas para novas experiências profissionais e pessoais, além de ampliar os conhecimentos através de trocas com os estudantes e professores. 

“Conseguimos ampliar a visão de mercado, além de colocar em prática os conhecimentos adquiridos durante a faculdade. Eu amei ter participado! Foi muito bom poder ter esse contato com os estudantes colombianos no desenvolvimento desse projeto, pois além de poder praticar o idioma, pude conhecer mais como as marcas da Colômbia trabalham suas comunicações nas redes sociais, entendendo a diferença da Publicidade e Propaganda no Brasil e na Colômbia. Essa experiência foi muito construtiva e divertida. Foi uma troca maravilhosa entre os professores e os estudantes!”

Para a professora Ana Cecília, a experiência positiva abriu espaço para projetos mais longos nos próximos semestres.

“Foi emocionante ver as apresentações de trabalho acontecendo com representantes brasileiros e colombianos juntos. Trabalhos resultantes de uma cooperação internacional e virtual que nasceu na Universidade. Esta é também uma ação que propicia uma participação mais global, sem filtros de recursos financeiros que podem inviabilizar, por vezes, uma vivência fora do país, por exemplo”

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Daniel Higuita Olaya, professor de Comunicação na Universidade EAFIT, da Colômbia, ressalta que a participação dos alunos é sempre muito produtiva. Eles podem se comunicar com colegas de outro país, combinar dinâmicas de trabalho e superar dificuldades como barreiras linguísticas e sobreposição de horários.

“É importante que os alunos participem deste tipo de atividade porque lhes permite mobilizar os seus conhecimentos num ambiente onde, adicionalmente, trabalham competências diferentes das suas disciplinas. A colaboração com colegas de outras profissões e nacionalidades facilita o treino das suas soft skills: negociação, comunicação assertiva, planejamento e gestão do tempo, flexibilidade, entre outras. Também permite que eles conheçam novas culturas e ampliem suas percepções sobre sua profissão, mundo e pessoas que o habitam”, destaca. 

Michel Maffesoli

Foto: Giordano Toldo

Referência internacional, o sociólogo francês Michel Maffesoli está na PUCRS, como professor convidado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Escola de Comunicação, Artes e Design- Famecos. Nesta semana, o sociólogo ministrou duas aulas da disciplina Metodologias da Pesquisa em Comunicação e conduzirá nesta quinta-feira, 20 de outubro, o webinar Universidade, Identidade e Pós-Modernidade, promovido pela Rede Internacional Marista de Educação Superior (RIMES). A palestra terá como mediador o professor Juremir Machado da Silva, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Famecos.

Michel Maffesoli é considerado um dos maiores especialistas em pós-modernidade. Com estudos dedicados à compreensão do imaginário contemporâneo a partir da filosofia fenomenológica e da sociologia compreensiva, produziu mais de 30 livros voltados para a definição dos paradigmas da pós-modernidade.  

“O tema é atualíssimo para a realidade da RIMES. Em uma época de mudanças velozes e concepções múltiplas do que é a educação, de quem são seus interlocutores e de qual é o papel da universidade nesse cenário, a reflexão proposta pelo professor Maffesoli a esse respeito certamente será oportuna”, destaca o Pró-Reitor de Identidade Institucional da PUCRS, Ir. Marcelo Bonhemberger, presidente da RIMES e representante de língua portuguesa pela Universidade.

O webinar Universidade, Identidade e Pós-Modernidade acontece de forma gratuita, pelo Zoom e contará com tradução simultânea para o espanhol e para o português. Interessados podem ingressar na webinar diretamente neste link (senha de acesso: 886829; ID: 981 0270 4538). 

Quem poderia ser melhor referência para indicar filmes e séries do que os/as próprios/as profissionais da Produção Audiovisual e de outras áreas da comunicação? Por isso, docentes da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, que sabem tudo sobre os bastidores por trás das câmeras, prepararam sugestões de obras para você aprender mais sobre os assuntos estudados na escola. Prepare a sua pipoca e fique de olho na programação:  

Grandes cenas (2016), de Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno Grandes cenas (2016), de Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno 

A série busca examinar grandes momentos do cinema brasileiro, incluindo alguns títulos argentinos e um uruguaio. 

“Assistindo à série, não só temos a chance de rememorar ou conhecer instantes antológicos da filmografia brasileira, mas também penetramos nos corações e mentes de diretores, atores e críticos. Uma aula de cinema! Comece pelo episódio sobre Pixote e vá passeando por outros filmes incontornáveis, como Cidade de Deus e Central do Brasil. É um convite para rever os filmes, respirar audiovisual e pensar o Brasil”. 

Indicação do professor Fabiano Grandene, do curso de Produção Audiovisual. 

Abstract: The Art of Design (2017), de Scott Dadich Abstract: The Art of Design (2017), de Scott Dadich 

A primeira temporada da série da Netflix aborda a arte, ciência e filosofia do design. O objetivo da obra é ilustrar como o design influencia diversos aspectos de nossas vidas. Os episódios, disponíveis no YouTube, contam com a participação de Paula Scher (designer gráfica)Cristoph Niemann (ilustrador)Platon (fotógrafo)Tinker Hatfield (designer da Nike), Ralph Gilles (projetista de automóveis)Ilse Crawford (designer de interiores) e Es Devlin (arquiteta de cenários). 

No curso de Design trabalhamos desde o primeiro semestre com temas reais, como móveis e brinquedos para a infância. Indico, especificamente, o episódio da designer Cas Holman (segunda temporada), com sua original concepção de brinquedos infantis, desde os seus esboços iniciais até a negociação e fabricação de seus projetos por grandes empresas chinesas. O episódio mostra sua metodologia de trabalho e suas origens, resultado de uma infância feliz e livre no interior americano. Inspiração para criar de objetos e brinquedos infantis inusitados, que estimulam a imaginação. 

Indicação do professor Marcelo Martel, dos cursos de Design. 

La Casa de Papel (2017), de Jesús Colmenar La Casa de Papel (2017), de Jesús Colmenar 

Nove ladrões são liderados por um Professor para realizar o maior roubo do século na Casa da Moeda da Espanha. 

Embora a série já seja bem conhecida, eu que trabalho com a disciplina de Gestão da Conta Publicitária, indico as duas primeiras temporadas. É uma verdadeira aula sobre gestão, formação de equipes, papel do atendimento publicitário, relacionamentos, conflitos, visão estratégica e planejamento. 

Indicação da professora Márcia Christofoli, do curso de Publicidade e Propaganda. 

Scandal (2012), de Shonda Rhimes Scandal (2012), de Shonda Rhimes 

Ao deixar a posição de diretora da comunicação da Casa Branca para se dedicar a sua própria empresa de gestão de crises de imagem, Olivia Pope descobre que não deixou o passado para trás. 

Pensei em alternativas referentes às questões e expectativas da área de Relações Públicas, mas que também impactam de uma forma geral outros setores. Scandal fala sobre as relações interpessoais e de poder a serviço dos interesses individuais, muito mais do que a serviço da coletividade. 

Indicação da professora Ana Baseggio, do curso de Relações Públicas. 

The Post, a Guerra Secreta (2017), de Steven Spielberg The Post, a Guerra Secreta (2017), de Steven Spielberg  

The Washington Post, da proprietária Kat Graham, é um jornal local que pretende lançar suas ações na Bolsa de Valores para ganhar fôlego financeiro.  

Quando o New York Times inicia uma série de matérias denunciando que vários governos norte-americanos mentiram acerca da atuação do país na Guerra do Vietnã, com base em documentos sigilosos do Pentágono, o presidente Richard Nixon decide processar o jornal com base na Lei de Espionagem, de forma que nada mais seja divulgado. A proibição é concedida por um juiz, o que faz com que os documentos cheguem às mãos de Bradlee (editor-chefe) e sua equipe, que precisa agora convencer Kat e os demais responsáveis pelo The Post sobre a importância da publicação de forma a defender a liberdade de imprensa. 

O filme fala sobre Jornalismo e é indicado com 4,5 estrelas pelo Adoro Cinema. 

Mad Men (2007), de Phil Abraham Mad Men (2007), de Phil Abraham 

A série mostra Nova York nos anos 1960. Após sair do mundo das grandes agências de publicidade, através da rotina do protagonista (Don Draper) percebe-se as relações do cotidiano e as mudanças sociais e morais dos Estados Unidos na época. 

“É minha série favorita. Toda narrativa é vivida no cotidiano de agência de propaganda nas décadas de 1960 e 1970. Gosto da estética, dos conflitos comportamentais e da busca por ideias”. 

Indicação do professor Vinícius Mano, do curso de Publicidade e Propaganda. 

Fyre Festival (2019), de Chris Smith Fyre Festival (2019), de Chris Smith  

A maior festa que nunca aconteceu é um documentário que conta como um megaevento luxuoso em uma ilha particular no Caribe se tornou um desastroso fiasco, na versão dos próprios organizadores. 

“É uma abordagem mais específica, mas extremamente interessante para quem trabalha com eventos, sobre o que não fazer e como não deixar a ambição sobrepor-se a tudo. 

Indicação da professora Ana Baseggio, do curso de Relações Públicas. 

Ingresse na Escola de Comunicação, Artes e Design em 2023  

Curtiu as sugestões e se interessou pelos temas estudados na Famecos? Anota na agenda: o Vestibular da PUCRS já tem data – nos dias 5 e 6 de novembro, os portões do Campus estarão abertos esperando por você. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 31, você pode fazer a sua clicando aqui. 

cursos de férias famecos

Foto: Giordano Toldo

Quem deseja adquirir novos conhecimentos e se capacitar para o mercado de trabalho com a excelência de uma das melhores universidades do Brasil agora conta com uma novidade. A Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS está promovendo diversos cursos de extensão online nas áreas de Jornalismo, Marketing, Design, Audiovisual e Comunicação Corporativa

Contemplando práticas como estudos de caso e análises de ambiente, o portfólio reúne 11 cursos com foco na qualificação de profissionais alinhados com as transformações do mercado. As formações serão ministradas por professores da Famecos com profissionais conceituados no mercado. 

Decana da Famecos, a professora Rosângela Florczak destaca que os cursos aproximam da sociedade o conhecimento gerado na Universidade. “Na Escola, pesquisamos esses processos de mudança nas áreas de comunicação, design e artes. Os cursos de férias são um ponto de contato para compartilharmos esse conhecimento com a sociedade e com os profissionais que fazem esse mercado acontecer”. 

As aulas serão transmitidas pela plataforma Zoom, e contarão com o auxílio da ferramenta acadêmica Moodle. As inscrições podem ser realizadas pelo site do Educon, com descontos exclusivos para a comunidade acadêmica. Confira os benefícios: 

Conheça os cursos de férias disponíveis: 

Série de TV – criação e roteiro 

O curso Série de TV – Criação e Roteiro tem como objetivo apresentar conceitos teóricos e práticos sobre criação, desenvolvimento, roteirização e venda de um projeto completo de série de TV. O curso permite que os participantes se preparem para criar e vender seus próprios roteiros e projetos. O final do século XX sedimentou o que se chamou de “Terceira Era de Ouro” da Televisão, e as séries são protagonistas no novo cenário. O aluno que completar o curso será capaz desde estruturar uma narrativa seriada, analisar processos de escrita e personagens de comédia, drama até preparar um projeto para venda.   

Podcast: do projeto a distribuição 

O curso Podcasts: do projeto à distribuição tem como objetivo oferecer ao aluno conhecimentos e ferramentas para analisar e produzir podcasts pessoais ou corporativos, pensando as diferentes etapas deste processo. Haverá análise de casos da área e demonstração de caminhos estratégicos para elaborar, roteirizar e distribuir podcasts. Segundo dados recentes, o Brasil é o terceiro país que mais consome podcast no mundo. O aluno que concluir o curso saberá como fazer, ampliar e avaliar um projeto de podcast, pesquisar mercados, pensar em formatos e gêneros, construir um roteiro, deliberar a veiculação e analisar o potencial de financiamento de podcasts. 

Produção Musical 

A décima oitava edição do curso Produção Musical busca oferecer para o aluno amplo conhecimento sobre o som como linguagem de comunicação, além de apresentar processos que envolvem a composição musical, analisar a estética das sonoridades e novas perspectivas no campo musical. Apresenta, também, ferramentas para o desenvolvimento profissional no cenário da produção musical. O mercado de música no Brasil gera R$ 2,1 bilhões e dobrou o faturamento em relação a 2018. O aluno que completar o curso está capacitado para pensar o trabalho do produtor como transformador do som, analisar o mercado, desenvolver processos criativos de produção musical e se qualificar para a divulgação e promoção na área. 

Inbound Marketing Como Estratégia De Comunicação 

O curso Inbound Marketing como estratégia de comunicação busca despertar nos participantes a importância da internet na comunicação entre organizações e seus públicos, com a apresentação da metodologia Inbound Marketing visando gerar resultados. O Inbound Marketing mostra que além da propaganda, é possível atrair clientes com estratégias de conteúdos elaborados para cada etapa da jornada de compra, envolvendo muito relacionamento e engajamento com o propósito das marcas. Atualmente, 6 em cada 10 brasileiros fazem compras pela internet, sendo fundamental que os profissionais de marketing saibam como obter resultados com investimentos adequados e uma boa estratégia de comunicação digital. O aluno que receber a certificação, aprenderá a metodologia Inbound Marketing, criação de personas, mapeamento de públicos, funil de conversões e etapas da jornada de compra, produção de conteúdo para Web com técnicas de SEO, formatos e distribuição de conteúdo, estratégias de relacionamento nas redes sociais e métricas para avaliação de resultados em marketing. 

UX Design: Pocket Bootcamp 

O curso UX Design: Pocket Bootcamp tem como foco oferecer uma experiência introdutória na imersão em UX Design, além de compreensão dos principais conceitos de experiência do usuário em produtos digitais. Além disso, será possível reconhecer os elementos componentes das interfaces do usuário. Em 2021, cerca de 435 mil apps foram baixados por minuto e os usuários passam um terço das horas conectados a uma tela. O aluno que recebe o certificado aprende a identificar e resolver problemas por meio de Design Thinking, conhece ferramentas como Matriz CSG e Desk Research, analisa o mapeamento da jornada do usuário e é capaz de testar usabilidade, bem como pensar em projeto de UX Design. 

Comunicação Assertiva Para Crises De Imagem E Reputação 

O curso Comunicação assertiva para crises de imagem e reputação tem como objetivo capacitar gestores e profissionais para a compreensão do cenário de riscos presente nas organizações, sejam elas de natureza privada, pública ou do terceiro setor, bem como pessoas públicas. As crises fazem parte das rotinas de marcas e, com a crescente vigilância digital, os riscos crescem, demandando prevenção e gerenciamento para empresas e marcas pessoais. O aluno que concluir o curso se capacita para ler as transformações, analisando o ambiente midiático, a reputação e a estratégia. Também estará pronto para pensar na prevenção de crises e perceber as narrativas no contexto de caos comunicacional. 

Embalagem: da ideia à impressão 

O curso Embalagem: da ideia à impressão tem o objetivo de apresentar estratégias para criação de embalagens atrativas e funcionais, que também sejam capazes de se destacarem no ponto de venda. A área conta com um mercado promissor, já que há falta de profissionais para pensar em projetos de embalagem, um recurso estratégico que permite o estabelecimento de uma relação afetiva com o consumidor. O aluno que concluir o curso se capacita para pensar, produzir e entregar uma embalagem atraente, inovadora e responsável. 

Introdução ao Marketing Eleitoral 

O curso Introdução ao Marketing Eleitoral objetiva qualificar profissionais, equipes e candidatos para que possam atuar em áreas relacionadas ao marketing eleitoral no ciclo de 2022. A formação oferece informação sobre as etapas que vão desde a execução do planejamento, passando por noções de pesquisa e mídias digitais até o monitoramento da opinião pública. A área vem passando por inúmeras transformações, sobretudo a partir de novas ferramentas e comportamentos nas redes sociais digitais. O aluno que concluir o curso estará apto a ler cenários, entender e posicionar o discurso político e discutir a publicidade no contexto eleitoral. 

Jornalismo e Direitos Humanos 

O curso Jornalismo e Direitos Humanos tem como objetivo refletir sobre o compromisso do jornalismo com os Direitos Humanos, compreendendo a importância da imprensa, em especial para as minorias. Vamos analisar a gramática usada nas narrativas que envolvem, por exemplo, crianças, idosos e portadores de deficiência, e as possíveis saídas para um tratamento mais respeitoso. Além disso, vamos examinar os erros da cobertura da imprensa nos casos de violência policial e identificar oportunidades para um jornalismo comprometido com a paz e a justiça social. O aluno que concluir o curso vai desenvolver um olhar crítico sobre o trabalho da imprensa e também estará apto a apontar saídas para um jornalismo que defenda e promova os direitos humanos. 

Concept Art para Jogos: Criação de Personagens 

O curso Concept Art para Jogos: Criação de Personagens tem como objetivo cobrir a teoria e a prática sobre produção do design de um personagem para jogos digitais.  Serão realizados exercícios e apresentados exemplos práticos da indústria. O mercado de jogos tem tido um crescimento exponencial para produtores e consumidores, especialmente no Brasil.  O aluno que completar o curso estará capaz de pensar o processo de criação de personagens e conhecer design de personagens, além de criar uma ficha de conceito de personagem.  

reputação

Foto: Freepik

A reputação é um recurso estratégico e ideológico que potencializa esforços no sentido de materializar o propósito àqueles que se relacionam com as organizações. Empresas e instituições buscam se comunicar com mais transparência e ética, para construir confiança com seus funcionários, clientes, formadores de opinião, fornecedores, governos e sociedade. Porém, para a área da comunicação, a discussão sobre reputação ainda tem sido pouco explorada.

Na Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS, a professora Denise Pagnussatt desenvolve sua tese sobre reputação e acredita que as organizações precisam ser mais conscientes das suas práticas e dos seus discursos relacionados à sua reputação. A docente explica que as pessoas estão cada vez mais conscientes das intencionalidades das organizações e não estão mais aceitando desalinhamento entre práticas e discursos.

A docente defendeu a tese intitulada Reputação sensível: aproximações entre os discursos reputacionais e as dimensões sensíveis acionadas pela Natura, fruto de sua trajetória de 20 anos de envolvimento com organizações que buscam entender e construir sua reputação. A pesquisa contou com a orientação da professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Cleusa M. Andrade de Scroferneker, reconhecida internacionalmente por sua atuação científica em comunicação organizacional e seus desdobramentos.

Reputação sensível

A reputação é composta por sete pilares e 26 fatores, que são considerados na estratégia organizacional, como forma, de consolidar uma reputação baseada em realizações e não em discursos. De acordo com Denise, a reputação não engloba apenas questões da comunicação, mas também questões da psicologia e neurociência. A pesquisadora explica que a área envolve expressões e aspectos que são aproximados às emoções, aos sentimentos, aos afetos e afetividades, que são discursos manifestados em texto com natureza sensível, como felicidade, orgulho, tristeza, confiança ou mesmo decepção.

Em sua tese, a docente desenvolve uma abordagem que propõe aproximações entre Comunicação e Administração com a Psicologia Social, apresentando o conceito de Dimensões Sensíveis, que foi proposto com base no neurocientista português António Damásio. A relação explica que as Dimensões Sensíveis envolvem emoções, sentimentos e afetos, que são evidenciados todos os dias por diversas organizações em seus discursos, procurando acionar esse sensível que vive nos públicos de interesse.

Professora Cleusa Scroferneker e professora Denise Pagnussatt

Professora Cleusa Scroferneker e professora Denise Pagnussatt / Foto: Marinah Nogueira/Famecos

Na pesquisa, é desenvolvida uma análise da prática enunciada pela Natura, empresa brasileira que atua no setor de produtos cosméticos, pois se enquadra no conceito de Reputação Sensível, de acordo com pesquisadora. A professora explica que as organizações com reputação sensível têm a capacidade de acionar dimensões sensíveis que são mobilizadoras da transformação social e humana. Nessa lógica, essas organizações sabem do seu papel e do seu poder e usam de forma consciente e responsável.

Ou seja, a Reputação Sensível acontece quando a estratégia dialoga com os públicos de interesse, cujo caráter é positivo, humano e social, favorecendo e apoiando sua atuação sustentável, ética e transparente. De acordo com a tese, quanto mais organizações se atentarem às dimensões sensíveis que estão envolvidas nas suas relações com os públicos, mais teremos organizações protagonistas da evolução da sociedade como um todo.

Nas conclusões da análise, a professora ressalta que a Reputação Sensível reconhece na comunicação organizacional, possibilidades de valorizar as práticas e os discursos reputacionais como forma de uma atuação mais sustentável e responsável.

“Os caminhos da Reputação Sensível começam pelas pessoas, passando pelo mapeamento dos públicos de interesse, ou seja, com quem a organização se relaciona e realiza trocas simbólicas. Reconhecer nas pessoas a centralidade das estratégias, permite lucidez para vislumbrar o que elas valorizam, o que faz sentido e especialmente, faz sentir”, destaca a pesquisadora.

Reconhecimento

A professora Denise Pagnussatt também atua como coordenadora do Curso de Comunicação Empresarial e do curso de Relações Públicas da PUCRS. Sua tese foi reconhecida pela Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas (ABRAPCORP) e esteve entre as finalistas do Prêmio Abrapcorp de Teses.

“A ABRAPCORP é uma das principais associações da área de relações públicas e comunicação organizacional e discute criticamente as tendências e os cenários da comunicação brasileira. E esse reconhecimento reforça a excelência do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUCRS, a excelência da atuação da professora Scroferneker e também reforça o valor da ciência como forma de transformação da nossa sociedade”, celebra a docente.

 

desenvolvimento de jogos digitais

Foto: Christina Morillo/Pexels

O mercado de jogos não para de crescer no Rio Grande do Sul, no Brasil e no mundo. Apenas no Estado, já são mais de 50 empresas no setor. Publicada em 2020, a Pesquisa Game Brasil apontou que mais de 70% dos brasileiros são adeptos a jogos eletrônicos. Neste mesmo ritmo, o mercado aquecido vem inspirando atualizações também na área acadêmica – e a Especialização em Desenvolvimento de Jogos Digitais da PUCRS apresenta os reflexos desse movimento em sala de aula.

Com dez anos de construção de conhecimento, o curso passou por mudanças significativas que o tornaram ainda mais aderente aos diferentes públicos que buscam se aperfeiçoar na área. De acordo com um dos dois coordenadores do curso, o professor André Pase, a especialização conta com grandes diferenciais: a abordagem em duas linhas conectadas – Programação e Design; a receptividade para alunos e alunas de áreas e perfis diferentes; a parceria com a Aquiris, empresa especialista em criação de jogos; e a bolsa-auxílio para os melhores estudantes. Esta é uma das marcas da proposta da Universidade, desenvolvida de maneira multidisciplinar pela Escola Politécnica e Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos.

“O curso permite que alunos e alunas com diferentes bagagens cursem as disciplinas escolhendo uma das duas ênfases em alguns momentos, mas também trabalhando coletivamente em outros saberes. Assim, conseguimos provocar na sala de aula o que ocorre no mercado de trabalho, times de diversos saberes trabalhando em conjunto”, explica o coordenador.

Na prática, como funciona o curso?

O curso é dividido em duas ênfases, sendo que uma é dedicada a explorar os aspectos da programação, com disciplinas sobre o universo 2D e 3D, por exemplo. Enquanto a outra explora aspectos da modelagem de personagens e narrativas.

A ênfase de Programação é voltada para profissionais formados em cursos de Computação, como Ciência da Computação, Engenharia de Computação, Engenharia de Software ou Sistemas de Informação. São quatro disciplinas sobre os tópicos essenciais da área para o desenvolvimento de jogos digitais: programação de jogos 2D e 3D, técnicas de Inteligência Artificial e a utilização de redes de computadores para jogos multiplayer.

Já a ênfase de Design é voltada para profissionais formados em cursos de Comunicação Social, Tecnologia em Produção Audiovisual, Design Gráfico e Letras. Aqui, é possível explorar técnicas essenciais da indústria como modelagem e animação, além da produção de roteiros e design de conteúdo para jogos digitais.

desenvolvimento de jogos digitais

Foto: Divulgação

Tanto no início como no final do curso foram inseridas disciplinas que conectam todos os saberes. Além disso, há disciplinas com temáticas de gerenciamento de equipes e empreendedorismo, e o desenvolvimento de um projeto no final do curso – no momento de maior maturidade do estudante. O objetivo é estimular os alunos e alunas a pesarem a carreira já com uma bagagem densa de conhecimento sobre a área. 

“O estudante deve optar pela ênfase que faz mais sentido para ele, mas pode cursar as disciplinas da outra ênfase sem custo adicional. Desta forma é possível aprimorar uma área ou também buscar o conhecimento de outra ao mesmo tempo”, pontua Pase.

Finalizei a especialização, e agora? 

As possibilidades de atuação na área de desenvolvimento de jogos digitais são bem variadas e também estão em crescimento. Segundo o professor André Pase, a área registrou expansão inclusive na pandemia, com demanda permanente por jogos novos e criativos. Ele explica que, além da possibilidade de montar o próprio estúdio e distribuir sua produção globalmente pelas lojas digitais, outras áreas demandam cada vez mais o egresso da área.

“Pensando localmente conectado com o mundo, a Associação de Desenvolvedores de Jogos do Rio Grande do Sul (ADJogos) é um hub importante para a integração de empresas e constantemente indica como as empresas do Estado precisam de profissionais qualificados. Ainda nesse aspecto, o programa GameRS colocou o assunto na pauta do desenvolvimento econômico local, mas com uma atuação reconhecida em outros espaços”, recomenda.

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O professor também alerta para a relevância do profissional de jogos para o desenvolvimento dos metaversos, espaços em 3D imersivos online construídos a partir de softwares desenvolvidos para a produção de jogos. Estas mesmas ferramentas também são usadas cada vez mais para produzir cenários digitais para o mercado audiovisual.

Sobre os desafios do mercado

Já que a expansão do universo gamer é uma realidade, é importante identificar que crescem também as demandas do público. Crianças e idosos, por exemplo, estão se aproximando cada vez dos jogos digitais e, por isso, o curso de especialização da PUCRS oferta o conteúdo necessário para preparar os profissionais para um cenário diverso e bastante exigente.

“O jogador de Atari de ontem é o avô de hoje que quer uma diversão digital, mas que seja acessível e direta. No outro lado do espectro, as crianças cada vez mais são expostas aos aparelhos com jogos que desenvolvem suas capacidades. Neste caso o desafio é encontrar um formato que seja atrativo, mas que também deixe claro para os pais o que está acontecendo dentro do mundo virtual.” 

O professor explica que as particularidades e perfis de cada público são discutidas em sala de aula com o objetivo de entender e conhecer o usuário do outro lado da tela. “Interpretar estes dados no processo criativo é um diferencial importante”, afirma.

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