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Medicina: saiba mais sobre a profissão que usa a ciência e a empatia para cuidar do ser humano 

A carreira de médico possibilita a atuação em 55 especialidades, diversos ambientes e contextos sociais 

segunda-feira, 27 de janeiro | 2025

A taxa de empregabilidade na Medicina chega a 92%, o maior percentual registrado na pesquisa realizada pelo Instituto Semesp. / Foto: Giordano Toldo

Desde a antiguidade, a Medicina é uma das profissões mais importantes e respeitadas que existem, afinal os médicos são responsáveis por cuidar da saúde e salvar a vida das pessoas. A humanidade certamente não teria chegado aos dias de hoje sem eles e outros profissionais da área, como enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas e cirurgiões-dentistas.  

Por sinal, a longevidade no Brasil e no mundo está aumentando. A expectativa de vida atual no país é de 76,6 anos, mas deve crescer para 81,91 em 2054. Já a média global em 2024 chega aos 73,3 anos e tem a perspectiva de alcançar os 77,4 anos daqui três décadas. Isso significa que os médicos serão ainda mais necessários no futuro para garantir que a população tenha uma vida não só mais longa como também com qualidade e bem-estar

E sabia que existem 55 especialidades que a pessoa formada em Medicina pode seguir? Pois é, essa carreira oferece múltiplos caminhos, além de diversos ambientes de trabalho, possibilidades de ótimas remunerações e, acima de tudo, a oportunidade de fazer a diferença na vida de muita gente. Ser médico exige responsabilidade, comprometimento e empatia, mas também é uma profissão muito gratificante e humanitária.  

Se você está pensando em cursar Medicina, continue lendo o artigo para descobrir quais são as principais especialidades — e algumas das mais curiosas também —, como se tornar um profissional de destaque, saber como anda o mercado de trabalho no setor e muito mais! 

  1. O que o médico faz? 
  1. Quais são as perspectivas de trabalho? 
  1. Como está o mercado na área? 
  1. Como se destacar sendo médico? 
  1. O curso de Medicina tem a ver comigo? 

O que o médico faz?

Antes de explicar quais são as atividades do dia a dia desse profissional, vamos entender um pouco melhor o propósito da Medicina. Em latim, essa palavra significa “arte de curar“, que é uma ótima definição sobre a missão do médico. Ele utiliza a arte e a ciência para diagnosticar, tratar e prevenir doenças, além de promover a saúde e o bem-estar da população. 

Essa carreira também tem uma forte conexão com as questões sociais, uma vez que lida diretamente com pessoas de diferentes locais, culturas, formações, origens socioeconômicas e estados emocionais. Um dos deveres do médico, por exemplo, é enfrentar os desafios impostos pelas desigualdades, assumindo o seu papel na sociedade como um profissional capaz de garantir a melhor assistência possível e a segurança de cada paciente. 

Quanto às tarefas que o médico realiza na sua rotina, elas variam bastante de acordo com a especialidade, o local de atendimento, os recursos disponíveis, entre outros fatores. Por exemplo, quem atua em hospitais públicos, consultórios particulares e na indústria farmacêutica tem atividades completamente diferentes, mas o objetivo é sempre o mesmo: cuidar da saúde e do bem-estar das pessoas.  

Uma forma de visualizar o trabalho do médico em diferentes contextos é assistindo a séries e documentários que mostram o dia a dia da profissão. Entre as produções de ficção mais famosas estão Grey’s Anatomy, Dr. House e Sob Pressão. Algumas dicas de obras que retratam a realidade são Extremis, Emergência: Nova York e Drauzio em Campo: Líbano e Jordânia. Mesmo que sigam um roteiro e sejam editadas, elas podem ajudar a ter uma ideia do que o profissional de Medicina faz em especialidades e ambientes variados.  

Quais são as prespectivas de carreira?

Assim que se forma na graduação e recebe o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), o médico pode atuar como generalista em hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPA), prontos-socorros, Unidades Básicas de Saúde (UBS), clínicas particulares etc. Entre as atividades que pode realizar estão a prescrição de medicamentos e exames de rotina, a avaliação preventiva de doenças, o monitoramento de condições crônicas e o encaminhamento de casos mais complexos para outros profissionais. 

Se não quiser parar os estudos na graduação, o próximo passo seria fazer uma residência médica. Esse é um curso prático, que dura entre dois e cinco anos, conforme a especialidade, e prepara o profissional para trabalhar na área em que tiver maior interesse. E não são poucas as opções, viu? O Conselho Federal de Medicina (CFM) reconhece 55 especialidades, como: 

  • Clínica Médica: foca no diagnóstico e tratamento de doenças em adultos, com uma abordagem ampla e geral de diversas condições clínicas. 
  • Pediatria: cuida da saúde de crianças e adolescentes. Diagnostica e trata doenças, acompanha o crescimento, avalia o desenvolvimento e orienta os pais. 
  • Cirurgia Geral: realiza procedimentos invasivos para resolver problemas como hérnias, pedras na vesícula, úlceras gástricas, entre outros. 
  • Ginecologia e Obstetrícia: cuida da saúde da mulher como um todo, que inclui o aparelho reprodutor feminino, as mamas, a gestação e o parto. 
  • Psiquiatria: realiza o diagnóstico e tratamento de transtornos mentais e emocionais, como depressão, ansiedade, esquizofrenia e transtorno bipolar, por exemplo. 
  • Medicina de Família: faz o acompanhamento contínuo de pacientes ao longo de suas vidas, tendo uma visão mais próxima da saúde das pessoas e da comunidade. 
  • Cirurgia Plástica: realiza procedimentos invasivos para melhorar a estética e reconstruir partes do corpo afetadas por problemas congênitos ou adquiridos. 
  • Dermatologia: dedica-se ao diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças e alterações relacionadas à pele, unhas, cabelos e pelos. 
  • Ortopedia e Traumatologia: atua em problemas crônicos e congênitos e traumas agudos nos ossos, músculos, tendões, ligamentos, articulações, cartilagem e outros tecidos. 
  • Neurologia: é responsável por diagnosticar e cuidar de distúrbios do sistema nervoso, que inclui o cérebro, a medula espinhal, os nervos e os músculos. 
  • Medicina de Emergência: realiza o diagnóstico e aplica tratamentos a pacientes que precisam de cuidados imediatos em situações de emergência, como em chamados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e atendimentos nas emergências em clínicas e hospitais. 
  • Genética Médica: avalia pacientes e familiares, faz o diagnóstico de anomalias congênitas ou adquiridas, trata doenças genéticas, realiza aconselhamento genético, entre outras atividades. 
  • Medicina Esportiva: cuida de pessoas que praticam esportes e exercícios físicos para prevenir, tratar, reabilitar e melhorar o desempenho, sejam elas atletas amadoras ou profissionais. 
  • Medicina Legal e Perícia Médica: contribui para a resolução de crimes realizando perícias em corpos humanos e documentos médicos. Também pode atuar na análise de condições de seguros de vida e na emissão de laudos sobre a capacidade do trabalhador para realizar suas funções. 
  • Medicina Aeroespacial: cuida da saúde, segurança e desempenho de quem atua em ambientes aeronáuticos e espaciais. 

Além disso, o médico pode seguir a carreira acadêmica, dedicando-se ao ensino e à pesquisa, e a de gestão de saúde, contribuindo para a formulação de políticas públicas e administração hospitalar. 

Como está o mercado na área?

O profissional pode pode atuar como generalista em hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPA), prontos-socorros, Unidades Básicas de Saúde (UBS), clínicas particulares, entre outros. / Foto: Envato Elements

Tanto nas universidades públicas quanto privadas, a Medicina está em segundo lugar no ranking de graduações mais concorridas e, consequentemente, difíceis de entrar no Brasil. Por isso, quem quer se tornar médico precisa ter muita disciplina nos estudos e resiliência até passar em um vestibular ou conquistar uma vaga pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 

Mas todo o esforço prévio e durante o curso é compensado ao se formar. A taxa de empregabilidade chega a 92% no setor médico, o maior percentual registrado na pesquisa realizada pelo Instituto Semesp. Ou seja, as chances de conseguir um emprego depois de pegar o diploma e ter o registro no CRM são altíssimas, principalmente nas menores cidades do país. 

Sim, você não leu errado. As capitais brasileiras têm, em média, 6,27 médicos por habitante. Já nas regiões metropolitanas a taxa cai para 1,06 e no interior fica em 2,27. Isso significa que grande parte dos profissionais se concentra nas metrópoles, enquanto outros tantos municípios lidam com a escassez de pessoas formadas na área.  

Muitas das cidades que sofrem com a falta de assistência estão nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, mas isso não acontece pela ausência de oportunidades. É o baixo interesse dos médicos em atender em locais afastados dos grandes centros urbanos que gera essa desigualdade. E como mudar isso? Formando novos profissionais e proporcionando condições de trabalho e de vida mais próximas às das capitais. 

Como se destacar sendo médico?

Antes de mais nada, é preciso gostar muito de estudar. São, pelo menos, seis anos de graduação e dois de residência, sem falar no tempo de preparação para o vestibular antes mesmo de começar a formação. Mas não para por aí, o profissional de Medicina que realmente quiser se tornar uma referência na sua especialidade deve buscar novos conhecimentos constantemente e manter-se atualizado com o que existe de mais moderno no seu segmento. 

A PUCRS, por exemplo, tem cursos de pós-graduação voltados tanto para o aperfeiçoamento técnico quanto para o campo acadêmico e de pesquisa. As Práticas Médicas Hospitalares (PMHs) em Infectologia, Medicina do Trabalho, Medicina Física e Reabilitação e Radiologia Diagnósticos por Imagem são algumas opções de especializações que podem ser cursadas antes mesmo da residência. A Universidade ainda conta com PMHs em diversas outras áreas, porém elas exigem que pessoa já seja especialista para se inscrever. 

Alternativas mais direcionadas para quem quer ser pesquisador e professor são os Programas de Pós-Graduação da PUCRS em Gerontologia Biomédica, Pediatria e Saúde da Criança e Medicina e Ciências da Saúde, que permitem ao profissional recém-formado emendar a graduação no mestrado e, depois de concluí-lo, no doutorado.  

Além de ter o máximo de conhecimento técnico, o médico precisa desenvolver competências pessoais e interpessoais para ser bem-sucedido no mercado. Ter atitudes éticas, saber trabalhar sob pressão, conseguir tomar decisões rápidas e assertivas, comunicar-se bem com pacientes e colegas de equipe e possuir uma visão crítica e atualizada sobre novas tecnologias e avanços científicos são algumas dessas habilidades fundamentais para desempenhar as atividades do dia a dia da melhor forma possível. 

O curso de Medicina tem a ver comigo? 

Por ser uma carreira com grandes desafios e responsabilidades, a pessoa que pensa em cursar Medicina precisa gostar muito de lidar com pessoas e de estudar, ser curiosa e atenta a detalhes, saber lidar com situações emocionais delicadas, ter humildade, sensatez, cuidado, compaixão e senso de justiça. Se você acha que não possui todas essas características ainda, fique tranquilo porque muitas delas são desenvolvidas ao longo da formação. 

O médico trabalha diretamente com o corpo humano, então ter interesse em biologia, química e anatomia já é meio caminho andado para um futuro profissional da área. Aliás, todas essas matérias estão presentes desde o início da graduação em Medicina. Confira as disciplinas do primeiro semestre do curso da PUCRS: 

  • Anatomia Humana I 
  • Aproximação à Profissão Médica I 
  • Biofísica I 
  • Bioquímica I 
  • Genética Médica 
  • Histologia Humana Aplicada à Medicina I 
  • Microbiologia Humana 
  • Parasitologia Humana 

Essa é uma graduação longa e que tem muitas atividades sobre ética e bioética, segurança do paciente, espiritualidade na prática médica, cuidados paliativos, entre outros temas. Mas, além delas, o curso também foca muito nas disciplinas voltadas para as especialidades, por exemplo: 

  • Neurociências e Saúde Mental 
  • Prática em Cirurgia 
  • Prática em Clínica Médica 
  • Prática em Ginecologia e Obstetrícia 
  • Prática em Pediatria 
  • Trauma e Emergência 
  • Medicina Legal e Deontologia Médica 

Com nota máxima no Ministério da Educação (MEC), a graduação em Medicina da PUCRS está entre as melhores do Brasil, ficando em primeiro lugar entre as universidades privadas do País. A excelência do curso passa por diversos fatores, mas um dos mais importantes é o corpo docente, composto por profissionais altamente qualificados tanto na área acadêmica quanto na atuação em suas especialidades. 

Outro destaque é a infraestrutura da Universidade, que possui espaços como o Laboratório de Habilidades Médicas e Simulação Realística, onde são realizados treinamentos de microcirurgia, aulas práticas de simulação e atividades científicas das Ligas Acadêmicas. Os estudantes também utilizam o Centro Universitário Vila Fátima para o desenvolvimento de trabalhos voltados à atenção primária em saúde, assim como o Hospital São Lucas, que abrange praticamente todas as especialidades médicas e oferece uma área de emergências e laboratórios com avançadas técnicas de diagnóstico e tratamento. 

O curso da PUCRS também proporciona o contato com o Instituto do Cérebro (InsCer), onde renomados neurocientistas desenvolvem pesquisas inovadoras na área, o Instituto de Geriatria (IGG), dedicado a ações interdisciplinares sobre o envelhecimento, e o Tecnopuc, considerado um dos maiores polos de tecnologia do País. Além disso, os alunos têm a oportunidade de concorrer a bolsas de iniciação científica no Projeto Mente Criativa e fazer uma parte do Internato (estágio obrigatório) em Instituições do exterior conveniadas. 

A Medicina é fascinante, concorda? Como uma das profissões mais antigas e importantes do mundo, ela tem a missão de cuidar de forma integral da saúde e qualidade de vida do ser humano, desde a prevenção até a cura de doenças. Está pensando em se tornar médico, mas ainda quer mais informações sobre o curso?