O curso de Programação Web será presencial com duração de um semestre na Fundação Irmão José Otão (Fijo), na PUCRS
Interessados em ingressar na área da tecnologia já podem se inscrever no curso de formação profissional de Programação Web do Instituto da Oportunidade Social (IOS). O curso acontece na Fundação Irmão José Otão (Fijo) e é destinado a jovens de 15 a 29 anos, que estejam cursando ou já tenham concluído o ensino médio na rede pública. As inscrições vão até 28 de agosto no site do IOS e as aulas acontecem presencialmente de segunda a sexta-feira, com duração de até seis meses, no Campus da PUCRS (prédio 2). O Instituto da Oportunidade Social (IOS) atua há 26 anos na formação e empregabilidade de jovens para o mercado de trabalho por meio de cursos gratuitos
O curso oferecido não exige conhecimentos prévios, e além do conteúdo específico também são abordados conceitos administrativos com aulas práticas em softwares de gestão, Língua Portuguesa e Matemática, Empregabilidade, Cidadania e Comportamento (Soft Skills). Na grade curricular também são contemplados conceitos e práticas de vivência corporativa, que ensinam o aluno elaborar e-mails, apresentações, participar de reuniões, ter visão do negócio e até mesmo desenvolver um produto.
A formação busca formar profissionais aptos a desenvolver sites, desde sua programação à web design, tendo condições plenas de aprender novas linguagens (CSS, HTML5 e Javascript) e se destacar na profissão. Ao final do curso, estudantes formados podem participar do Programa IOS de Oportunidades, que busca vagas de empregos principalmente entre as empresas parceiras da instituição, além de vagas para formação universitária, durante três anos após a formação.
O IOS já formou mais de 45 mil profissionais para os setores de Tecnologia da Informação, Administração, RH e Atendimento ao Cliente, ampliando a renda dessas famílias em até 63%.
Criado há 26 anos, o Instituto da Oportunidade Social desenvolve projetos de formação profissional gratuita em temas variados. “Administração” e “Tecnologia” compõem a grade de cursos, além do enfoque comportamental. Está entre as melhores ONGs do mundo de acordo com o ranking TheDotGood e qualificado como Entidade Beneficente de Assistência Social certificada pelo CEBAS, o IOS já formou mais de 45 mil profissionais para os setores de Tecnologia da Informação, Administração, RH e Atendimento ao Varejo.
A instituição é mantida por empresas privadas como a TOTVS – sua fundadora e principal mantenedora -, Dell e Zendesk. Juntam-se a este grupo empresas e organizações que apoiam em projetos específicos – Banco ABC, e-Core, EMpower, Globant, Instituto Localiza, Microsoft, Santander e Ypê, – e que realizam doações via Incentivo Fiscal, como a 99 App, Apsen, Axa, B3, BRQ, Chevrolet Serviços Financeiros, Elo, Eternit, IBM, Instituto Center Norte, Instituto Cyn, Isa CTEEP, Itaú Seguros, Léo Madeiras, LOGA, Lojas Marisa, Mercado Livre, Nubank, Porto Seguro, PwC, RTM, Siemens, Squid, Supplier, Unisys, entre outras.
O especialista em design sustentável André Cavalhal ministrou a palestra Sustentabilidade – Por onde começar? / Foto: Giordano Toldo
Entre os dias 12 e 16 de agosto, a Universidade promoveu a Semana PUCRS Sustentável, evento gratuito e aberto à comunidade, que contou com mais de 500 participantes. Quem compareceu às atividades teve a oportunidade de conhecer e se aprofundar em práticas socioambientais através de painéis, palestras e oficinas. Durante a Semana, a PUCRS abordou a relevância de ações sustentáveis para a promoção de impacto positivo real para as pessoas.
A Semana PUCRS Sustentável trouxe uma programação que reforça o compromisso da Universidade com a sustentabilidade. O tema Presença consciente na vida e no planeta abordou temas latentes como mudanças climáticas e consumo consciente aplicados ao universo PUCRS.
Em 2016 foi dado o primeiro passo dessa jornada sustentável: a gestão eficiente de resíduos. Foi construída uma central de resíduos que recebe e trata uma variedade de materiais, incluindo recicláveis, rejeitos, orgânicos, EPIs e resíduos de construção civil. Cada resíduo é cuidadosamente triado, classificado de acordo com seu material e tecnologia de disposição final, e destinado de forma responsável.
“O projeto foi idealizado a partir da definição dos pilares de impacto da Universidade, refletindo em responsabilidade social, ambiental e de governança. Na PUCRS, utilizamos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável como guia para os projetos de impacto. Dessa forma investimos em ações de eficiência energética e redução do consumo de água, monitoramento de emissões de gases, gestão eficiente de resíduos e projetos de impacto social positivo”, comenta a analista de sustentabilidade da Universidade, Flávia Ávila.
Nesta edição, aconteceram diversas ações, com convidados internos e externos. Na segunda-feira, o painel Desafios e perspectivas do Direito Climático: rumo a um futuro legalmente sustentável, com os professores Ingo Wolfgang Sarlet e Gabriel Wedy. Na terça-feira, foram oferecidas duas oficinas: A Central de Resíduos como aceleradora de práticas sustentáveis e Compostagem: solução de economia circular para o resíduo orgânico com Igapó, além do painel Transformando o futuro: Entendendo as mudanças climáticas e construindo cidades sustentáveis, com os professores Cibele Vieira e Luciano Zasso.
Ainda houve a palestra Na trilha dos Ingredientes: Descobrindo a essência da Cozinha de Natureza com o Chef. Rodrigo Bellora e o painel Sustentabilidade no prato: Desvendando a cadeia alimentar consciente, com Irany Arteche e Mariana Weckerle, na quarta-feira. Para finalizar, na quinta ocorreu novamente a oficina A Central de Resíduos como aceleradora de práticas sustentáveis, e na sexta, a palestra Sustentabilidade – Por onde começar?, com André Carvalhal.
Mais de 500 pessoas participaram das oficinas, palestras e painéis com especialistas em diversos assuntos relacionados a sustentabilidade. / Foto: Giordano Toldo
“Para um primeiro evento deste porte, a expectativa, que era fomentar o diálogo, voltar as atenções para este tema tão relevante e de impacto, foi alcançada. A ideia é realizar painéis abordando sustentabilidade a cada dois meses, trazendo as ações que mais estão nos impactando naquele momento. Também enviamos uma pesquisa aos participantes, para que eles nos ajudem a construir a Semana do ano que vem, pedimos temas, pautas e pessoas que sejam relevantes e que o nosso público tenha interesse para a próxima edição”, compartilha Caroline Luckow, coordenadora de Sustentabilidade Ambiental e Bem-estar das Pessoas.
As pessoas participantes dos eventos da Semana PUCRS Sustentável ganharam copos da Menos 1 Lixo, que são reutilizáveis e projetados para substituir os descartáveis, reduzindo assim a quantidade de lixo gerado. Feitos de silicone, um material durável, resistente e livre de BPA, eles são seguros para a sua saúde e para o meio ambiente. Além disso, são compactos e dobráveis, facilitando o transporte.
Os eventos climáticos que atingiram recentemente nosso Estado, mais do que nunca, nos provam a urgência de pensarmos um futuro mais consciente e sustentável para um mundo que pede por respostas. A Universidade reitera seu compromisso em seguir promovendo práticas que geram impacto social positivo no presente – e um desenvolvimento mais sustentável no futuro.
Fotos: Giordano Toldo
A PUCRS se destaca por implantar uma gestão inteligente de resíduos que envolve a redução consciente do desperdício, reutilização de materiais e reciclagem eficiente. / Foto: Giordano Toldo
A administração eficiente dos resíduos sólidos urbanos representa um dos principais desafios enfrentados pelo Brasil, visto que apenas 4% desses sedimentos são reciclados ou reaproveitados. A rápida urbanização e o aumento da produção de resíduos têm intensificado a pressão sobre os sistemas de gestão existentes, gerando uma série de complexidades ambientais, sociais e econômicas. Neste contexto, é também é de interesse que municípios abordarem questões relacionadas à coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos de maneira estratégica e sustentável.
Desde 2016, a central de resíduos da PUCRS desempenha um papel fundamental na gestão adequada dos resíduos, promovendo a separação e o tratamento apropriados dos materiais descartados pela Universidade. Isso contribui para a redução do impacto ambiental, a promoção da reciclagem e a minimização da quantidade de resíduos destinados a aterros sanitários. Este trabalho de segregação é realizado por uma empresa parceira, que é responsável por vender os materiais para recicladoras autorizadas, e parte do valor é revertido em forma de desconto na prestação do serviço.
“Importante salientar que no âmbito da gestão e do gerenciamento dos resíduos sólidos deve ser observada a ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final adequada dos rejeitos”, destaca Caroline Luckow, coordenadora de Sustentabilidade Ambiental e Bem-Estar das Pessoas na PUCRS.
O Brasil é o campeão da geração de lixo entre os países da América Latina, representando 40% do total gerado na região – o que significa o descarte de 540 mil toneladas por dia, segundo a ONU Meio Ambiente, programa das Nações Unidas. A separação dos resíduos é um problema relevante, visto que vários municípios ao redor do país não possuem uma central de reciclagem disponível aos moradores, sendo obrigados a conviver com aterros ou lixões.
“A persistência dos lixões no Brasil, até 2025, é uma preocupação ambiental significativa, pois pode resultar em danos irreversíveis ao meio ambiente, contaminação do solo e recursos hídricos, além de impactos na saúde pública”, aponta.
O setor empresarial foi recentemente responsabilizado pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) pelo sistema de logística reversa (que significa a destinação correta ou reaproveitamento dos resíduos), porém ainda não foi implantado. A priorização de setores mais tradicionais é um dos fatores para a complicação, além da falta de compromisso social que é visto em setores acadêmicos com motivações diversas como pesquisas ou valores éticos. Por esse motivo, as universidades e escolas são fundamentais no ensino do cuidado do meio-ambiente, desde a coleta até o descarte correto, explica Caroline.
“A implementação efetiva de políticas, investimentos em infraestrutura e conscientização são necessários para mitigar os impactos negativos e promover um ambiente mais saudável. Quanto mais se adia a transição, maior é o risco de danos ambientais irreversíveis”, pontua.
O resíduo mais gerado no Campus da PUCRS, segundo dados do setor de Sustentabilidade Ambiental e Bem-Estar das Pessoas, é o de podas, seguido do rejeito orgânico – com um total de 473 toneladas. A quantidade dos dois resíduos somados é igual ao montante descartado incorretamente encontrado nos rios do município de Estância Velha, que possui apenas 5% da população atual de Porto Alegre.
A PUCRS se destaca por implantar uma gestão inteligente de resíduos que envolve a redução consciente do desperdício, reutilização de materiais e reciclagem eficiente. Na Universidade, o resíduo derivado da construção civil é enviado para um centro de beneficiamento de caliça (reboco), onde ele é avaliado, classificado e processado, possuindo como objetivo a redução no impacto ambiental e promoção da economia circular.
A Central de Resíduos da PUCRS adota uma prática de multiplicadores de informação integrada ao programa PUCRS Sustentável, que visa sensibilizar todos que interagem com o Campus por meio de oficinas e treinamentos. Essa iniciativa contribui para a conscientização da população de Porto Alegre. A cidade encontra-se atualmente na quinta posição entre as Capitais brasileiras no ranking de reciclagem, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Caroline explica que a atuação da Universidade é de uma cidade de pequeno porte, pela grande circulação de pessoas, e a eficácia da mensagem é altamente influenciada pelo método de tratamento.
“Nosso método é visual e manual, são práticas sustentáveis e transparentes, podendo inspirar a comunidade a adotar comportamentos similares, pois pode ser aplicado por qualquer um de nós”, conta a coordenadora.
Para contribuir com o cuidado com o meio ambiente, o primeiro passo é o descarte correto do lixo. Na cartilha disponibilizada pela PUCRS estão todas as dicas para o descarte na Universidade, que você pode conferir aqui: Cartilha de orientações.
Saber separar os resíduos facilita o processo de reciclagem. / Foto: Giordano Toldo
Contribuir para o gerenciamento adequado de resíduos sólidos urbanos é uma responsabilidade coletiva. Listamos 6 dicas de como colaborar para melhorar o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos:
Classificar os resíduos em categorias como recicláveis, orgânicos e resíduos perigosos é fundamental. Isso facilita o processo de reciclagem e evita a contaminação de materiais recicláveis.
Utilize os sistemas de coleta seletiva disponíveis na região para descartar materiais recicláveis. Isso inclui papel, plástico, metal e vidro. Importante estar ciente dos locais de coleta de recicláveis na comunidade.
Para resíduos orgânicos, considerar a prática da compostagem em casa é uma alternativa. Isso não apenas reduz a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários, mas também produz um material rico em nutrientes que pode ser usado como adubo.
Busque consumir alimentos de forma consciente e reutilizar itens sempre que possível. A redução do desperdício contribui significativamente para a diminuição do volume de resíduos gerados.
Lembre-se de descartar os aparelhos eletrônicos antigos e pilhas em locais específicos para evitar a contaminação do solo e da água por substâncias tóxicas.
Optar por sacolas reutilizáveis em vez de sacolas plásticas descartáveis ao fazer compras. Isso reduz a quantidade de plástico de uso único que contribui para a poluição ambiental.
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Na PUCRS, entendemos a importância de sermos presença consciente na vida e no planeta. Por isso, entre os dias 12 e 16 de agosto, acontece a Semana PUCRS Sustentável, evento focado no compartilhamento de práticas socioambientais. Através de painéis, palestras e oficinas, falaremos sobre a relevância de ações sustentáveis para a promoção de impacto positivo real para as nossas pessoas. A atividade é aberta para toda comunidade acadêmica.
Iniciativa tem como público-alvo pessoas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul
O serviço foi desenvolvido para ajudar a população a cuidar da saúde mental após as enchentes no RS. / Foto: Lucas Azevedo
Já está disponível uma iniciativa que oferece apoio psicológico às pessoas atingidas pelas fortes enchentes de maio no Rio Grande do Sul. O programa chamado Text4Hope-RS é uma parceria do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trauma e Estresse (NEPTE) da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e da Dalhousie University do Canadá que envia mensagens de texto baseadas na terapia cognitivo-comportamental (TCC).
O professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS Christian Kristensen explica que além de gratuito, o serviço foi desenvolvido especialmente para ajudar a população gaúcha a cuidar da saúde mental e do bem-estar emocional após as fortes chuvas que causaram diversos prejuízos ao estado.
“As recentes enchentes no Rio Grande do Sul causaram impactos devastadores em nossas comunidades. Sabemos que eventos como esse podem afetar profundamente nossa saúde mental. Estudos em diversos países mostram que a exposição a catástrofes desta natureza pode aumentar problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, e que estes problemas podem persistir por meses ou mesmo anos”, sintetiza.
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Depois disso, a pessoa já estará inscrita e começará a receber mensagens baseadas na TCC, com conteúdos sobre autocuidado, apoio emocional e resiliência. O SMS é enviado diariamente, às 9h, durante três meses. O cancelamento do serviço gratuito pode ser feito a qualquer momento.
“Ler e refletir diariamente sobre o conteúdo das mensagens e sobre como os pensamentos e emoções influenciam nos nossos comportamentos, pode fazer uma grande diferença no bem-estar emocional de cada pessoa”, conclui o professor.
Neste semestre as atividades são presenciais. Confira as instituições participantes do projeto e realize sua inscrição
É necessário que os candidatos tenham disponibilidade para dedicar de 2 a 4 horas semanais para o voluntariado. / Foto: Giordano Toldo
Mais um semestre que se inicia e as oportunidades de sermos protagonistas de uma trilha solidária nos aproxima. O Voluntariado segue transformando vidas e gerando experiências significativas junto dos participantes com as instituições parceiras, em atividades que relacionam a educação, a cultura, a saúde, a assistência social, o meio ambiente, entre outras. Os atendimentos do voluntário são diversos, tendo oportunidades em oficinas, reforço escolar, criação de estratégias para arrecadação de recursos, confecção de materiais lúdicos e pedagógicos, criação literária e o apoio no gerenciamento de redes sociais, entre outras.
Os/as interessados/as deverão se inscrever neste link, e as inscrições estão condicionadas ao número de vagas disponíveis. Os inscritos/as no projeto serão convidados a participarem do Workshop Solidário, a ser realizado no dia 14 de agosto de 2024, das 17h até 18h30, no Auditório do Living 360º (prédio 15, segundo andar – sala 225)*, onde terão um momento de formação e vivência sobre a cultura da solidariedade.
*Caso não consiga comparecer no Workshop, enviaremos um convite para participação em outra data, a ser definida posteriormente. Atente-se ao e-mail cadastrado na sua inscrição.
Além da oportunidade de vivenciar novas experiências e de contribuir para uma cultura mais solidária, os estudantes que completarem 40 horas de atuação poderão solicitar o aproveitamento do Voluntariado como atividade complementar.
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Mais informações sobre o projeto de voluntariado podem ser obtidas pelo e-mail [email protected] ou pelo WhatsApp (51) 98335-0187.
Até agora, 150 pessoas foram selecionadas para processos seletivos
Mais de 50 empresas são parceiras da iniciativa EmpregarTCHÊ. / Foto: Amanda Ferronato/ PUCRS Carreiras
Com o objetivo de promover a empregabilidade a pessoas atingidas pelas enchentes no RS, a iniciativa EmpregarTCHÊ, promovida pelo PUCRS Carreiras e Fundação Irmão José Otão (FIJO), completou um mês de execução. Nesse período, 572 candidatos se cadastraram, sendo 53% mulheres e 47% homens.
Para a coordenadora do PUCRS Carreiras, Katia Almeida, a possibilidade de trabalho é a esperança de uma nova vida.
“Durante as nossas idas aos abrigos, onde realizávamos o cadastro das pessoas, percebemos o quanto essa iniciativa fazia os candidatos acreditarem em um recomeço, que eles tanto precisavam para reconstruírem suas casas e suas vidas”, declarou.
Até o momento, pelo menos 150 pessoas já foram selecionadas para participarem do processo e algumas já estão até empregadas. É o caso de Jorge Marcelo Schmitz, de 43 anos. Jorge é morava em Canoas, na Região Metropolitana, teve a casa totalmente atingida pelas enchentes de maio no RS. Perdeu tudo e ficou durante um mês em um abrigo de Porto Alegre.
“Eu morava com a minha irmã no bairro Mathias Velho e quando nossa casa foi inundada, precisei ser resgatado. No abrigo, tive a oportunidade de conhecer o EmpregarTCHÊ. Fiz o meu cadastro e uma semana depois já fui chamado”, contou.
Com a oportunidade de trabalho em Erechim, Jorge recebeu todo o apoio da empresa para a viagem e para a hospedagem. “Estou há um mês aqui e adorando a cidade. O pessoal é acolhedor! Está sendo muito bom”.
Das mais de 500 pessoas cadastradas no EmpregarTCHÊ, a maioria tem Ensino Superior em Andamento e Ensino Médio Completo. O restante tem de ensino fundamental incompleto até doutorado em andamento. Em relação à moradia, o maior número de candidatos reside em Porto Alegre e na Metropolitana.
O Willian Madruga Donel, de 22 anos, morava há dois meses na Capital. Nascido em Santana do Livramento, mudou de cidade em busca de emprego. Com as cheias, teve que sair da casa de uma das irmãs no centro da cidade e ir para a Zona Sul de Porto Alegre.
“Eu estava quase voltando para o interior porque a situação estava muito difícil em relação ao trabalho, mas com o EmpregarTCHÊ eu consegui uma nova oportunidade. Agora sou operador de maquinário em uma empresa de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina. O pessoal foi muito receptivo com tudo e com a situação que vivemos no estado”, relatou.
Atualmente, mais de 50 empresas são parceiras da iniciativa, com atuação em diversas regiões do Estado e do País, com mais de 300 vagas abertas. As principais áreas são industriais, administrativas, alimentícias, contábeis, serviços gerais, comércio/varejo, manutenção, recursos humanos e marketing. O cadastro no EmpegarTCHÊ é realizado de forma gratuita pelo Portal do PUCRS Carreiras, através deste link.
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Objetivo foi realizar atividades para redução do trauma causado pelas enchentes no RS
Além do auxílio às crianças, a Associação da Pedagogia de Emergência também realizou três workshops gratuitos. / Foto: Giordano Toldo
Na última semana, a Associação de Pedagogia de Emergência do Brasil esteve no Parque Esportivo da PUCRS para realizar atividades com as crianças abrigadas no local. Cerca de 15 profissionais dedicaram seus dias para atender, acolher e conversar com meninos e meninas que, desde o dia 4 de maio, enfrentam um evento traumático.
“Tudo que eles estão vivendo agora, relacionado à desorganização e desestabilização, é algo normal. Diante de uma situação de ameaça, o normal é fugir e enfrentar ou paralisar. Nós sabemos que as enchentes que destruíram cidades, bairros e casas são uma catástrofe absurda, um evento gigantesco que afetou um estado. Se isso desestabiliza os adultos, as crianças são ainda mais impactadas. Elas estão sem escola, sem casa, sem cama, sem os brinquedos”, relata William Boudakian, presidente da Associação de Pedagogia de Emergência do Brasil.
A Pedagogia de Emergência existe para ajudar a organizar esses espaços, a criar oportunidades de acolhimento, de escuta e de expressão. Por isso, nos atendimentos, as crianças participam de jogos, brincadeiras, trabalhos manuais, atividades de ritmos, música, dança e rodas de conversa.
As atividades são separadas por idades. Na primeira infância, o foco é a estabilização, levando calma, tranquilidade, lucidez, acolhimento e colo. Já para as crianças acima de seis anos, a Associação desenvolve atividades pedagógicas. “Nós usamos muito as manualidades. É no trabalho com fios que, muitas vezes, eles ficam no repouso mental concentrado, dando um respiro”, destaca.
O grupo já trabalhou também nas enchentes que atingiram o Vale do Taquari, no RS, em 2023, e na tragédia de Brumadinho com as famílias que foram vítimas do desmoronamento da barragem. “Nós sabemos como essas catástrofes ficam impregnadas na gente. Por isso, o brincar, a ludicidade e a arte geram a possibilidade de nos reencontrarmos com nós mesmos”.
Além do auxílio às crianças, a Associação da Pedagogia de Emergência também realizou três workshops gratuitos, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da PUCRS, Secretaria Estadual da Saúde, Secretaria Estadual do Desenvolvimento Social e a Secretaria Estadual da Educação, para apoiar voluntários e profissionais que estão na linha de frente da tragédia no Rio Grande do Sul. “A presença dessa equipe no abrigo da PUCRS nos ajudou a ver uma outra forma de atendimento, de lidar com as crianças e de acalmar. Nós trabalhamos de forma emergencial mesmo, mas eles nos mostraram que podemos atuar de uma forma mais tranquila, acolhendo e sendo o apoio para as crianças se expressarem”, explica Bettina Steren, coordenadora do PPGEdu Educação da Escola de Humanidades da PUCRS, que esteve à frente, junto com a coordenadora do Laboratório das Infâncias (LabInf), Andreia Mendes dos Santos, das atividades com as meninas e meninos no abrigo.
“A gente entende que, nesse momento, as crianças precisam de primeiros-socorros para a alma, para se reintegrarem e atravessarem esse momento. A nossa intenção é que outros educadores e voluntários possam acompanhar o trabalho e consigam olhar para cada um deles em suas necessidades. Se as crianças já têm feridas, já têm machucados, a enchente foi mais um”, finaliza William.
Fotos: Giordano Toldo
Professores da Escola Politécnica informam procedimentos de segurança antes de tentar ligar equipamentos atingidos pelas águas das enchentes
É possível recuperar carros e eletrônicos que ficaram submersos nas águas, mas é preciso estar atento. / Foto: Unsplash
As enchentes que causaram estragos em quase todos os municípios do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras, muitos animais de estimação e crianças. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais em Porto Alegre, com estrutura montada no Parque Esportivo, e seus professores e estudantes se mobilizam para levar ao público informações que possam ajudar. Na Escola Politécnica, pesquisadores se uniram para ensinar como é possível tentar recuperar eletrodomésticos que ficaram submersos em água, assim como carros que foram inundados.
Antes de tentar ligar qualquer tipo de equipamento ou veículo, é preciso certificar-se de que o item está seco. É muito importante manter desligado, para não correr riscos de choque e nem de estragar o produto. Após seguir os passos abaixo, a melhor alternativa é encaminhar para empresas especializadas que realizam manutenção e assistência técnica de equipamentos eletrônicos, pois contam com profissionais treinados e habilitados para esses procedimentos.
“Os professores dos diversos cursos da Escola Politécnica se reuniram para pensar em como informar sobre a importância da questão de economizar água. Depois passamos a criar um guia de como proteger equipamentos eletrônicos e mecânicos antes de ligá-los novamente”, explica a professora do curso de Engenharia Mecânica, Karina Ruschel.
No caso de contato com água de enchentes, ainda ocorre o acúmulo de sujidades que impedirão seu correto funcionamento. Portanto, antes de ligar o equipamento novamente, deve ser realizada a limpeza dos componentes eletrônicos com álcool isopropílico. O ideal é que esse procedimento seja realizado por um profissional habilitado ou poderá afiliar outros danos ao equipamento.
O veículo também irá precisar de uma limpeza interna, como a lavagem dos bancos e estofamentos com produtos apropriados. / Foto: Unsplash
A Universidade, por meio de seus centros e laboratórios de pesquisa da Escola Politécnica, está à disposição para outras orientações que sejam necessárias.
Pesquisadores da Escola Politécnica oferecem instruções e alertas sobre o consumo de água
As enchentes que causaram estragos em grande parte do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras, animais de estimação e muitas crianças. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais em Porto Alegre, com estrutura montada em seu Parque Esportivo, e recebe e encaminha doações. Como consequência dos alagamentos de equipamentos técnicos de abastecimento de água, grande parte da população está sem água encanada em casa. O Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Ideia) e o Laboratórios de Processos Ambientais, da Escola Politécnica da Universidade, investigaram como as pessoas podem ter acesso à água, principalmente potável, visto que o produto está em falta em muitos mercados. Os pesquisadores também alertam sobre quais tipos de água não são adequados para consumo humano.
Para quem está com a chegada de água por encanamento, após passar por uma Estação de Tratamento de Água (ETA), pode beber e usar para alimentação, pois esta água é potável. Terá uma certa turbidez em função da água coletada, mas dentro do permitido pela legislação. Outra situação é no caso de casas ou prédios que ficaram sem água e tem caixa d’água inda abastecida. A caixa d’água precisa ser limpa com uma frequência e caso isso não ocorra, quando o nível reduz, a sujeira do fundo também surge.
Existem ainda fontes públicas espalhadas por Porto Alegre, mas destes locais não é aconselhado o consumo, pois apresentam valores de coliformes e E. Coli acima dos considerados seguros para a saúde pública. E os procedimentos de potabilidade da água citados abaixo, não se aplicam nestes casos. A água de fontes públicas é segura apenas para uso de limpeza ou descargas. Ainda é possível, nestes dias chuvosos, coletar com o auxílio de baldes ou de outras maneiras, a água da chuva, para posterior filtragem, pois também não é indicada para consumo imediato. Já a água de alagamentos não deve ser utilizada para nenhum uso, deve-se evitar contato.
Opção 1:
Opção 2:
Além do filtro de barro também é possível utilizar outros tipos, como coador de papel, tela de nylon, pano limpo ou ainda um filtro doméstico. Outro ponto importante é o consumo consciente de água, visto que muitas pessoas estão sem acesso. É preciso usar apenas o necessário para garantir que não falte para ninguém. Os abrigos provisórios continuam pedindo doações de água mineral, item essencial para a saúde das pessoas.
Leia também: Saiba como ajudar a cuidar e a garantir a segurança das crianças nos abrigos
Professora da PUCRS oferece instruções de como se comunicar com as crianças vítimas das enchentes no Estado e grupo de pesquisa faz alerta e orientações sobre riscos de abusos
As enchentes que causaram estragos em grande parte do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras, animais de estimação e muitas crianças. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais em Porto Alegre, com estrutura montada em seu Parque Esportivo, e recebe e encaminha doações.
Os professores e pesquisadores da Universidade, de diversos campos do conhecimento, se mobilizam para ajudar a disseminar informações corretas e que apoiem que está na linha de frente neste momento: voluntários, jornalistas, agentes públicos, profissionais de saúde e tantas outras áreas. A pesquisadora Andreia Mendes, do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUCRS e integrante, Laboratório das Infâncias (LabInf), Núcleo de Estudos e Pesquisa em Infância(s) e Educação Infantil (Nepiei) esclarece dúvidas sobre como se pode interagir de maneira saudável e respeitosa com as crianças.
“A primeira coisa a ser considerada é que as crianças que estão em um abrigo certamente foram diretamente atingidas pela enchente. Isso significa que tiveram suas casas invadidas pelas águas, lama, estragos e podem ter tido inúmeras perdas (materiais, familiares, afetivas). A criança que está abrigada não está ali em uma situação confortável. Elas expressam no olhar inúmeros sentimentos”, explica a professora. No abrigo instalado na PUCRS há uma equipe de voluntários dos cursos de educação física, comunicação, e outras áreas, realizando atividades recreativas e culturais. Há brinquedos e livros à disposição e a partir de hoje (09/05) haverá também sessões diárias de cinema.
Veja como pode ajudar:
A professora ainda reforça que o momento é de escuta ativa e empatia. É preciso entender que os desabrigados passaram por situações de trauma e as crianças têm mais dificuldades de compreensão da complexidade da situação. Ainda reforça que será necessário que as escolas abordem as pautas climáticas e de empatia quando as atividades escolares retornarem.
“Habilidades socioemocionais são pauta da educação básica com ênfase a partir da BNCC (2017), mas isso é só o começo porque não se aprende emoções. Se sente, percebe, reconhece. Se formos sensíveis, seremos capazes de reconhecer nosso papel na sociedade e, quem sabe, as crianças do futuro serão adultos mais sensíveis ao consumo consciente, ao meio ambiente e ao cuidado com o outro”, compartilha Andreia.
Outro ponto que deve ser reconhecido é que crianças neuroatípicas precisam de um olhar mais cuidadoso na interação e é necessário reconhecer que interagem de formas diferentes. Andreia ainda ressalta que crianças neuroatípicas tendem a desorganizar mais em situações estressantes ou em lugares com muito movimento e barulho, e por isso é importante buscar lugares mais isolados ou encaminhá-las, se possível, a abrigos específicos para famílias atípicas.
Crianças e adolescentes se tornam especialmente vulneráveis em contextos de crise e risco, ficando expostas a situação de violência física, sexual e psicológica. Todos têm a responsabilidade compartilhada de protegê-los de quaisquer tipos de violências, abuso, exploração e negligência. Para isso é necessário ter acesso a informações de qualidade e saber como proceder. Confira aqui a cartilha preparada pelo Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS.
“Em contextos como o que a gente está vivendo de desastre, essas situações podem se agravar, a vulnerabilidade desses grupos aumenta. Então, é muito importante que organizemos medidas para prevenção. Nesse sentido, estabelecer um monitoramento contínuo das crianças e adolescentes nos locais de acolhimento é fundamental”, ressalta a coordenadora do grupo, Luísa Habigzang.
Violência física
Exemplos: golpes, empurrões, beliscões, tapas, socos, chutes, puxões de cabelo, uso de armas de qualquer natureza, restrição de movimento, entre outros.
Violência psicológica
Exemplos: isolamento social, manipulação, insulto, chantagem, exploração, limitação do direito de ir e vir, violação da sua intimidade ou qualquer outro meio que cause prejuízo à saúde psicológica.
Violência sexual
Caso você esteja atuando como voluntário em um abrigo e identifique ou receba relato de alguma situação de violência, encaminhe o caso para o profissional de saúde ou assistência social que está no plantão.
Acione o Conselho Tutelar mais próximo em funcionamento. Após as 18h, o contato deve ser feito com o Plantão de Atendimento do Conselho Tutelar pelo telefone (51) 991581348.
Em qualquer caso grave de violência, a Polícia Militar deve ser acionada imediatamente por meio do telefone: 190.
“Não é o papel das pessoas que estão atuando nos abrigos fazer uma investigação para checagem de veracidade daquela situação. Ao receber um relato ou ao observar algo que levante a suspeita de uma situação de violência isso deve ser notificado ao conselho tutelar, encaminhado para a brigada militar. Então os órgãos competentes farão a investigação. O nosso papel nos abrigos é a prevenção e o acolhimento das pessoas”, ressalta ainda a coordenadora do Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas.
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