A coordenadora do laboratório de Cognição e Neurobiologia da Memória do InsCer, Cristiane Furini, explica que o cérebro é um espelho do corpo
O sono e alimentação são dois fatores considerados fundamentais para o bom funcionamento das capacidades cognitivas. / Foto: Envato Elements
O envelhecimento é um processo natural. Enquanto alguns aspectos são mais visíveis, como a queda na produção de colágeno e a atrofia de músculos, outros são menos aparentes, mas têm um impacto direto na qualidade de vida e bem-estar das pessoas. Entre eles, está a redução do volume cerebral, que ocorre a partir da perda de neurônios e da diminuição de conexões entre células cerebrais, também conhecidas como sinapses. De acordo com a pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Cognição e Neurobiologia da Memória do Instituto do Cérebro (InsCer), Cristiane Furini, alguns hábitos contribuem para o envelhecimento saudável do cérebro.
De acordo com ela, mesmo que seja um processo fisiológico comum, o declínio cognitivo após os 60 anos não é algo padrão. A pesquisadora enfatiza que esse processo é muito heterogêneo.
“Hábitos como ler, estudar e se desafiar em relação a novos aprendizados contribuem para uma reserva cognitiva maior, minimizando aspectos como a perda de memória ou atenção. Com isso, a intensidade das consequências naturais do envelhecimento será menor”, revela.
O desempenho físico e cognitivo de uma pessoa idosa está diretamente ligado ao estilo de vida que ela teve ao longo de sua história. Cristina explica que o cérebro é um espelho do restante do corpo, e que os mesmos fatores que prejudicam a saúde dos demais órgãos impactam no funcionamento do raciocínio, fixação de memórias e outros processos neurológicos. Entre os motivos que alteram o desempenho cognitivo, estão: a má alimentação, a falta de exercícios físicos, o consumo excessivo de álcool e o tabagismo.
“Exercitar-se regularmente melhora a vascularização, ou seja, a circulação do sangue no corpo, levando mais nutrientes ao cérebro. Os exercícios também estimulam o crescimento de novos neurônios e sinapses, além da produção de fatores neurotróficos, que são proteínas essenciais para o crescimento, desenvolvimento e sobrevivência das células nervosas”, explica a pesquisadora do InsCer.
Outro fator que impacta no desempenho cognitivo é o exercício físico, visto que ele está diretamente relacionado ao que chamamos de plasticidade cerebral: a capacidade das células se conectarem umas às outras, formando novas conexões e caminhos a uma informação, dificultando o seu esquecimento. “Caso um caminho seja perdido, ainda existirão outros capazes de levar à mesma memória.”
O sono e alimentação são os outros dois fatores que são elencados como fundamentais para o bom funcionamento das capacidades cognitivas. Cristina explica que parte do processo de fixação de nossas memórias ocorre enquanto dormimos e que por isso, é importante conseguir manter uma rotina de sono com as horas adequadas para cada faixa etária.
“Além disso, é durante o sono que o cérebro realiza uma ‘limpeza de resíduos’ produzidos ao longo do dia, e que já não têm mais utilidade”, diz Cristiane.
No que diz respeito à alimentação, Cristiane explica o papel significativo do que o corpo absorve. A pesquisadora reitera que devemos evitar ao máximo o consumo de açúcar, ultraprocessados e alimentos industrializados.
“Para uma dieta adequada, precisamos ingerir legumes, verduras, grãos integrais, carnes magras e oleaginosas, que podem proteger o cérebro de processos inflamatórios.”
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Cristiane Furini é pesquisadora e atua como Coordenadora do Laboratório de Cognição e Neurobiologia da Memória do InsCer. / Foto: Giordano Toldo
Para entender como a memória é afetada, é preciso também conhecer os tipos de memória que o cérebro registra. Cristiane cita alguns deles:
Diz respeito às informações retidas temporariamente por uma pessoa enquanto realiza uma tarefa. “Eu posso não lembrar a quinta palavra de uma frase dita anteriormente, mas lembro do contexto o suficiente para continuar a conversa”, exemplifica Cristiane.
Está relacionada a fatos e acontecimentos marcantes ao longo da vida de uma pessoa, como o nascimento de um filho ou uma formatura.
“Este tipo de memória pode ser atingido com o envelhecimento, mas não necessariamente terá impacto significativo na vida das pessoas. A não ser em caso de doenças neurodegenerativas, quando o paciente acaba esquecendo o que fez durante o dia ou do que se alimentou”.
Esta é a capacidade de planejar o futuro, como a necessidade de lembrar de tomar um remédio, por exemplo. Cristiane explica que quando esta memória é afetada, é importante entender que ao utilizarmos de artifícios como alarmes ou lembretes, não estamos atrapalhando ou prejudicando, mas auxiliando o cérebro a registrar informações importantes sobre ações fundamentais do cotidiano para o nosso bem-estar.
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São ações aprendidas ao longo da vida, como dirigir um carro, utilizar talheres e atender o telefone. A coordenadora do Laboratório de Cognição e Neurobiologia explica que estas memórias são as menos afetadas com o envelhecimento.
“Andar de bicicleta é um exemplo muito comum, pois dizemos que não se esquece. Podemos adquirir limitações físicas com o envelhecimento, mas não esquecemos de como realizar a ação.”
É a memória que guardamos sobre conhecimentos gerais, como de história e geografia. Ao contrário das demais, esse tipo de memória tende apenas a aumentar ao longo da vida. Quanto mais conhecimento uma pessoa adquire, mais conexões entre os neurônios são criadas, fortalecendo a memória.
As memórias de trabalho, episódica e prospectiva são os tipos mais afetados com o envelhecimento do cérebro; sua alteração é um sintoma comum em pacientes com doenças neurodegenerativas. O acompanhamento com médico geriatra e neurologista, além de atividades de reforço cognitivo, são fundamentais para um envelhecimento saudável do corpo e da mente. Contudo, a pesquisadora alerta: alguns fatores estão além do controle individual.
“Existem diversas questões atreladas ao declínio cognitivo, entre elas a genética. O risco, claro, é muito maior se não nos prevenirmos. A medicina tem avançado muito nos últimos anos e a expectativa de vida das pessoas tem aumentado cada vez mais. É muito importante mantermos nosso cérebro ativo para um envelhecimento saudável.”
Como médico, posso afirmar que não existe nada mais difícil do que dizer a um paciente que não tenho resposta para seu caso. Foi com essa visão que, em 2004, esboçamos uma primeira ideia do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer-PUCRS). Desse ano em diante, com apoio da Universidade e do governo, o rascunho feito em um guardanapo começou a se tornar realidade.
Há 10 anos, o InsCer iniciava suas atividades num formato inédito no Brasil, reunindo pesquisa, inovação e desenvolvimento de produtos direcionados ao atendimento dos pacientes, fechando o ciclo do que chamamos de pesquisa translacional – que tem o objetivo de oferecer uma solução a um problema da sociedade.
O que era um sonho – e até uma incerteza para alguns – ganhou vida no dia 6 de junho de 2012, quando entregamos à comunidade um espaço superior a 2,5 mil metros quadrados, capaz de atender a população e gerar conhecimento.
Iniciamos a produção de radiofármacos importantes, como o 18F-FDG, usado em exames para avaliar o metabolismo do cérebro e para o diagnóstico de câncer. Em nossa trajetória de comprometimento com a sociedade e a ciência, em 2016 realizamos o Projeto Zika Vírus, que avaliou dezenas de crianças com microcefalia, consequência do surto do vírus no País. No momento em que faltavam insumos durante a pandemia de Covid-19, desenvolvemos in house um teste de diagnóstico por PCR.
Em 2020, concluímos a ampliação da estrutura prevista no plano inicial: com mais de 9,3 mil m², o InsCer virou a casa de neurocientistas empenhados em trazer respostas às preocupações da sociedade. Neste ano em que completamos 10 anos, avançamos mais uma vez ao fabricar e disponibilizar o Floberbetabeno, radiofármaco para diagnóstico da Doença de Alzheimer, o que nos habilita a cooperações internacionais para avaliar potenciais tratamentos.
Seguimos com orgulho da história que construímos e com a missão de manter a nossa essência: inquieta e apaixonada por ciência que traga benefício para a sociedade.
A PUCRS teve dois projetos selecionados no Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG) – Impactos da Pandemia da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A iniciativa tem o objetivo de apoiar projetos voltados à formação de recursos humanos e ao desenvolvimento de pesquisa acadêmico-científica com foco em estudos sobre os impactos sociais, econômicos, culturais e históricos decorrentes da pandemia da Covid-19 nos diversos segmentos da população brasileira.
Dentre os projetos contemplados estão o Programa de intervenção multiprofissional de redução de danos da pandemia para estudantes, pais e professores: evidências de mapeamento cognitivo, de saúde física e mental, e laboral, coordenado pela pesquisadora e professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Rochele Paz Fonseca, e Investigação de Potenciais Danos Neurológicos decorrentes da Infecção Grave pela COVID-19: Aspectos Funcionais, Estruturais, Moleculares e Epigenético, coordenado pelo pesquisador e diretor do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), Jaderson Costa da Costa.
O programa de intervenção multiprofissional conta com quatro pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, incluindo a pesquisadora Rochele Paz Fonseca que coordena o projeto. Além da PUCRS, participam outras sete instituições de Ensino Superior como a Universidade Federal de Santa Maria, Universidade Feevale, Santa casa de São Paulo, Mackenzie, Universidade Católica de Brasília, Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal de Minas Gerais.
Ao longo do projeto serão conduzidos cinco estudos multicêntricos e interdisciplinares de formação de recursos humanos mediadores e multiplicadores, com dois eixos: avaliação para mapeamento e intervenção com avaliação pré e pós. A partir disso, sete produtos técnico-científicos serão desenvolvidos, com a participação de mais de 10 programas de pós-graduação de quatro macroregiões, com aproximadamente 30 pesquisadores, estudantes e egressos.
Os cinco estudos multicêntricos e interdisciplinares são:
Já a pesquisa coordenada pelo pesquisador da Escola de Medicina e diretor do Inscer, Jaderson Costa da Costa, tem como objetivo elucidar os casos de alterações neurológicas após a infecção por SARS-CoV-2, associando esses achados aos desfechos favoráveis e desfavoráveis, para então identificar alterações precoces de sequelas neurológicas decorrentes da infecção.
O pesquisador explica que a presença do SARS-CoV-2 tem sido descrita no cérebro de pacientes e animais experimentais, com predileção pelo tronco encefálico, assim como quimio e mecanorreceptores do centro cardiorrespiratório medular, participando em parte da falência respiratória dos pacientes graves. Assim, para ajudar na compreensão da fisiopatologia da infecção do SNC pelo SARS-CoV-2 em sua fase de apresentação tardia, a melhor metodologia será a avaliação estrutural e funcional do cérebro por meio de técnicas avançadas de ressonância magnética, marcadores séricos associados a danos neuronais utilizando ferramentas de sequenciamento de nova geração.
Com essas etapas será possível identificar marcadores de gravidade para entender a fisiopatologia da doença no contexto atual. Os achados multimodais serão utilizados para compreender o mecanismo subjacente ao processo infeccioso pulmonar e seus efeitos consequentes ao sistema nervoso e suas repercussões inflamatórias sistêmicas. De acordo com Costa, o estudo servirá de base para demais pesquisas com foco fisiopatológico na identificação de fatores de gravidade e indicação de alvos para diagnóstico precoce e acompanhamento terapêutico.
O diretor do InsCer explica que as possíveis correlações entre as alterações funcionais e estruturais em ressonância magnética relacionadas à gravidade da Covid-19 e os marcadores séricos identificados em vesículas extracelulares e em ácidos nucleicos circulantes, serão ferramentas utilizadas para compor uma aplicação médica contemporânea conhecida como medicina de precisão, gerando uma estrutura neurobiológica válida para classificar uma doença e propor novas intervenções.
De acordo com o docente, a antecipação de um diagnóstico através da identificação de marcadores, permite atender as necessidades de atenção específica a um dado paciente, prevendo inclusive a necessidade de intervenção ambulatorial, internação hospitalar direcionamento de fármacos através de plataforma de farmacogenética, preparando todo um sistema de absorção e tratamento para possíveis necessidades com base nos resultados desta inovadora ferramenta.
“Esse projeto possui importante papel na sedimentação das instituições envolvidas como centros de pesquisa de ponta na área de neurociências e doenças neurológicas. A continuidade desse trabalho mediada pela aprovação desta proposta, permitirá ofertar uma nova estratégia de direcionamento das condutas médicas e sociais para toda a população”, finaliza o professor.
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Apesar de não possuir cura, a doença de Alzheimer não é uma sentença. Quanto mais cedo é identificada, melhor é a resposta aos tratamentos. Para aprimorar o diagnóstico assertivo da doença, o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) passa a comercializar de forma pioneira e exclusiva no Brasil o radiofármaco Florbetabeno (18F).
A comercialização do produto foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) neste mês. A produção experimental do radiotraçador teve início em 2020 e desde março de 2021 a produção foi oficializada para fins de pesquisa. Com a permissão da Anvisa, o produto passará a ser distribuído para as regiões Sul e Sudeste.
Demência mais frequente entre a população brasileira, o Alzheimer já atinge mais de 2 milhões de pessoas com mais de 60 anos, segundo o IBGE. Capaz de marcar placas beta-amilóide no cérebro, biomarcadores característicos da doença de Alzheimer, o Florbetabeno (18F) torna o diagnóstico mais assertivo. Desenvolvido pela alemã Life Molecular Imaging, o produto foi trazido para o Brasil em uma parceria entre o Instituto do Cérebro e a empresa R2IBF, que atua na produção de radiofármacos, com apoio da FInanciadora de Estudos e Projetos (Finep).
“Sabemos que o Alzheimer é uma doença que afeta não só a pessoa que é acometida, mas também impacta em muito todos do seu convívio. Fazer um diagnóstico preciso, não só é importante para um tratamento adequado, mas também para melhor preparar a família. Justamente no ano em que completamos 10 anos de história, é uma grande satisfação poder oferecer para a sociedade brasileira um radiofármaco que auxilia em muito no manejo desta doença tão avassaladora. Tudo isso só foi possível graças ao grande empenho de toda a nossa equipe e também dos nossos parceiros Life e Grupo R2IBF”, diz Louise Hartmann, coordenadora de produção do InsCer.
Com a autorização da Anvisa, o InsCer produzirá e fornecerá o radiofármaco para hospitais e clínicas, tornando-se pioneiro na comercialização desse produto. Desde 2014 o produto é aprovado por órgãos regulatórios internacionais, como a Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, e European Medicines Agency (EMA), da Europa.
Diretor-executivo do Grupo R2IBF, Roberto Vieira destaca a importância da parceria firmada entre o InsCer e o Grupo R2IBF. “Essa cooperação permite que as duas instituições trabalhem na fronteira do conhecimento, trazendo para o Brasil o que existe de mais moderno no mundo na especialidade Medicina Nuclear, possibilitando o acesso da população brasileira a radiofármacos cada vez mais inovadores”, comenta.
Descrita em 1906 pelo médico Alois Alzheimer, a doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência, isto é, de perda das funções cognitivas. Estima-se que, hoje, mais de 55 milhões de pessoas tenham demência no mundo. Desse total, entre 60% e 70% são casos de Alzheimer, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Como a enfermidade está relacionada ao envelhecimento, a tendência é que esses números cresçam proporcionalmente ao avanço da idade da população. No Brasil, a quantidade de pessoas acima de 65 anos deve alcançar os 40% até 2100, conforme levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2010, o percentual de idosos no país era de 7,3%.
O diagnóstico do Alzheimer é realizado a partir do exame PET/CT, que utiliza o radiofármaco Florbetabeno para indicar de forma assertiva se há ou não depósitos de substâncias beta-amilóide no cérebro, biomarcadores característicos da doença. O agendamento do exame pode ser feito pelo telefone (51) 3320-5900. Mais informações também podem ser consultadas pelo site inscer.pucrs.br.
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Na última terça-feira, 23 de novembro, foi exibido o último episódio da série Caminhos para a Vitória, promovida pela PUCRS em parceria com o Grupo RBS. Gravada em diferentes espaços do Campus da Saúde, que compreende o Parque Esportivo, o Hospital São Lucas (HSL), o Instituto do Cérebro (InsCer), o Centro de Reabilitação e demais serviços oferecidos pela Universidade, a iniciativa se iniciou em novembro e teve nove capítulos exibidos sempre às terças-feiras durante o programa Globo Esporte.
O último episódio foi transmitido ao vivo do Parque Esportivo e contou com um desafio: uma corrida de seis minutos com os protagonistas da série, os comunicadores da RBS Luciano Périco e Alice Bastos Neves. Eles também relembraram as metas estabelecidas no começo da série e toda a trajetória que percorreram ao longo desses dois meses.
No formato de reality show, a série Caminhos para a Vitória teve como objetivo incentivar a busca por uma vida mais saudável. Os episódios acompanharam Alice e Lucianinho passando por consultas médicas, exames e avaliações físicas, traçando metas e se aventurando em treinos na academia e na prática de esportes para atingi-las.
Mostrando a importância da prática de exercícios físicos e de um acompanhamento multidisciplinar e de avaliação médica desde o início do processo, a série coloca em pauta aspectos importantes que merecem atenção no cuidado integral com a saúde e bem-estar agora e no futuro.
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Segundo o reitor da Universidade, Irmão Evilázio Teixeira, a atuação da PUCRS nas áreas de saúde e bem-estar se fortalece e se consolida com o Campus da Saúde, conceito inédito no País que conecta estruturas de ensino, pesquisa, inovação e serviços especializados, num ecossistema completo e integrado. Assim, a proposta da série Caminhos para a Vitória está alinhada a esse movimento:
“Queremos mostrar os benefícios que um modelo integrado e interdisciplinar de cuidado com a vida humana, da prevenção à reabilitação, oferece e traz de impacto para a comunidade de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. E toda essa estrutura não está apenas a serviço da comunidade acadêmica, mas de toda a população”, destaca o reitor.
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Ao longo dos nove episódios, diversos profissionais e pesquisadores da Universidades foram envolvidos, compartilhando seus conhecimentos e apoiando a trajetória de Alice e Luciano. Se você perdeu algum dos capítulos, pode assistir às gravações:
No Dia Mundial do Cérebro, celebrado hoje, 22 de julho, o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) lança um documentário em homenagem ao professor Ivan Izquierdo com o objetivo de manter vivo seu legado. As memórias do mestre – a vida de Ivan Izquierdo apresenta um raro e inédito relato feito pelo próprio pesquisador, contando alguns momentos marcantes da sua história de vida pessoal e profissional. A produção está disponível no canal do InsCer no YouTube.
O documentário possibilita que o espectador conheça detalhes sobre a história de Izquierdo, a partir de momentos como sua vinda da Argentina para o Brasil, a escolha pela área de neurociências e a descoberta da paternidade. Também estão presentes no filme outras passagens da trajetória do pesquisador, que marcou gerações de estudantes em todo o mundo, tanto pelo seu extenso conhecimento técnico, quanto pela sua forma amigável de tratar os que o cercavam.
Além do próprio professor, participam do documentário sua esposa, Ivone Izquierdo; o diretor do InsCer, Jaderson Costa da Costa; o superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy; e os professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Diogo Onofre e Carlos Alexandre Netto.
O documentário foi produzido pelo InsCer, em parceria com o Centro de Produção Multimídia da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS – Famecos e edição da Enquadra Digital. Confira:
Nascido em Buenos Aires, veio para o Brasil em 1973 e naturalizou-se brasileiro em 1981. Em 2004, assumiu a coordenação do Centro de Memória da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e a partir de 2012, ano da criação do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), integrou e coordenou o Centro de Memória da Instituição. Como professor na PUCRS, atuou nos Programas de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica e em Medicina e Ciências da Saúde.
Considerado um dos maiores pesquisadores do País, com um vasto trabalho científico na área de neurociências, em especial na memória, o professor Ivan Izquierdo foi inspiração para milhares de estudantes e professores no mundo inteiro. Ele dedicou mais de 60 anos à neurociência, período no qual publicou cerca de 700 artigos em periódicos científicos com quase 23 mil citações.
Reconhecido como um dos maiores pesquisadores do mundo na área de fisiologia da memória, o neurocientista recebeu mais de 60 prêmios e distinções nacionais e internacionais. Ele é também o pesquisador com o maior número de citações acadêmicas da América Latina.
Ivan Izquierdo faleceu em 9 de fevereiro de 2021, aos 83 anos, em decorrência de uma pneumonia bacteriana. Saiba mais sobre sua trajetória.
Apesar de a previsão de que toda a população acima de 18 anos no Rio Grande do Sul receba a primeira dose da vacina contra a Covid-19 ao longo dos próximos meses ser animadora, ainda é necessário manter os cuidados de segurança e higiene, assim como o distanciamento social. Um dos serviços disponíveis que auxiliam empresas e organizações que estão atuando em um modelo híbrido e flexível nessa questão é a testagem de equipes para a identificação do coronavírus.
O exame RT-PCR disponibilizado pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) é classificado como Padrão Ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e identifica se há presença do vírus ativo com alta taxa de precisão.
O diagnóstico pela técnica conhecida como PCR (Polymerase Chain Reaction) consiste em coletar pequenas frações do vírus, gerar cópias de diferentes regiões e detectar a emissão de um sinal relativo à geração das cópias dessas partículas virais. Daniel Marinowic, pesquisador do InsCer, explica os diferentes tipos de testes para Covid-19.
Com a premissa de seguir cuidando das comunidades escolares, em uma ação conjunta com o InsCer, os/as colaboradores/as dos Colégios Maristas do Rio Grande do Sul, das Unidades Sociais Maristas, da Estrutura Executiva e das Instâncias Corporativa e Canônica da Rede Marista realizaram no mês de junho o exame RT-PCR, que identifica a presença do novo coronavírus por meio das vias respiratórias.
Para o gerente educacional dos Colégios da Rede Marista e coordenador do Centro Operações de Emergências do Empreendimento (COE-Saúde Marista), Luciano Centenaro, a operação proporciona segurança para as famílias, estudantes e colaborares/as: “Trata-se de um benefício para os colaboradores que pode ser adicionado aos cuidados protocolares que estamos tendo. Isso, junto à aplicação rigorosa de nossos protocolos, demonstra o quanto primamos pela saúde de nossos colaboradores” aponta.
O InsCer é referência nacional e internacional em pesquisa, desenvolvimento e assistência. Você encontra qualidade, tecnologia e agilidade com testes de alta precisão e laudos emitidos em português, inglês e espanhol para os seguintes exames:
Saiba mais informações pelo telefone (51) 3320-5900.
Os institutos da PUCRS geram impacto e beneficiam diferentes setores da sociedade com ações, projetos e serviços. Entre eles estão o Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) e o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), que durante a pandemia ocasionada pela Covid-19 tiveram uma atuação marcante. Mais uma vez, a Universidade mostra sua relevância em momentos de crise, buscando soluções para problemas complexos. Conheça algumas iniciativas dos Institutos da PUCRS no combate à pandemia.
O Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS (IGG) se dedica a ações interdisciplinares relacionadas ao envelhecimento humano. Para isso, são realizadas pesquisas que contam com laboratórios e com um corpo docente altamente qualificado. A Universidade Aberta para Terceira Idade (Unati), que busca promover o envelhecimento saudável e com autonomia, também faz parte do IGG. Foi nessas duas frentes que esse instituto atuou diante os desafios pandêmicos.
Visando acompanhar, durante o período de um ano, idosos em idade avançada e com saúde vulnerável provenientes do SUS, o IGG está desenvolvendo a pesquisa Marcadores sociodemográficos, comportamentais, clínicos e moleculares para a identificação de idosos com risco de infecções graves pela Covid-19. Coordenada pelo diretor da instituição, Douglas Kazutoshi Sato, ela foi contemplada pelo edital PPSUS da Fapergs e é realizada em parceria com o Hospital São Lucas.
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Com esse estudo, a instituição espera compreender de que forma esses idosos são afetados pela Covid-19, como o sistema imunológico deles responde às vacinas e à infecção pelo vírus e identificar marcadores para outras infecções. A partir dos resultados dessas análises poderão ser realizadas ações de combate ao coronavírus, como a criação de protocolos clínicos específicos para o manejo da doença nessa população, o incentivo para a criação de políticas públicas de saúde voltadas à proteção do idoso no SUS, especialmente os que estão sujeitos a quadros mais graves da doença, e contribuições com o plano nacional de prevenção de infecções e vacinação em idosos.
Outra pesquisa de destaque também foi realizada pelo professor Sato, em parceria com a Universidade de Keio, em Tóquio. Denominado Hábitos comportamentais de japoneses, descendentes e não descendentes de japoneses diante da pandemia pela Covid-19, o projeto está tendo seus dados analisados, mas indica que diferenças comportamentais e culturais podem ter contribuído para a discrepância no número de contaminações ao comparar ambas as populações. O estudo foi realizado por meio de um levantamento de dados pela plataforma Qualtrics e participaram dele 4.704 indivíduos, 2.685 do Brasil e 2.019 do Japão. O objetivo é de que essa pesquisa possa auxiliar na revisão das medidas profiláticas adotadas em pandemias, identificando hábitos comportamentais preventivos que contribuem para a preservar a saúde.
Além disso, através da Unati, o IGG promoveu conteúdos, lives e cursos voltados aos idosos, incluindo eventos gratuitos. Essa é uma maneira de fornecer conhecimento a esse público, além de facilitar a interação com outras pessoas da mesma faixa etária, o que é de extrema importância durante a pandemia para auxiliar no cuidado à saúde mental do idoso.
Já o InsCer atua em duas frentes: na pesquisa e na assistência. Para oferecer o melhor resultado à população em cada uma delas, conta com um time de neurocientistas renomados internacionalmente e oferece exames de imagem com tecnologia de alto nível. Suas ações durante a pandemia foram voltadas, principalmente, a problemas cotidianos, como as dificuldades de aprendizado de crianças em idade de alfabetização sem atividades presenciais nas escolas, diagnósticos de casos suspeitos de Covid-19 e alterações neurológicas e psicológicas causadas tanto pelo isolamento social quanto pela contaminação pelo coronavírus.
Já no começo da pandemia no Brasil, em abril de 2020 o Laboratório de Biologia Molecular e Imunologia do InsCer passou a oferecer exames RT-PCR – responsáveis por detectar a infecção pela Covid-19 durante o período sintomático da doença – com resultado em 24h para empresas, escolas e pessoas físicas. Mais tarde, disponibilizou o teste RT-PCR Fast, com resultados que saem em 4h, de acordo com janelas específicas durante o dia. Todos os laudos são emitidos em português, inglês e espanhol. Além disso, também foi oferecida a coleta domiciliar do exame, no intuito de auxiliar no diagnóstico de quem não tem a possibilidade de sair de casa, como idosos acamados, por exemplo.
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Enquanto isso, pensando na realidade de ensino remoto, a qual impediu crianças de frequentarem presencialmente instituições de ensino, o Instituto desenvolveu o aplicativo Graphogame, um jogo educacional que tem como objetivo auxiliar crianças de 4 a 9 anos no processo de alfabetização. Ele chegou no Brasil por meio do Ministério de Educação, em iniciativa conduzida pelo pesquisador do InsCer, Augusto Buchweitz.
Por fim, o Instituto do Cérebro, que é referência em pesquisas sobre questões relacionadas à Neurociência, também se destacou na área durante a pandemia, liderando três importantes estudos sobre o assunto:
Além disso, pesquisas relacionadas ao coronavírus realizadas pela instituição foram publicadas em revistas internacionais.
Essa é a última de uma série de matérias que compilam ações da Universidade no combate à pandemia.
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Divulgar o desenvolvimento do cérebro a diferentes públicos, desde a gestação até a velhice, foi esse o objetivo que motivou o lançamento do livro Entendendo o funcionamento do cérebro ao longo da vida, publicado pela ediPUCRS, em comemoração ao aniversário de nove anos do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer). A obra reúne uma série de trabalhos escritos por especialistas da área e oferece ao público conhecimentos científicos valiosos, em uma linguagem cotidiana e acessível e de forma gratuita, durante tempo limitado.
Organizado pelo diretor e pela vice-diretora do InsCer, Jaderson Costa da Costa e Magda Lahorgue Nunes, respectivamente, e pelo decano da Escola de Humanidades, Draiton Gonzaga, o livro apresenta temas complexos, considerando as perspectivas das áreas de ensino e pesquisa, além dos avanços propiciados pela tecnologia.
Para Magda, a curiosidade das pessoas sobre o funcionamento do cérebro norteou a seleção dos artigos. “A escolha dos temas seguiu uma ordem cronológica, passando do cérebro do recém-nascido ao do idoso, um panorama de toda a vida. Depois falamos nas doenças que afetam o cérebro e nos métodos que disponibilizamos no InsCer para investigá-las”.
Embora o timing não tenha sido planejado, o livro nasce em um momento bastante significativo, em que a relevância da pesquisa está em plena evidência. Para Draiton, o movimento de divulgação da ciência é fundamental, pois cada descoberta pode ser decisiva para um país – principalmente em um período de crise, como o atual.
“Em meio a essa pandemia, há muitas pessoas com tendências negacionistas que tentam colocar em xeque as descobertas científicas. Por isso o esclarecimento é tão importante”, destaca.
O InsCer tem desempenhado um importante papel nesse contexto, tanto na produção de conhecimento científico de alto nível, como no atendimento da população em geral. De acordo com Magda, as pesquisas são desenvolvidas com um desenho translacional, ou seja, dão respostas a problemas de saúde da população. “Fazer a tradução do conhecimento científico à população faz parte da nossa missão. Principalmente numa área de tanto interesse como a Neurociência. Apresentar ao público como se desenvolve a pesquisa científica foi também nossa preocupação ao propor esse livro”, pontua Jaderson.
Além disso, desde o primeiro aniversário de sua fundação, o InsCer desenvolve ações que têm como objetivo comunicar ao público o resultado de suas pesquisas, com palestras em uma linguagem acessível e totalmente voltadas para a comunidade. “Sempre tivemos o auditório cheio e participação muito ativa dos ouvintes com perguntas e questionamentos”, ressalta Magda.
Baixe gratuitamente a versão digital livro Entendendo o funcionamento do cérebro ao longo da vida no site da ediPUCRS para saber mais sobre como funciona o cérebro humano.
Dificuldades para dormir têm afetado boa parte da população durante a pandemia provocada pela Covid-19. Entre os adultos, 70% tiveram alterações para iniciar ou manter o sono. Esse é o resultado apontado pela primeira etapa da pesquisa Como está o seu sono nessa quarentena?, realizada pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer).
O estudo destacou que nos adultos as alterações no sono estão principalmente relacionadas às mudanças na rotina dos filhos e preocupações emocionais como ansiedade e medo. Os dados apontaram alterações no sono de 58,6% das crianças de 0 a 3 anos, 27,7% das crianças de 4 a 12 anos e 56,6% dos adolescentes. De acordo com a pesquisa, pais que têm filhos nessas faixas etárias tiveram aumento nas chances de desenvolverem problemas no sono.
“Comparando com dados anteriores, durante a pandemia os problemas para dormir duplicaram entre adultos e adolescentes. Nas crianças de 0 a 3 anos, as dificuldades triplicaram”, afirma a coordenadora da pesquisa e vice-diretora do InsCer, Magda Lahorgue Nunes.
Em relação à dificuldade para dormir, Magda destaca que as mudanças na rotina podem ser um dos causadores. “Queixas de insônia estão sendo muito frequentes durante a quarentena. Isso certamente é decorrente de quebras nas rotinas, da falta de necessidade de cumprir horários, além do relaxamento nos aspectos de higiene do sono, como variações no horário de dormir e de acordar e o uso excessivo de telas”, afirma.
Para manter a saúde do sono, apesar de todas as mudanças e das preocupações causadas pela pandemia, é importante tentar seguir uma rotina. “Ter um horário para dormir e acordar, evitar o uso de telas pelo menos 30 minutos antes de dormir, não fazer uso excessivo de álcool, optar por refeições leves à noite e evitar bebidas com cafeína podem ajudar”, sugere Magda.
A primeira etapa do estudo teve dados coletados entre abril e junho de 2020. Com a extensão do contexto de pandemia, foi adicionada uma segunda etapa do estudo para entender o comportamento do sono da população após mais de um ano de quarentena.
A segunda etapa da pesquisa está aberta a todos, independente da participação na primeira fase. Para participar basta responder um questionário online, disponível até o dia 30 de junho. Nesta segunda fase, foram adicionadas questões referentes à depressão e à violência doméstica.