Programação destacará obras de estudantes, egressos e professores ligados aos cursos da Universidade
O evento é gratuito e aberto ao público. / Foto: Divulgação
O saguão da Escola de Humanidades de PUCRS (prédio 9) vai se encher de livros nos dias 21 e 22 de agosto, das 15h30 às 19h30, durante a 3ª edição da Feira do Livro da Escrita Criativa (3ª FLEC). Promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL), o evento busca valorizar a produção literária de estudantes, egressos/as, professores/as e que tenham vínculo, atual ou passado, com cursos de graduação, mestrado ou doutorado em Letras e Escrita Criativa da Universidade.
Durante os dois dias, a comunidade acadêmica e visitantes poderão conferir as obras de mais de 25 escritores e escritoras, que estarão presentes comercializando e autografando seus livros. Serão vendidos livros de poesia, romance, contos, crônicas, fantasia, horror, literatura infantil e juvenil e entre outros. Além da presença de algumas editoras, estão previstas também alguns lançamentos literários.
Uma novidade deste ano é que escritores/as com obras expostas estarão presentes no evento para autografar seus livros e conversar sobre o seu processo criativo. A organização da 3ª FLEC é das doutorandas em Escrita Criativa Maristela Scheuer Deves e Renata Wolff, com coordenação da professora Regina Kohlrausch.
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A PUCRS é a casa da mais antiga oficina de criação literária em atividade no Brasil, pela qual já passaram centenas de escritoras e escritores de grande projeção atualmente. É, também, pioneira em oferecer mestrado e doutorado em Escrita Criativa, dentro do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL /PUCRS), além de abrigar, desde 2016, o curso de graduação nessa área.
Como salientam as organizadoras da FLEC, boa parte das alunas e alunos já ingressam nos cursos com obras publicadas, ou publicam durante e após o curso, conquistando leitores e premiações, as quais atestam a qualidade dessa produção. Foi pensando nisso que surgiu a Feira, a qual quer possibilitar um contato direto entre a comunidade acadêmica com colegas que estão produzindo literatura. Além de tornar as obras dos participantes mais conhecidas, a FLEC quer trazer exemplos aos atuais discentes que aspiram a uma carreira literária, mostrando que essa meta é factível, e oportunizar a quem estuda e se prepara para lecionar (ou já o faz) terá contato com obras contemporâneas.
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Estudantes, egressos e professores ligados ao PPGL/PUCRS ou às graduações em Letras e Escrita Criativa da instituição que tenham livros físicos publicados e queiram participar da 3ª FLEC ainda podem se inscrever pelo link. Também será possível fazer a inscrição na hora, no próprio evento. Mais informações pelo e-mail [email protected].
Refletir sobre as nuances da sociedade – considerando passado, presente e perspectivas de futuro – é uma das bases da formação da Escola de Humanidades. Com um foco humanístico, crítico, ético e propositivo, os/as docentes buscam desenvolver os profissionais que o mundo precisa hoje: capazes de compreender a realidade nas esferas políticas, sociais e culturais, colaborando ativamente para a transformação social.
Se você quer fazer parte da Escola de Humanidades da PUCRS, fique atento aos processos de ingresso. A inscrição deve ser feita no site Estude na PUCRS, onde estão disponíveis todas as informações. Caso você estude em outra universidade ou já seja formado/a, solicite a sua Transferência ou Ingresso Diplomado.
Para criar narrativas e tecer novos mundos
Maior referência da área de Escrita Criativa no País, Luiz Antônio de Assis Brasil é professor da graduação da PUCRS desde 1975. O docente já publicou 21 obras no Brasil, Portugal, Espanha e França. Entre eles, Escrever Ficção, que apresenta ferramentas indispensáveis para a formação de um escritor.
“Nós temos os cursos mais tradicionais e antigos do nosso País dentro dessa área. Esse histórico e, principalmente, essa continuidade de trabalho faz com que interessados/as do País todo nos procurem tanto para a oficina de criação literária, que vai completar 40 anos, como também nossa graduação e cursos de mestrado e doutorado”, explica o professor.
O curso de Escrita Criativa da PUCRS é o primeiro tecnólogo de graduação em escrita do Brasil e recebe alunos/as do País inteiro. E não é à toa que é um grande sucesso: a grade curricular foi elaborada por profissionais referência na literatura brasileira e pensada para você absorver as técnicas ao máximo, além de estimular a criatividade.
“Nós temos inúmeros egressos/as da Escrita Criativa que estão ganhando espaços muito relevantes nas publicações mais importantes do País e em editoras reconhecidas por sua qualidade e permanência. Ser da Escrita Criativa da PUCRS é como um cartão de visita e o/a profissional, antes de tudo, será um/a escritor/a”, pontua Assis Brasil.
Assim como Assis Brasil, Altair Martins, autor de A parede no escuro, vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura, um dos maiores no Brasil; e Cristiano Baldi, autor do livro Correr com Rinocerontes, finalista do mesmo prêmio, também lecionam na Escola de Humanidades.
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Se conhecer novos idiomas e culturas está entre os seus interesses, os cursos de Letras Língua Inglesa e Letras Língua Portuguesa são uma ótima oportunidade de explorar esse objetivo. Quem se forma nestes cursos aprende com professores/as que possuem experiências internacionais e vasto repertório na área, podendo atuar em empresas de comunicação, editoras, realizando assessoria linguística e ensinando idiomas, por exemplo.
“O nosso maior diferencial está no ‘ensino mão na massa’. Aqui, o/a estudante inicia no nível um com inglês intermediário, entendendo que o objetivo não é somente aprender a língua, mas, principalmente, ensiná-la. Além disso, trabalhamos muito a inovação e o empreendedorismo em sala de aula: temos alunos/as que, ao sair da graduação, abrem seu próprio negócio ou se tornam comunicadores/as digitais”, conta a coordenadora do curso de Letras Língua Inglesa, Aline Fay.
As possibilidades de atuação – tanto no mercado de trabalho como na academia – também são muitas. Por terem proficiência em língua Inglesa, os/as alunos/as podem participar, inclusive, da mobilidade acadêmica para desenvolverem outros aprendizados em universidades do exterior.
“Os/as alunos de Letras Língua Inglesa, em sua maioria, iniciam dando aulas particulares ou em cursos de idiomas já desde o primeiro semestre, pois a procura por professores/as de inglês é muito alta, principalmente em escolas bilíngues. Por isso, já têm uma vivência ‘mão na massa’ desde o primeiro ano de curso”, explica.
Desenvolver, alfabetizar, construir. Cursar Pedagogia é estudar o que está na base e ajudar a edificar esse conhecimento na vida de alunos e alunas, respeitando suas particularidades e seus limites. Nessa graduação, você sairá apto/a para atuar em escolas de educação infantil e anos iniciais das redes públicas e privadas, creches, ONGs, movimentos sociais e diversas outras instituições e espaços educativos.
Além da docência, o/a pedagogo/a também pode construir carreira na área da pesquisa e de gestão, já que a graduação conta com noções nessas áreas – além de processos educativos e organização de sistemas em instituições de ensino.
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As graduações em História Licenciatura e História Bacharelado, Filosofia Licenciatura e Filosofia Bacharelado, e Teologia são áreas de estudo profundamente dedicadas ao ser: o cuidado com as pessoas, a espiritualidade, o que um dia a humanidade foi e o que ela ainda pode ser. Aqui, o/a estudante será estimulado a promover debates sobre questões relacionadas à educação, às desigualdades sociais, à preservação do patrimônio cultural, ao pensamento crítico e aos aspectos holísticos da vida, por exemplo.
O aprendizado será construído por meio de valores e princípios que prezam pela condição humana, sempre em defesa da liberdade, da inclusão, dos direitos e do respeito à vida em todos os sentidos.
Desde 2020, a Escola de Humanidades conta com o curso de Relações Internacionais (RI), graduação focada em formar profissionais capazes de entender, identificar e conduzir as transformações políticas, econômicas, culturais e sociais do mundo. A graduação é relativamente nova no Brasil e no Rio Grande do Sul, e nasce das demandas contemporâneas e de um mundo globalizado, é o que afirma João Jung, professor do curso de RI da PUCRS.
Ele explica que há a interdisciplinaridade intrínseca ao curso de Relações Internacionais, que combina com a mentalidade da PUCRS enquanto instituição, e o diálogo com os outros cursos e com outras Escolas da Universidade, como a Escola de Direito e a Escola de Negócios, por exemplo – o que garante essa dinâmica interdisciplinar na rotina dos/as alunos/as.
“Nós temos todas as ferramentas para que um curso de Relações Internacionais seja realizado na íntegra, na sua plenitude, porque a PUCRS tem essa dimensão do 360º, ou seja, é uma universidade que preza pela interdisciplinaridade”, pontua.
A população brasileira está lendo menos. De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo IBOPE, entre 2015 e 2019, o Brasil perdeu mais 4,6 milhões de leitores, o que significa uma queda de 56% para 52% no número de pessoas que leem no país. Fatores como gênero, idade, escolaridade e renda acabam influenciando a criação e o mantimento do hábito de não só ler como comprar livros e frequentar bibliotecas. O estudo mostrou que o número de leitores é maior nos anos escolares (5 e 17 anos), com incidência maior entre os 11 aos 13 anos, onde 81% das crianças se consideram leitoras.
A leitura acaba sendo muitas vezes estimulada na escola e em casa por professores, pais e responsáveis. Para o professor do curso de Escrita Criativa da PUCRS Cristiano Baldi o espaço em que a criança está inserida faz toda a diferença nesse processo.
“Aqui fala minha experiência de pai mais do que qualquer outra coisa: o ponto decisivo é o ambiente e o exemplo. Ter livros, ler livros, fazer atividades que envolvam livros. Eu, por exemplo, gosto de pedras e cogumelos. Magicamente, meu filho gosta de pedras e cogumelos, sem que eu jamais tenha forçado qualquer coisa.”
O hábito, se não construído constantemente, pode acabar se perdendo na vida adulta: a pesquisa mostra que o número de pessoas leitoras no país começa diminuir depois dos 18 anos. Cristiano considera que a manutenção do hábito só acontece se ele for atrelado a boas experiências.
“Não vejo o que se possa fazer com um adolescente, além de manter um ambiente em que a leitura seja um hábito – e que seja fácil e mais ou menos livre. Por outro lado, ler demanda algum tempo minimamente ininterrupto, além de concentração, ativos que estão mais raros na vida contemporânea do que costumavam ser.”
Quando a leitura se torna algo prazeroso é comum que surja também uma vontade de escrever sua própria história. Intimidante para algumas pessoas, o ato de escrever acaba sendo o sonho para outras. Mas o que é necessário para colocar a ideia no papel e efetivamente escrever? Parece simples, mas não é. Para o professor, existem três pontos que toda pessoa que pretende seguir por esse caminho precisa entender.
1. Leia muito
A primeira recomendação é ler. A leitura nos coloca em contato direto com a instância mais material da composição literária: a língua. A partir da leitura, vamos compreendendo o potencial expressivo da linguagem e a dinâmica oculta do nosso idioma – seus ritmos e sua lógica.
É preciso estudar a literatura, é claro, porque sempre escrevemos dentro de uma tradição. Mas estudar também técnica literária, como fazemos no curso de Escrita Criativa da PUCRS. Existe uma visão, felizmente bastante anacrônica hoje em dia, segundo a qual para escrever bastaria talento. Isso que chamamos talento, ainda que de forma pouco precisa, é sem dúvida importante. Mas provavelmente o caminho mais seguro para expressar esse talento seja o estudo da técnica.
Para escrever é preciso escrever. Ler e estudar escrita é importante, mas só a experiência de escrever cria uma consciência dos limites da linguagem, de sua capacidade, sempre insuficiente, de cobrir a realidade e a vida, de figurá-las, de discuti-las. Imagine a argila ou a pedra-sabão. Se você estudasse escultura, poderia conhecer a tradição artística desses materiais; poderia dominar, teoricamente, seus limites térmicos e físicos, sua resistência; saberia com que instrumentos trabalhar cada material. Mas é apenas ao manusear a argila ou a pedra-sabão que você entende de fato seus limites e pode até mesmo, se for um grande artista, distender um pouquinho esses limites.
O mercado do livro se encontra em constante movimento e crescimento. O faturamento das editoras brasileiras em 2022 teve um crescimento de 8,3%, com as vendas aumentando quase 3% em relação ao ano de 2021. A indústria do livro não é feita apenas de escritores, existe uma enorme cadeia de produção que conta com editoras, distribuidoras, livrarias físicas e virtuais, gráfica, diagramadores, ilustradores entre outros.
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Hoje, o/a profissional que deseja ingressar nessa indústria percebe que existem muitas portas se abrindo nesse meio. Para Cristiano, o mercado editorial, pelo menos no que diz respeito a literatura, costumava ser bem fechado e existem muitas produtoras pequenas e médias com bons padrões de produção. Por ser um mercado em constante mudança, existem demandas que exigem profissionais cada vez mais qualificados.
“Temos uma demanda por revisão, arte, diagramação, preparação de originais, entre várias outras funções – e boa parte delas pode ser exercida por quem sai do nosso curso de graduação. Além disso, para quem estuda Escrita Criativa na PUCRS, há possibilidades fora da cadeia produtiva do livro, em alguns mercados que estão em franca ascensão, como o de games e o do audiovisual.”
O curso de Escrita Criativa é um dos pioneiros no Brasil sendo o primeiro tecnólogo de graduação criado na área. Nele, alunos e alunas têm acesso a um ensino que contempla escrita literária, editoração com conteúdo e revisão de texto, planejamento de eventos culturais além de oficinas literárias.
Desde 1988, a Editora Universitária da PUCRS (ediPUCRS) é comprometida com a publicação de obras de relevância científica, social, cultural, literária ou didática, das mais diversas áreas do conhecimento. A ediPUCRS realiza a publicação de 20 periódicos científicos sobre múltiplos assuntos, em mídia eletrônica no Portal de Periódicos da PUCRS, com livre acesso aos conteúdos apresentados.
A atuação da Editora também tem como objetivo publicar obras sobre temas contemporâneos e/ou resultantes de pesquisas acadêmicas, com caráter de divulgação científica, de todas as áreas do conhecimento. O livro “Quem conta um conto…”, da professora do curso de Letras da Escola de Humanidades da PUCRS Ana Márcia Martins da Silva, lançado durante a 68ª Feira do Livro de Porto Alegre é um dos exemplos.
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Todos os periódicos da ediPUCRS são membros do Committee on Publication Ethics (COPE) e contam com o Digital Object Identifier (DOI), código identificador importante para maior inserção, disseminação e divulgação dos periódicos. Conheça alguns dos periódicos nas áreas de Letras, Escrita Criativa e Saúde:
BELT – Brazilian English Language Teaching Journal: A BELT apresenta artigos originais, resenhas de artigos, entrevistas e atividades didáticas relativos à área de Letras, abordando Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesa e Portuguesa como línguas adicionais. Editor: Cristina Perna.
Letras de Hoje: A Letras de Hoje é responsável por apresentar artigos originais, resenhas de artigos, entrevistas e criação literária. Os temas abordados são relativos às áreas de Linguística, Teoria da Literatura, Literatura e Língua Portuguesa. Editores: Cláudio Primo Delanoy e Regina Kohlrausch.
Letrônica: A Letrônica traz textos originais, entrevistas e resenhas de livros acadêmicos relativos às áreas de Linguística e Literatura e suas interfaces. Editores: Maria da Glória Di Fanti e Pedro Theobald.
Navegações: A Navegações: Revista de Cultura e Literaturas de Língua Portuguesa, instituída em 2007, é uma revista científica semestral que contém textos relativos à área de Literatura de Língua Portuguesa, sendo publicados artigos originais, entrevistas, resenhas. Editores: Alva Martínez Teixeiro e Paulo Ricardo Kralik Angelini.
Scriptorium: A Scriptorium é uma revista científica da Escrita Criativa e seu escopo primário é publicar textos relativos à área de Escrita Criativa, abordando como temáticas a literatura, a criação e a recepção literária, sendo publicados artigos e ensaios originais, traduções, resenhas literárias e textos literários como poesia, ficção e não ficção. Editor: Altair Martins.
PAJAR – Pan-American Journal of Aging Research: A PAJAR (Pan-American Journal of Aging Research) é uma revista científica do Instituto de Geriatria e Gerontologia e do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica da Escola de Medicina da PUCRS. Ela veicula textos inéditos relativos às áreas de Gerontologia e envelhecimento humano, sendo publicados artigos originais, artigos de revisão a convite da equipe editorial e editoriais. Editor: Alfredo Cataldo Neto.
Psico: A PSICO é uma revista científica do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. A publicação disponibiliza textos relacionados à área da Ciência Psicológica, como artigos originais e revisões sistemáticas. Editoras: Adriane Xavier Arteche e Kátia Bones Rocha.
Scientia Medica: A Scientia Medica é uma revista científica da Escola de Medicina e do Hospital São Lucas da PUCRS. Com textos relativos às áreas de Medicina e de outras Ciências da Saúde, trazem enfoque interdisciplinar e possui abrangência regional, nacional e internacional, na medida em que artigos públicos originais, relatos de simulação realística e cartas ao editor. Editor: Manoel Antonio da Silva Ribeiro.
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Concedido pela Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio Jabuti é considerado um dos mais tradicionais voltados à literatura no Brasil. Em 2021, a PUCRS tem a honra de anunciar que Jeferson Tenório, doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Letras, e os egressos do mesmo PPG Natalia Borges Polesso e Samir Machado de Machado foram agraciados em três categorias: Romance de Entretenimento, Romance Literário e Livro Brasileiro Publicado no Exterior.
“O maior prêmio, para mim, é que o meu livro chegue a mais pessoas e que seja lido por elas. Fico extremamente contente em ver que as obras estão sendo utilizadas para iniciar jovens à leitura”, conta Jeferson Tenório, vencedor da categoria Romance Literário com a obra O Avesso da Pele. Nela, o doutorando conta a história de Pedro, um homem que se tornou órfão de pai em uma abordagem policial e que sai em busca de resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos.
Samir Machado de Machado, vencedor das categorias Romance de Entretenimento, com o livro Corpos Secos, e Livro Brasileiro Publicado no Exterior, com a obra Tupinilândia, iniciou sua história na PUCRS durante a graduação, em 2000:
“Quando percebi que tinha uma biblioteca como a Biblioteca Irmão José Otão à minha disposição, foi o momento em que, de fato, me tornei um leitor voraz, a caminho de me tornar um escritor – e não imagino que caminho eu teria seguido na vida se não fosse por isso”, relembra.
Sua trajetória enquanto escritor se iniciou aproximadamente no mesmo período, quando participou da Oficina de Criação Literária do professor do curso de Escrita Criativa Luiz Antônio de Assis Brasil. Foi então que ele teve contato com outras pessoas que também possuíam interesse por Literatura. Com alguns deles, montou uma editora pela qual faziam a publicação dos seus trabalhos, o que ajudou a chamar a atenção de editoras maiores. Em 2021, ele concluiu o seu mestrado em Escrita Criativa pela PUCRS, o que fez com que ele se sentisse “mais seguro em relação a algumas questões teóricas que, antes, eu sentia falta ter como bagagem intelectual”, afirma.
Já Tenório, além de mestre pela PUCRS, agora está realizando um doutorado em Teoria da Literatura na Universidade, o que considera fundamental para o desenvolvimento de sua escrita:
“Eu estudo, agora, representações paternas em quatro obras luso-africanas. Compreender a forma como esses personagens são construídos foi fundamental para a criação do Henrique, personagem de O Avesso da Pele”, comenta Tenório.
Na obra, uma doença fatal assola o Brasil e o transforma em uma terra pós-apocalíptica: sem governo, sem leis e sem esperanças. Os sobreviventes tentam cruzar o País em busca de um porto seguro. Samir conta que a obra foi escrita em 2018 e que é apenas uma coincidência o fato de ter sido publicada quando a pandemia se instaurou.
Na história, não se sabe quem foi o primeiro infectado com essa doença, a única certeza é de que o início da epidemia ocorreu no Mato Grosso do Sul. Os doentes tornam-se “corpos secos”: espectros humanos que não possuem mais atividade cerebral, por mais que seus corpos sigam funcionando buscando sangue. Em seis meses, existem poucos sobreviventes, os quais seguirão rumo ao sul do país, buscando um último refúgio. É essa jornada que será narrada.
Identidade, relações raciais, racismo, negritude e violência policial são alguns dos temas que fazem parte da trama dessa obra. Nela, é apresentada a história de Pedro, que perdeu o pai após uma desastrosa abordagem policial. Ele, então, sai em busca sai em busca de resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos.
A história se passa em Porto Alegre e, segundo o autor, a ideia é justamente mostrar a cidade de uma outra perspectiva. “Existe uma segregação muitas vezes não percebida. Policiais se posicionam em locais que são frequentados por pessoas de baixa renda, onde vemos mais negros, enquanto em lugares considerados mais ‘chiques’ isso não é comum”, explica o autor.
No livro, Tupinilândia é o nome dado a um parque de diversões construído em segredo por um industrialista brasileiro na década de 1980, período marcado pela abertura política do Brasil. Ele celebraria o nacionalismo e a nova democracia que se instaurava. Entretanto, em um final de semana em que o parque realizava testes de suas operações, um grupo de militares invade o lugar e faz funcionários e visitantes de reféns.
Duas décadas depois, um arqueólogo recebe autorização para mapear o local, que está prestes a ser alagado pela hidrelétrica de Belo Monte. Ao iniciar os trabalhos, ele descobre um segredo terrível que dará início a uma trama que perpassa a História recente do Brasil e a memória dos anos 1980. Segundo Samir, a sua vontade com Tupinilândia era “escrever uma história de cidade perdida, com todos os clichês naturais ao gênero, mas fazendo com que se curvassem diante da realidade cultural brasileira”.
Conferir as notícias antes de começar um dia cheio de tarefas ou acompanhar os Trend Topics nos intervalos do dia a dia. Independentemente dos meios que cada pessoa prefere utilizar para consumir conteúdos e ficar por dentro das últimas novidades, o acesso à informação só é possível graças a profissionais que mediam, apuram e interpretam os fatos de interesse público. Por isso a importância da História, da mídia, da Literatura e de outras áreas responsáveis por registrar e comunicar tudo o que acontece.
Para Fábian Chelkanoff, coordenador do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS (Famecos), a comunicação traz cada vez mais possibilidades:
“Falar sobre Jornalismo e Comunicação é falar sobre o dia a dia, sobre a nossa a vida de uma forma geral. É a área que traz contexto, narra histórias, apresenta o mundo e conta tudo o que está acontecendo. É por ela que a gente fica sabendo dos temas mais e menos importantes. Seja em texto, vídeo, áudio, digitalmente, impresso, na televisão”.
Fábian também destaca que na PUCRS são oferecidos cursos de alta qualidade, que tratam de inovação, empreendedorismo e tecnologias, com docentes extremamente qualificados/as, capazes de formar os/as melhores profissionais.
Cursos de graduação como Jornalismo, Publicidade e Propaganda, História e Escrita Criativa estão com processo de ingresso aberto por meio de Vestibular Complementar (com prova de redação online, aproveitamento da nota do Enem, ou a modalidade que tiver o melhor desempenho); Transferência, para estudantes de outras instituições; e Ingresso de Diplomado, para quem já se formou em outro curso de graduação.
A famosa frase do filósofo Edmund Burke “um povo que não conhece sua História está fadado a repeti-la” volta a ganhar destaque de tempos em tempos. E Luis Martins, coordenador do Departamento de História da Escola de Humanidades, concorda que o manancial de experiências humanas pode trazer importantes referências para as decisões da sociedade hoje em dia.
Porém, ele ressalta que apesar de a afirmação ser instigadora, também é necessário levar em consideração os aspectos do contexto do momento histórico observado. “Todas as experiências passadas são ‘datadas’, ocorreram em contextos muito específicos e têm particularidades. Vivemos um momento de radicalismo ideológico e instabilidades, que se assemelham com o nosso passado recente. Fazer comparações e traçar paralelos talvez nos ajude a compreender o momento atual, mas não podemos imaginar que são situações iguais ou que terão os mesmos resultados. Interpretar o presente pelo passado é possível e necessário”, pontua.
Um dos pontos mais importes para o convívio social é que o estudo do passado mostra o quanto as experiências humanas são extremamente diversificadas, assim como a forma de contar narrativas diferentes por meio da Literatura e da arte em todas as épocas. Segundo o professor:
“Dificilmente nos organizamos em sociedade a partir de leis ou da determinação de uma ‘natureza humana universal’. Assim, o que o estudo da História pode nos oferecer é, acima de tudo, uma visão da pluralidade humana, de tolerância e de aceitação da diversidade”.
Para quem sonha em ingressar na área, Luis Martins descreve que, acima de tudo, a curiosidade é um aspecto crucial dos/as historiadores/as: são pessoas com sede de conhecimento e não têm medo de lidar com o desconhecido. Deve ser uma pessoa inquieta pela busca do saber e nunca se satisfazer com respostas fáceis.
A comunicação, a escrita e os registros ganharam novos formatos e possibilidades com o avanço da tecnologia, principalmente com o acesso à internet. Conheça algumas das novidades:
Se você também quer fazer parte das inovações que irão criar as novas formas de contar e registrar as narrativas que são importantes para a sociedade, faça a sua graduação na PUCRS ainda em 2021 por meio do Vestibular Complementar, Transferência e Ingresso de Diplomado.
Inscrições abertas para estudar na PUCRS em 2021
Com o objetivo de descobrir novos talentos da literatura dentro da Universidade, o Concurso Literário Renato Isquierdo, promovido por estudantes do curso de Escrita Criativa da PUCRS, está com as inscrições abertas até o dia 19 de maio no site do concurso. Podem participar todos os alunos e alunas da Unati e dos cursos graduação da PUCRS. Os interessados podem inscrever seus textos nas categorias conto, poesia, crônica/ensaio pessoal e texto dramático/roteiro
A premiação acontece no dia 7 de julho e será transmitida pelo canal da PUCRS no YouTube. Além do anúncio dos vencedores e vencedoras, a live vai contar também com atrações voltadas à arte e cultura. Os textos finalistas e premiados no concurso integram um e-book, divulgado nos canais do projeto.
Conhecido anteriormente como Concurso Rasuras, a iniciativa teve o nome alterado para homenagear o então aluno do curso de Escrita Criativa Renato Isquierdo, que faleceu aos 33 anos vítima de Covid-19. Renato era natural de Guaíba, formado em Letras pela ULBRA e especialista em Ensino de Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica pela PUCRS.
Lidar com os desafios do confinamento obrigatório e de uma rotina de relacionamento com intensa de convivência. Esse poderia ser um roteiro inspirado na pandemia provocada pela Covid-19, mas as semelhanças entre o longa-metragem A Nuvem Rosa e o momento atual são apenas coincidência. Finalizado meses antes da pandemia, o filme é dirigido por Iuli Gerbase, alumni do curso de Produção Audiovisual da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS e do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Escola de Humanidades. “A ideia é que o filme mostre como cada pessoa tem sua própria ideia de liberdade e de felicidade, que pode ser distante dos padrões que a sociedade estipula para nós, principalmente para as mulheres”, destaca a diretora.
A produção concorre ao prêmio de melhor drama estrangeiro no Sundance Film Festival 2021, maior festival de cinema independente dos Estados Unidos, e será exibida no evento nesta sexta-feira, dia 29 de janeiro. Com a indicação de A Nuvem Rosa, esta é primeira vez que um longa gaúcho é selecionado para a mostra competitiva internacional do Sundance.
Iuli, que no PPGL teve como área de concentração a Escrita Criativa, destaca que a dissertação foi fundamental para o resultado do longa-metragem. “O roteiro do filme foi a parte criativa do trabalho final entregue no mestrado, junto com o ensaio teórico. A primeira versão do roteiro de A Nuvem Rosa, que a banca do mestrado leu, tinha 250 páginas. Até a hora de filmar, cortei esse número pela metade. Ter tido tempo durante o mestrado para me focar neste estudo e na escrita foi muito importante para conseguir escrever o roteiro”, conta.
O filme narra o relacionamento de um casal em confinamento diante da ameaça de uma nuvem tóxica que se espalha ao redor do mundo. O roteiro do longa-metragem destaca os desafios de adaptação dos personagens e a busca por manter a saúde mental. “Acredito que é um bom estudo de personagem. Vemos a trajetória emocional de Giovana e Yago durante anos de confinamento. A interpretação de todos atores está muito boa, e fico orgulhosa pelo trabalho deles. O irônico é que o filme foi filmado em 2019 e muitas das suas cenas se tornaram nossa realidade em 2020. Este caráter premonitório, mesmo que tenha acontecido sem querer, chama a atenção das pessoas para o filme”, comenta Iuli.
A diretora também destaca que perceber as semelhanças entre as cenas do longa e a vida real durante a pandemia de Covid-19 foi uma surpresa, mas que poderá beneficiar os espectadores. “Nunca imaginávamos que um filme de ficção científica, com um elemento tão surreal quanto a nuvem rosa, poderia ter elementos que tornariam realidade tão rapidamente. O lado positivo é que o espectador vai se identificar bastante com os personagens e talvez o filme possa ajudar a processar algumas emoções vivenciadas na pandemia”.
Principal polo de Escrita Criativa em ambiente acadêmico no Brasil, a PUCRS oferece um curso que capacita estudantes para atuarem em diversas plataformas e formatos. Com o mercado de trabalho em expansão para criadores de conteúdo, os alunos e alunas podem atuar como escritor/a, editor/a, revisor/a de texto, agente, redator/a ou roteirista.
Saiba mais sobre o curso de Escrita Criativa clicando aqui.
A Escola de Humanidades da PUCRS está com inscrições abertas para quatro cursos de extensão com início em novembro. As aulas, que acontecem na modalidade online, têm como objetivo ampliar discussões sobre diferentes assuntos de áreas como literatura e gramática. Com duração de 10 a 30/horas aula, as capacitações são oportunidades para profissionais e estudantes adquirirem conhecimento de maneira assertiva e com professores qualificados.
Albert Camus e o Homem em Crise e Tragédias Shakespeareanas são algumas das opções oferecidas pela Escola. Conforme as professoras Regina Kohlrausch e Janaína de Aguiar, coordenadoras dos cursos, um dos propósitos é incentivar a cultura por meio da literatura. Elas contam que Albert Camus (1913-1960) foi um grande escritor, filósofo, romancista, dramaturgo, jornalista e ensaísta franco-argelino do século XX, que se destacou na Literatura Mundial, tendo recebido o prêmio Nobel de Literatura.
“2020 é o ano do coronavírus, da pandemia e das manifestações contra os preconceitos e a luta pelo respeito aos direitos civis. Os livros de Camus voltaram a ser muito vendidos nas livrarias, em especial A Peste. Ler suas obras nos ajuda a entender a dimensão do momento de crise mundial, humanitária que estamos vivendo”, destacam.
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Expandir os horizontes é um dos motivos pelos quais os cursos de extensão são uma boa oportunidade para o profissional que trabalha com Letras – seja no mercado editorial, com escrita criativa ou com a produção de conteúdo – mantenha-se atualizado. Segundo o coordenador do curso Escrita Criativa: o texto poético e da graduação em Letras/Português, professor Paulo Ricardo Angelini, a literatura é ágil e sempre há novas obras, autoras e autores e, consequentemente, novas discussões.
“Cada vez mais a arte e a literatura são portas de entrada para a subjetividade, permitindo que possamos sair de nossa zona de conforto, desacomodando as nossas certezas e ampliando o nosso mundo interior”, complementa.
Angelini destaca que o curso irá aproximar as pessoas da poesia e do fazer poético, oferecendo discussão qualificada sobre o tema e oportunizando um feedback com professores que carregam, além da experiência docente, a prática da poesia.
A mais antiga oficina de Criação Literária do País está completando 35 anos em 2020, em funcionamento ininterrupto desde a sua fundação. As aulas são ministradas por Luiz Antonio de Assis Brasil e Silva, escritor e professor da Escola de Humanidades da PUCRS, carinhosamente conhecido como Assis Brasil.
Pela primeira vez a oficina acontecerá em formato totalmente online, mas com a mesma qualidade e metodologia envolvente da principal referência em Escrita Criativa no Brasil. As inscrições vão até 4 de janeiro de 2021, confira o edital aqui. O gênero literário estudado será, como em outros anos, a narrativa de ficção, excluindo os demais, como poesia, drama e crônica, por exemplo.
“Minhas aulas seguem com normalidade e, penso eu, com proveito para os alunos e alunas. Inclusive para discentes da oficina, que se adaptaram perfeitamente. E como gosto de desafios, sinto-me em casa – literal e metaforicamente – para dar as aulas”, conta Assis Brasil sobre a sua adaptação às aulas online.
A leitura é o principal meio para adquirir competência literária, assim como atividades práticas de exercício criativo. A distância, nesse sentido, não é um empecilho. “As trocas entre estudantes acontecem em quantidade e qualidade, iguais às das aulas presenciais. Mas concordo que o contato humano é coisa preciosa, que logo teremos de reinventar, com paciência e humildade. Humildade, não: sabedoria”, destaca.
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A graduação, disciplinas eletivas, cursos de extensão, mestrado e doutorado em Escrita Criativa da PUCRS simplesmente não existiriam se a oficina não tivesse surgido há 35 anos. “Foi uma semente para tudo que veio depois: não só as carreiras de sucesso de estudantes, mas como inspiração para o que egressos fizeram depois. E aí eu me incluo, pois fui aluno da oficina lá em 2006”, recorda Bernardo Bueno, professor, coordenador e co-fundador do curso.
Após o período de inscrições, as seleções serão divulgadas nos canais oficinais da Escola de Humanidades, em 22 de janeiro e as aulas começam no dia 11 de março, sempre às quintas-feiras, das 14h às 17h. As atividades são divididas em dois semestres letivos, com 15 encontros cada.
A oficina visa receber pessoas que revelem intimidade com a literatura. Como forma de desenvolver competência essenciais para quem escreve ficção, são realizados certos jogos, na intenção de mostrar ao aluno e aluna de que são capazes de criar.
Ao final das aulas é publicada uma antologia que reúne os contos elaborados. São, evidentemente, contos iniciais – mas alguns perfeitos e acabados – e assim devem ser entendidos. Até agosto de 2019 foram publicadas 47 antologias.