Até agora, 150 pessoas foram selecionadas para processos seletivos 

Mais de 50 empresas são parceiras da iniciativa EmpregarTCHÊ. / Foto: Amanda Ferronato/ PUCRS Carreiras

Com o objetivo de promover a empregabilidade a pessoas atingidas pelas enchentes no RS, a iniciativa EmpregarTCHÊ, promovida pelo PUCRS Carreiras e Fundação Irmão José Otão (FIJO), completou um mês de execução. Nesse período, 572 candidatos se cadastraram, sendo 53% mulheres e 47% homens. 

Para a coordenadora do PUCRS Carreiras, Katia Almeida, a possibilidade de trabalho é a esperança de uma nova vida.  

“Durante as nossas idas aos abrigos, onde realizávamos o cadastro das pessoas, percebemos o quanto essa iniciativa fazia os candidatos acreditarem em um recomeço, que eles tanto precisavam para reconstruírem suas casas e suas vidas”, declarou. 

Até o momento, pelo menos 150 pessoas já foram selecionadas para participarem do processo e algumas já estão até empregadas. É o caso de Jorge Marcelo Schmitz, de 43 anos. Jorge é morava em Canoas, na Região Metropolitana, teve a casa totalmente atingida pelas enchentes de maio no RS. Perdeu tudo e ficou durante um mês em um abrigo de Porto Alegre.  

“Eu morava com a minha irmã no bairro Mathias Velho e quando nossa casa foi inundada, precisei ser resgatado. No abrigo, tive a oportunidade de conhecer o EmpregarTCHÊ. Fiz o meu cadastro e uma semana depois já fui chamado”, contou. 

Com a oportunidade de trabalho em Erechim, Jorge recebeu todo o apoio da empresa para a viagem e para a hospedagem. “Estou há um mês aqui e adorando a cidade. O pessoal é acolhedor! Está sendo muito bom”. 

Das mais de 500 pessoas cadastradas no EmpregarTCHÊ, a maioria tem Ensino Superior em Andamento e Ensino Médio Completo. O restante tem de ensino fundamental incompleto até doutorado em andamento. Em relação à moradia, o maior número de candidatos reside em Porto Alegre e na Metropolitana. 

O Willian Madruga Donel, de 22 anos, morava há dois meses na Capital. Nascido em Santana do Livramento, mudou de cidade em busca de emprego. Com as cheias, teve que sair da casa de uma das irmãs no centro da cidade e ir para a Zona Sul de Porto Alegre. 

“Eu estava quase voltando para o interior porque a situação estava muito difícil em relação ao trabalho, mas com o EmpregarTCHÊ eu consegui uma nova oportunidade. Agora sou operador de maquinário em uma empresa de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina. O pessoal foi muito receptivo com tudo e com a situação que vivemos no estado”, relatou. 

Atualmente, mais de 50 empresas são parceiras da iniciativa, com atuação em diversas regiões do Estado e do País, com mais de 300 vagas abertas. As principais áreas são industriais, administrativas, alimentícias, contábeis, serviços gerais, comércio/varejo, manutenção, recursos humanos e marketing. O cadastro no EmpegarTCHÊ é realizado de forma gratuita pelo Portal do PUCRS Carreiras, através deste link. 

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Objetivo foi realizar atividades para redução do trauma causado pelas enchentes no RS 

Além do auxílio às crianças, a Associação da Pedagogia de Emergência também realizou três workshops gratuitos. / Foto: Giordano Toldo

Na última semana, a Associação de Pedagogia de Emergência do Brasil esteve no Parque Esportivo da PUCRS para realizar atividades com as crianças abrigadas no local. Cerca de 15 profissionais dedicaram seus dias para atender, acolher e conversar com meninos e meninas que, desde o dia 4 de maio, enfrentam um evento traumático. 

“Tudo que eles estão vivendo agora, relacionado à desorganização e desestabilização, é algo normal. Diante de uma situação de ameaça, o normal é fugir e enfrentar ou paralisar. Nós sabemos que as enchentes que destruíram cidades, bairros e casas são uma catástrofe absurda, um evento gigantesco que afetou um estado. Se isso desestabiliza os adultos, as crianças são ainda mais impactadas. Elas estão sem escola, sem casa, sem cama, sem os brinquedos”, relata William Boudakian, presidente da Associação de Pedagogia de Emergência do Brasil. 

A Pedagogia de Emergência existe para ajudar a organizar esses espaços, a criar oportunidades de acolhimento, de escuta e de expressão. Por isso, nos atendimentos, as crianças participam de jogos, brincadeiras, trabalhos manuais, atividades de ritmos, música, dança e rodas de conversa. 

As atividades são separadas por idades. Na primeira infância, o foco é a estabilização, levando calma, tranquilidade, lucidez, acolhimento e colo. Já para as crianças acima de seis anos, a Associação desenvolve atividades pedagógicas. “Nós usamos muito as manualidades. É no trabalho com fios que, muitas vezes, eles ficam no repouso mental concentrado, dando um respiro”, destaca. 

O grupo já trabalhou também nas enchentes que atingiram o Vale do Taquari, no RS, em 2023, e na tragédia de Brumadinho com as famílias que foram vítimas do desmoronamento da barragem. “Nós sabemos como essas catástrofes ficam impregnadas na gente. Por isso, o brincar, a ludicidade e a arte geram a possibilidade de nos reencontrarmos com nós mesmos”. 

Além do auxílio às crianças, a Associação da Pedagogia de Emergência também realizou três workshops gratuitos, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da PUCRS, Secretaria Estadual da Saúde, Secretaria Estadual do Desenvolvimento Social e a Secretaria Estadual da Educação, para apoiar voluntários e profissionais que estão na linha de frente da tragédia no Rio Grande do Sul. “A presença dessa equipe no abrigo da PUCRS nos ajudou a ver uma outra forma de atendimento, de lidar com as crianças e de acalmar. Nós trabalhamos de forma emergencial mesmo, mas eles nos mostraram que podemos atuar de uma forma mais tranquila, acolhendo e sendo o apoio para as crianças se expressarem”, explica Bettina Steren, coordenadora do PPGEdu Educação da Escola de Humanidades da PUCRS, que esteve à frente, junto com a coordenadora do Laboratório das Infâncias (LabInf), Andreia Mendes dos Santos, das atividades com as meninas e meninos no abrigo. 

“A gente entende que, nesse momento, as crianças precisam de primeiros-socorros para a alma, para se reintegrarem e atravessarem esse momento. A nossa intenção é que outros educadores e voluntários possam acompanhar o trabalho e consigam olhar para cada um deles em suas necessidades. Se as crianças já têm feridas, já têm machucados, a enchente foi mais um”, finaliza William. 

Fotos: Giordano Toldo

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Professores da Escola Politécnica informam procedimentos de segurança antes de tentar ligar equipamentos atingidos pelas águas das enchentes  

É possível recuperar carros e eletrônicos que ficaram submersos nas águas, mas é preciso estar atento. / Foto: Unsplash

As enchentes que causaram estragos em quase todos os municípios do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras, muitos animais de estimação e crianças. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais em Porto Alegre, com estrutura montada no Parque Esportivo, e seus professores e estudantes se mobilizam para levar ao público informações que possam ajudar. Na Escola Politécnica, pesquisadores se uniram para ensinar como é possível tentar recuperar eletrodomésticos que ficaram submersos em água, assim como carros que foram inundados.  

Antes de tentar ligar qualquer tipo de equipamento ou veículo, é preciso certificar-se de que o item está seco. É muito importante manter desligado, para não correr riscos de choque e nem de estragar o produto. Após seguir os passos abaixo, a melhor alternativa é encaminhar para empresas especializadas que realizam manutenção e assistência técnica de equipamentos eletrônicos, pois contam com profissionais treinados e habilitados para esses procedimentos.  

“Os professores dos diversos cursos da Escola Politécnica se reuniram para pensar em como informar sobre a importância da questão de economizar água. Depois passamos a criar um guia de como proteger equipamentos eletrônicos e mecânicos antes de ligá-los novamente”, explica a professora do curso de Engenharia Mecânica, Karina Ruschel.  

Como armazenar os eletrônicos que pegaram água? 

No caso de contato com água de enchentes, ainda ocorre o acúmulo de sujidades que impedirão seu correto funcionamento. Portanto, antes de ligar o equipamento novamente, deve ser realizada a limpeza dos componentes eletrônicos com álcool isopropílico. O ideal é que esse procedimento seja realizado por um profissional habilitado ou poderá afiliar outros danos ao equipamento. 

É possível salvar alguma coisa dos carros? Sim! Saiba como:

O veículo também irá precisar de uma limpeza interna, como a lavagem dos bancos e estofamentos com produtos apropriados. / Foto: Unsplash

1) Não tentar dar partida no carro alagado

2) Desconectar a bateria

3) Levar em um técnico especializado 

4) A parte interna também precisa de reparos

5) Motor – dentro do capô – é necessário conhecimento técnico sobre motores

6) Módulos, sensores e atuadores

7) Reconectar a bateria – se estiver em bom estado: 

8) Dar partida no motor

A Universidade, por meio de seus centros e laboratórios de pesquisa da Escola Politécnica, está à disposição para outras orientações que sejam necessárias.

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Pesquisadores da Escola Politécnica oferecem instruções e alertas sobre o consumo de água 

As enchentes que causaram estragos em grande parte do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras, animais de estimação e muitas crianças. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais em Porto Alegre, com estrutura montada em seu Parque Esportivo, e recebe e encaminha doações. Como consequência dos alagamentos de equipamentos técnicos de abastecimento de água, grande parte da população está sem água encanada em casa. O Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Ideia) e o Laboratórios de Processos Ambientais, da Escola Politécnica da Universidade, investigaram como as pessoas podem ter acesso à água, principalmente potável, visto que o produto está em falta em muitos mercados. Os pesquisadores também alertam sobre quais tipos de água não são adequados para consumo humano. 

Para quem está com a chegada de água por encanamento, após passar por uma Estação de Tratamento de Água (ETA), pode beber e usar para alimentação, pois esta água é potável. Terá uma certa turbidez em função da água coletada, mas dentro do permitido pela legislação. Outra situação é no caso de casas ou prédios que ficaram sem água e tem caixa d’água inda abastecida. A caixa d’água precisa ser limpa com uma frequência e caso isso não ocorra, quando o nível reduz, a sujeira do fundo também surge.  

Existem ainda fontes públicas espalhadas por Porto Alegre, mas destes locais não é aconselhado o consumo, pois apresentam valores de coliformes e E. Coli acima dos considerados seguros para a saúde pública. E os procedimentos de potabilidade da água citados abaixo, não se aplicam nestes casos. A água de fontes públicas é segura apenas para uso de limpeza ou descargas. Ainda é possível, nestes dias chuvosos, coletar com o auxílio de baldes ou de outras maneiras, a água da chuva, para posterior filtragem, pois também não é indicada para consumo imediato. Já a água de alagamentos não deve ser utilizada para nenhum uso, deve-se evitar contato. 

Como tornar a água potável

Água da chuva, rede, cisternas ou poços artesianos:

Opção 1: 

Opção 2: 

Além do filtro de barro também é possível utilizar outros tipos, como coador de papel, tela de nylon, pano limpo ou ainda um filtro doméstico. Outro ponto importante é o consumo consciente de água, visto que muitas pessoas estão sem acesso. É preciso usar apenas o necessário para garantir que não falte para ninguém. Os abrigos provisórios continuam pedindo doações de água mineral, item essencial para a saúde das pessoas.  

Leia tambémSaiba como ajudar a cuidar e a garantir a segurança das crianças nos abrigos 

Professora da PUCRS oferece instruções de como se comunicar com as crianças vítimas das enchentes no Estado e grupo de pesquisa faz alerta e orientações sobre riscos de abusos  

As enchentes que causaram estragos em grande parte do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras, animais de estimação e muitas crianças. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais em Porto Alegre, com estrutura montada em seu Parque Esportivo, e recebe e encaminha doações.   

Os professores e pesquisadores da Universidade, de diversos campos do conhecimento, se mobilizam para ajudar a disseminar informações corretas e que apoiem que está na linha de frente neste momento: voluntários, jornalistas, agentes públicos, profissionais de saúde e tantas outras áreas. A pesquisadora Andreia Mendes, do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUCRS e integrante, Laboratório das Infâncias (LabInf), Núcleo de Estudos e Pesquisa em Infância(s) e Educação Infantil (Nepiei) esclarece dúvidas sobre como se pode interagir de maneira saudável e respeitosa com as crianças.  

“A primeira coisa a ser considerada é que as crianças que estão em um abrigo certamente foram diretamente atingidas pela enchente. Isso significa que tiveram suas casas invadidas pelas águas, lama, estragos e podem ter tido inúmeras perdas (materiais, familiares, afetivas). A criança que está abrigada não está ali em uma situação confortável. Elas expressam no olhar inúmeros sentimentos”, explica a professora. No abrigo instalado na PUCRS há uma equipe de voluntários dos cursos de educação física, comunicação, e outras áreas, realizando atividades recreativas e culturais. Há brinquedos e livros à disposição e a partir de hoje (09/05) haverá também sessões diárias de cinema. 

Veja como pode ajudar: 

Cuidados de abordagem com crianças 

Como explicar o que aconteceu e segue acontecendo 

Ideias de recreação e lazer  

A professora ainda reforça que o momento é de escuta ativa e empatia. É preciso entender que os desabrigados passaram por situações de trauma e as crianças têm mais dificuldades de compreensão da complexidade da situação. Ainda reforça que será necessário que as escolas abordem as pautas climáticas e de empatia quando as atividades escolares retornarem.  

“Habilidades socioemocionais são pauta da educação básica com ênfase a partir da BNCC (2017), mas isso é só o começo porque não se aprende emoções. Se sente, percebe, reconhece.  Se formos sensíveis, seremos capazes de reconhecer nosso papel na sociedade e, quem sabe, as crianças do futuro serão adultos mais sensíveis ao consumo consciente, ao meio ambiente e ao cuidado com o outro”, compartilha Andreia.  

Outro ponto que deve ser reconhecido é que crianças neuroatípicas precisam de um olhar mais cuidadoso na interação e é necessário reconhecer que interagem de formas diferentes. Andreia ainda ressalta que crianças neuroatípicas tendem a desorganizar mais em situações estressantes ou em lugares com muito movimento e barulho, e por isso é importante buscar lugares mais isolados ou encaminhá-las, se possível, a abrigos específicos para famílias atípicas. 

Identificação e manejo de situações de violência  

Crianças e adolescentes se tornam especialmente vulneráveis em contextos de crise e risco, ficando expostas a situação de violência física, sexual e psicológica. Todos têm a responsabilidade compartilhada de protegê-los de quaisquer tipos de violências, abuso, exploração e negligência. Para isso é necessário ter acesso a informações de qualidade e saber como proceder. Confira aqui a cartilha preparada pelo Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS.  

“Em contextos como o que a gente está vivendo de desastre, essas situações podem se agravar, a vulnerabilidade desses grupos aumenta. Então, é muito importante que organizemos medidas para prevenção. Nesse sentido, estabelecer um monitoramento contínuo das crianças e adolescentes nos locais de acolhimento é fundamental”, ressalta a coordenadora do grupo, Luísa Habigzang.

Confira aqui alguns pontos de atenção  

Como identificar sinais de violência 

Violência física  

Exemplos: golpes, empurrões, beliscões, tapas, socos, chutes, puxões de cabelo, uso de armas de qualquer natureza, restrição de movimento, entre outros. 

Violência psicológica 

Exemplos: isolamento social, manipulação, insulto, chantagem, exploração, limitação do direito de ir e vir, violação da sua intimidade ou qualquer outro meio que cause prejuízo à saúde psicológica. 

Violência sexual 

O que fazer após identificar um caso de violência 

Caso você esteja atuando como voluntário em um abrigo e identifique ou receba relato de alguma situação de violência, encaminhe o caso para o profissional de saúde ou assistência social que está no plantão.  

Acione o Conselho Tutelar mais próximo em funcionamento. Após as 18h, o contato deve ser feito com o Plantão de Atendimento do Conselho Tutelar pelo telefone (51) 991581348. 

Em qualquer caso grave de violência, a Polícia Militar deve ser acionada imediatamente por meio do telefone: 190.

“Não é o papel das pessoas que estão atuando nos abrigos fazer uma investigação para checagem de veracidade daquela situação. Ao receber um relato ou ao observar algo que levante a suspeita de uma situação de violência isso deve ser notificado ao conselho tutelar, encaminhado para a brigada militar. Então os órgãos competentes farão a investigação. O nosso papel nos abrigos é a prevenção e o acolhimento das pessoas”, ressalta ainda a coordenadora do Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas. 

Confira: Veja como fazer atendimento de primeiros socorros psicológicos 

A doutoranda em Educação Gabriela Heck (esquerda), em conjunto com professora da Escola de Humanidades Janaina Pereira (direita), participaram do STEM Sign Language Summit na Gallaudet University. / Foto: Arquivo pessoal

Entre os dias 2 e 5 de março a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Gabriela Heck, em conjunto com professora da Escola de Humanidades Janaina Pereira, participaram do STEM Sign Language Summit na Gallaudet University em Washington, Estados Unidos. O evento realizado pela universidade americana tem como objetivo desenvolver sinais nas áreas da Ciência, Tecnologia, Engrenharia e Matemática. A Gallaudet University é a única universidade no mundo onde a primeira língua é a de sinais e em sua tese de doutorado, Gabriela analisa a inclusão de pessoas surdas no campo científico, compreendendo quais são as influências que a fazem chegar neste espaço. Para a doutoranda, esse evento foi uma grande oportunidade de aprofundar seus estudos do doutorado.  

“Esse evento se relaciona diretamente com minha pesquisa de doutorado, na qual eu abordo a inclusão de pessoas com deficiência no campo científico, e eu estudo especificamente o que influencia essas pessoas a seguirem (ou não) com essas carreiras, destaca Gabriela. 

Além da participação no evento, aluna e professora também apresentaram artigo sobre o processo de criação de um glossário de Sinais Científico em Libras, desenvolvido entre 2019 e 2020. Além do glossário sobre temas científicos, o grupo já desenvolveu materiais também sobre autores das ciências sociais, saúde, área jurídica e sinais religiosos.    

“A professora Janaina me convidou para o Grupo de Estudo e Inovação em Libras para auxiliar na elaboração de um glossário bilíngue de sinais científicos em Libras, que está disponibilizado gratuitamente no Youtube. Até o momento, o glossário científico já tem mais de 200 sinais registrados, contribuindo para a inclusão da comunidade surda na educação básica e Ensino Superior no Brasil e promovendo a disseminação do conhecimento científico de maneira acessível e inclusiva.” 

Impacto social e na pesquisa 

Além da participação no evento, aluna e professora também apresentaram artigo sobre o processo de criação de um glossário de Sinais Científico em Libras, desenvolvido entre 2019 e 2020. / Foto: Arquivo pessoal

Gabriela Heck considera que participar do evento teve um impacto para além da sua pesquisa no doutorado. Para ela, ter a oportunidade de conhecer a única universidade voltada para educação de surdos no mundo foi um capítulo muito importante da sua trajetória no doutorado, e que esse encontro irá servir para trazer muitas ideias, conteúdos e contatos para o desenvolvimento da sua tese.  

“Para além do doutorado, a experiência também poderá trazer contribuições para o projeto que participo junto à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, sobre Mulheres na Ciência, pois pretendo identificar e possivelmente entrevistar mulheres surdas cientistas e compreender ainda mais sobre suas escolhas de carreira e desafios enfrentados por serem mulheres com deficiência em carreiras científicas”, elenca. 

Para a professora, essa participação é um impulsionador para maior impacto social dos projetos desenvolvidos pelo Grupo de Estudo e Inovação em Língua Brasileira de Sinais.  

“A nossa participação neste evento fortalece principalmente a base da nossa pesquisa da PUCRS para que possa ser reconhecida mundialmente, além disso atualizar as informações cientificas e acadêmicas para reunir os pesquisadores, estudantes, professores e a Comunidade Surda Brasileira”, destaca Janaina.

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O evento contará com a presença do líder indígena Júnior Hekurari. / Foto: Divulgação

O Fórum Internacional do Meio Ambiente (FIMA), organizado pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI), em parceria com Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos), Ministério Público do RS, e pelo Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental da UFRGS (GPJA), irá acontecer entre os dias 12 e 13 de março. O Fórum tem como objetivo discutir questões relacionadas ao meio ambiente do ponto de vista político e social, promovendo não só um debate, mas também um espaço de aprendizagem para estudantes, jornalistas e público em geral.   

O tema do 12º Fórum Internacional do Meio Ambiente é “Água e Energias Renováveis”, e o evento busca possibilitar reflexões sobre as formas de produção de energia e o uso da água, principalmente em temas como o hidrogênio verde e a produção de energia eólica. Também serão debatidas as implicações da implantação de fazendas de aerogeradores em lagoas e nas áreas litorâneas. O tema escolhido envolve dois grandes desafios da sociedade atual: preservar a qualidade e a riqueza ecológica da água do planeta e equilibrar o aumento da demanda de energia com a necessidade de preservação da natureza. Dessa forma, o evento promove uma discussão aprofundada sobre o uso desses recursos, com o objetivo de buscar soluções inovadoras e socialmente justas globalmente e em nível local.   

O Fórum irá contar com a presença de diversas lideranças e autoridades da temática no Brasil. A liderança indígena Junior Hekurari Yanomami será um dos palestrantes do evento e irá ministrar a palestra “Terra Yanomami: garimpo, crise humanitária e o papel do jornalismo”. Presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami, Junior é ativista e denuncia a crise humanitário na terra indígena Yanomami, o garimpo ilegal e o desmatamento da Amazônia.   

Durante o Fórum também acontecerá a 1ª Mostra de Jornalismo Ambiental. Serão aceitos até 16 trabalhos entre reportagens e projetos de extensão que abordem a temática ambiental. Os trabalhos consistem em reportagens premiadas ou indicadas por professores, além de projetos de extensão aprovados pela universidade, com a indicação do orientador. Os trabalhos podem ser enviados até o dia 7 de março.   

Evento se conecta com a Agenda 2030 da ONU 

Ao trazer o tema água e energias renováveis para o debate, o Fórum conecta as duas temáticas com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidades (ONU) que são traduzidas pelos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS): Vida na Água (objetivo 14) e Energia Acessível e Limpa (objetivo 14).  A Agenda 2030 é um guia desenvolvido pela ONU que funciona como um plano de ação para colocar o mundo em um caminho mais sustentável e resiliente até 2030. Empresas, organizações, instituições de ensino são incentivadas a tomar parte nesse projeto global e a PUCRS é uma delas: a Universidade firma esse compromisso de impacto social diariamente através dos seus projetos de pesquisa, ensino, extensão e inovação.  

Serviço 

Saiba mais sobre o evento

dia-do-voluntariado, Voluntariado Educativo Marista

As inscrições estão condicionadas ao número de vagas disponíveis. / Foto: Giordano Toldo

Mais um semestre se inicia e as oportunidades de sermos protagonistas de uma trilha solidária se aproxima. O Voluntariado Educativo Marista segue transformando vidas e gerando experiências significativas junto dos participantes com as instituições parceiras, em atividades que relacionam a educação, a cultura, a saúde, a assistência social, o meio ambiente, entre outras.

As atividades do voluntário são diversas, incluindo oportunidades em oficinas, reforço escolar, criação de estratégias para arrecadação de recursos, confecção de materiais lúdicos e pedagógicos, criação literária e o apoio no gerenciamento de redes sociais, entre outras. 

Os/as interessados/as devem se inscrever neste link e as inscrições estão condicionadas ao número de vagas disponíveis. Os inscritos no projeto serão convidados a participarem do Workshop Solidário, com datas e locais divulgados posteriormente à inscrição ser confirmada, onde terão um momento de formação e vivência sobre a cultura da solidariedade.

Além da oportunidade de vivenciar novas experiências e de contribuir para uma cultura mais solidária, os estudantes que completarem 40 horas de atuação poderão solicitar o aproveitamento do Voluntariado como atividade complementar. 

Leia também: Dia do Voluntariado: um exercício de solidariedade e cidadania

Fique atento/a: 

Para mais informações sobre o projeto de voluntariado, entre em contato e-mail [email protected] ou pelo WhatsApp (51) 98335-0187. 

conheças as instituições participantes do projeto

Resíduos sólidos urbanos, reciclagem de tampas de plástico

A central de resíduos da PUCRS atua desde 2018 para dar um destino adequado os resíduos produzidos na Universidade. / Foto: Giordano Toldo

A administração eficiente dos resíduos sólidos urbanos representa um dos principais desafios enfrentados pelo Brasil, um país de vastas dimensões e uma população em constante crescimento. A rápida urbanização e o aumento da produção de resíduos têm intensificado a pressão sobre os sistemas de gestão existentes, gerando uma série de complexidades ambientais, sociais e econômicas. Neste contexto, é importante para os municípios abordarem questões relacionadas à coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos de maneira estratégica e sustentável. 

Desde 2018, a central de resíduos da PUCRS desempenha um papel fundamental na gestão adequada dos resíduos, promovendo a separação e o tratamento apropriados dos materiais descartados pela Universidade. Isso contribui para a redução do impacto ambiental, a promoção da reciclagem e a minimização da quantidade de resíduos destinados a aterros sanitários. Este trabalho de segregação é realizado por uma empresa parceira, que é responsável por vender os materiais para recicladoras autorizadas, e parte do valor é revertido em forma de desconto na prestação do serviço. 

“Importante salientar que no âmbito da gestão e do gerenciamento dos resíduos sólidos deve ser observada a ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final adequada dos rejeitos”, destaca Caroline Luckow, coordenadora de Sustentabilidade Ambiental e Bem-Estar das Pessoas na PUCRS.  

O Brasil é o campeão da geração de lixo entre os países da América Latina, representando 40% do total gerado na região – o que significa o descarte de 540 mil toneladas por dia, segundo a ONU Meio Ambiente, programa das Nações Unidas. A separação dos resíduos é um problema relevante, visto que vários municípios ao redor do país não possuem uma central de reciclagem disponível aos moradores, sendo obrigados a conviver com aterros ou lixões.  

A persistência dos lixões no Brasil, até 2025, é uma preocupação ambiental significativa, pois pode resultar em danos irreversíveis ao meio ambiente, contaminação do solo e recursos hídricos, além de impactos na saúde pública”, aponta. 

O setor empresarial recentemente foi responsabilizado pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) pelo sistema de logística reversa (que significa a destinação correta ou reaproveitamento dos resíduos), porém ainda não foi implantado. A priorização de setores mais tradicionais é um dos fatores para a complicação, além da falta de compromisso social que é visto em setores acadêmicos com motivações diversas como pesquisas ou valores éticos. Por esse motivo, as universidades e escolas são fundamentais no ensino do cuidado do meio-ambiente, desde a coleta até o descarte correto, explica Caroline.  

“A implementação efetiva de políticas, investimentos em infraestrutura e conscientização são necessários para mitigar os impactos negativos e promover um ambiente mais saudável. Quanto mais se adia a transição, maior é o risco de danos ambientais irreversíveis”, pontua. 

Resíduo Zero busca reduzir impacto ambiental 

O resíduo mais gerado no Campus da PUCRS, segundo dados do setor de Sustentabilidade Ambiental e Bem-Estar das Pessoas, é o de podas, seguido do rejeito orgânico – com um total de 565 toneladas. A quantidade dos dois resíduos somados é igual ao lixo descartado incorretamente encontrado nos rios do município de Estância Velha, que possui apenas 5% da população atual de Porto Alegre. 

A PUCRS se destaca por implantar o Projeto Resíduo Zero, que envolve a redução consciente do desperdício, reutilização de materiais e reciclagem eficiente. Na Universidade, o resíduo derivado da construção civil é enviado para um centro de beneficiamento de caliça (reboco), onde ele é avaliado, classificado e processado, possuindo como objetivo a redução no impacto ambiental e promoção da economia circular.  

A Central de Resíduos da PUCRS adota uma prática de multiplicadores de informação integrada ao programa PUCRS SUSTENTÁVEL, que visa sensibilizar todos que interagem com o Campus por meio de oficinas e treinamentos. Essa iniciativa contribui para a conscientização da população de Porto Alegre. A cidade encontra-se atualmente na quinta posição entre as Capitais brasileiras no ranking de reciclagem, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Caroline explica que a atuação da Universidade é de uma cidade de pequeno porte, pela grande circulação de pessoas, e a eficácia da mensagem é altamente influenciada pelo método de tratamento.  

“Nosso método é visual e manual, são práticas sustentáveis e transparentes, podendo inspirar a comunidade a adotar comportamentos similares, pois pode ser aplicado por qualquer um de nós”, conta a coordenadora.  

Para contribuir com o cuidado com o meio ambiente, o primeiro passo é o descarte correto do lixo. Na cartilha disponibilizada pela PUCRS estão todas as dicas para o descarte na Universidade, que você pode conferir aqui: Cartilha de orientações. 

6 dicas de como colaborar o gerenciamento de Resíduos sólidos urbanos

Contribuir para o gerenciamento adequado de resíduos sólidos urbanos é uma responsabilidade coletiva. Listamos 6 dicas de como colaborar para melhorar o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos: 

1) Separe os resíduos

Classificar os resíduos em categorias como recicláveis, orgânicos e resíduos perigosos é fundamental. Isso facilita o processo de reciclagem e evita a contaminação de materiais recicláveis. 

2) Facilite a reciclagem

Utilize os sistemas de coleta seletiva disponíveis na região para descartar materiais recicláveis. Isso inclui papel, plástico, metal e vidro. Importante estar ciente dos locais de coleta de recicláveis na comunidade. 

3) Compostagem

Para resíduos orgânicos, considerar a prática da compostagem em casa é uma alternativa. Isso não apenas reduz a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários, mas também produz um material rico em nutrientes que pode ser usado como adubo. 

4) Evite o desperdício

Busque consumir alimentos de forma consciente e reutilizar itens sempre que possível. A redução do desperdício contribui significativamente para a diminuição do volume de resíduos gerados. 

5) Descarte responsável

Lembre-se de descartar os aparelhos eletrônicos antigos e pilhas em locais específicos para evitar a contaminação do solo e da água por substâncias tóxicas. 

6) Opte por sacolas reutilizáveis

Optar por sacolas reutilizáveis em vez de sacolas plásticas descartáveis ao fazer compras. Isso reduz a quantidade de plástico de uso único que contribui para a poluição ambiental. 

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Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS promoveu a primeira edição do Momento de Acolhimento Sensorial/ Foto: Divulgação

O Museu de Ciências e Tecnologia (MCT) da PUCRS promoveu, no dia 25 de novembro, o Momento de Acolhimento Sensorial, ação de inclusão e acessibilidade destinada a pessoas com deficiência – principalmente aquelas que possuem Transtorno do Espectro Autista (TEA). A necessidade e motivação para essa iniciativa partiu da compreensão de que acessar alguns espaços públicos muito estimulantes pode ser uma experiência estressante e desafiadora para algumas pessoas.  

“O Museu se propõe a criar oportunidades que privilegiem o conforto sensorial e diminuam impactos na interação com o ambiente; ampliando, assim, as possibilidades de acesso para um público cada vez mais amplo e diverso”, explica Gabriela Ramos, museóloga das ações educativas do Museu.

A ação foi concebida, planejada e desenvolvida pelas museólogas do MCT, a partir de uma parceria entre o Museu, a Gepes e o Colégio Marista Champagnat. A organização foi iniciada no dia 19 de outubro, pouco mais de um mês antes do evento. Além das museólogas, também participaram do desenvolvimento do projeto uma pesquisadora da área de inclusão museal e doutoranda em Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU), uma psicóloga e analista em diversidade e inclusão da GEPES, uma pesquisadora da área do Transtorno do Espectro Autista e pós-doutoranda em Educação pela PUCRS, uma professora responsável pelo Atendimento Educacional Especializado do Colégio Marista Champagnat e parte da equipe interdisciplinar do MCT. Uma parte importante nesse processo foi a capacitação da equipe do Museu, detalha Gabriela Heck, pesquisadora da área de inclusão museal.

“As capacitações foram momentos de formação com a equipe envolvida no projeto piloto, que ocorreram durante o mês de novembro de 2023. Nesses espaços de formação, desenvolvemos os temas sobre Acessibilidade, Pessoa com Deficiência e especificamente questões relacionadas ao TEA.” 

Equipe envolvida no projeto passou por três etapas de capacitação para dar vida ao projeto/ Foto: Divulgação

No total, a capacitação foi dividida em três etapas: a primeira foi ministrada por Gabriela Heck, Doutoranda em Educação. Nessa etapa, foram abordados conceitos fundamentais sobre acessibilidade, incluindo a definição de acessibilidade e pessoa com deficiência, conforme a Lei nº 13.146 de 2015, esclarecimentos sobre o uso do cordão/fita de girassóis para identificar deficiências ocultas, segundo a Lei nº 14.624 de 2023. Outras definições importantes incluíram explanações sobre deficiências ocultas, tipos de deficiência, barreiras de acessibilidade, capacitismo e termos capacitistas. 

Na segunda etapa, ministrada pela pós-doutoranda em Educação Karla Wunder da Silva, foram apresentados conceitos essenciais e informações relevantes sobre o TEA. Isso inclui a definição do transtorno, aspectos do neurodesenvolvimento e dos transtornos relacionados, a desmistificação de estereótipos associados a pessoas autistas e dados internacionais e nacionais sobre autismo. Além disso, também foram abordadas características típicas, níveis de suporte, comportamentos observáveis com a metáfora do iceberg, STIMS (movimentos estimulatórios/reguladores), desenvolvimento da linguagem e abordagem de situações de agressividade.   

Por fim, a terceira etapa teve como objetivo o alinhamento da equipe envolvida, retomando as principais orientações de abordagem e comunicação frente ao público, adequações e recursos desenvolvidos para a iniciativa e um espaço de diálogo para manifestação de dúvidas do time envolvido na ação. Gabriela Heck destaca a importância dessa etapa para o desenvolvimento da iniciativa: 

“As capacitações revelaram um potencial colaborativo significativo entre o Museu e outros departamentos da PUCRS, que são responsáveis pela formação de profissionais e pesquisadores em diversas áreas, dispostos a apoiar iniciativas como essa. Essas capacitações proporcionaram oportunidades enriquecedoras para o desenvolvimento pessoal e profissional dos envolvidos, criando espaços significativos para crescimento, trocas e aprendizado”, comenta ela.  

Recepção do evento pelo público foi um sucesso 

Para a iniciativa, foi criada uma sala de acolhimento sensorial, que difere dos demais espaços do MCT: sendo um local longe dos principais estímulos do museu, como barulhos, luzes e aglomeração de pessoas, o espaço tem como objetivo fornecer conforto e segurança para os visitantes. “Nesse espaço, a iluminação, a temperatura, as cores do ambiente, os estímulos e os recursos sensoriais disponíveis são pensados como opção para a autorregulação de pessoas neurodivergentes”, explica Gabriela Heck.  

Sala de acolhimento sensorial foi criada especialmente para a iniciativa/ Foto: Divulgação

Para essa primeira edição da iniciativa, a equipe do MCT organizou o espaço na sala de ações educativas. Localizada provisoriamente no terceiro pavimento do Museu, em um ambiente reservado. A sala, um ambiente silencioso, é equipada com pufes, tapete sensorial, materiais para desenho, objetos recreativos e brinquedos antiestresse. João Pedro Talamini, de 21 anos, é autista e participou da edição piloto, e afirma ter sido uma ótima experiência. 

Sempre gostei muito de ciências naturais, e desde criança gosto de visitar o Museus da PUCRS. Poder visitar esse lugar com tranquilidade e silêncio, assim podendo desfrutar de todas as exposições de forma mais agradável, foi realmente muito bom”, diz. 

João não foi o único a aprovar a iniciativa: a pesquisa de satisfação respondida pelos participantes apontou 100% de aceitação quanto ao nome da iniciativa, 100% de satisfação quanto à pertinência da redução de público (menos circulação e ruídos), um maior engajamento dos visitantes com relação aos conteúdos da exposição e uma maior interação com os experimentos. 

A avaliação da iniciativa foi realizada antes, durante e depois da execução do projeto. Além disso, as próprias capacitações trouxeram feedbacks muito positivos, gerando nos atendentes o interesse em participar de mais momentos de formação voltados aos públicos com deficiência e de aprenderem a Língua Brasileira de Sinais (Libras). 

Além disso, a inclusão e diversidade dentro da própria equipe do museu contribuiu para a construção do projeto: o desenvolvimento do Mapa Sensorial foi acompanhado por um atendente do museu diagnosticado com TEA e contribuiu com sua experiência e conhecimento sobre as exposições para mapear os espaços e experimentos com maiores estímulos sensoriais. Posteriormente, ele relatou que se sentiu acolhido ao ser consultado, ouvido e reconhecido. 

Gabriela Ramos destaca a acolhida da equipe e interação com os atendentes, bem como os recursos criados para a inciativa, como mapas, mochilas e a sala. 

“As mochilas, que estavam sendo carregadas pelos atendentes, despertaram o interesse dos visitantes, o que demonstrou a importância de se criar uma identidade visual do projeto para ser adicionada junto a elas e aos demais recursos, visando facilitar a sua identificação por parte do público. Com relação ao espaço de acolhimento sensorial, dos visitantes que a utilizaram, os comentários foram positivos, com sugestões de ter uma sala em cada andar, e a indicação de outros recursos que poderiam ser incluídos, como redes, balanços e uma melhor sinalização”, explica. 

Próxima edição acontece neste domingo 

A edição piloto do projeto foi um sucesso: e não irá parar por aí! A partir de agora, o Museu vai promover, no terceiro domingo de cada mês, o Momento de Acolhimento Sensorial – e o valor do ingresso é meia entrada para pessoas com deficiência e acompanhantes. A próxima edição já tem data para acontecer: dia 17 de dezembro, das 10h às 11h.  

Você pode conferir mais sobre a programação e valores do Museu clicando aqui. 

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