Confira dicas de como salvar suas páginas de conhecimento e histórias 

Foto: Envato Elements

As enchentes que causaram estragos em quase todos os municípios do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras e muitos animais de estimação. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais acolhendo pessoas atingidas pelas chuvas em Porto Alegre. Com estrutura montada no Parque Esportivo, o espaço conta com o apoio de professores e estudantes voluntários, mobilizados a levar ao público informações relevantes sobre o contexto, perspectivas e ações práticas que possam ajudar.   

Neste momento, em que a água já escoou em alguns lugares, e baixa de nível aos poucos em outros, as pessoas conseguem voltar para a casa e avaliar os danos. Professores da Escola Politécnica já divulgaram dicas de como recuperar eletrodomésticos e até carros. E agora, a Biblioteca Irmão José Otão traz dicas de como tentar salvar livros que entraram em contato com umidade por conta das alagações. 

Medidas que podem ajudar a recuperar seus livros: 

Importante tomar alguns cuidados, como não deixar exposto ao sol, nem ao vento forte. Também não utilizar outras fontes de calor como secador de cabelos, chapinha ou até mesmo ferro de passar roupas. O essencial é secar o papel, mesmo que esteja com lama, em lugar arejado ou com ventilador em velocidade baixa. Além disso: 

Estas dicas podem ser utilizadas em materiais que possuem umidade, porém é necessário o acompanhamento diário para não haver proliferação de fungos ou mofo. Já para situações de contato excessivo com água, existem outras formas de recuperação como o congelamento, a térmica a vácuo, o uso de desumidificadores, entre outras ações, que devem ser aplicadas por especialistas. 

Confira ainda:  

Novo livro da escritora gaúcha aborda seu processo de peregrinação e busca inspirar os leitores 

Foto: Divulgação/Sesc

Os Caminhos de Caravaggio, na Serra Gaúcha, são uma nova rota de peregrinação no Sul do Brasil que se une a outros percursos de fé pelo mundo, como o famoso Caminho de Santiago de Compostela, um atrativo turístico para a prática de hiking e trekking de longa distância. São nestas paisagens que o leitor mergulha ao ler o novo livro da autora Carina Luft, Siga a seta: caminhando até Caravaggio, lançado pela ediPUCRS nesse mês de abril.  

A obra vai além do mero relato prático de uma caminhada turística: busca dar dimensão humana às paisagens percorridas e experiências vividas pela autora. Mostra não somente os belos e pouco explorados marcos dos Caminhos de Caravaggio nos cinco municípios serranos que os abrigam – Canela, Gramado, Nova Petrópolis, Caxias do Sul e Farroupilha –, mas também a percepção dos moradores em relação aos peregrinos que passam em suas cidades.  

“Peregrinar era um desejo antigo, coisa de adolescente, de sair livre carregando pouca coisa, sem muitas preocupações – o que eu nunca consegui fazer porque precisava honrar protocolos sociais, e não tinha a coragem de largar tudo. Mas a redenção veio aos 50 anos quando me aposentei, então me dei conta de que eu estava fora do meio corporativo e livre da profissão de 30 anos. Foi um ato consciente e de rebeldia também”, conta a autora, sobre a decisão de fazer a viagem. 

Já a ideia de escrever um registro veio durante um passeio em Gramado, quando descobriu os Caminhos de Caravaggio e decidiu marcar a peregrinação. Na ocasião, percebeu que seria a oportunidade perfeita de unir a vontade de escrever crônicas de viagem e “colocar para fora as angústias de uma vida regrada”. Ainda assim, não tinha como principal objetivo a publicação, queria apenas escrever fluidamente.   

O interesse por livros, na infância, nasceu por influência de seus pais e avós, que Carina via lendo e entendia como uma atividade relaxante. Já a escrita surgiu como forma de desabafo na sua adolescência; mas foi na fase adulta, aos 33 anos, que começou estudar Literatura: foi aí que descobriu que precisava estudar muito para escrever um bom texto.  

Nos diversos cursos, oficinas e grupos de criação que participou para aprimorar sua escrita, aos poucos, Carina descobriu sobre o que gostava de escrever. E com a prática e evolução da carreira, foi gratificada com os títulos de Patrona da 13ª Feira do Livro de Montenegro e 9ª Feira do Livro do Vale do Caí, e finalista do Prêmio Açorianos de Literatura de 2011.  

“Fico inquieta e sinto necessidade de colocar para fora as angústias. Devido às violências e suas injustiças, por isso, comecei escrevendo crime fiction. De repente, senti vontade de falar de assuntos mais leves, aqueles que tirassem as pessoas da toxicidade social, então vi uma oportunidade nas crônicas de viagem. Talvez esteja aí uma balança onde eu possa me equilibrar. De um lado está o horror e do outro, a redenção”, reflete a autora.  

Em Siga a seta: caminhando até Caravaggio, o leitor conhecerá mais de perto o rico cenário humano capaz de tornar um caminho de peregrinação em uma experiência transformadora. A autora descreve o livro como uma crônica de viagem com a qual, peregrinos, aventureiros e pessoas sensíveis em busca de transformação vão se identificar ao ler sobre a redescoberta de sua fé interior.  

“Libertação é o que eu busco provocar no leitor com o meu livro. Espero que cada um encontre o próprio ponto de virada para mudar aquilo que gostaria de mudar. Que o leitor possa se desintoxicar à medida que lê, que ele se identifique com a dor, com o humor, com as alegrias, os desafios e as descobertas da autora enquanto caminha ao lado dela. O livro fala dos caminhos como metáfora da vida”, compartilha Carina.  

Conheça o livro