Reconhecimento a egressos de diferentes categorias será entregue em cerimônia especial marcada para o dia 11 de julho em evento aberto à comunidade

Caco Barcellos

“Ele demorou, mas voltou como prometeu”, Dona Antoninha, mãe do jornalista Caco Barcellos, sobre a entrega do Prêmio Alumni PUCRS ao filho, Caco Barcellos – formado na PUCRS

Cláudio Barcellos de Barcellos – ou melhor, Caco Barcellos –, é um dos repórteres mais respeitados do Brasil. Nas últimas décadas, destacou-se por comandar trabalhos de excelência envolvendo jornalismo investigativo. Dois temas recorrentes em sua obra são a violência e a injustiça social, pautas muitas vezes abordadas no programa Profissão Repórter, da TV Globo. É, também, autor dos best-sellers Rota 66 – A história da polícia que mata e Abusado – o dono do morro Dona Marta.

Natural de Porto Alegre, onde nasceu em 1950, Caco formou-se em Jornalismo na PUCRS em 1975. Para custear a faculdade, trabalhou como taxista. Desde então, retornou à Universidade diversas vezes. A mais recente aconteceu em julho de 2023, durante a segunda edição do Prêmio Alumni PUCRS – criado com o objetivo de reforçar a conexão e o compromisso da Instituição com o público egresso. Além disso, o mérito valoriza iniciativas que tenham impacto e contribuam com a construção de uma sociedade mais humana, justa e responsável. Nada mais natural, portanto, do que reconhecer alguém com a trajetória do jornalista.

No evento de premiação, Caco homenageou a própria mãe, Antoninha Barcellos. Na ocasião, ele revelou que, na semana da formatura, quase cinco décadas atrás, precisou viajar por conta de um compromisso profissional e não conseguiu receber o diploma. Mas prometeu a ela que um dia voltaria à Universidade justamente com essa finalidade.

Tanto minha mãe quanto meu pai não tiveram oportunidade de ir à escola. Mesmo assim, com muita dedicação, ela me ensinou a ler e a escrever. Quando me formei, teve essa coincidência triste na época [de viajar a trabalho]. E eu disse para ela: ‘Um dia, eu volto com o diploma’. Ela duvidou, mas hoje esse prêmio representa o diploma para mim. Estou muito honrado, disse Caco.

Emocionada, Dona Antoninha elogiou o filho: “Ele demorou, mas voltou como prometeu”. A verdade é que nem precisava. “No meu coração, ele já estava diplomado”, acrescentou a mãe. Caco Barcellos recebeu o Prêmio Alumni PUCRS 2023 na categoria Comunicação. Entre outras pessoas reconhecidas, a jornalista Eliane Brum, gaúcha de Ijuí, conquistou o prêmio na categoria Arte e Cultura. 

Prêmio Alumni 2024

A terceira edição do Prêmio Alumni PUCRS acontece dia 11 de julho, a partir das 18h30, com uma programação especial. Com o objetivo de reconhecer novas e consolidadas histórias, o prêmio foi criado para reforçar a conexão e o compromisso com mais de 200 mil egressos/as e valorizar iniciativas que contribuem com a construção de uma sociedade mais justa, responsável e humana.

A premiação contempla diferentes áreas do conhecimento, em sete categorias: Educação, Saúde, Inovação e Empreendedorismo, Socioambiental, Comunicação, Pesquisa Científica e Arte e Cultura. Além disso, também são entregues duas honrarias especiais: o Troféu Jovem Destaque e o Troféu Ir. Norberto Rauch.

O Prêmio Alumni PUCRS é uma realização da Rede PUCRS Alumni, vinculada à Pró-Reitoria de Identidade Institucional (PROIIN) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e será aberto à comunidade, mediante confirmação de presença até o dia 8 de julho, através do link: Prêmio Alumni PUCRS 2024.

*Texto originalmente publicado na edição 194 da Revista da PUCRS, lançada no mês de março de 2024. A produção foi cocriada com a República Conteúdo e a edição completa está disponível para download neste link. 

Conheça os homenageados de 2024

Ministros, professores e especialistas de todo o Brasil se reúnem no dia 20/05 para abordar tópicos jurídicos ligados ao enfrentamento da tragédia

Reforçando as ações da PUCRS e de sua comunidade acadêmica no apoio às milhares de pessoas atingidas pelo desastre que atinge o estado, a Escola de Direito, por meio do Programa de Pós-Graduação em Direito, realizará, no dia 20/05 (segunda-feira), o evento online SOS Rio Grande do Sul. A partir das 09h45, ministros, professores e especialistas de todo o país irão tratar sobre assuntos fundamentais ligados à calamidade e ao papel do Direito no apoio à população gaúcha.

O evento — que será aberto por Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e encerrado por Mauro Campbell Marques, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) — contará com painéis sobre Direito Ambiental, desastres e mudanças climáticas; Proteção dos vulneráveis; Direitos Sociais; Direito Privado e proteção dos consumidores; e Processo Civil (confira a programação completa no final da matéria). Aos interessados em acompanhar as palestras é incentivada a doação de qualquer soma através da chave pix da PUCRS (doe.rs@pucrs.br) ou pelo pix oficial do Governo do Estado do Rio Grande do Sul (CNPJ 92.958.800/0001-38 – Banrisul). Não é necessário realizar inscrição no evento, basta acessar a sala da plataforma Zoom.

PROGRAMAÇÃO:

Abertura

Painel de Direito Ambiental, desastres e mudanças climáticas I Coordenador: Prof. Dr. Ingo Wolfgang Sarlet

Painel Proteção dos Vulneráveis | Coordenadora: Profª Drª Regina Linden Ruaro

Painel Direitos Sociais | Coordenadores: Profª Drª Denise Fincato e Prof. Dr. Gilberto Stürmer

Painel Direito Privado e Proteção dos Consumidores | Coordenadora: Profª Drª Fernanda Nunes Barbosa

Painel Processo Civil | Coordenador: Prof. Dr. Luiz Alberto Reichelt

Painel Direito ambiental, desastres e mudanças climáticas II | Coordenador: Prof. Dr. Ingo Wolfgang Sarlet

Ação conjunta teve como objetivo mapear as necessidades para auxiliar com encaminhamento jurídico 

A ação aconteceu na quinta-feira, dia 16 de maio, no Parque Esportivo da PUCRS. / Foto: Laura Villodre

As enchentes que causaram estragos em quase todos os municípios do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras, muitos animais de estimação e crianças. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais em Porto Alegre, com estrutura montada no Parque Esportivo, e seus professores e estudantes se mobilizam para levar ao público informações que possam ajudar.  Nesta quinta-feira (16), a Escola de Direito prestou assistência jurídica no abrigo temporário da PUCRS. Foi uma ação conjunta do Núcleo de Prática Jurídica, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais da Universidade, da Defensoria Pública Estadual (DPE) e da Defensoria Pública Federal (DPF).  

O esforço conjunto de trabalho entre a Escola de Direito, a DPE e a DPU trata-se de mais uma ação de instituições parceiras que vem estreitando seus vínculos considerando o interesse comum de levar atendimento jurídico às comunidades carentes. Segundo o prof. Marcos Eberhardt, coordenador do Núcleo de Prática Jurídica, o objetivo principal é mapear demandas jurídicas que possam ajudar os abrigados e suas famílias nesse momento de vulnerabilidade. 

“É uma ação conjunta para realizar um primeiro atendimento, um acolhimento, no sentido de mapear as necessidades jurídicas dessas pessoas abrigadas aqui no Parque Esportivo. Uma primeira análise nos mostrou que é preciso emitir novos documentos para quem perdeu tudo. E um segundo passo é encaminhar os benefícios do Governo Federal a que essas pessoas têm direito”, informa o coordenador do Núcleo de Prática Jurídica.  

A ação acontece na coordenação dos professores Sandro Bobrzyk, Marcos Eberhardt e Nereu Giacomolli, pelo Decanato, Núcleo de Prática Jurídica e PPGCCRIM, da Escola de Direito da PUCRS. Na Defensoria Pública Estadual, o Defensor Felipe Kirchner, que também é professor coordenador do Balcão do Consumidor da PUCRS, coordenará o grupo de defensores. Na Defensoria Pública Federal, o defensor Gabriel Travassos estará à frente. O grupo também conversou com representantes da Febraban, para pedir um alinhamento entre as instituições financeiras. 

“Em um outro momento, já tendo realizado estes encaminhamentos, o nosso Serviço de Assistência Jurídica Gratuita (Sajug) absorverá demandas jurídicas específicas que estas pessoas desabrigadas tenham. Na semana que vem, nossos alunos e professores estarão à disposição novamente para atender quem precisa”, acrescenta Marcos.   

Veja alguns dos benefícios: 

Oferecidos pelo Governo Federal: 

Oferecidos pelo Governo Estadual: 

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 Ir. Evilázio Teixeira, Reitor da PUCRS

O inédito se apresenta à sociedade gaúcha em forma de caos. Numa crise como esta, emerge do ser humano aquilo que ele possui de melhor e de pior. Felizmente, a solidariedade tem sido vitoriosa. É natural que surjam expectativas e um sentimento de esperança sobre o futuro. Temos algo grande a (re)fazer, porém, está faltando um. Não qualquer um. Tem que ser um que ame a vida com uma paixão irresistível. Um que não esteja conformado com o mundo tal como está, que tenha desejos de criar algo novo. Alguém que esteja disposto ao trabalho, que queira chegar a tantas solidões quanto existem. Um que saiba que a felicidade de um ser humano não pode consistir em ter mais botões a fazer funcionar; que empregue seu tempo e suas forças a fim de fazer possível a justiça e a fraternidade.

O ser humano é o único ser na natureza que é consciente da sua própria finitude. E “ser finito” quer dizer limitado no espaço e no tempo. Somos seres da passagem e da contingência. O presente nos convoca, e nos incita a uma mudança de perspectiva, em que a tentação de procurar soluções cosméticas não vai dar conta. Em geral não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos. Trata-se de uma mudança não de óculos, mas mudança de olho – mudança do nível de consciência: do estágio racional para o estágio transpessoal. Mudança no modo de conhecer: do modo dualista ao não-dual.

Está faltando um. Não importa o gênero, tampouco a cor, muito menos a religião e a condição social. O importante é que queira fazer algo grande com sua vida, com desejo de superar-se e chegar ao mais alto. Está faltando um que seja muito humano, terrivelmente humano, loucamente humano, capaz de fazer surgir a amizade no coração das pessoas, capaz de alegrar-se e admirar-se. Um que queira compartilhar a sorte dos demais com desejos de criar a grande família humana.

A memória precisa ser sempre reavivada para que a justiça desprezada e o sofrimento tenham como horizonte a verdadeira justiça e a esperança. Momentos históricos como o que estamos vivendo no RS impedem que o esquecimento faça o seu trabalho e nos mantêm críticos e vigilantes em relação às ideologias políticas e práticas humanas que reduzem o ser humano, que o classificam por razões forjadas na mentira e no desamor.  

Lembro-me das palavras de um homem que sobreviveu ao campo de concentração da segunda guerra mundial e nos deixou um legado imensurável; um homem que esteve em nossa Universidade para receber o título de Doutor Honoris Causa em 1984: Viktor Frankl. Diz ele: “pode-se tirar tudo de um homem, exceto uma coisa: a última das liberdades humanas – escolher a própria atitude em qualquer circunstância. Se percebemos que a vida realmente tem um sentido, percebemos também que somos úteis uns aos outros. Ser um ser humano é trabalhar por algo além de si mesmo. “

A solidariedade, portanto, exige reciprocidade e se mostra como condição para a nossa própria existência como seres de relação. Solidariedade e fraternidade, portanto, são valores construídos a partir das experiências e das aprendizagens. As lições que iremos tirar de toda essa tragédia serão nosso novo norte se aceitarmos sermos este “um” que ainda falta.

Em mobilização coordenada pelos cursos de Gastronomia e Nutríção, Universidade produz, com o apoio de voluntários, cerca de 1.400 refeições por dia para as vítimas das enchentes abrigadas no Parque Esportivo  

Equipes na cozinha industrial da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS preparando as refeições para os abrigados emergencialmente no Campus Foto: Eduardo Seidl/Famecos PUCRS

As enchentes que causaram estragos em grande parte do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras, animais de estimação e muitas crianças. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais em Porto Alegre, com estrutura montada no Parque Esportivo. O recebimento de doações está centralizado agora no Prédio 41 da Universidade, assim como a produção de refeições como café da manhã, lanche, almoço e jantar, seguindo as recomendações sanitárias.

Esta força tarefa de alimentação reúne professores, colaboradores, alunos, egressos e voluntários de outras universidades, totalizando cerca de 80 pessoas por dia, divididas em escalas. As refeições são produzidas e supervisionadas pelas professoras coordenadoras dos cursos de Nutrição, Alessandra Pizzato, e Gastronomia, Kátia Rangel Petry, no Laboratório de Ciência e Arte dos Alimentos da Escola de Ciências da Saúde e da Vida. Foi realizada a projeção dos insumos para o planejamento do cardápio, pensando no aproveitamento integral dos alimentos e na disponibilidade dos voluntários.  

“No laboratório, fazemos a produção dos alimentos, de forma colaborativa entre muitas pessoas, e depois encaminhamos para o Parque Esportivo, onde fazemos a organização e distribuição das refeições”, explica a coordenadora Alessandra. 

Os alimentos doados são recebidos e organizados por grupos e é realizada a conferência da validade e qualidade, em conjunto com a equipe da Engenharia de Produção e estudantes do curso de Ciências da Computação. Este processo possibilitou a doação de recursos a outros abrigos que demandam. É importante salientar que não há desperdício de alimento. Na eventualidade de excedente de produção, os alimentos são direcionados para outros abrigos devidamente identificados conforme vigilância sanitária. 

“Ficamos muito sensibilizados aqui nos nossos cursos, porque esta é uma atividade muito solidária, que além de envolver nossos professores e alunos, envolve também a comunidade externa. Além de ser um momento de poder auxiliar as pessoas necessitadas, ainda conseguimos proporcionar aos jovens alunos uma vivência solidária”, ressalta a coordenadora Kátia. 

Café da manhã, lanche, almoço e jantar são preparados no local, seguindo as recomendações sanitárias Foto: Eduardo Seidl/Famecos PUCRS

As professoras da Escola de Ciências da Saúde e da Vida informam que é necessário tomar alguns cuidados na hora de produzir refeições para doação, visando higiene e total aproveitamento dos alimentos. A orientação mais básica é a higiene na manipulação de alimentos, além do uso de EPIs, tanto para os voluntários em cozinhas estruturadas, assim como para as pessoas que estão produzindo marmitas em casa ou estruturas improvisadas.  

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Confira dicas de higiene e aproveitamento de alimentos 

Refeições são preparadas na cozinha industrial da Universidade e encaminhadas pela equipe de transporte até o abrigo emergencial montado no Parque Esportivo da Universidade Foto: Eduardo Seidl/Famecos PUCRS

É importante ressaltar que toda ajuda é bem-vinda, mas é preciso ter um cuidado maior com os alimentos, para não desperdiçar nada em um momento de calamidade como este. Água também continua sendo um item necessário em todos os locais, para consumo e produção de alimentos. E lembre-se, antes de produzir alimentos, combine com o local de destino, para evitar transtornos.