Rede Internacional Marista

Rede Internacional Marista debate Inovação na PUCRS. / Foto: Matheus Gomes

A PUCRS acolhe, nesta semana, a X Assembleia da Rede Internacional Marista de Educação Superior que iniciou nesta terça-feira (26). O evento tem como temática Inovação, Desenvolvimento e Transformação, o que norteia os diálogos entre as lideranças de 21 instituições maristas participantes do evento.  

Desde a última assembleia presencial, realizada em 2019, em Lima, Peru, a Rede passou por novos planejamentos e estruturações. Para esta edição, os objetivos principais centralizam-se em apresentar essa caminhada e refletir sobre cenários, desafios e oportunidades para a Educação Superior, além de compartilhar boas práticas, debater e deliberar sobre o plano estratégico e modelo operativo da Rede.  

Trabalho iniciado  

A programação conta com diferentes momentos de partilha e construção conjunta entre os participantes. As atividades do primeiro dia estiveram focadas na abertura e apresentações das instituições integrantes do grupo e do contexto da rede. O Ir. Manuir Mentges, vice-reitor da Universidade e presidente do Comitê Executivo da Rede, abriu o evento e apresentou o trabalho que será realizado ao longo dos próximos dias.

Na sequência, o evento seguiu com uma fala do Ir. Deivis Fischer, presidente da Província Marista Brasil Sul-Amazônia/Rede Marista. Ele compartilhou a história marista local e recordou o contexto regional como algo que também une essas instituições.  

O encontro seguiu com a fala do Ir. Evilázio Teixeira, reitor da PUCRS, que deu boas-vindas às lideranças, fortaleceu a importância na conexão entre as instituições integrantes e apresentou a Universidade.  

Na finalização das falas de abertura, Ir. Luís Carlos Guterres, vigário-geral do Instituto Marista, abordou o compromisso das instituições maristas para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Ele abordou as três dimensões para a educação superior marista e convidou os participantes a refletirem. “Avançar com audácia, interconectar proativamente e inovar com paixão. Há muita terra prometida para o Instituto e para esse caminho de rede e de comunhão”, comentou. “Os temas que serão abordados aqui serão uma oportunidade para essa construção”. 

Foto: Matheus Gomes

Educação, pesquisa e impacto  

Durante a tarde, a atividade iniciou com a palestra e assessoria do pesquisador Josep Miquel Piqué, presidente do La Salle Technova Innovation Park, em Barcelona e da Rede Catalã de Parques Científicos (XPCAT).  Piqué abordou as possibilidades de inovação no momento atual. 

 “As sociedades que incentivam o talento, incentivam que a sociedade avance. Uma universidade empreendedora é aquela que assume a inovação, talento e transformação no seu entorno”, afirmou. Ele enfatizou ainda a necessidade de ter os espaços de educação conectados com pesquisa e impacto, buscando constantemente a resolução de problemas. “Só aprendemos quando há conexão com um problema, quando nos conectamos com algo que somos responsáveis. É preciso idear, prototipar e solucionar”, ressaltou. 

Inspirados na fala,  Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento do Tecnopuc e Ana Berger, líder do Tecnopuc Crialab, conduziram uma dinâmica para a construção do trabalho conjunto sobre as oportunidades existentes na Rede.  

Próximos passos 

A partir das reflexões realizadas, a proposta é que o grupo aprove os modelos de governança e quais serão os projetos estratégicos que terão ênfase nas próximas etapas. Além disso, está prevista a eleição do novo Comitê Executivo, juntamente com o novo presidente da Rede.  

Sobre a Rede Internacional Marista de Educação Superior   

A Rede Marista Internacional de Instituições de Educação Superior (IES) consiste na união de, atualmente, 27 instituições que em sintonia com as premissas da Administração Geral do Instituto dos Irmãos Maristas, em Roma, buscam criar conexões de sinergia e atuação em seus espaços de missão.   

Com fundação em 2004, essa rede tem como objetivo criar oportunidades de parcerias, formação e projetos em conjunto, potencializando a atuação no ensino superior em mais de 10 países.   

Saiba mais sobre a Rede aqui. 

Foto: divulgação

O presidente da Rede Marista Internacional de Instituições de Ensino Superior e vice-reitor da PUCRS, Ir. Manuir Mentges, abriu a sessão de boas-vindas da 9ª Assembleia da Rede Marista Internacional de Instituições de Educação Superior. O evento que ocorreu pela plataforma Zoom, contou com a presença de mais de 180 participantes das 27 universidades pertencentes à Rede, de lideranças, de convidados de espaços maristas no mundo e da Administração Geral do Instituto Marista.  

Na ocasião, o Vigário Geral do Instituto Marista, Ir. Luiz Carlos Gutierrez agradeceu a todos os presentes por manter vivas as comunidades universitárias, mesmo em um momento turbulento, seguindo a ideia de “servir bem, servir hoje e servir primeiro”. Ele ainda recordou que as instituições de Ensino Superior maristas oferecem um serviço profundamente relevante que contribui para crescimento das sociedades contemporâneas e que isso está muito relacionado ao terceiro apelo do Capítulo Geral dos irmãos maristas, o qual convida a inspirar a criatividade para sermos construtores de pontes.  

Entre os painéis apresentados, um deles, mediado pelo Ir. Roberto López, da Universidad Marista de Querétaro, no México, membro do Comitê Executivo, com a participação do professor Francisco Marmolejo, presidente da Divisão de Educação Superior no Qatar Foundation. Eles apresentaram a palestra Quais desafios e possibilidades podemos apontar num contexto pós-pandemia para Instituições de Educação Superior, por meio da qual Marmolejo apresentou possibilidades para o futuro da Educação Superior.  

Para isso, o professor retomou a caminhada histórica das universidades e os obstáculos que permeiam esses espaços desde o século XX. Sua palestra foi encerrada com um convite a pensar sobre o contexto que virá no pós-pandemia: “Este é o momento para pensar e construir uma nova educação, uma educação reinventada”. Com isso, Marmolejo aponta para uma das características que são constantes na educação: a transformação 

Foto: divulgação

Organização em Rede para Instituições de Educação Superior: por que cooperar? 

Com mediação do Ir. Carlos Alberto Rojas, do Secretariado de Educação e Evangelização do Instituto Marista, o painel foi conduzido pelo professor Alsones Balestrin, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Ele abordou os principais pontos sobre a temática Organização em Rede para Instituições de Educação Superior 

Balestrin apresentou teorias relacionadas aos funcionamentos em rede, incluindo as cooperações na natureza, na história e nas instituições. A partir de contextos de organizações em rede, o professor ressaltou que existem três elementos fundamentais para a cooperação funcionar: “Interação, objetivos comuns e governança: esses três pontos resultam em benefícios comuns”. Eles estão relacionados com a escala e o poder de mercado, redução de custos e riscos, desenvolvimento de práticas comuns, aprendizagem coletiva e inovação colaborativa. Segundo o professor, “as organizações vão cooperar porque esperam obter algo que seria improvável de forma individual”. 

Horizontes da Rede Marista Internacional de Instituições de Educação Superior  

No evento também foi apresentado o plano de ação do Comitê Executivo para a Rede até 2022. A proposta é dar continuidade aos trabalhos que estão sendo realizados e, na próxima Assembleia, em abril de 2022, ter a validação de projetos já em execução na rede.  

Sobre a Rede Marista Internacional de Instituições de Educação Superior 

A Rede Marista Internacional de Instituições de Educação Superior (IES) consiste na união de, atualmente, 27 instituições que, em sintonia com as premissas da Administração Geral do Instituto dos Irmãos Maristas, em Roma, buscam criar conexões de sinergia e atuação em seus espaços de missão. 

Fundada em 2004, essa rede tem como objetivo criar oportunidades de parcerias, formação e projetos em conjunto, potencializando a atuação no ensino superior em mais de 10 países. 

Saiba mais sobre a Rede! 

Mundo em transformação: participe da próxima edição do Ideação - Evento do Idear sobre empreendedorismo e inovação abordará a importância da capacidade de evoluir e se adaptarInovação e criatividade são competências fundamentais para lidar com as incertezas da atualidade. Por isso, a 4º edição do Ideação tem o objetivo de mostrar possíveis caminhos para empreender em um mundo em constante transformação, ao mesmo tempo em que muda a todos e todas à sua volta.

Neste ano, o evento promovido pelo Idear acontece nos dias 1, 2 e 3 de setembro, com bate-papos no Youtube da PUCRS e Workshops pelo Zoom (as vagas são limitadas). A iniciativa é gratuita, aberta ao público e as inscrições vão até 31 de agosto, pelo link: bit.ly/ideacao-2020. Confira a programação:

Entenda como a inclusão entrou na pauta das organizações: bate-papo com a Thalita Gelenske Cunha, fundadora da Blend Edu.

Debate sobre como desenvolver as competências empreendedoras na educação.

Conversa com Thais Gomes, da Casa Vege e com Lívia Nunes, da Castela Tattoo Shop.

Debate sobre como desenvolver as competências empreendedoras na educação.

Bate-papo com Adriana Salles Gomes (Diretora-editorial da Qura Editora) e João Souza (Co-fundador e Head de Futuros Inclusivos do FA.VELA).

Gostou da programação e quer saber mais sobre alguma das atividades ou sobre os/as convidados/as? Confira aqui.

Inovação e empreendedorismo em sala de aula

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Ideação em 2018, na trilha empreendedora / Foto: Bruno Todeschini

O Ideação é evento anual de empreendedorismo e inovação da PUCRS, organizado e promovido pelo Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação (Idear). Neste ano a temática traz novas perspectivas sobre inovação e criatividade.

Sobre o Idear

O Idear incentiva a atitude empreendedora interdisciplinar e a inovação com impacto positivo na sociedade por meio da formação de pessoas que proponham soluções que possam mudar o mundo.

Ficou com dúvidas?

Entre em contato pelo Facebook do Idear ou pelo e-mail [email protected]. Lembrando que, para contar como inscrição, é necessário fazer o check-in online durante as atividades.

Nesta quarta-feira, dia 8 de julho, em celebração ao Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação realizou o webinar Ciência e a Transformação da Sociedade. O evento teve como objetivo debater sobre a relevância da ciência e do papel do pesquisador na sociedade.

A abertura do encontro contou com a presença do reitor Ir. Evilázio Teixeira, da pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Carla Bonan e da diretora de pesquisa Fernanda Morrone. Na ocasião, Carla destacou a importância da data, reforçando a relevância da ciência para os avanços da humanidade. “Fazer ciência é um desafio. Não depende somente do esforço individual, mas de investimentos no desenvolvimento de um ecossistema que incentive e promova a busca pelo conhecimento científico, do ensino fundamental até o ensino superior”, adicionou.

O reitor Ir. Evilázio Teixeira parabenizou os cientistas da Universidade pela data e agradeceu pelo engajamento dedicado e pelo protagonismo de cada um em levar adiante aulas e atividades de pesquisa dentro do atual cenário. “Encontros como esse reafirmam o nosso compromisso enquanto comunidade científica com a integridade, a ética, a ousadia e a dignidade. Hoje mais do que em outros tempos, a pesquisa se constitui como caminho para inovação e empreendedorismo, como vetor para solucionar problemas demandados da sociedade”, completou.

O reitor também celebrou o trabalho de excelência desenvolvido na PUCRS, colocando a Universidade entre as 20 melhores instituições da América Latina, destacando-se especialmente na área de pesquisa, citações, ensino e perspectivas internacionais.

Excelência na pesquisa

A diretora Fernanda Morrone deu as boas-vindas aos participantes e falou sobre a nova publicação de divulgação científica da Universidade: PUCRS Excelência em Pesquisa. A revista apresenta dezenas de estudos conduzidos por mais de 50 pesquisadores da Universidade, dividida em cinco grandes temas estratégicos:

A revista também traz um panorama sobre as recentes pesquisas conduzidas na Universidade relacionadas à Covid-19, em resposta a essa importante demanda da sociedade. “Todos esses estudos acontecem em mais de 500 estruturas da nossa Universidade, ou seja, laboratórios, centros e institutos, além de também acontecer em nossos 23 Programas de Pós-Graduação“, completou. Acesse a publicação completa neste link.

Desafios de ser pesquisador

Em seguida, um debate mediado pelo professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Régis Mestriner contou com a presença de quatro pesquisadores que, apesar de jovens, estão se destacando em suas áreas de atuação: Aline Machado Lucas (Escola Politécnica), Ana Paula Duarte de Souza (Escola de Ciências da Saúde e da Vida), André Salata (Escola de Humanidades) e Thiago Wendt Viola (Escola de Medicina).

A primeira questão trazida pelo próprio público que acompanhou o evento foi sobre quais são os principais desafios de fazer ciência e seguir a carreira de pesquisador hoje. Salata destacou o fato de os pesquisadores serem também gestores de recurso – tanto de tempo, quanto de verba. “É um desafio saber gerir esses recursos, tanto em saber conciliar o tempo da pesquisa com outras atividades, quanto em trabalhar sistematicamente em seu projeto com a verba disponível”, afirmou.

Viola afirmou que o desafio também envolve o desenvolvimento de pesquisas no momento atual que vivemos. “É desafiador manter-se firme no propósito enquanto vemos a opinião pública tão dividida, onde parte acredita na ciência e a outra parcela reluta sobre sua relevância”, adiciona.

Incentivo à pesquisa desde cedo

Outra questão levantada pelo público envolveu o investimento na iniciação científica desde a escola primária como forma de fortalecer a sociedade para a prática científica. Aline afirmou que introduzir a vivência na pesquisa desde cedo, mostrando que por detrás de qualquer resultado há um processo é fundamental para que a sociedade compreenda de forma prática o trabalho do pesquisador.

“Também acredito que a comunicação científica é fundamental para que a sociedade consiga absorver o conhecimento produzido e confiar na relevância deste trabalho. A ciência leva tempo, mas é essencial para avançarmos”, afirmou Ana Paula.

André Salata afirmou que a crise e o questionamento do discurso científico têm incentivado que os pesquisadores pensem novas formas de catalisar o conhecimento para o grande público, de forma cuidadosa e democrática.

Fazer ciência durante a pandemia

Manter a produtividade, permanecer concentrado e seguir dedicado com sua pesquisa tornou-se um desafio para muitas pessoas durante a pandemia da Covid-19. Questionados sobre dicas para manter a dedicação acadêmica e de pesquisa, Salata reforçou a importância de manter uma rotina. “Pesquisa é sistemática, analisar dados, ler artigos. Reserve um tempo do seu dia para pesquisar, pois é o que permitirá que você alcance o sucesso lá na frente”, aconselhou.

Viola afirmou que o momento atual pode ser utilizado para fundamentação teórica, essencial para uma pesquisa bem construída. “Também pode ser um momento para aprender mais sobre análise de dados, buscando ferramentas online para a capacitação”, finalizou.

Hoje, 08 de julho, são comemorados o Dia Nacional da Ciência e o Dia Nacional do Pesquisador. Datas que foram criadas para destacar a relevância da ciência no nosso País. Ser pesquisador e fazer ciência no Brasil e no mundo é um belo desafio. É necessário ter comprometimento, ousadia, dedicação, paixão, resiliência e habilidades para superar os mais diferentes obstáculos. Entretanto, quais são as motivações para seguir a carreira? Cada um tem causas, aspirações, mas é evidente que todos têm a compreensão sobre o potencial transformador do conhecimento, dimensão que permeia a atuação de um cientista.

A investigação dos grandes problemas contemporâneos e de soluções que melhorem a sociedade e a vida no planeta mobilizam pessoas a transpor as fronteiras do conhecimento. Muito mais do que em outros tempos da história, estamos vivendo um período em que os olhares se voltam com atenção ao trabalho dos cientistas. Pesquisadores do mundo inteiro direcionam seus esforços e recursos à busca de uma vacina, de um medicamento, de avanços que beneficiem a humanidade neste cenário tão crítico. Ao mesmo tempo, também estudam impactos na saúde mental, na educação, na economia e em como haverá de ser a vida pós-pandemia. Muitos têm nos alertado para os riscos que corremos se não mudarmos a interação com o meio ambiente.

Entretanto, o trabalho dos cientistas não depende somente do esforço individual, mas de investimentos no desenvolvimento de um ecossistema que incentive e promova a busca pelo conhecimento científico do ensino fundamental até o ensino superior. Na PUCRS, a qualidade da pesquisa protagonizada por 326 grupos, com mais de dois mil projetos em andamento, é reflexo de um conjunto de estratégias e ações estruturantes que dizem respeito à qualificação do corpo docente, à infraestrutura, bem como ao incentivo à interdisciplinaridade e internacionalização.

Comemoramos a data com o lançamento da publicação Excelência em Pesquisa – que apresenta e valoriza o trabalho de mais de 50 cientistas -, para lembrar e ressaltar que nossa universidade só produz investigação de alto nível, em padrão internacional, em diferentes áreas do conhecimento, por causa do trabalho dedicado e incansável das pessoas que a compõem.

Hoje é um dia para celebrar o importante trabalho de todos os pesquisadores que, mesmo nas situações mais adversas, acreditam que é possível transformar o País e o mundo em um lugar melhor. É um dia para reconhecer que o futuro, em todas as suas dimensões, somente é possível com ciência e educação.

 

 

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Atração na Rua da Cultura (2018) / Foto: Camila Cunha

“O acesso à cultura potencializa a aprendizagem e é uma ferramenta muito potente. Ela nos transposta desse lugar que estamos acostumados, seja ele qual for”. A frase de Andreia Mendes – professora de Psicologia na Escola de Ciências da Saúde e da Vida e de Pedagogia na Escola de Humanidades e pesquisadora da PUCRS –, evidencia a importância da cultura, além da arte e do entretenimento, mas também para a educação. Ainda, a área é um dos mercados que mais emprega profissionais – superando os setores automobilístico e calçadista, no Rio Grande do Sul, por exemplo – e gera impacto direto na economia.

“Cultura e educação, não. Cultura é educação” 

Ricardo Barberena, professor da Escola de Humanidades, relembra uma frase marcante de Fernanda Montenegro, a dama do teatro. “Durante a entrega do Mérito Cultural, ela negou esses dois campos como complementares, que estão lado a lado. Na verdade, temos que colocar um acento: ‘cultura é educação’”. Segundo Barberena, essa frase guia todas as ações do Instituto de Cultura da PUCRS, do qual é diretor.

Quanto mais se lê, visita museus, ouve músicas, transita no mundo da cultura, maior a potência e a capacidade de significação dentro desse grande enredo de existência que é a vida, afirma o professor. “Estudantes que estão instrumentalizados para trazer a cultura dentro da sua rotina, com diferentes históricos, formam uma força muito importante dentro dos grandes desafios e metodologias da educação. Isso aumenta a capacidade de criar interpretações e validações, de comparar o mundo. Trabalhar com cultura é trabalhar com a alteridade – a desproporção da vida – e ir em relação ao outro: outros hábitos, outra dança, outra forma de apreciar”, destaca.

“Mais eu me sensibilizo, me humanizo, me coloco diante da dor do outro” 

Segundo Barbarena um dos papéis da cultura é promover a empatia, na prática. “Para entender o mundo que não é o meu, mas aquele de determinadas dores e apreensões que eu não vivi. Quem consegue pensar nas diferentes manifestações do humano, tem a capacidade de aprender muito maior – no que se trata de conteúdo, de sala de aula”, conta. Essa tecnologia de sensibilização, humanização, sobrevivência, é um “artefato da maquinaria ética e estética que é a obra de arte”.

Mas o que é cultura?

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Feira do livro na Rua da Cultura (2018) / Foto: Bruno Todeschini

Segundo algumas definições encontradas em dicionários, de forma muito breve, cultura é o conjunto dos hábitos sociais e religiosos, das manifestações intelectuais e artísticas, que caracteriza uma sociedade. Segundo Andreia, o principal benefício é a chance de ampliação da própria possibilidade. “Da maneira como eu enxergo, da transposição de visão, da diversidade. A cultura traz essa outra visão do que é possível, de outras formas de pensar o enfrentamento, as dificuldades do próximo e do não tão próximo assim, como as pessoas estão se organizando”, destaca.

Educação multidisciplinar

Para Andreia, as escolas, assim como as universidades, têm que trabalhar com a cultura de uma forma transversal, em todos os conteúdos. “A gente precisa pensar que, quando estamos estudando um conteúdo de matemática, por exemplo, existe um histórico por meio da cultura que pode ser contextualizado ali. Articulando diferentes abordagens, é possível potencializar essa aprendizagem”, explica.

Diferentes plataformas, a mesma essência

A cultura, como o diferente, é o meio; a tecnologia, como a pessoa acessa, o consumo do conteúdo – comenta Andreia sobre o fenômeno das lives. As transmissões online ganharam lugar de destaque na agenda do público durante a pandemia, como alternativa aos grandes eventos e para evitar aglomerações. Segundo a professora, o acesso à cultura tem que ser livre, não elitizado: “Tem que estar nos espaços públicos, para todas as famílias”.

O Instituto de Cultura da PUCRS, por exemplo, desde o início da quarentena adaptou projetos e criou novos com foco nas plataformas digitais para levar conteúdo qualificado até as casas das pessoas. No Meu Canto, com lives de artistas gaúchos no Instagram; Live de Cabeceira, com entrevista online de escritores; Ateliê da Cultura, oferecendo oficinas gratuitas; e Ensaios de Morar, com produções de poemas em audiovisual, são algumas das iniciativas.

“Por mais que exista uma desvalorização da cultura, em diferentes instâncias, ela sempre volta a ser essa possibilidade de sobrevivência. No Instituto de Cultura, fazemos isso”, diz o diretor.

Cultura em números

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Di Ferrero na Rua da Cultura (2018) / Foto: Camila Cunha

A indústria criativa emprega mais de 130 mil pessoas no Rio Grande do Sul, segundo o levantamento do Departamento de Economia e Estatística do governo estadual, em 2019. Considerando as contratações formais (de carteira assinada), o setor supera os 111 mil contratados no setor calçadista e os 105 mil nas montadoras automobilísticas.

A arte existe porque a realidade não basta  

A frase de Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira – escritor, poeta e crítico de arte –, ilustra um resultado divulgado no relatório de Cultura nas Capitais, da JLeiva Cultura & Esporte: quanto maior o nível de escolaridade, mais as pessoas acessam a cultura. Ao serem questionados sobre suas atividades culturais, o número de entrevistados com ensino superior que demonstraram consumir serviços, ou frequentar espaços culturais, era pelo menos o dobro dos que tinham estudado apenas até o Ensino Fundamental.

Ao olhar para os caminhos das grandes universidades ao redor do mundo, sempre se pensa no ser humano pleno, que trabalha o corpo e a mente, explica Barberena. “Quanto maior a capacidade de trânsito cultural, maior a capacidade de galgar novas instancias dentro do ambiente universitário e educativo. De pensar no conhecimento e combater um dos grandes males do mundo contemporâneo: o analfabetismo afetivo, a falta de empatia, não se sentir abalado diante da dor do outro”, complementa.

Leia também: A Educação do futuro é agora, multidisciplinar e experimental

PUCRS 360°Mais autonomia para nossos estudantes durante sua trajetória universitária, novos eixos formativos para uma experiência acadêmica diferenciada, mais espaços de convivência e estudo no Campus, são apenas algumas das novidades que compõem o movimento de transformação da PUCRS e que entram em vigor a partir de 2018. Os projetos estão reunidos no movimento chamado de PUCRS 360ºUniversidade em transformação. O conceito, escolhido junto a estudantes, reitera, entre outras dimensões, a compreensão integral das pessoas e da educação; a nossa identidade enquanto uma instituição global, plural e múltipla que abrange todas as áreas do conhecimento e o nosso movimento de reorganização acadêmica que conecta os cursos em Escolas e potencializa a convergência e integração entre as áreas do conhecimento.

Desenvolvidas desde 2014, as iniciativas são fruto de estudos profundos, conduzidos por equipes interdisciplinares, tendo como base modelos nacionais e internacionais de referência. “As propostas decorrem do nosso posicionamento estratégico e da nossa identidade. Além disso, reflete a nossa busca incessante de uma nova educação para uma nova sociedade”, destaca o reitor da PUCRS, Irmão Evilázio Teixeira. Os detalhes dessa novidade estão disponíveis no site www.pucrs.br/360.

 

Os quatro eixos do movimento PUCRS 360º

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• Trajetória acadêmica aberta

Permite que o estudante tenha autonomia para escolher seu percurso universitário (essa implantação será gradativa), levando em consideração suas habilidades e interesses. Os currículos são organizados em estruturas formativas que, combinadas, resultam em diplomas e certificados, permitindo uma formação dinâmica, inovadora e continuada.

 

• Educação integral

O incentivo à formação empreendedora durante a graduação é uma das novidades, junto à ampliação da formação humanística, que prepara o estudante para um mundo de rápidas transformações e de reconfiguração das noções de trabalho, emprego e carreira.

 

• Aprender diferente

Está relacionado ao ensino orientado pela pesquisa, em que o estudante é agente da sua aprendizagem e é estimulado a desenvolver soluções para desafios reais que geram impacto social.

 

• Campus repensado

Tem como princípio todo espaço do Campus ser um ambiente de aprendizagem. Novas áreas e serviços, salas de aula, laboratórios e espaços de convivência (entre eles, a Rua da Cultura, com atividades abertas ao público) serão progressivamente transformados, seguindo os princípios da flexibilidade para o uso e configuração de mobiliários, conectividade e atmosfera de convivência e de engajamento.

 

Novas Escolas

Ao final deste ano, estaremos organizados em oito Escolas, conectando as áreas do conhecimento e reunindo os cursos de Gradução e de Pós-Graduação. As mudanças geram mais interdisciplinaridade, oportunidades de formação, autonomia para o estudante trilhar seu caminho formativo e mais eficiência na gestão. Os cursos estarão divididos nas seguintes Escolas:

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Vestibular PUCRS 360º

A primeira oportunidade para novos alunos ingressarem nesse novo movimento da PUCRS será por meio do Vestibular de Verão. As inscrições estarão abertas no período de 1º a 26 de novembro. As provas ocorrem de 2 e 3 de dezembro. Estarão disponíveis 80% das vagas via concurso Vestibular e 20% por Enem. A exceção serão os cursos de Medicina e Odontologia, cujas vagas correspondem a 95% do ingresso via Vestibular e 5% pelo Enem.