Em meio às constantes transformação do mercado de trabalho, as exigências para se destacar vão além das habilidades técnicas e dos títulos acumulados ao longo de formação. Os recrutadores estão cada vez mais atentos às soft skills, ou seja, habilidades comportamentais ou socioemocionais que afetam o cotidiano de uma pessoa em seu ambiente de trabalho. Elas impactam a maneira como você interage, se comunica e lida com diversas situações junto à equipe. Nesse contexto, desenvolver e aprimorar tais habilidades se tornou fundamental para se destacar em uma sociedade altamente competitiva.
Ao contrário das habilidades técnicas que se concentram em serem competências práticas dos profissionais e que ajudam a garantir a execução das funções, as soft skills podem ser aplicadas em diversas profissões, contextos e cargos. Elas são cada vez mais importantes ao colaborarem na construção de um relacionamento interpessoal mais próximo com os colegas, além de ajudarem a melhorar a liderança e tornar a empresa adaptável às mudanças no mercado.
Tendo isso em vista, elas são cada vez mais essenciais para garantir o sucesso profissional, tendo em vista que complementam as habilidades técnicas e colaboram para que sua rotina de trabalho seja mais leve e tranquila. Além disso, podemos destacar algumas habilidades essenciais para o ambiente de trabalho, como a escuta ativa, a expressão clara de ideias, a capacidade de adaptação e como você consegue resolver problemas de maneira criativa.
As soft skills são cada vez mais valorizadas pelos empregadores, já que um profissional com excelentes habilidades técnicas, mas sem competências socioemocionais, pode ter dificuldades para se integrar em equipes, colaborar efetivamente e se adaptar às mudanças constantes.
Desenvolver soft skills é um passo importante para se destacar no mercado de trabalho. Por isso, a consultora do PUCRS Carreiras, Ana Cecília Petersen, destaca cinco delas.
Saber se comunicar é uma das habilidades mais essenciais para o mercado de trabalho. A comunicação vai ajudar em diferentes etapas do seu desenvolvimento profissional, por isso, investir em cursos que ajudem no aperfeiçoamento dessa aptidão é tão importante. Com uma boa comunicação verbal, por exemplo, você consegue ter mais sucesso nas entrevistas de emprego, pode se destacar no dia a dia e construir relacionamentos bons que tornam o clima organizacional mais efetivo. Além, é claro, de contribuir na hora de uma apresentação e de expressar uma ideia. Para Ana Cecília, a prática é essencial para treinar essa habilidade.
“Gravar apresentações para analisar a sua imagem e a sua voz em áudio e vídeo, participar de grupos de debate e negociação, ir a eventos que promovam interação e apresentações, apresentar trabalhos em sala de aula ou eventos e atividades como o teatro, ajudam a ganhar mais prática e a se comunicar melhor em momentos cruciais”.
Passar por oscilações de humor e dias difíceis é normal no dia a dia. No entanto, é preciso saber enfrentar essas situações, principalmente no trabalho. Para isso, é preciso desenvolver a capacidade de lidar com as emoções.
“Para desenvolver a inteligência emocional, você pode agir em cada uma dessas partes: adquirir conhecimento sobre as emoções, auto-observar-se ou realizar atividades como a psicoterapia para se autoconhecer e gerir melhor a si mesmo, além de se expor a relacionamentos e interações com outras pessoas”, explica Ana Cecília.
Por meio dessa habilidade, você consegue oferecer amparo emocional para algum colega em um dia difícil, ou gerir suas emoções de tal maneira que problemas pessoais não impactem sua experiência no trabalho.
A terceira soft skill que merece destaque é o relacionamento interpessoal. Ele se refere à capacidade de interagir, comunicar-se e colaborar efetivamente com outras pessoas. É uma habilidade que envolve empatia, escuta ativa e a capacidade de entender e respeitar as perspectivas e sentimentos dos outros.
Em um ambiente de trabalho, por exemplo, um bom relacionamento interpessoal pode ser a diferença entre um ambiente harmonioso e um ambiente tóxico. Desenvolver habilidades interpessoais requer autoconhecimento, prática e feedback contínuo.
“Procure por atividades e projetos que te coloquem em contato com diferentes pessoas e colegas, e se observe durante essas interações para aprender sobre o seu perfil. Pedir feedbacks para outras pessoas pode lhe trazer mais informações sobre onde você está acertando e errando nos relacionamentos”, destaca Ana Cecília.
A criatividade é uma habilidade ligada à resolução de problemas e à geração de ideias inovadoras. Para a consulta de carreiras, o desenvolvimento da criatividade se baseia em adquirir conhecimentos novos tanto na sua área de atuação como em áreas diferentes para aumentar o acervo de conhecimentos e perspectivas. Assim, é fundamental participar de atividades e projetos que desafiem o pensamento convencional, permitindo uma abordagem diversificada e inovadora. Relacionar-se com pessoas de diferentes contextos e experiências também é uma maneira valiosa de absorver novas perspectivas e ampliar o horizonte criativo.
Exercitar a criatividade requer pensar fora da caixa, desafiando padrões estabelecidos e sempre buscando novas formas de abordar problemas e situações. Uma dica prática é manter um local de registro dessas ideias, seja um caderno, aplicativo ou qualquer ferramenta que ajude a consolidar esse novo hábito de pensamento criativo que você está cultivando.
Muitas vezes chamada de produtividade, essa competência engloba aspectos como organização, disciplina, foco e a capacidade de ser autossuficiente. Ana Cecília destaca que essa habilidade é essencial para um mundo cada vez mais complexo, com excesso de estímulos e tarefas. Para desenvolver efetivamente a autogestão, ela sugere: “Mapeie onde estão seus pontos fortes e fracos para identificar qual ferramenta deve ser utilizada e será mais eficaz para você: calendários, agendas, listas de tarefas, organização de horários para atividades, gestão do seu tempo diário ou semanal, priorização de tarefas, fragmentação de projetos em pequenas etapas etc.”.
Ao incorporar e adaptar essas ferramentas ao seu cotidiano, você estará não apenas estruturando melhor suas atividades, mas também aprimorando continuamente sua capacidade de autogestão.
Desenvolver as soft skills irá contribuir em muitos aspectos da vida profissional, como a busca por uma vaga, recolocação no mercado de trabalho ou promoção dentro de alguma empresa. No entanto onde elas podem ser aplicadas na prática?
As entrevistas são parte importante dos processos seletivos. Sair-se bem nelas aumenta as chances de alcançar os cargos desejados e, com isso, construir uma carreira de sucesso. Nesse aspecto, as habilidades comportamentais também são úteis e podem ser aprimoradas em uma simulação de entrevista com os consultores do PUCRS Carreiras. Por exemplo, é possível participar de dinâmicas em grupo e se sair bem, saber responder às respostas do entrevistador de modo eficiente, ter destaque pelo pensamento crítico apresentado nelas e muito mais.
Outra vantagem é ter um desempenho excelente no dia a dia profissional. Ele é crucial para que você se desenvolva e tenha destaque no cargo em que está. Ao desenvolver habilidades comportamentais, você aprende a trabalhar bem em equipe, ter uma comunicação clara com todos os colegas de trabalho e demonstrar ética profissional.
As soft skills também são um ponto importante para a construção de networking. Ter uma rede de contatos é fundamental para conseguir acesso a oportunidades, troca de informações e avanços no conhecimento desenvolvido.
Se você quer alcançar novos objetivos profissionais, aposte nas soft skills. Por meio delas, é possível criar um relacionamento duradouro, colaborar com os projetos da empresa e levar a uma transformação real no seu ambiente de trabalho.
O mundo do trabalho vem passando por diversas transformações impulsionadas por avanços tecnológicos — muitas delas já podem ser sentidas. Um relatório do Fórum Econômico Mundial aponta que 96% das empresas brasileiras estão buscando a automatização. No entanto, apesar de indicar um futuro cada vez mais digital, o estudo também mostra que as habilidades interpessoais, chamadas soft skills, estão se tornando cada vez mais importantes.
Para além das hard skills (habilidades consideradas técnicas, como saber manusear um equipamento específico, por exemplo), os profissionais do futuro vão precisar desenvolver também uma série de competências comportamentais como pensamento analítico e inovação; inteligência emocional; resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade; raciocínio lógico; criatividade, originalidade e iniciativa entre outros.
O professor da Escola de Negócios da PUCRS André Duhá explica que a maior parte dessas competências não podem ser aprendidas apenas lendo livros, e que será preciso o engajamento efetivo dos/as alunos/as no processo de aprendizagem.
“Habilidades cognitivas superiores, atitudes positivas no trabalho e competências comportamentais, por exemplo, só poderão ser desenvolvidas através da aplicação prática dos conceitos, reflexões profundas sobre os resultados obtidos e sobre o contexto, assim como por meio da busca incessante de oportunidades para exercitar as habilidades humanas”, destaca.
Para acompanhar as transformações e movimentos do mercado, é fundamental se manter atualizado. A psicóloga e supervisora do PUCRS Carreiras, Ana Cecília Petersen, explica que profissionais devem estar preparados para se adaptar às disfunções do mundo do trabalho e, para isso, a aprendizagem contínua é essencial.
“Um bom ponto de partida para desenvolver as habilidades mais desejadas pelo mundo do trabalho é abrir a mente e estar atento ao seu entorno – boas ideias dificilmente surgem ‘do nada’. É fundamental ter uma visão de mundo, compreendendo o que está acontecendo ao nosso redor, quais são as tendências de mercado e cultivar um olhar curioso com sede de explorar novas possibilidades”, explica.
As mudanças do mercado de trabalho já impactam a maneira de aprender em sala de aula. Jaqueline Maia, professora do curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, acredita que o aprendizado e a adaptação precisam ser constantes e que profissionais de áreas distintas têm muito a aprender uns com os outros.
“Se você é um estudante da Escola Politécnica, por exemplo, você vai ter que trabalhar as suas habilidades de inteligência emocional e liderança. Se você é um estudante da área da Saúde, é preciso estar aberto para trabalhar com questões de tecnologia. No entanto, desenvolver essas habilidades não significa que você vai fazer tudo. Porque não é possível ser bom em tudo, mas é possível aprender a trabalhar de forma colaborativa. Você pode não ter facilidade com tecnologia, mas pode trabalhar com pessoas que te ajudem a desenvolver essa habilidade”, defende Jaqueline.
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Na PUCRS, estudantes são preparados para as mudanças e desafios do mercado de trabalho desde o início do curso. A coordenadora do curso de Comunicação Empresarial, Denise Pagnussatt, explica que a formação na Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) já é pensada para contemplar o desenvolvimento das habilidades elencadas pelo Fórum Econômico Mundial. A professora salienta que é importante que o profissional esteja preparado para se transformar e evoluir frente às novas possibilidades que são criadas.
“Na Famecos, os/as estudantes contam com aulas práticas de caráter inovador; aulas reflexivas que ajudam a compreender o contexto e buscar respostas às perguntas complexas do tempo atual; e aulas vivenciais com a participação de empresas, entidades, governo que trazem demandas ligadas à comunicação, artes e design para que os alunos busquem soluções. Além disso, também vivenciam a possibilidade de participar de laboratórios de aprendizagem desde o primeiro dia de aula, palestras, oficinas, debates que fomentam o olhar para novas práticas e novas opções de atuação profissional para cada um dos estudantes da Escola.”
Os/as professores são facilitadores do processo refletivo e de aprendizado dos alunos e das alunas. André explica que os/as docentes estão engajados/as em criar ambientes propícios à experimentação e aplicação dos conhecimentos em contextos próximos à realidade que os alunos irão encontrar no seu dia a dia profissional. “Além disso, estamos utilizando metodologias cada vez mais ativas de ensino, levando a um maior engajamento dos alunos, onde eles se tornam os verdadeiros protagonistas do processo de ensino-aprendizagem.”
Denise explica que os/as docentes, a partir das suas experiências no mercado e na Universidade, ajudam os/as estudantes a comporem novas possibilidades de atuação no mercado. A professora destaca que é possível aprender tanto as habilidades técnicas como as interpessoais.
“O mercado sempre estará em mudança. Com o avanço da tecnologia, especialmente com a inteligência artificial, ainda há muito para evoluir no campo da comunicação, artes e design. Na minha visão, haverá a diminuição de algumas atividades que podem ser automatizadas, que ainda são realizadas por humanos. Além disso, serão abertas novas formas de atuar na área, usando o bem mais precioso que os seres humanos têm: sentir e refletir com consciência sobre o impacto do seu trabalho junto à sociedade”.
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A PUCRS conta com uma estrutura única de ensino e vem há 75 anos se modernizando para atender as necessidades dos/as estudantes. No primeiro semestre de 2023, a Universidade ampliou seu ecossistema empreendedor ao lançar o Tecnopuc Business. O projeto, que é liderado pela Escola de Negócios e pelo Tecnopuc, busca inovar o modelo de educação em negócios no Rio Grande do Sul, de forma que estudantes se conectem desde o início com o mundo do trabalho.
Para ir além, em 2019, a instituição unificou seus serviços de estágio e carreira, criando o PUCRS Carreiras: um serviço destinado a ajudar e orientar estudantes e egressos da Universidade a na colocação no mercado de trabalho. Em quatro anos o PUCRS Carreiras já realizou mais de 32 mil contratos de estágios. Além de promover a empregabilidade, o serviço oferece diversas iniciativas, todas elas focadas no desenvolvimento humano e na conexão com possibilidades de emprego. Ana Cécilia Petersen explica que na PUCRS alunos/as podem contar com um amplo leque de possibilidade para impulsionar sua trajetória de crescimento.
“Desde consultoria de carreira e acesso a vagas de estágio e vagas efetivas, até a participação em eventos e programas bem interessantes, como a Feira de Carreiras, Open Office, Programa Power Skills, Programa de Mentoria e Talentos em Ação. É uma verdadeira caixinha de surpresas para quem quer ir mais longe. Podemos dizer que o PUCRS Carreiras é uma valiosa ferramenta para que os alunos da universidade tenham apoio, de forma gratuita, orientação e oportunidades que os auxiliem a trilhar um caminho de sucesso e crescimento profissional em suas respectivas áreas de atuação”.
Atualmente, as habilidades comportamentais ou soft skills ganham cada dia mais relevância e têm sido um dos fatores decisivos na contratação e na jornada do colaborador na empresa. Essas habilidades estão mudando a forma como os profissionais se preparam para potencializar sua empregabilidade, buscando possibilidades de desenvolvimento além das competências técnicas ou hard skills, a fim de se tornarem mais competitivos no mercado de trabalho.
Segundo o relatório “The Future of Work”, do Fórum Econômico Mundial, o desenvolvimento das soft skills será um dos grandes diferenciais do profissional do presente e do futuro. E não é preciso ir muito longe para entender isso: basta lembrar que 91% das pessoas são contratadas por suas habilidades técnicas, mas demitidas pelas comportamentais. Por ser um espaço de transformação, a Universidade possibilita a evolução deste/a profissional e a sua contribuição para o mundo.
“Esse movimento não acontece somente com o desenvolvimento das hard skills, aquelas habilidades específicas de uma profissão, mas também de competências transversais que podem ser aplicadas em diferentes contextos”, destaca a consultora de carreira do PUCRS Carreiras Ana Cecília Petersen.
O novo relatório do World Economic Forum, sobre o futuro do trabalho, listou as 10 habilidades mais importantes para 2023 e em ascensão até 2027, diante de tantas transformações no mundo. São elas:
De acordo com Ana Cecília, todas elas são ligadas à soft skills, ou seja, estão relacionadas a habilidades comportamentais. Esse é um dos principais assuntos do mercado de trabalho atualmente – e quem ainda não entendeu a sua importância, pode estar perdendo grandes oportunidades de crescimento.
“Os profissionais que se preocupam somente em aprimorar o currículo com novos conhecimentos teóricos e técnicos ficarão para trás. Diversas empresas e profissionais já perceberam isso: quando investem no desenvolvimento das soft skills os resultados são acima da média”, conclui.
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O PUCRS Carreiras tem o propósito de formar profissionais versáteis e que naveguem bem nas organizações, por isso o desenvolvimento das soft skills é um eixo de aprendizado colocado em prática. O Programa Power Skills, que se trata de uma imersão em competências comportamentais, foi pensado para complementar suas hard skills e possibilitar a conquista de melhores resultados tanto na vida profissional como na vida pessoal.
Com uma abordagem hands on e gamificada, a ideia é facilitar o desenvolvimento dos participantes. Será explorado aspectos comportamentais, como: autoconhecimento, inteligência emocional, comunicação, colaboração e influência, através de trilhas práticas que foram criadas em colab com empresas referências do mercado.
Está preparado para sair da sua zona de conforto e entrar na sua zona de desenvolvimento? Inscreva-se até dia 12 de maio no Programa Power Skills e desenvolva suas habilidades.
Estamos em plena transformação do modelo de sociedade que vivemos. Não estamos mais falando sobre o que acontecerá e, sim, o que já está acontecendo. O futuro chegou, os desafios estão postos e muitos países, como o Brasil, não se prepararam minimamente para essa realidade. Agora, correm atrás do prejuízo. O susto, a preocupação, as dúvidas com relação ao emprego e ao trabalho são fruto da falta de planejamento, de uma visão de futuro de lideranças que não souberam ler as dinâmicas que estavam transformando a sociedade desde o final do século passado.
Neste ano, quando milhões de jovens iniciarem seus cursos de graduação em todo o mundo, teremos a primeira geração de estudantes universitários que nasceram neste milênio. Estudos mostram que mais de 60% deles trabalharão em áreas que não existem hoje. Atuarão sob os paradigmas da quarta revolução industrial, na qual as tecnologias em diferentes áreas criam um novo modo de viver e trabalhar, rompendo as barreiras entre os mundos físicos e virtuais.
Evento no Tecnopuc debate o futuro do trabalho
Esse processo de mudança potencializa um crescimento exponencial das tecnologias e suas aplicações, que envolve a interação entre as tecnologias, as novas abordagens de sistemas inteligentes (smart systems) e o uso intensivo de inteligência artificial e machine learning. É essa conjunção de fatores que está mudando a forma de trabalho que conhecemos. Muitas tarefas, pessoais e profissionais, repetitivas e previsíveis, serão substituídas por artefatos e processos gerados por tecnologias. Isso representa milhões de vagas de trabalho que seguirão desaparecendo em ritmo crescente, mesmo que de forma assimétrica no mundo todo.
“Muitas tarefas, pessoais e profissionais, repetitivas e previsíveis, serão substituídas por artefatos e processos gerados por tecnologias. Por outro lado, milhões de novas oportunidades surgirão, envolvendo a criação e o avanço dessas mesmas tecnologias.”
Por outro lado, milhões de novas oportunidades surgirão, envolvendo a criação e o avanço dessas mesmas tecnologias. E aí está a grande oportunidade. Oportunidade para pessoas talentosas e qualificadas. Para os profissionais da sociedade do conhecimento do século 21. Pessoas que desenvolvam continuamente suas capacidades de aprender a aprender e suas habilidades e atitudes empreendedoras. Se o que marca a sociedade moderna é o conhecimento, cada vez mais a capacidade de aprender se tornará um diferencial competitivo relevante, tanto para as pessoas como para as organizações.
As habilidades que emergem nesse cenário envolvem mais do que conhecimentos técnicos e específicos. Os soft skills tornam-se fatores determinantes do desenvolvimento profissional. Habilidades como resolução de problemas complexos, visão sistêmica, trabalho em equipe, inteligência emocional, negociação, aprendizagem ativa, expressão oral e escrita, pensamento crítico, flexibilidade cognitiva, criatividade e pensamento lógico e matemático despontam como algumas habilidades importantes a serem desenvolvidas e aprimoradas. A educação continuada se torna um imperativo.
“Esse mundo das startups e da alta tecnologia se desenvolve, no mundo todo, em ecossistemas de inovação em que a qualidade do trabalho é parte de uma visão mais ampla de qualidade de vida, preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade.”
O presente do trabalho (não o futuro) já mostra com clareza que estamos vivendo uma transição no mundo empresarial com consequências imediatas e crescentes no mercado de trabalho. São novas dinâmicas geradas por um novo contexto das empresas em processo de transformação. As grandes companhias estão sendo desafiadas e superadas por menores, muitas delas startups de alto impacto, atuando em rede em projetos compartilhados.
Esse mundo das startups e da alta tecnologia se desenvolve, no mundo todo, em ecossistemas de inovação em que a qualidade do trabalho é parte de uma visão mais ampla de qualidade de vida, preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade, com a necessária diversidade que gera a criatividade que os profissionais do século 21 incorporam como valores relevantes nas suas vidas. Basta observar atentamente: são pessoas talentosas, cidadãs de um mundo global e colaborativo.
Esse mundo existe em segmentos da sociedade brasileira, em nichos de desenvolvimento pleno em todos os rincões de nosso país. Mas são exceções, são a expressão mais clara da assimetria gerada por uma sociedade que mantém 16% de seus jovens entre 18 e 25 anos na educação superior, que demostra pouca ou nenhuma preocupação efetiva em propiciar uma educação básica de qualidade à totalidade dos jovens. Mudar essa realidade está nas nossas mãos, investir em educação de qualidade e excelência, para formar jovens autônomos e globais, que tragam o país diretamente do século 19, onde aparentemente estamos hoje, para o século 21. Jovens preparados para uma nova sociedade, global, conectada e repleta de oportunidades. Que possam oferecer mais sentido, propósito, para as pessoas e redefina não só o conceito de trabalho, mas também o de vida e o papel de todos em um processo de desenvolvimento menos assimétrico e mais justo a todos.
Esse artigo integra o projeto Ideias para o Futuro, do portal Gaúcha ZH. No dia 24 de abril, a PUCRS e o Grupo RBS promovem evento sobre o futuro do trabalho, no Tecnopuc Crialab.