Qualificação dos funcionários que realizam atendimento nas casas de acolhimento. / Foto: Divulgação

A parceria entre a PUCRS e o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), cujo objetivo é capacitar os proprietários e colaboradores de casas de acolhimento a pessoas com transtornos mentais em Porto Alegre, está sendo ampliada. Agora, além dos cursos de Farmácia, Psicologia e Nutrição, participam também os cursos de Ciências Biológicas, Biomedicina, Enfermagem, Teologia, Letras, Fisioterapia, Direito e Escrita Criativa. 

O objetivo do projeto é qualificar a atenção em saúde e proporcionar melhorias nos atendimentos aos acolhidos por meio de informações em relação a cuidados gerais sobre medicamentos, uso seguro e descarte correto; elaboração de plano de gerenciamento de resíduos em serviço de saúde; incentivo à adoção das boas práticas de higiene e de manipulação de alimentos; e ainda desenvolvimento de ações de educação em saúde para trabalhadores de serviços que compõe a Rede de Atenção Psicossocial. 

A ideia é que os profissionais participem de atividades desenvolvidas por professores e estudantes das Universidades, incluindo também a visita dos alunos às casas.

“Entendemos que esse projeto está em consonância com os valores da PUCRS, sempre investindo na questão social, envolvendo um espírito humano e trazendo um impacto social bem importante. Estamos preparando profissionais que serão atuantes dentro de uma sociedade”, avalia a decana da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, Andrea Gonçalves Bandeira. 

Este ano, serão acompanhadas pelo projeto diversas moradias protegidas privadas, entre elas o Lar Emanuel, Lar Emanuel Restinga, Centro de Reabilitação Vita, Residencial Equilíbrio e a casa Marta Maria, além da Casa Minho/Marlene, Associação Lar Santa Rita e Atelier Terapêutico e Residencial, que já faziam parte desta parceria em 2022. 

“A acolhida aos selecionados para a capacitação é ímpar. Eles são recebidos no ambiente da universidade, que disponibiliza toda a sua estrutura. O conhecimento é compartilhado pelos professores, proporcionando experiências transformadoras”, explica a promotora Liliane Dreyer da Silva Pastoriz, do Núcleo da Saúde da Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos de Porto Alegre.

Leia também: Aplicativo desenvolvido pela PUCRS para ajudar crianças e adolescentes é lançado pelo MPRS

SAPP

Momento simbólico da inauguração da nova ambiência do SAPP. / Foto: Diego Furtado

Na última semana, o Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia da PUCRS (SAPP) celebrou a reformulação do seu espaço físico, que agora conta com um ambiente mais acolhedor para receber os/as usuários/as do serviço. Localizado no segundo andar do Prédio 11, o SAPP abrange práticas disciplinares de psicopatologia, avaliação psicológica e estágios supervisionados para estudantes do curso de Psicologia. O serviço, que existe há 49 anos, tem contribuído ativamente com atendimentos à comunidade acadêmica e ao público residente em Porto Alegre. 

Junto à inauguração, também houve a comemoração antecipada dos 70 anos do curso de Psicologia da PUCRS e dos 50 anos do SAPP, que serão celebrados em 2024. O evento reuniu estagiários e colaboradores do Serviço, além da pró-reitora de Graduação e Educação Continuada, Adriana Kampff, do diretor de Graduação, Denizar Melo, da decana da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, professora Andrea Bandeira; da coordenadora do curso de Psicologia, professora Tatiana Baierle, da coordenadora do SAPP, professora Roberta Fin Motta e da artista plástica e arquiteta, Suyê Zucchetti, responsável pela pintura realizada no interior do local. 

As contribuições do Serviço iniciaram em parceria com Serviço de Assistência Jurídica Gratuita da Faculdade de Direito (SAJUG), e depois passou a atender toda a comunidade de Porto Alegre. Segundo a coordenadora Roberta Finn, o SAPP tem o objetivo de desenvolver habilidades e competências dos/as estudantes por meio da integração entre teoria e prática, a partir do compromisso ético e social.  

“Para a comunidade, o SAPP oferece serviços de atendimento em diversas áreas da Psicologia, que podem ser desenvolvidos em ambiente interno ou externo e são realizados pelos/as estudantes das práticas e estagiários/as. Uma das nossas maiores conquistas é o reconhecimento como espaço de formação de gerações de psicólogos e psicólogas e a referência em atendimento psicológico a população de Porto Alegre de múltiplas maneiras”, destaca.  

50 anos de acolhimento à comunidade 

sapp

Foto: Diego Furtado

Durante quase meio século de atuação, o SAPP consolidou a sua relevância tanto para os/as estudantes como para o público atendido diariamente. Somente em 2022, foram realizados 4.070 atendimentos e, neste ano, de janeiro até maio, o espaço já soma mais de 2.500. Atualmente, o serviço de acolhimento é responsabilidade de 11 psicólogos/as supervisores/as e 90 estagiários/as.  

Conforme a professora Roberta, é fundamental que os/as profissionais da psicologia revisitem todas as esferas da vida para que se possa fortalecer discussões científicas, profissionais e acadêmicas, desenvolvendo uma atuação profissional comprometida com a construção de condições de vida dignas. 

“No SAPP temos uma comunidade universitária engajada em prol de uma psicologia plural, democrática, antirracista e pautada pelo compromisso ético-político. Assim, podemos dizer com segurança que o SAPP existe e permanece como uma referência na formação de psicólogas e psicólogos, pelo envolvimento de todos. Estar à frente deste Serviço é honrar quem pensou, idealizou, implementou, construiu e fez crescer um grande projeto. Significa fazer a gestão de uma realidade que se transforma a cada semestre e a cada ano”, destaca. 

acesse a página oficial do sapp

Estudantes desenvolvem brinquedos e mobiliário pedagógico para crianças - Projetos educacionais são apoio para atividades de acolhimento realizadas em sala de aula

Bubu a girafa / Foto: Reprodução

Diferentes tipos de brinquedos e mobiliário destinados pela PUCRS à Fundação Pão dos Pobres, em Porto Alegre, irão auxiliar educadores e educadoras em atividades pedagógicas de acolhimento com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Os itens foram desenvolvidos por estudantes das disciplinas LAB 1, dos cursos de Design de Produto e Design de Comunicação, e Atelier de Design, do curso de Arquitetura e Urbanismo. 

Marcelo Martel, professor responsável pelas duas turmas, explica que a proposta dos trabalhos é promover um impacto social real e que, ao mesmo tempo, esse tipo de prática aproxima alunos e alunas dos problemas atuais da sociedade: 

“Os estudantes foram desafiados a propor soluções viáveis e com comprometimento social. Para isso, foram criados itens que ajudam em aspectos importantes da aprendizagem, como na melhoria da coordenação motora, do raciocínio lógico e matemático e do desenvolvimento cognitivo”.  

Martel também conta que a iniciativa é inspirada em personalidades italianas como Gianni Rodari (jornalista), Bruno Munari (artista), Bruno Danese (ceramista), Jacqueline Vodoz (fotojornalista) e Enzo Mari (artista visual), das décadas de 1960 e 1970. Entre as suas ideias estavam a de que cuidar das crianças é uma forma de contribuir para a construção de um futuro melhor, combinando imaginação e planejamento, design e ensino.  

Conheça os projetos finais 

Estudantes desenvolvem brinquedos e mobiliário pedagógico para crianças - Projetos educacionais são apoio para atividades de acolhimento realizadas em sala de aula

Orbitoides / Foto: Reprodução

Indicados para o desenvolvimento cognitivo e motor de crianças de oito a dez anos, a atividade utiliza materiais recicláveis, como garrafas PET, embalagens tipo TetraPak, balões, cordas, e exploram a releitura de brinquedos antigos. 

Podem ser facilmente produzidos em atividades práticas em grupo, como oficinas e workshops, pela simplicidade da montagem: com encaixes, engates, dobras e colagem.  

Os projetos foram criados na disciplina LAB 1, que também conta com a participação do professor Júlio Caetano e da professora Cláudia Nichetti, pelas alunas Bianca Ferreira (Papa moscas) e Artur Pechansky (Orbitoides). 

Os móveis foram criados com inspiração em escrivaninhas infantis, juntando mesa e estante e trazendo a utilidade de um lugar onde as crianças podem ler e estudar de forma confortável. Possui o design simples para trazer um aspecto divertido e colorido ao ambiente em que estiver 

Estudantes desenvolvem brinquedos e mobiliário pedagógico para crianças - Projetos educacionais são apoio para atividades de acolhimento realizadas em sala de aula

Multicanguru / Foto: Reprodução

Desmontável ou empilhável para uso em espaços internos por crianças de até seis anos da educação infantil. Seria reproduzido no curso aprendizagem profissional em marcenaria da Fundação e poderia incluir funções adicionais (mesa, cadeira, cadeira de balanço, banco, brinquedo), dispositivos ou acessórios. O material utilizado seria o MDF, com montagem de encaixe, engates e dobras. 

Projetos criados pelas alunas Maria Lopes (Bubu a Girafa), Yan Mendes (Multicanguru), Bianca Ferreira (Felunis) e Laura Sieg (Balancia). 

Mesas e cadeiras modulares, prateleiras, armários, cabideiros, quadros e suportes para o uso de crianças e adolescentes de sete a 15 anos, que poderiam ser produzidos nas aulas de marcenaria e serralheria da Fundação. O conceito é que as salas de aula sejam aconchegantes e tragam diferentes opções de disposição. 

Em todos os casos, para a prevenção de acidentes, é preferível evitar arestas, formas pontudas e componentes pequenos (potencialmente ingeríveis). Não há a necessidade de usar parafusos ou pregos, por exemplo. 

Projetos criados pelas alunas Andressa Fattori e Maria Cavassola (projeto 1) e Bárbara Pertile e Ana Ferreira (projeto 2). 

Leia também: Rodoviária de São Leopoldo será redesenhada por alunos de Arquitetura 

Estudante da Famecos mobiliza moradores do bairro Bom Fim em projeto sustentável - A ação busca promover o descarte adequado de materiais e contribuir para o aprendizado de crianças em situação de vulnerabilidade socioeconômica

Exemplo de caixa coletora disponível nos estabelecimentos parceiros para as doações / Imagem: Divulgação

Cada ação importa. Inspirado neste “lema” o Projeto Espiral Bom Fim está coletando papéis de diferentes tipos para uma ação sustentável em parceria com a organização sem fins lucrativos Passarte e uma rede de empresas conveniadas. O material arrecadado é destinado para a reciclagem e também para a criação de cadernos novos, que são disponibilizados para crianças em situação de vulnerabilidade socioeconômica que estudam em escolas conveniadas com a ONG. 

O projeto sustentável foi elaborado por André Dall’Alba, estudante do 7º semestre de Relações Públicas da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS – Famecos. Segundo ele, o nome da iniciativa é uma referência às pequenas ações que cada pessoa pode fazer pelo bem coletivo e do planeta: 

’Espiral’, além de remeter à uma forma de encadernação, é símbolo de evolução e movimento progressivo, algo esperado por meio da colaboração cada vez maior entre os comércios e a população. Já ‘Bom Fim’ refere-se não apenas ao bairro, mas também à um dos objetivos do projeto: dar um bom fim aos materiais que são descartados”, explica. 

Apesar de o foco da ação ser auxiliar a sociedade, as empresas também são beneficiadas ao poderem engajar em uma causa que está alinhada aos seus propósitos e que impacta a comunidade positivamente. 

Saiba como ajudar 

Para ajudar, basta escolher um dos pontos de coleta disponíveis no site e no Instagram do Projeto Espiral, que ficam localizados no bairro Bom Fim, em Porto Alegre. São aceitos diversos tipos de papéis, como folhas, jornais, cadernos usados e revistas. Lembre-se de conferir os horários de atendimento dos estabelecimentos conveniados. A ação acontece até o final do mês junho, podendo ser prorrogada. 

Estudante da Famecos mobiliza moradores do bairro Bom Fim em projeto sustentável - A ação busca promover o descarte adequado de materiais e contribuir para o aprendizado de crianças em situação de vulnerabilidade socioeconômicaAtualmente quatro empresas parceiras participam da ação, disponibilizando uma caixa identificada em seus estabelecimentos: CirKula Editora, Livraria & Café, Personalize Artes Gráficas, Livraria Londres e Espaço Veganista 

Como o projeto sustentável começou 

O projeto começou na disciplina de Práticas Profissionais em Relações Públicas – Estágio Supervisionado em Ação Empreendedora, com orientação da professora Denise Pagnussatt, no primeiro semestre de 2021. A proposta da cadeira é o desenvolvimento de iniciativas empreendedoras em Comunicação, ligadas a uma ou mais organizações, atendendo algum dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) para 2023. 

Conheça o curso de Relações Públicas e saiba como ingressar com o Vestibular (com prova de redação online, aproveitamento da nota do Enem ou a modalidade que houver o melhor desempenho), Transferência (para estudantes de outras instituições) e Ingresso de Diplomado (para quem já se formou no ensino superior, com desconto). 

Deborah Finocchiaro participa do Ateliê PUCRS Cultura / Foto: Divulgação

Burburinho de pessoas falando alto, luzes e a ansiedade antes de uma apresentação, ou a movimentação de voluntários e voluntárias em um dia de entrega de doações. Essas eram cenas muito comuns em atividades presenciais e que ganharam novos formatos com a ajuda de ferramentas digitais. Afinal, ficar em casa não quer dizer parar de fazer o que se gosta e que traz motivação, seja assistir a shows de artistas ou apoiar causas sociais. 

Só em 2020, mais de 170 mil pessoas participaram das 148 atrações promovidas ou apoiadas pelo Instituto de Cultura da PUCRS. Já as ações de cuidado integral, formação, meditação e espiritualidade do Centro de Pastoral e Solidariedade contaram com mais de 3 mil participantes.  Diversas instituições parceiras foram beneficiadas pelas campanhas de solidariedade. 

Confira projetos que aproximam o público de grandes personalidades, artistas, representantes de movimentos sociais e de áreas como Arte, Literatura, Cultura, Educação, Teatro, entre tantas outras. Ou que ajudam quem mais precisa por meio de projetos de solidariedade e atividades com abordagens holísticas de como ver a vida. 

Nos palcos, nas telinhas ou na sala de casa 

Mesmo após a pandemia, a tendência de realizar shows, apresentações culturais e atividades em geral no formato online deve permanecer – ainda que de forma híbrida. Apesar da experiência única proporcionada pelo presencial, o digital pode democratizar o acesso, rompendo barreiras físicas e levando a arte a novos lugares, como a sala de casa e a tela do celular. 

Conheça alguns projetos culturais para você acompanhar e participar: 

Série Ato Criativo recebe Lázaro Ramos e Conceição Evaristo - Live falará sobre o fazer artístico e a trajetória dos convidados, com a mediação de Daniel Quadros e Ricardo Barberena

Conceição Evaristo e Lázaro Ramos / Fotos: Camila Cunha

A série Ato Criativo aproxima o público de artistas em diversas áreas da cultura, proporcionando espaços de bate-papo com nomes relacionados às artes. Nesses encontros, os/as convidados/as falam sobre suas trajetórias profissionais, projetos ou criações recentes. A ideia é apresentar diferentes processos criativos, que podem ter como resultado livros, músicas, danças, pinturas, personagens de uma peça de teatro, entre outros. 

Já participaram do projeto nomes como Conceição Evaristo, Ailton Krenak, Gal Costa, Lázaro Ramos, Thiago Lacerda, Márcio Maranhão e Tony Ramos. Assista a todos os encontros na íntegra pelo canal da PUCRS no YouTube. 

O projeto Ateliê PUCRS Cultura proporciona experiências por meio de práticas artísticas desde 2019, com cursos e oficinas gratuitas para estudantes e comunidade em geral. Durante o período de distanciamento social, foi desenvolvida uma versão digital do projeto, com a publicação de vídeos curtos com propostas de práticas para pessoas explorarem o corpo e a criatividade em casa. 

Todos os conteúdos estão disponíveis no IGTV do Instagram @pucrscultura. 

Coral da PUCRS

Coral da PUCRS / Foto: Camila Cunha

Em 2021 o Coral da PUCRS completa 65 anos desde a sua primeira apresentação, realizada em 30 de outubro de 1956. Todos os anos são realizadas audições abertas ao público, na busca de novos talentos. Ainda em 2021 o grupo irá divulgar novas produções audiovisuais. Acompanhe as novidades pelos canais do Instituto de Cultura. 

Outros projetos promovidos pelo Instituto de Cultura são o Galeria a céu aberto, com intervenções de arte urbana em locais e paredes do Campus da Universidade; o Arte e Saúde, em parceria com a Escola de Medicina, para falar sobre as relações entre os temas; e o Olhar da Casa, que conta com um ciclo de palestras sobre arte e fotografia.  

Outro projeto que promove cultura, bem-estar e reflexões de autoconhecimento é o Arte da Vida, que conta com a participação do poeta Fabrício Carpinejar. O primeiro evento da série falou sobre Coragem, e entre os temas dos próximos encontros estão Gentileza, Paciência, Humildade e Confiança. O projeto é uma iniciativa da Rede Alumni da PUCRS e o Instituto de Cultura. 

Em breve também estará disponível para a comunidade o curso de formação cultural e humana, que abordará, entre outros temas, a história da música brasileira do século 20. 

Buscando sentido e cultivando a espiritualidade 

O Centro de Pastoral e Solidariedade da PUCRS desenvolve atividades voltadas ao cuidado da pessoa humana na sua integralidade, a vivência e cultivo da espiritualidade e o compromisso com a construção da vida em comunidade, contribuindo com o fomento da cultura da solidariedade 

Conheça iniciativas para você apoiar e participar: 

O Quest é um curso vivencial que procura fomentar a reflexão sobre o propósito e o projeto de vida de estudantes no ambiente universitário. ‘Quest’ quer dizer ‘busca’, uma longa e árdua busca por algo. O grande tesouro da humanidade é a busca pelo sentido da vida. 

Há quatro modalidades, todas gratuitas: a Start, para alunos e alunas até o 3º semestre; a Go, para os/as formandos/as de graduação; a Up, para os estudantes de pós-graduação; e a Way, para quem que desejam pensar sobre a sua vocação. Confira depoimentos de quem já participou do projeto e como se inscrever 

Procura pela prática da meditação aumentou durante a pandemia

Práticas de meditação realizadas na PUCRS / Foto: Camila Cunha

A Pastoral da PUCRS oferece práticas de meditação para toda a comunidade acadêmica, nas modalidades online e presencial, contando com uma Sala de Meditação, no prédio Living 360°. O projeto busca promover o bem-estar e a espiritualidade nas dimensões individual e coletiva, por meio de vivências práticas e educacionais de meditação, incentivando a interioridade no ambiente universitário. 

Entre as atividades formativas e vivenciais estão os grupos de meditação, como o Slow, com práticas de treinamento mental para a desaceleração e o relacionamento saudável com o tempo; e o programa de mentoria individual, o Trilha de Meditação, exclusivo para o público PUCRS. Para participar não é necessária experiência prévia. 

Para mais informações sobre essas e outras iniciativas relacionadas, acompanhe a Pastoral no Instagram e no Facebook ou entre em contato pelo e-mail [email protected].  

Todo ano, acontece a tradicional Campanha do Agasalho para arrecadar peças que sejam adequadas às baixas temperaturas do inverno e que estejam em bom estado de conservação. As doações são destinadas a instituições parceiras, em 2021, as beneficiadas serão a Aldeia da Fraternidade, o Centro Social Marista Mário Quintana e a Pequena Casa da Criança.  

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Primeira edição do projeto Ônibus do Bem / Foto: Camila Cunha

Outro projeto de longa data é o Voluntariado Educativo Marista, destinado a integrantes da comunidade acadêmica que desejam dedicar parte de seu tempo para colaborar com as instituições sociais parceiras do programa. As atividades são desenvolvidas conforme a necessidade das ONGs, que, em geral, atuam na dimensão da educação, bem-estar social e direitos humanos, por meio de ações destinadas a crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência e famílias em situação de vulnerabilidade social. Confira depoimentos de quem já participou e como se inscrever no site do Voluntariado. 

Já o Ônibus do Bem é um projeto inspirado no Good Bus, criado nos EUA antes da pandemia da Covid-19 e propõe às pessoas o voluntariado-surpresa, pois o grupo não sabe onde irá, qual instituição será beneficiada ou que tipo atividade será realizada. A ideia é derrubar qualquer tipo de preconceito que impeça a realização de uma atividade voluntária, bem como sensibilizar a comunidade sobre o nosso chamado para estar a serviço de todas das pessoas, contribuindo com a construção da Cultura da Solidariedade. 

Viva mais a PUCRS 

Existem novas formas de promover impacto social, cultural e aproximação com o público? - Ações organizadas pela PUCRS levam atrações culturais e diferentes possibilidades de fazer o bem para a comunidade Este é o terceiro conteúdo da série Viva mais a PUCRS, a qual apresenta diversos diferenciais da Universidade, principalmente para estudantes. Confira também: 

  1. Como tirar uma ideia do papel com os caminhos de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS 
  2. Quando pedir apoio: conheça os serviços de acolhimento especializados da PUCRS 
Imigrantes

Imigrantes participam de projetos sociais / Foto: Camila Cunha

Qualificar profissionais a ensinar português em contextos nos quais essa não é a língua materna dos estudantes: esse é o objetivo do curso de Formação de Professores de Português Como Língua Adicional, oferecido pela Escola de Humanidades da PUCRS. Com pedagogias variadas, os educadores podem se capacitar para ensinar o idioma para imigrantes, refugiados e estrangeiros que chegam no Brasil e em outros países de língua portuguesa. Ao enfrentar preconceitos e outras barreiras além da comunicação, quem vem de fora do Brasil também encontra na Universidade o Serviço de Assessoria em Direitos Humanos para Imigrantes e Refugiados (Sadhir), um atendimento gratuito em Porto Alegre para um recomeço fora de casa, ou na nova casa.

A ideia do curso surgiu a partir do projeto realizado pela PUCRS em parceria com a Cáritas, iniciativa que fomenta a economia popular solidária e os direitos humanos. Imigrantes haitianos recebiam aulas de português, com uma metodologia diferenciada, levando em consideração a troca de culturas com empatia. Com o tempo, venezuelanos e colombianos também integraram a turma de Plac: Português Como Língua de Acolhimento. O curso oferecido pela PUCRS é pioneiro do Estado na modalidade presencial.

Após três anos de atividades na Paróquia Santa Clara, na Lomba do Pinheiro, o projeto gerou vários frutos para a comunidade. Um convênio com a prefeitura foi firmado, alguns alunos foram contratados pela PUCRS e o primeiro livro sobre o tema foi lançando por Cristina Perna, professora de Letras e do Programa de Pós-Graduação da PUCRS. Docente e decana associada da Escola de Humanidades, Regina Kohlrausch também participou da liderança do projeto, que durou de 2017 a 2019.

Quem são os imigrantes no Brasil e no mundo

O Brasil recebeu 774,2 mil imigrantes de 2010 a 2018. Mais de 36 mil carteiras de trabalho foram emitidas para essa população em 2018, o maior índice dos últimos anos. A maioria dos chegados são homens jovens e com nível de escolaridade médio e superior, segundo o Relatório Anual do Observatório das Migrações Internacionais – OBMigra 2019, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O movimento migratório é uma realidade cada vez mais presente em diferentes países. Um levantamento divulgado em 2019 pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que existem pelo menos 272 milhões de imigrante ao redor do mundo. Os países que mais recebem essa população são os Estados Unidos, Alemanha e Arábia Saudita, que vem em sua maioria da Índia, México e China.

Português como língua de acolhimento e a formação de educadores - Um recomeço fora de casa e o papel da Universidade na ajuda a imigrantes

Peterson em Porto Alegre / Foto: Arquivo Pessoal

Culturas vivas são aquelas em movimento

“O Brasil é um país formado por imigrantes, forçados ou não. O mundo também”, explica Lucia Muller, antropóloga e professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS. Os processos sociais mobilizados pela imigração contribuem para a riqueza cultural da sociedade e ressignificam as fronteiras regionais as quais as pessoas estão acostumadas, acrescenta a docente. Lucia conta que “culturas vivas são aquelas que estão sempre acumulando e se modificando”, ou seja, conviver com as diferenças “é sempre uma contribuição, a arte vive disso” finaliza.

“Hoje posso sofrer, mas amanhã não”

Em abril, faz três anos que Peterson Darson chegou ao Brasil. Para se afastar da guerra do Haiti, ele deixou a capital Porto Príncipe e reencontrou a mãe, que já estava em território brasileiro a mais tempo. “Vivi várias coisas, muitas são novidades“ conta Darson ao lembrar das experiências que teve no novo País. Segundo ele, a principal dificuldade no começo foi o idioma que ele não conhecia. Hoje, a língua já é uma barreira vencida e Darson inclusive ajuda os colegas haitianos a se comunicarem com outras pessoas. O segundo desafio foi conseguir trabalho, por questões burocráticas. Atualmente, ele trabalha na PUCRS, no setor de Gerência de Operações.

No Haiti, Darson era aluno de medicina e já estava no segundo ano. Ele pretende voltar a estudar, mas agora em outra carreira. “Hoje posso sofrer, mas amanhã não” declara ao falar sobre o preconceito sofrido no Brasil e a expectativa de ter uma vida diferente após concluir os estudos. Ele conta que aprendeu muito com os gaúchos e considera muito importante iniciativas como o Sadhir e as aulas de Plac.

Preconceito tem região, cor e sotaque

“Existem hierarquias, barreiras e preconceitos” afirma Lucia Muller ao explicar que as pessoas têm medo do diferente e muitas vezes não estão abertas ao diálogo. Entre os problemas enfrentados pelos imigrantes estão a xenofobia e o racismo. Estrangeiros vindos da Europa, como na época da colonização brasileira, costumam ser recordados com orgulho, mas o mesmo não acontece com outras regiões, como a África, principal origem de pessoas escravizadas no período. “Os senegaleses, por exemplo, encontram barreiras. Sofrem para ter acesso pois a cultura africana foi discriminada por muito tempo e está sempre por um triz. O Brasil não conhece a cultura africana. Não trata como algo oficial” aponta Lucia.

Porém, com o aumento do movimento migratório, as novas levas são diferentes das já vividas. Lucia explica que as colônias não são mais tão visíveis, agora são urbanas, espalhadas nos grandes centros, mas sem perder a relação com as origens. Os tipos de formação se tornaram globalizados, com redes que são mais complexas. “Os imigrantes não são todos iguais. Quem é nativo, afinal? E quem é imigrante?”, questiona Lucia.

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Foto: Nathana Fouchy

O trabalho realizado pelo Sadhir

Composto por alunos e profissionais da Universidade, familiarizados com as dificuldades e inseguranças enfrentadas por indivíduos em situação de vulnerabilidade no Brasil, o Sadhir atua na solução de diversas demandas relacionadas ao cenário migracional brasileiro. A iniciativa auxilia os imigrantes a se estabelecerem no Brasil e a solucionarem eventuais demandas judiciais e dúvidas relativas a assuntos como documentação, moradia e saúde.

Como o volume de atendimentos é grande e com naturezas diferentes, é comum a equipe se deslocar para ajudar com problemas. Coordenador do Sadhir, Gustavo Pereira conta que além das atividades acadêmicas e das reivindicações por políticas públicas, o plano é expandir o projeto para falar sobre Direitos Humanos em escolas, preparar cursos para imigrantes e a publicação de um livro. O atendimento presencial é realizado durante o período de aulas, nas segundas-feiras, das 18h às 19h, e já recebeu cerca de 500 pessoas.

Formação de Professores: Português Como Língua de Acolhimento

O curso de especialização de Português como língua adicional capacita profissionais da área da educação a ensinar português para pessoas que não são originárias do idioma. A teórica e a prática pedagógica são inseridas numa proposta crítica e intercultural de ensino e aprendizagem. É a formação ideal para diplomados em Letras, Pedagogia, História, Filosofia e outros cursos das Humanidades ou interessados na área. Clique aqui e conheça mais sobre o curso!

Saiba o que mais se faz na Universidade: Projeto investiga novos aditivos e materiais para construção de poços de petróleo.

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Atendimentos em Psicopedagogia ocorrem na Vila Fátima e no Campus/Fotos: Camila Cunha

A PUCRS faz a diferença na vida das comunidades há décadas por meio de serviços e projetos que levam a sua marca de credibilidade e tradição. Os milhares de atendimentos têm um duplo papel social. Ao mesmo tempo em que beneficiam a população em situação de vulnerabilidade, contribuem com a formação dos universitários. Contando com o suporte dos professores, eles vivenciam os desafios da futura profissão a partir das necessidades das pessoas.

Para os estudantes, é uma aprendizagem que serve ao longo da vida. “O contato com a realidade social toca também a dimensão humana do aluno, fundamental na formação”, constata a coordenadora do Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia (Sapp)/Escola de Ciências da Saúde, Roberta Monteiro. A estagiária do Serviço de Assistência Jurídica Gratuita (Sajug)/Escola de Direito Vitória Garbin, no 10º semestre de Direito, ilustra esse aspecto: “Eu não tinha muita noção do mundo antes de atuar na Vila Fátima. Valorizo mais o que tenho e consigo entender melhor as escolhas dos outros, sem julgamentos e preconceitos”.

Foto: Camila Cunha

Atuação na Vila Fátima vai completar 40 anos

Em 2020, serão 40 anos de presença da PUCRS no bairro Bom Jesus, mais especificamente na região que tem em torno de 17 mil habitantes. O Centro de Extensão Universitária Vila Fátima (CEUVF) não se resume a uma unidade básica de saúde (UBS), pois oferece uma gama de especialidades e programas. Passam pelo campo de estágio 33 professores por semestre e em média 550 alunos por semana.

Saiba mais sobre a atuação no CEUVF, no Sapp, no Sajug e na Psicopedagogia e conheça iniciativas como o Pré-Vestibular Jovem Montagne; o projeto Conexus – Conexão Social, que busca ampliar o acesso de jovens ao mercado de trabalho; e a oportunidade de ex-jovens aprendizes de trabalharem na Universidade na reportagem completa da Revista PUCRS.

Curso de Português para Imigrantes, Imigrantes, Haiti

Fotos: Júlia de Almeida Aguiar/PUCRS

O sonho de ter boas condições de vida no Brasil é o que os imigrantes haitianos que participam do curso Português para Imigrantes e Refugiados têm em comum. A formatura da primeira turma ocorreu no último sábado, 27 de maio, na Paróquia Santa Clara, no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. Durante a manhã, a decana associada da Escola de Humanidades da PUCRS Regina Kohlrausch, a professora do curso de Letras Cristina Perna e a doutoranda do curso de Letras Graziela Andrighetti entregaram os certificados aos 30 alunos e cantaram músicas em português com a turma.

 

Curso de Português para Imigrantes, Imigrantes, Haiti

A professora Graziela auxilia Mitrael na leitura.

No início da aula, os haitianos foram convidados a lerem textos produzidos no encontro anterior sobre quem são. Entre os relatos, o desejo de conseguir um trabalho foi unânime. Mitrael Similien complementou: “Também quero arranjar uma namorada”, disse, arrancando risos de todos. Ele chegou ao Brasil há 10 meses e está empregado como jardineiro na Capital, mas já trabalhou em Tramandaí e Xangri-lá. Sobre o curso, conta que aprendeu a falar melhor português. “Agora sei me apresentar, apresentar minha família e oferecer o meu trabalho”, explicou. Quando questionado sobre a possibilidade de voltar ao Haiti, ele disse que não tem esperanças, pois a passagem é muito cara.

 

Curso de Português para Imigrantes, Imigrantes, Haiti

Dalvimar conta sua história para a turma.

Dalvimar Délier está no Brasil há dois anos. Ele relembra seu primeiro trabalho no país: “Lavava louça em um restaurante aqui em Porto Alegre e fui mandado embora depois de três meses, mas em seguida consegui um serviço na construção civil. Fiquei 16 meses e me mandaram embora há pouco”. Agora, ele está desempregado e preocupado com a situação. “Eu faço qualquer coisa que acho, limpeza, construção civil, qualquer coisa mesmo”, desabafou. Dalvimar disse que a situação está difícil e que é complicado encontrar pessoas que ajudam, mas comenta que o curso foi essencial. “As aulas são muito importantes para eu aprender a falar português”, ressaltou.

Curso de Português para Imigrantes, Imigrantes, Haiti

Neltha mostra o seu diploma.

A aluna Neltha Belerius trabalhava como comerciante no Haiti até conseguir juntar dinheiro e vir para o Brasil, há dois anos. Ela comentou que aprendeu muito no curso, mas que quer aprimorar ainda mais seu português. Atualmente não está empregada, mas já fez limpeza e está procurando locais para trabalhar. “Eu quero trabalhar para trazer minha família para cá. Ficaram no Haiti minha filha e meu filho com a minha mãe. Ele tem 12 anos e ela tem 7 anos. A minha esperança é trazer eles para cá. Não quero voltar para lá. Eu sou feliz aqui, e gosto do Brasil”, finaliza.

 

O curso é uma parceria da PUCRS com a Paróquia Santa Clara, onde ocorreram as aulas, e a Cáritas Arquidiocesana de Porto Alegre. A segunda edição ocorrerá em agosto. A Universidade também oferece um serviço de assistência jurídica gratuita para imigrantes no Sajug, prédio 8 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).