Na tarde desta sexta-feira, 29 de janeiro, o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) atingiu a importante marca de mil profissionais que já receberam a primeira dose da CoronaVac, vacina desenvolvida pela Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, e da qual a instituição participou dos testes clínicos. Além da imunização gradual das equipes que atuam na linha de frente do combate à pandemia, os voluntários e as voluntárias que receberam a dose placebo do estudo também já foram imunizados, obedecendo o distanciamento social e evitando aglomerações.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no dia 17 de janeiro o uso emergencial da CoronaVac e, desde então, os grupos prioritários previstos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação têm sido chamados em etapas para a aplicação da vacina.
Para Isabelita da Silva Gouveia, que foi a milésima pessoa a ser vacinada no HSL, fazer parte dessa iniciativa que impacta toda a sociedade é muito significativo. “A gente estava esperando há tanto tempo por esse momento, passando por tantas coisas, o medo. Isso mexe muito com a nossa área. Esse momento foi muito esperado e está sendo muito abençoado hoje”, conta com emoção a técnica de enfermagem do HSL.
“Na primeira fase, estão os trabalhadores da Saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência, população indígena e comunidades tradicionais ribeirinhas. Em um segundo momento, entram pessoas de 60 a 74 anos”, explica a medida divulgada.
Em Porto Alegre, a pesquisa foi coordenada pelo médico Fabiano Ramos, chefe do serviço de Infectologia do HSL. Ele também conduz e assessora a elaboração de protocolos de prevenção, segurança e tratamento contra a Covid-19. Conheça melhor o seu trabalho na matéria completa da Revista PUCRS (páginas 40 e 41) e confira a homenagem feita pela PUCRS.
O Hospital São Lucas da PUCRS (HSL-PUCRS) ampliou o escopo de participação de voluntários no estudo da vacina contra o novo coronavírus. Já a partir desta terça-feira, 22 de setembro, voluntários com mais de 60 anos e pessoas que já tiveram Covid-19 poderão participar da pesquisa. A ampliação do escopo ocorreu em virtude de uma definição do Instituto Butantan e da farmacêutica Sinovac, que conduzem o projeto junto a outros 11 centros de pesquisa no país.
Atualmente, cerca de 600 participantes já receberam pelo menos uma das doses da vacina ou placebo no Hospital. Com o avanço do estudo, a meta inicial de 852 voluntários deverá ser batida, haja vista que os testes serão estendidos até a segunda quinzena de outubro. “Os novos perfis de voluntários que entram nesta etapa do estudo serão importantes para a mensuração dos resultados, que já têm sido muito animadores. Com a ampliação da pesquisa devemos passar com tranquilidade dos mil participantes.”, salienta o Fabiano Ramos, líder do estudo e chefe do Serviço de Infectologia do HSL.
Os interessados em participar dos testes deverão preencher formulário que está disponível neste link. Todos deverão estar dentro dos demais critérios já estabelecidos na fase anterior da pesquisa. Confira:
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Em casos de dúvidas sobre a participação na pesquisa, a equipe do Hospital está disponível pelo WhatsApp (51) 99929-8871.
Motivação e esperança. Essas são as duas palavras adotadas pela equipe do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL-PUCRS), que neste sábado, 8 de agosto, iniciou a aplicação da vacina da farmacêutica chinesa Sinovac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan. Neste primeiro momento, dez profissionais da saúde que estão atuando no combate à Covid-19 receberam as primeiras doses do imunizante contra o coronavírus.
Um grupo de cerca de 20 de profissionais do HSL, formado por farmacêuticos, enfermeiros, biólogos e médicos infectologistas será o responsável por conduzir, com suporte operacional e administrativo, o estudo no Centro de Pesquisa Clínica do Hospital. Ao longo dos próximos dois meses, eles receberão os voluntários selecionados de diversas instituições hospitalares da região metropolitana para um processo que envolve entrevista técnica, checagem de requisitos, orientações gerais e, por fim, a aplicação da vacina, que será feita duas vezes em 14 dias. O acompanhamento dos 852 voluntários escolhidos, no entanto, se estenderá até o fim de 2021.
Para o líder do estudo e chefe do Serviço de Infectologia do HSL-PUCRS, Fabiano Ramos, há uma grande ansiedade e otimismo para o início do estudo. “Acompanhamos o progresso da vacina desde o início da pandemia e temos a confiança de que é um estudo capaz de responder positivamente à expectativa da sociedade. Esperamos que, comprovando a eficácia da vacina, até o início do ano que vem a população já possa ser imunizada”, pondera.
O pensamento positivo contagia também a doutora em Biologia e coordenadora do estudo, Michelle Viegas, que avalia ganhos de longo prazo. “Nosso Centro de Pesquisa realiza atualmente mais de 200 estudos simultâneos, que vão desde a testagem de medicamentos até outras vacinas, como a da dengue, por exemplo. O tempo recorde de avanço do estudo da vacina pode nos ajudar a encontrar atalhos para tratamentos futuros”, destaca.
Os profissionais da saúde, tão impactados pela pandemia, terão a preferência na participação do estudo. A oportunidade é celebrada pelo médico da UTI do Hospital São Lucas, Luciano Marini, o primeiro a receber a aplicação da vacina. “Como médico intensivista, tenho passado pelo momento mais desafiador da minha vida profissional. Além dos pacientes estarem muito graves, em situação crítica, há toda questão técnica envolvida, com grande complexidade e também os aspectos emocionais, uma vez que os familiares não podem visitar os pacientes. A perspectiva de uma vacina que agora estamos testando traz a esperança que em breve possamos retornar com segurança ao ‘novo normal’ na nossa sociedade”, comenta.
Enfermeira do Hospital Universitário da Ulbra, em Canoas, Rosecler Silva da Rosa também estará entre as vacinadas no estudo. Para ela, participar do estudo é uma motivação extra para os plantões exaustivos, muitas vezes dobrados, que enfrenta na Emergência. “Eu sinto uma esperança, pois além de enfermeira eu sou mãe e penso muito em proteger minha família. Hoje não consigo encostar no meu filho, que é asmático. Dói muito. Estar na linha de frente afeta muito o psicológico, tem dias que tu choras e tem vontade de desistir”, lamenta.
O primeiro dia de vacinação contou ainda com profissionais dos Hospitais Vila Nova, Ernesto Dornelles, Conceição e Clínicas.
Para o diretor-geral do Hospital São Lucas da PUCRS, Leandro Firme, o estudo reflete o esforço da instituição para construir soluções para as novas perguntas que emergem na área da saúde. “Estamos preparados, pois o estudo nasce da credibilidade e inovação características do nosso Centro de Pesquisa Clínica. A vacina é uma esperança para nós e para todos os hospitais que tiveram suas rotinas afetadas pela pandemia e se desafiam diariamente para cuidar dos pacientes de Covid-19 e de outras enfermidades. Celebramos esse passo com muito entusiasmo para a retomada da normalidade”, afirma.
O sentimento de confiança parte também do reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, que valoriza o trabalho desenvolvido no órgão suplementar da universidade. “Mesmo vivenciando tempos difíceis, alegremo-nos com o Hospital São Lucas da PUCRS e suas equipes, bem como nossa comunidade acadêmica envolvida em diversas pesquisas em desenvolvimento, neste grande esforço coletivo em prol da saúde em nosso país. As aplicações da vacina nos trazem esperança de um novo tempo. Que a próxima semana seja marcada por grandes transformações”, comemora.
Diretor-técnico no HSL, o Saulo Bornhorst corrobora com Firme e resgata o papel dos profissionais da saúde. “Sabemos o quanto nossos guerreiros da linha de frente têm se dedicado nos desafios atuais e por isso torcemos que um eventual fim da pandemia tire a sobrecarga que cada um carrega”, argumenta.
O vice-reitor da PUCRS e diretor do Instituto do Cérebro (InsCer), Jaderson Costa da Costa, acredita que começa a se concretizar a vitória da ciência no enfrentamento à Covid-19. “Em qualquer tempo, nunca houve uma força-tarefa global de pesquisadores tão solidária na busca de soluções para conter esse vírus. Esse estudo nos impulsiona a fomentar uma educação e ciência forte, cada vez mais incentivada e reconhecida”, salienta.
Porto Alegre será uma das nove cidades do país a receber os testes da vacina, ao passo que o Rio Grande do Sul será um dos seis Estados escolhidos. A representatividade gaúcha é celebrada pelos líderes do Executivo municipal e estadual, que vislumbram o fim da pandemia.
“É uma importante notícia no enfrentamento à pandemia. A vacina que será testada também aqui no RS é uma das que estão em estágio mais avançado e torcemos para que os resultados sejam expressivos. O Hospital São Lucas da PUCRS tem um avançado centro de pesquisa clínica e profissionais altamente capacitados e dá uma enorme contribuição nesse processo fundamental no combate ao coronavírus”, destaca o governador do Estado, Eduardo Leite.
“É uma honra receber em nossos qualificados serviços de saúde e na nossa cidade os testes para a vacina contra o novo coronavírus. Porto Alegre iniciou precocemente o controle da pandemia e, diferentemente de vários locais no país e no mundo, ainda temos um grande número de pessoas suscetíveis ao vírus, o que faz com que sejamos um campo de testes apropriado para a vacina”, afirma o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior.
Atualmente em sua terceira etapa de testes, a vacina está no estágio em que é aplicada em larga escala, o que poderá comprovar em definitivo a sua eficácia e duração da proteção. O Hospital São Lucas é um dos 12 Centros de Estudos do Brasil, sendo o único do Rio Grande do Sul, que aplicará o insumo e documentará os resultados junto ao Instituto Butantan, de São Paulo.
Das 9 mil pessoas que participarão da testagem no Brasil, metade receberá a vacina, ao passo que a outra metade placebo, isto é, uma substância sem efeito algum. Por ser um estudo “duplo cego”, somente os farmacêuticos que recebem e acondicionam os imunizantes conseguem saber o que cada seringa contém. Porém, eles não acompanham o momento de aplicação, conduzido pelos pesquisadores junto aos voluntários, que desconhecem o conteúdo das doses em questão. A estratégia permite a análise e comparação dos resultados pelos dois grupos, validando ou não o efeito da substância.
Na prática, o que se espera é que o sistema imunológico dos testados desenvolva anticorpos para o vírus inativado (“morto”) da Covid-19 que está presente na vacina, tornando a pessoa em questão imune ao efeito do vírus ativo caso ela tenha contato com o organismo posteriormente.
Confira a cronologia do estudo no Rio Grande do Sul: