Apesar de serem delimitados grupos de risco para a Covid-19, pessoas que não fazem parte de nenhum deles podem precisar de internação por agravamento da doença, assim como alguns pacientes de grupo de risco podem apresentar apenas sintomas leves. Motivados por compreender o porquê disso, o Laboratório de Biologia Celular e Tecidual da PUCRS, em parceria com pesquisadores da UFCSPA e da UNIVATES, encontrou uma possível resposta nos níveis de angiotensina II no sangue. A angiotensina (tanto a I quanto a II) é um polipeptídio, ou seja, um conjunto de aminoácidos, responsável, dentre outras funções, por regular a pressão arterial, como explica Léder Leal Xavier, professor de Fisiologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e um dos responsáveis pelo estudo.
O pesquisador acrescenta que a entrada do vírus da Covid-19 nas células humanas ocorre através de uma enzima que fica na membrana dessas células, chamada enzima conversora de angiotensina II (ECA2), encontrada, principalmente, no pulmão, ela é, portanto, a “ponte” para que o vírus entre no organismo. A angiotensina II, por sua vez, remove a ECA2 da membrana das células e, sem essa “porta de entrada”, diminui a quantidade de vírus que consegue, efetivamente, entrar no corpo. Na hipótese criada pelo grupo de pesquisa, pacientes que conseguem aumentar os níveis de angiotensina II durante a Covid-19, têm uma carga viral menor e ativam o sistema imune de uma forma adequada, tendo, consequentemente, melhor prognóstico. Entretanto, algumas pessoas não conseguem produzir um aumento nos níveis de angiotensina II, com isso, recebem uma carga viral elevada, e, por não ativar o sistema imune adequadamente no início da doença, podem ter sintomas mais graves.
O estudo, que faz parte da tese de doutorado da aluna Paula Neves, do Programa de Pós Graduação em Biologia Celular e Molecular da PUCRS (PPGBCM), pode auxiliar no entendimento e possíveis tratamentos da COVID-19 e também de outras infecções por outros vírus que venham a ser descobertos e usem a ECA2 como modo de entrada no corpo humano. “É importante conhecermos a biologia básica das doenças para que depois possamos agir”, complementa Léder.
A pós-doutoranda do PPGBCM, Andrea Wieck Ricachenevsky, por sua vez, comenta sobre a importância de unir cientistas de diferentes instituições de ensino em prol da ciência: “esses pesquisadores têm formações e especialidades distintas. Além disso, oferecem diferentes pontos de vista sobre o tema, proporcionando a multidisciplinariedade, o que é muito importante em um estudo”.
Os pesquisadores, por fim, afirmam que o estudo é composto de teorias fisiológicas e bioquímicas sobre as respostas do corpo humano à Covid-19 e outras infecções virais e pode servir de base para estudos futuros em busca de tratamentos que atenuem os efeitos dessas doenças, mas salientam que medidas básicas como distanciamento social, uso de máscaras, vacinação e consulta ao médico em qualquer suspeita de Covid-19 são prioridades. Além disso, até o momento, o estudo não altera de forma alguma o tratamento clínico dos pacientes, visto que, por enquanto, não há um remédio “universal” para tratamento da Covid-19, e sim, diversos tratamentos para os sintomas, a serem definidos por um médico.
O artigo completo, publicado no periódico internacional Frontiers of Immunology, pode ser conferido aqui.
A religiosidade já esteve bastante ligada à medicina durante a Idade Média, embora essas duas áreas tenham se distanciado ao longo do tempo. O resgate dessa aproximação está sendo realizado pelo curso de Medicina da PUCRS, o qual passou a ofertar uma disciplina de espiritualidade aos estudantes.
De acordo com o ministrante da disciplina, Marco Antônio Pacheco, a iniciativa partiu dos próprios estudantes do curso, os quais haviam organizado a Liga Acadêmica de Saúde e Espiritualidade.
A espiritualidade pode contribuir para indivíduos com doenças crônicas, oferecendo conforto a esses pacientes, explica Renan de Melo, discente do quarto ano. Já o estudante Gabriel Panitz, idealizador da Liga Acadêmica de Saúde e Espiritualidade, relata que inicialmente as atividades do grupo consistiam no estudo de artigos científicos e palestras sobre o assunto.
Embora religiosidade e espiritualidade sejam constantemente confundidas, é importante compreender que são coisas diferentes, como explica o filósofo Malone Rodrigues: enquanto a primeira está ligada à crença em algo superior, a segunda consiste na busca pela compreensão de questões existenciais.
Para conferir os demais relatos e conhecer essa iniciativa, leia a matéria completa na Revista PUCRS (páginas 58 e 59).
Fabiano Ramos, médico e chefe do serviço de Infectologia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), conta que se interessou por essa área da medicina quando ainda estava na faculdade. Durante a graduação, participou do projeto Aderência Total, o qual prezava pela interdisciplinaridade e era realizado com pacientes portadores de HIV. O trabalho fascinou o então estudante, que hoje acredita que a infectologia deve integrar diferentes áreas médicas, comparando a prática na área da saúde com o trabalho em equipe necessário em um time de futebol, esporte que costumava jogar.
Fabiano foi o primeiro residente em infectologia do HSL, em 2004 e, além do combate à Covid-19, atuou anteriormente frente à epidemia de dengue. Atualmente, Fabiano é o responsável por coordenar os testes da CoronaVac no HSL, realizados em parceria com o Instituto Butantan.
Para conhecer melhor o trabalho realizado por Fabiano Ramos, leia a matéria completa na Revista PUCRS (páginas 40 e 41).
O ano de 2020 ganhou contornos inesperados e mesmo diante de uma pandemia global decorrente da Covid-19, a Universidade se manteve firme em seus objetivos. Deu respostas ágeis e assertivas em um cenário de grandes desafios, contribuiu com o enfrentamento da doença com inúmeras iniciativas e, além disso, manteve uma ampla programação cultural e pedagógica e iniciativas solidárias de alto impacto social.
“No ano que passou a PUCRS teve o melhor de cada pessoa envolvida no seu funcionamento e deu o melhor de si para gerar desenvolvimento, inovação, pesquisa de ponta, impacto social e manter a reconhecida qualidade que forma mais que profissionais de excelência, mas cidadãos comprometidos com a transformação da sociedade”, ressalta o reitor, Ir. Evilázio Teixeira.
Cinco dias após a confirmação do primeiro caso de coronavírus em Porto Alegre a Universidade suspendeu as aulas presenciais e começou a transição para o início das aulas no modelo emergencial remoto, que iniciaram no dia 19 de março. Em poucos dias, foi realizada a formação do corpo docente, implementação da equipe de Mediação Online e aquisição de recursos tecnológicos necessários.
Neste período, o PUC Carreiras teve uma atuação relevante e presente no dia a dia da comunidade acadêmica. Mais de 5,5 mil estagiários foram contratados e mais de 1,9 mil alunos contaram com consultoria de carreira. Em torno de 40% da base de alunos matriculados pode contar com algum subsídio da Universidade: créditos educativos, bolsas de instituições e empresas, descontos, convênios, além do PROUNI.
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Ao longo do ano, entre as iniciativas no enfrentamento da pandemia, a Universidade produziu e doou mais de 17,5 mil protetores faciais a mais de 130 instituições, criou uma força-tarefa multidisciplinar com ampla mobilização de pesquisadores, produziu cartilhas orientativas em diversas áreas do conhecimento, participou dos testes clínicos para o desenvolvimento de uma possível vacina e desenvolveu testes para detecção da Covid-19 a baixo custo. Além disso, representantes de diferentes áreas do conhecimento integram o Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento da Pandemia no RS.
A iniciativa Porto Alegre contra a Fome, lançada em outubro, idealizada pela PUCRS e articulada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, vem buscando fomentar boas práticas no combate à fome, evitando o desperdício de alimentos na Capital gaúcha por meio de políticas, programas e ações governamentais e não governamentais.
“Temos um posicionamento estratégico claro de Inovação e Desenvolvimento e reforçamos o compromisso de que tudo que fazemos na PUCRS deve impactar no desenvolvimento social, ambiental, científico, cultural e econômico da sociedade”, destaca o reitor.
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Porto Alegre contra a fome e o desperdício de alimentos
Força-tarefa multidisciplinar da PUCRS é formada contra a Covid-19
Com foco em manter o bem-estar da comunidade e valorizar a classe artística, o Instituto de Cultura realizou, até o início de dezembro, 117 ações de música, literatura e outras artes, envolvendo mais de 161 artistas. A PUCRS se tornou um verdadeiro polo cultural do Estado, dando espaço e voz para todos os tipos de arte e fortalecendo a cena artística regional e nacional.
As séries Ato Criativo, Live de Cabeceira, Ensaios de Morar, Ateliê PUCRS Cultura, Livros para salvar do fogo, Cem Anos de Clarice e No Meu Canto tiveram mais de 143 mil visualizações. Em 2020, a honraria Mérito Cultural PUCRS foi entregue ao ator Lima Duarte, que transformou a sua vida numa trajetória de defesa da cultura, enquanto instrumento de humanização e educação.
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Apesar de todos os desafios, em 2020 a PUCRS alcançou os mais altos standards de excelência em pesquisa e realizou importantes avanços na promoção da internacionalização, firmando sua atuação de destaque como uma universidade de classe mundial e uma das melhores da América Latina.
Com 10 convênios internacionais em 35 países, 104 universidades em 23 países com acordos de mobilidade acadêmica e quatro cursos de graduação com dupla titulação, a Universidade mostra cada vez mais sua relevância. Índices de avaliação nacionais e internacionais atestam a qualidade e excelência dessas práticas. Confira alguns dos reconhecimentos que recebemos nesse ano:
Times Higher Education (THE):
Quacquarelli Symonds (QS):
MEC:
Cientes dos desafios dessa área que passou a ser ainda mais relevante à população em 2020, a PUCRS se dedicou ao fortalecimento de suas estruturas voltadas à saúde e bem-estar, renovando o compromisso com uma cultura do cuidado e da promoção da vida. Entre as realizações:
Campus da Saúde da PUCRS foi pensado para atender o movimento de cuidado integral com a vida e promoção da saúde em todos os sentidos, conectando atuações de diversas estruturas e iniciativas da universidade
Campus da Saúde: idealizado para promover o cuidado integral com a vida, a Universidade lançou um ecossistema completo de saúde e bem-estar, da prevenção à reabilitação, conectando inúmeros serviços, especialidades, profissionais e pesquisadores a estruturas de assistência, pesquisa, ensino e inovação.
Reposicionamento do Hospital São Lucas: com parcerias estratégias, foi iniciado um amplo movimento de reposicionamento do hospital, que direciona seus esforços para o atendimento de novas e crescentes demandas decorrentes do envelhecimento da população.
Instituto do Cérebro do RS: foi concluído o processo de ampliação do Instituto, reconhecido internacionalmente como referência em pesquisa de ponta e assistência na área, contemplando novos exames, a produção de radiofármacos e potencializando sua atuação.
Parque Esportivo: com um consolidado modelo de atuação pautado em parcerias estratégicas, recebeu uma ampla reforma estrutural o coloca como um dos complexos esportivos mais avançados da América Latina.
Centro de Extensão Universitária Vila Fátima: no Centro que atua há mais de 40 anos no bairro Bom Jesus, em colaboração com a Prefeitura Municipal, a PUCRS ampliou os serviços para o atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade social e formação de profissionais da área da saúde.
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Para encerrar o ano, no dia oito de dezembro, Ir. Evilázio Teixeira foi reconduzido ao cargo de reitor para o próximo quadriênio, de 2021 a 2024. A cerimônia, transmitida ao vivo pelo canal da PUCRS no Youtube, também nomeou Ir. Manuir Mentges, então pró-reitor de Graduação e Educação Continuada, como vice-reitor.
O evento Celebrar em Comunidade foi marcado por um balanço da gestão anterior, mensagens e lembranças da gestão e do ano que passou e contou com a participação do Coral da PUCRS, que apresentou a gravação da música Anunciação, de Alceu Valença, canção que exaltou a ideia de reconstruir a esperança e criar novos futuros. O pronunciamento final e bênção foram proferidos pelo arcebispo metropolitano de Porto Alegre e chanceler da PUCRS, Dom Jaime Spengler.
Existem diferentes formas de impactar a vida das pessoas e esse é um propósito compartilhado por muitos estudantes que querem ter carreiras significativas. A área da saúde, como você já deve imaginar, permite uma atuação de grande importância para a sociedade. É nesse campo que são pesquisados e desenvolvidos novos medicamentos e curas para doenças, por exemplo. E, durante a pandemia da Covid-19, o papel de profissionais da saúde que estão trabalhando na linha de frente e nos bastidores ficou ainda mais evidente.
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Com inscrições abertas para diferentes formas de seleção, os cursos da PUCRS são referência e contam com estrutura diferenciada e docentes de alto nível. Inscreva-se no Vestibular 2021 aqui para realizar a prova ou confira como aproveitar sua nota do Enem neste link. Com exceção do curso de Medicina, que fará a prova presencial, o Vestibular da PUCRS será realizado de forma online, em uma plataforma especializada. Saiba mais!
A Escola de Ciências da Saúde e da Vida oferece dez cursos de graduação, alguns com possibilidade para a licenciatura:
Biomedicina, Ciências Biológicas (bacharelado e licenciatura), Educação Física (bacharelado e licenciatura), Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Gastronomia, Nutrição, Odontologia e Psicologia.
Além disso, a Escola de Medicina oferta o 2º melhor curso na área em todo o País – segundo o MEC, com nota máxima no Enade –, sendo o melhor entre as instituições de ensino privadas e o único do Rio Grande do Sul a alcançar nota máxima.
Saiba mais: PUCRS é a universidade privada do Brasil com melhor desempenho no Enade nos cursos de Medicina e Enfermagem
Além das Escolas, o Campus da Saúde da PUCRS conta com Parque Esportivo, Hospital São Lucas (HSL), Instituto do Cérebro (InsCer), BioHub, Centro de Reabilitação e, em breve, o Centro Interdisciplinar de Saúde.
Durante os primeiros meses da pandemia, profissionais e pesquisadores de diferentes áreas do Campus da Saúde atuaram no desenvolvimento de soluções multidisciplinarmente com Tecnopuc e as Escolas Politécnica e de Humanidades.
Foram produzidas mais de 10 mil protetores faciais e criado um novo teste mais rápido e barato. Confira outros resultados neste link.
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Em 2020, o curso de Medicina da PUCRS comemora 50 anos. E o presente não poderia ser melhor: teve o 2º melhor desempenho de todo o Brasil e o melhor entre as instituições de ensino privadas, segundo o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), além de ser o único que alcançou nota máxima no Rio Grande do Sul.
Esse legado de excelência em ensino, pesquisa e prestação de serviços à sociedade foi construído a muitas mãos. Com docentes, colaboradores/as, pesquisadores/as e, principalmente, estudantes com grande vontade de mudar o futuro atuando na área da saúde. Você também pode deixar a sua marca no mundo e fazer parte desta história: inscreva-se neste link para realizar a prova do Vestibular de Medicina 2021 ou solicite o aproveitamento da sua nota do Enem.
Quem se inscrever para o curso de Medicina realizará a prova presencial no dia 5 de dezembro, sábado, das 13h às 18h30, no mesmo formato dos anos anteriores, com 70 questões de múltipla escolha e redação. No total serão ofertadas 120 vagas para o próximo semestre.
A prova terá a seguinte divisão: 10 questões de Língua Espanhola ou Inglesa (Peso 1); 10 questões de Matemática (Peso 1); 10 questões de Língua Portuguesa (Peso 1); Prova de Redação (Peso 1); 20 questões de Física, Química e Biologia (Peso 4); 20 questões de Literatura, História e Geografia (Peso 2).
Outra maneira de estudar na PUCRS é aproveitando a sua nota do Enem. Para Medicina é necessário ter feito pelo menos 600 pontos em alguma das provas entre 2016 e 2019. Saiba mais sobre como ingressar na PUCRS com a nota do Enem.
O curso de Medicina da PUCRS é embasado nos valores e princípios da competência técnica, do comprometimento ético-social e do desenvolvimento científico e humanístico. Com um novo Campus da Saúde completo e em expansão, o curso também é nota máxima (5) na avaliação do Ministério da Educação (MEC) e conta com laboratórios, 43 ligas acadêmicas organizadas pelos discentes, entre outros.
Não esqueça de se inscrever no Vestibular de Medicina 2021 neste link e prepare-se para o primeiro passo em direção à realização de um sonho.
Conheça a Escola de Medicina da PUCRS: aulas no Hospital Universitário, laboratórios de ponta e mais:
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Em 2019, número de gaúchos com 60 anos ou mais passou a ser maior do que o de crianças e adolescentes de zero a 14 anos / Foto: Pexels
A PUCRS faz parte da nova Rede Ibero-americana de Envelhecimento. Formada por sete instituições em seis países, a iniciativa tem como objetivo contribuir para o enriquecimento da qualidade de vida das pessoas idosas através da implementação de um programa de melhoria de saúde e do bem-estar. Na Universidade, o Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) irá conduzir as atividades com a rede.
O primeiro encontro do grupo aconteceu no início do mês de outubro, via conferência online, e reuniu representantes da PUCRS, Universidad del Valle de Atemajac (México), da Universidad Católica Boliviana San Pablo (Bolívia), da Pontificia Universidad Católica del Ecuador (Equador), da Universidad EIA (Colômbia), da Universidad Atlántida Argentina (Argentina) e da Universidad Distrital Francisco José de Caldas (Colômbia).
Para o professor da Escola de Medicina e diretor do IGG, Douglas Sato, essa iniciativa “fortalecerá as atividades de pesquisa e educação dentre universidades na América Latina para que seja possível ajudar a sociedade no enfrentamento de desafios decorrentes do envelhecimento da população”.
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Em outubro de 2019, segundo a SeniorLab, houve uma virada demográfica histórica no Estado. O número de gaúchos com 60 anos ou mais passou a ser maior do que o contingente de crianças e adolescentes de zero a 14 anos. Porto Alegre é a mais grisalha entre as capitais e a marca alcançada pelo Rio Grande do Sul em 2019, segundo o IBGE, será atingida pelo Brasil em 2031.
A rede busca facilitar o trabalho multidisciplinar nas áreas de pesquisa básica e aplicada e inovação com foco no envelhecimento e desenvolver iniciativas que visam a melhoria das condições da população e da qualidade de vida dos idosos. A Rede é liderada pela Universidad Católica de la Santísima Concepción (UCSC), no Chile, em especial pelas pesquisadoras Claudia Troncoso, Emma Chávez e Móica Tapia. O convite para integrar o projeto surgiu a partir da articulação entre o Escritório de Cooperação Internacional da PUCRS e Direção de Relações Internacionais da instituição chilena.
Com mais de 250 participantes das sete Escolas, e com a proposta de pensar soluções para cidades mais humanas, inteligentes e sustentáveis, a Maratona da Inovação da PUCRS 2020 teve quatro linhas de desafios: Saúde e qualidade de vida; Espaço e sustentabilidade; Sociedade conectada; Prosperidade compartilhada.
A equipe que pensou no aplicativo ID Care reunida em vídeo durante a Maratona da Inovação 2020. Raquel Ribeiro | Arquivo Pessoal
No eixo Saúde e qualidade de vida, os destaques foram para os projetos Medfile, ID Care e Tothem. Para a integrante de um dos projetos, o ID Care, Raquel Jaqueline Eder Ribeiro, a Maratona a instigou na criação de algo com impacto social, além de ser uma oportunidade para confiar nas próprias ideias e empreender. “Junto com meu grupo me senti instigada a criar algo que impactasse de alguma forma a sociedade. E hoje me sinto realizada por ganharmos o destaque e pela oportunidade de confiarmos nas nossas próprias ideias. Por causa da MIP ganhei motivação, e agora pretendo continuar me desenvolvendo na área empreendedora”, afirma a estudante de Medicina do 6° semestre.
Ela e mais oito estudantes* pensaram em um aplicativo (ID Care) que realizasse a divulgação de eventos e estágios voluntários de forma unificada, ajudando aqueles que tenham interesse pelo voluntariado e não sabem por onde começar a procurar oportunidades. Além de aproximar da sociedade as instituições que necessitam de ajuda.
A dica e a motivação para a Raquel e os demais integrantes do ID Care participassem da MIP foi do professor da Escola de Medicina, Giovani Gadonski. O docente avalia como fundamental a participação interdisciplinar no evento, uma vez que envolveu um tema multidisciplinar, que são as cidades inteligentes. “Houve colaboração de diferentes áreas nos projetos, o que fez os alunos se envolverem em situações que não são aquelas originalmente abordadas nos respectivos cursos. Além disso, os alunos das outras Escolas puderam conviver e contribuir com questões relacionadas à saúde, ao bem estar e à vida”.
Sobre os projetos destaque, o que mais chamou a atenção de Gadonski foi a preocupação com o potencial impacto social que as ideias podem gerar. “Desde as reuniões de mentoria até a apresentação, sempre transpareceu a ideia de poder ajudar as pessoas, tanto no âmbito individual, como no coletivo”, complementa.
Para o professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e Agente de Inovação da MIP 2020, Rafael Reimann Baptista, a participação interdisciplinar é algo extremamente positivo. “Alunos de diferentes cursos de graduação e pós-graduação puderam interagir de forma colaborativa e complementar, usando conhecimentos e ferramentas de diferentes áreas do conhecimento na solução de problemas comuns, dentro de uma perspectiva das cidades inteligentes e humanas”.
Sobre as propostas em destaque do eixo Saúde e qualidade de vida, o que mais chamou atenção do docente foi que, de uma maneira em geral, elas focaram no uso de grande quantidade de dados para os cuidados com a saúde. “Esta abordagem, na minha opinião, estava super alinhada com a proposta da Maratona, uma vez que pode se utilizar da internet das coisas e de tecnologias vestíveis para a promoção da saúde e qualidade vida”, considera.
*Demais integrantes do ID Care
Augusto Morioka Bressanim;
Bruno Brocker Nunes;
Eduardo Pletsch Brendler;
Lucas Viegas Dummel;
Marcelo da Mota Iglesias;
Rafael Charrér Wolf;
Victória Scheffer Lumertz;
Vinicius Glevander Rodrigues
Leia Mais Conheça os destaques da Maratona da Inovação 2020
Veja ainda Encerramento da MIP
Em 1796 o inovador médico britânico Edward Jenner extraiu uma secreção de uma mulher com varíola bovina e inoculou em um menino saudável, James Phipps. O menino contraiu apenas uma forma leve da doença. Cerca de 2 meses após, James Phipps foi exposto a varíola humana e não contraiu a doença. As ideias inovadoras de Jenner levaram ao desenvolvimento da vacina que erradicou a varíola e abriu espaço para outras imunizações que mudaram, para melhor, a história da medicina e da humanidade.
Neste momento de pandemia, o papel dos médicos e das instituições de ensino vai além da função mais essencial de dar assistência e salvar vidas. É preciso inovar na busca de soluções para problemas cada vez mais complexos. Tem se trabalhado intensamente no desenvolvimento de uma vacina que traga esperança e segurança.
Universidades e fundações de pesquisa historicamente prestam benefícios à população. A Escola de Medicina da PUCRS, que está completando 50 anos em 2020, tem contribuído muito ao longo da sua história: são mais de três mil médicos formados e um grande número de pesquisadores que estão hoje espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Há uma rede de Alumni trabalhando em algumas das mais renomadas instituições da Europa e da América do Norte e, frequentemente, mantendo colaborações com a PUCRS ou outras universidades brasileiras.
Entretanto, o desafio agora vai além. É cada vez mais necessário traduzir conquistas da medicina e da ciência sem ruídos ou mal-entendidos. Nós, médicos, temos uma missão essencial na educação para saúde e divulgação da ciência de forma compreensível e clara. A evolução da pandemia e o medo levaram à disseminação de soluções fáceis e falsas, que prejudicam. Em contrapartida, existe um potencial enorme de cooperação entre médicos, pesquisadores e a imprensa para facilitar informações novas, confiáveis e que possam, além de beneficiar a saúde da população, gerar aprendizados sobre o que estamos vivenciando.
Uma das profissões mais evidenciadas pela pandemia provocada pelo novo coronavírus, médicos e médicas têm atuado heroicamente na linha de frente do combate à Covid-19. Celebrado neste domingo, 18 de outubro, o Dia do Médico é uma homenagem àqueles que se dedicam a salvar vidas, desenvolver soluções para os problemas de saúde e promover impactos sociais positivos para a população.
Decano da Escola de Medicina da PUCRS, o médico Leonardo Pinto ressalta o papel fundamental da Universidade para a formação de profissionais. “A Escola de Medicina, que completa 50 anos em 2020, tem contribuído muito ao longo da sua história: são mais de três mil médicos formados e um grande número de pesquisadores que estão hoje espalhados pelo Brasil e pelo mundo”, destaca.
Para o decano, o atual momento tem apresentado novos desafios, exigindo que os profissionais trabalhem com problemas cada vez mais complexos e interdisciplinares. Além da atuação prática, Pinto salienta que os médicos possuem a missão de contribuir em temas como a educação para a saúde e a divulgação da ciência.
O estudante do 8º semestre do curso de Medicina, Rafael Vianna Behr, ressalta que a presença de temas como empreendedorismo e inovação no currículo da graduação favorecem o contato dos estudantes com áreas crescentes no cenário da saúde. “Eventos como a Maratona de Inovação da PUCRS são oportunidades para que possamos atuar no desenvolvimento de soluções para os problemas que observamos existirem na prática diária da medicina”, comenta Behr.
Participante da 1ª edição da Maratona, o estudante integrou a equipe que desenvolveu o Cardiac Glove, luva que permite controlar parâmetros da compressão durante o atendimento às paradas cardiorrespiratórias. A ideia foi a vencedora no desafio Multiverso da Saúde ao propor uma forma de tornar a massagem cardíaca mais eficiente, aprimorando o atendimento de pacientes.
“Em um cenário de tanto avanço científico e tecnológico, é essencial que nós, futuros médicos, possamos estar em contato com essas áreas, seja para atuarmos nelas ou para nos tornamos profissionais mais completos, com olhar interdisciplinar”, salienta o estudante.
Os 50 anos da Escola de Medicina da PUCRS traduzem uma história escrita por muitas mãos. Cada colaborador/a, professor/a, aluno/a e paciente contribuiu para chegarmos até aqui. Temos um imenso orgulho de todos os feitos que conquistamos e de sermos um dos melhores cursos de medicina do País. Em comemoração à essa trajetória, uma série de atividades estão sendo oferecidas gratuitamente. Confira a programação dos próximos eventos clicando aqui.