Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar no qual a pessoa é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. Essa condição tem sido afetada em função do isolamento social causado pela Covid-19. O prolongado período de restrições e a incerteza do fim da pandemia têm gerado um aumento nos relatos de ansiedade, angústia, tristeza e estresse. Segundo pesquisa do instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito no último ano.
Esses relatos de instabilidade emocional são apresentados por públicos de diferentes faixas etárias. Os idosos sentem falta do contato com os filhos e netos, os adultos viram-se sobrecarregados com os afazeres pessoais e profissionais ocupando o mesmo espaço dentro de casa, e as crianças e jovens necessitam de uma rotina e de um senso de normalidade para encontrar uma estabilidade emocional.
Considerando tantos fatores importantes de serem observados, listamos algumas dicas de cuidados básicos que podemos ter com a saúde integral, estando atentos aos aspectos que podem oportunizar mais qualidade de vida para todos.
Ter relações interpessoais significativas, buscar por sentido nas atitudes e na vida, engajar-se em atividades que despertam interesse e desafiar-se na conquista de realizações pessoais são excelentes metas a traçar na busca por saúde e bem-estar. Uma boa opção para o momento pandêmico, com todos os seus empecilhos, é procurar manter o engajamento em ações cotidianas, como estudos e trabalho, praticar hobbies, atividades voluntárias, contato com a natureza, esportes, experiências artísticas, espirituais e/ou culturais. Assim, é possível construir momentos prazerosos, edificantes e integrativos.
A Organização Mundial da Saúde entende saúde de maneira integral, não limitada à ausência de doença. Assim, uma pessoa pode não ter nenhum diagnóstico, mas ter um estilo de vida que concorre para o adoecimento futuro. O ser humano é um todo interligado e em conexão constante com os outros e com o mundo. Cada parte do todo pede por atenção e cuidado. Dessa forma, falar de saúde do corpo também é falar de saúde mental. Um bom jeito de cuidar integralmente da saúde, é através da atividade física, que pode ir desde a prática de algum esporte até uma breve caminhada.
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Conviver com animais de estimação, cultivar plantas e jardins, experimentar a natureza, nos recorda e aponta para o cuidado com a vida em sua dinâmica de equilíbrio. Sentir a vida que habita ao redor e em si é um exercício de saúde. Técnicas de respiração, contemplação e meditação podem colaborar com essa experiência, desacelerando-nos da correria diária e nos conectando com o que há de belo ao nosso redor, com aquilo que temos a agradecer.
É essencial o vínculo com pessoas de confiança e de afetos saudáveis. Cultivar relacionamentos potenciais nos desperta para a vida significativa. As pessoas são diferentes entre si e, muitas vezes, o adoecimento pode ser potencializado pelo ambiente social, por isso é preciso estar atento: como eu me relaciono com os demais e como permito que os demais se relacionem comigo? Como posso contribuir com a saúde das relações nos espaços no quais convivo? Manter relacionamentos significativos é fundamental para o sentimento de pertença e participação.
Nem sempre conseguimos resolver as dificuldades de nossas próprias vidas por nós mesmos, ou dividindo a questão com os familiares e amigos. Em muitos casos, é preciso buscar ajuda dos profissionais da saúde e do cuidado: psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais. Quando necessário, é essencial dar esse passo e recorrer ao auxílio profissional, visto que existem técnicas, estratégias e protocolos que somente pessoas habilitadas podem conduzir, visando ao cuidado efetivo em saúde.
Mudanças físicas, emocionais e sociais podem tornar as crianças e adolescentes vulneráveis a problemas relacionados à saúde mental. A psiquiatra do Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Vanessa Schaker, reforça os cuidados que pais e educadores precisam ter nesse período de adaptação do retorno às atividades presenciais:
“Os vínculos com a escola, a família e a internet tiveram que ser ressignificados para diminuir a ansiedade e o estranhamento durante o período de isolamento social. Neste momento em que, com timidez, tudo está voltando, é importante conversarmos abertamente com as crianças e jovens para ajudá-los em um convívio social saudável visando a uma menor sobrecarga mental”, explica Vanessa.
Mais informações sobre o tema estão disponíveis no guia Saúde mental de adolescentes e jovens em contexto educativos: relações de cuidado humano, elaborado por uma equipe multidisciplinar formada por profissionais da psiquiatria, da psicologia, da psicopedagogia e da pedagogia. A organização geral do documento foi realizada pelo Observatório Juventudes PUCRS/Rede Marista, com o apoio de profissionais da Assessoria de Proteção à Criança e ao Adolescente, Gerência Educacional dos Colégios da Rede Marista e Núcleo de Apoio Psicossocial da PUCRS.
A 9ª edição do evento terá como tema o conceito de Ressignificar: diálogos entre bem-estar e carreira, apresentando uma programação dedicada a essa pauta da saúde mental no mercado de trabalho. Marcado para os dias 19 e 20 de outubro, o evento será realizado em formato totalmente online, com talks, palestras, rodas de conversas, momentos de autocuidado e um hall com empresas que trabalham pela cultura da saúde mental. Saiba mais sobre a Feira de Carreiras deste ano.
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A campanha é realizada desde 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). A iniciativa tem como objetivo prevenir o suicídio, contando com o apoio de toda a sociedade. Na página oficial do Setembro Amarelo há materiais disponíveis para download sobre o tema.