Conhecer os segredos de como fazer uma boa reportagem em vídeo é essencial para todos que atuam na área de Comunicação. Com as novas mídias, tornou-se necessário se adaptar também aos novos formatos. Pensando em proporcionar a troca de conhecimentos com profissionais que já estão no mercado de trabalho, a PUCRS lançou um novo curso de extensão 100% online, que será ministrado pelo jornalista Flávio Lampert Fachel, que está entre os apresentadores do Jornal Nacional, e pelo professor Carlos Alberto de Vargas Kober, idealizador de projetos jornalísticos e de entretenimento para as principais emissoras do País.
Além das aulas, o curso Técnicas e Práticas de Reportagem para as Novas Mídias possui como diferencial a possibilidade de participar de mentorias com o professor Kober. Esses encontros terão duas horas de duração e acontecerão em grupos de cinco pessoas, devendo ser previamente agendados. Essa é uma excelente oportunidade de dialogar com profissionais que se destacam no ramo jornalístico e conhecer os atalhos de quem vive a prática do jornalismo em grandes redações.
Voltado a ensinar os segredos da reportagem em vídeo para as novas mídias e focado em telejornalismo, o curso terá como trabalho final a produção de um vídeo exclusivo, com edição profissional e que poderá integrar o portfólio do aluno. Os temas a serem trabalhados são:
É necessário realizar inscrição para participar, pois as vagas são limitadas. O investimento varia de acordo com a categoria de inscrição de cada público, podendo ser conferida no site do evento. As aulas acontecerão entre os dias 12 de março e 4 de abril, nos sábados, das 14h às 17h. As mentorias, por sua vez, serão realizadas nas quintas e sextas-feiras, das 20h às 22h, de 17/3 a 1º de abril.
Ao final do curso, será concedido um certificado de 14h aos participantes, que podem aproveitá-lo na graduação como horas complementares e, também, inseri-lo no seu currículo.
Flávio Lampert Fachel é jornalista, apresentador e editor-executivo do Bom Dia Rio, telejornal exibido pela Rede Globo. Além disso, desde 2019 faz parte do rodízio de apresentadores do Jornal Nacional. Em 2001, conquistou o 1º Prêmio Esso de Telejornalismo, tendo trabalhado como repórter na Rede Globo e no Globo Repórter. Em 2010, o jornalista foi convidado para trabalhar como correspondente internacional da Rede Globo de Televisão, em Nova Iorque, por dois anos, cobrindo notícias políticas internacionais, descobertas científicas, assuntos de comportamento e demais fatos de destaque. Ao retornar ao Brasil, voltou a trabalhar como repórter especial no Rio de Janeiro. Para conhecer melhor o trabalho de Fachel, confira o perfil do jornalista no LinkedIn.
Carlos Alberto de Vargas Kober é professor universitário, diretor artístico, jornalista e publicitário, com 40 anos de atividades desenvolvidas em vários estados brasileiros. Ele é especialista em novos formatos, linguagens e em transmissões de grandes eventos. Sua experiência é vasta em projetos jornalísticos, de entretenimento e de informação, tendo trabalhado nas principais emissoras do País. Ele esteve em frente a projetos de comunicação como o Rock In Rio, Free Jazz Festival, Domingão do Faustão, Videoshow, Criança Esperança, Bem Brasil, Heineken Concerts, Viola Minha Viola, Castelo Rá Tim Bum, documentários e especiais musicais de todos os tipos e formatos. Para saber mais, confira o perfil do professor no LinkedIn.
Ambos são formados em Jornalismo pela Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos.
A desigualdade social aumentou no Brasil durante a pandemia. É o que mostra um estudo realizado em uma parceria entre PUCRS, Observatório das Metrópoles e Observatório da Dívida Social na América Latina (RedODSAL). A pesquisa inspirou uma série de reportagens, exibida no Jornal Nacional nos dias 8, 9 e 12 de fevereiro de 2021. Os pesquisadores utilizam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicam, trimestralmente, boletins da desigualdade.
Composta por três episódios, a série de reportagens abordou a desigualdade em diferentes aspectos: na educação, na economia e no mercado de trabalho. André Salata, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS e um dos coordenadores da pesquisa, concedeu entrevistas ao Jornal Nacional. Entretanto, como apontado por Salata, essa não é a primeira grande divulgação da pesquisa: os resultados do estudo já foram manchete de capa em importantes jornais brasileiros, o que demonstra que os pesquisadores conseguiram atingir seu propósito – romper com a “barreira” entre a academia e a sociedade, levando a público suas descobertas em uma linguagem acessível a todos.
“Infelizmente o Brasil é um país muito propício para quem trabalha com desigualdades, pois, há décadas, é um dos mais desiguais do mundo. Além disso, desde 2015, essa questão começou a se agravar, tendo sido ainda mais intensificada durante a pandemia. As desigualdades trazem diversas consequências, como a pobreza”. Explica o professor, que acrescenta ser necessário chamar a atenção para esse assunto de forma que o debate público sobre a desigualdade aconteça. Para Salata, o fato de a pesquisa ter sido divulgada na TV aberta e em rede nacional demonstra que esse objetivo foi alcançado.
O que mostram as reportagens
Desigualdade na Educação: De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação, os alunos devem dedicar, no mínimo, quatro horas diárias para os estudos. Entretanto, durante a pandemia, a média foi de 2,37 horas por dia e a desigualdade é visível: alunos de classes sociais mais altas ultrapassaram esse tempo, tendo estudado, diariamente, 3,19 horas, enquanto os mais pobres apenas dedicaram 2,04 horas ao aprendizado. Regionalmente, também há desigualdades: os alunos da região Norte foram os mais excluídos, enquanto alunos do Sudeste, de Goiás, do Distrito Federal, do Pauí e do Ceará foram os que mais tiveram tempo para dedicar aos estudos. A educação pode ser a chave para a mudança de vida das pessoas de baixa renda e a desigualdade nessa área, com a dificuldade de acesso às aulas por estudantes das classes mais baixas, causa danos muito grandes, aumentando, também, a desigualdade de oportunidades.
Desigualdades na Economia: Além de as pessoas estarem perdendo renda, André Salata explica que sua distribuição não está sendo feita de maneira igualitária. Com a queda na atividade durante a pandemia, no período de recuperação, ricos tendem a ficar ainda mais ricos e pobres, mais pobres: os 10% mais ricos do País perderam apenas 3% de sua renda na pandemia, enquanto a quantidade perdida entre os 40% mais pobres foi de 32%, descontando o auxílio emergencial, que amorteceu o impacto e reduziu, um pouco, a desigualdade. Mesmo assim, o professor aponta que o mercado de trabalho não deve se recuperar tão rápido e que o fim do auxílio traz um cenário preocupante.
Desigualdades no Mercado de Trabalho: No mercado de trabalho. o cenário também é desigual: para conseguir manter sua posição social e o rendimento, é necessário ter qualificação, o que muitas vezes não é a realidade das classes sociais mais baixas, retornando ao problema da Educação desigual, aponta Salata. Após a queda causada pela pandemia, deverão se recuperar os setores financeiro, tecnológico, telecomunicações, imobiliário e parte do varejo; enquanto continuarão em queda o lazer e a hotelaria, as viagens, a alimentação, os serviços domésticos e outros serviços. Os trabalhadores informais, que não têm proteção, são os primeiros a sentir os efeitos da crise, sendo facilmente descartados pelo mercado de trabalho e, tendo as maiores perdas na renda.
A série de reportagens pode ser conferida no site do Jornal Nacional e a pesquisa completa está disponível no site do Observatório das Metrópoles.
Leia mais em: Desigualdade social cresce nas metrópoles brasileiras durante a pandemia
A Gripe Espanhola, como ficou conhecida, tratava-se do vírus Influenza. A Espanha, com grande número de pessoas contaminadas, se encarregou de divulgar a notícia. Isso fez com que o país tenha sido associado, injustamente, à gripe, dando-lhe o nome.
Na ocasião, em 1918, houve mais mortes pela gripe do que em toda a Primeira Guerra (1914-1918). A população mundial era de 500 milhões de habitantes. Estima-se que 10% da população tenha morrido, ou seja, 50 milhões de pessoas! A epidemia1 alcançou todos os continentes, condição para ser chamada de pandemia2.
O vírus chegou ao Brasil no final daquele mesmo ano, ocasionando 36 mil mortos. Até mesmo o presidente da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves (1848-1919), acabou vitimado, em janeiro de 1919, aos 70 anos, antes mesmo de tomar posse. Foram tantas vítimas que as valas eram coletivas. Os coveiros foram contaminados e afastados do trabalho. Transeuntes e detentos passaram a ser recrutados e obrigados a realizar os sepultamentos. “Escolas mandaram crianças para casa, hospitais ficaram abarrotados, bondes estavam vazios e tudo fechou: o comércio, as quitandas, os bares, as lojas de moda, as barbearias. O governo proibiu aglomerações, e os teatros e cinemas foram trancados e lavados com desinfetantes […]”. (SCHWARCZ, 2020)3.
No Rio Grande do Sul, de outubro a dezembro de 1918, houve 3.971 óbitos decorrentes da gripe4. Na ocasião, havia menos de 2 milhões de habitantes no estado. Para que possamos avaliar o impacto do contágio e a mortalidade: somos atualmente cerca de 11 milhões de pessoas. Isso equivaleria, proporcionalmente, a 22 mil mortos!
Em Porto Alegre, a Influenza chegou a contaminar mais de 80 pessoas em um só dia, conforme reportagem em jornal existente no acervo Benno Mentz, no Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural, do Instituto de Cultura da PUCRS5. Segundo censo populacional do período (1910), a capital gaúcha tinha menos de 200 mil habitantes. Foram mais de 12 mil mortos, em 3 meses, sendo destes pelo menos 1.319 mortes atribuídas diretamente à gripe. Os números, no entanto, devem ter sido subestimados.
Foram adotadas medidas de isolamento, remédios foram especulados como cura, houve corrida às farmácias, recomendavam-se medidas de higiene, usavam-se máscaras em ambientes públicos, proibiram-se cultos religiosos e velórios. Houve desabastecimento de alguns produtos, foi necessário fazer tabelamento de preços e restrição da quantidade de produtos a adquirir. Hospitais e postos de saúde foram improvisados. Tal como vemos agora!
Outras epidemias já assolaram o mundo, como cólera, varíola, febre amarela, peste bubônica, tifo, malária, sarampo, tuberculose, ebola, HIV, SARS. Por isso, podemos afirmar que o COVID-19 ou o novo coronavírus, que nos ataca neste momento (2020), não é a primeira e nem será a última pandemia que a humanidade está (des)preparada a enfrentar, com grande número de vítimas. Infelizmente…
A boa notícia é que, em todos os casos, tal como na Gripe Espanhola há 102 anos, cada epidemia, com o passar do tempo, perde força, sofre mutações ou desaparece, seja com a adoção de tratamentos de saúde mais adequados, seja pela descoberta de vacinas, capazes de imunizar a população, ou, ainda, com a contenção da propagação do vírus, mediante obediência às medidas sanitárias, por recomendação de cientistas e autoridades médicas.
O que aprendemos com a História? Nada é para sempre… Isso tudo vai passar!
Há vários livros sobre a história das doenças e epidemias no mundo ao longo do tempo. A editora da PUCRS (EDIPUCRS) publicou, em 2009, a dissertação de mestrado (PPGH/PUCRS), de autoria da professora Janete Silveira Abrão: Banalização da Morte na cidade calada: a Hespanhola em Porto Alegre, 19186.
Outras pesquisas históricas, de cunho acadêmico, trataram do impacto da gripe em municípios como Pelotas (FERREIRA, 2002)7, Rio de Janeiro (GOULART, 2003, 2005), São Paulo (BERTUCCI, 20008; BERTOLI FILHO, 20039; SOUZA, 200510) e em estados como Bahia (SOUZA, 2010) e Espírito Santo (2016)11. Algumas obras encontram-se disponíveis para consulta em meio digital.
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1 “Epidemia representa a ocorrência de um agravo acima da média (ou mediana) histórica de sua ocorrência. O agravo causador de uma epidemia tem geralmente aparecimento súbito e se propaga por determinado período de tempo em determinada área geográfica, acometendo freqüentemente elevado número de pessoas” conforme MOURA, Alexandre S.; ROCHA, Regina L. Endemias e Epidemias:… Belo Horizonte: Nescon/UFMG, 2012. P. 15.
2 Quando uma epidemia atinge vários países de diferentes continentes passa a ser denominada pandemia.
3 SCHWARCZ, Lilia. Literatura em tempos de pandemia: quando a realidade imita a ficção. Nexo Jornal, 23 mar. 2020.
4 De acordo com o Relatório da Diretoria de Higiene do Rio Grande do Sul (1919 apud ABRÃO, 2009, p. 94).
5 O local reúne quase 50 acervos, disponíveis para pesquisa local.
6 Livro disponível à venda pela loja virtual em http://livrariaedipucrs.pucrs.br/. Email: edipucrs@pucrs,br
7 FERREIRA, Renata Brauner. Epidemia e Drama: a gripe espanhola em Pelotas, 1918. Porto Alegre: UFRGS, 2002. Dissertação (Mestrado em História), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002.
8 BERTUCCI, Liane Maria. Influenza, a medicina enferma: ciência e práticas de cura na época da gripe espanhola em São Paulo. Campinas: Ed. Unicamp, 2000.
9 BERTOLII Filho, Cláudio. A gripe espanhola em São Paulo, 1918: epidemia e sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003.
10 SOUZA, Christiane Maria Cruz de. As dimensões político-sociais de uma epidemia, a paulicéia desvairada pela gripe espanhola, 2005.
11 FRANCO, Sebastião Pimentel; LOPES, André Fraga; FRANCO, Luiz Felipe Sias. Gripe Espanhola no Espírito Santo: alguns apontamentos. Dimensões, Vitória, v. 36, jan/jun. 2016, p. 404-26
O evento Tributo ao Professor Marques Leonam ocorre no dia 6 de junho, às 19h30min, na Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, durante a Semana da Imprensa da Associação Riograndense de Imprensa (ARI). Destaca a trajetória de um ícone do jornalismo do Estado, ex-professor de Redação Jornalística da Famecos/PUCRS e ex-repórter especial da extinta Folha da Tarde. Haverá uma mesa-redonda com Marques Leonam e seus ex-alunos Carlos Etchichury (editor-chefe de Zero Hora) e Juremir Machado da Silva (editor do Correio do Povo, apresentador da Rádio Guaíba e professor da PUCRS), com mediação de Cristiane Finger (PUCRS). Falarão sobre O jornalismo e a reportagem nos tempos de fake news.
Às 20h30min, ocorrerá sessão de autógrafos do livro O Encantador de Pessoas: lições de jornalismo do mestre Marques Leonam, uma iniciativa das jornalistas Ana Paula Acauan e Magda Achutti, suas ex-alunas.
Marques Leonam dedicou a maior parte dos 12 anos que atuou na Folha da Tarde, veículo da Companhia Jornalística Caldas Jr. que circulou de 1936 a 1984, a grandes reportagens que lhe renderam destaques e prêmios. Em 1982, ingressou na universidade como professor de Redação Jornalística, disciplina que ministrou por 33 anos. Criou o Estágio em Aprofundamento de Texto, trabalhando a grande reportagem em sala de aula. Aposentou-se em 2015, deixando uma legião de discípulos na faculdade e pelas redações Brasil afora. Em 2016, recebeu da PUCRS o título de Professor Emérito, antes concedido apenas aos representantes da Famecos Alberto André e Antoninho Gonzalez.
Interessados na obra podem entrar em contato pelo www.facebook.br/mestremarquesleonam e [email protected].