Com a presença de juristas, religiosos e acadêmicos, o Seminário sobre o acordo entre o Brasil e a Santa Sé tem como objetivo de refletir questões tributárias, serviços de saúde e educação, o reconhecimento do casamento religioso com efeito civil e da homologação do Estado, a índole própria do sacerdócio católico, do seu exercício e da vida religiosa consagrada. O evento ocorrerá nos dias 16 e 17 de outubro, no Auditório do Prédio 9 da PUCRS (Av. Ipiranga, 6.681 – Porto Alegre). A programação completa pode ser conferida aqui. A inscrição é aberta ao público em geral, no valor de R$ 50,00. Alunos e Alumin PUCRS (diplomados) têm acesso a valor diferenciado. Todas as inscrições podem ser feitas no link, mediante preenchimento do formulário.
Confira os palestrantes:
Sobre o acordo entre o Brasil e a Santa Sé
Firmado em 2008, o acordo prevê o tratamento a ser dado às organizações eclesiásticas que, além dos seus fins religiosos, também têm objetivos de assistência e solidariedade social; ao patrimônio histórico, artístico e cultural da Igreja e aos lugares de culto. Prevê ainda a liberdade de prestar assistência religiosa e espiritual aos doentes ou pessoas privadas de liberdade e da educação religiosa nas escolas.
Com o teatro do prédio 40 lotado, começou o XI Seminário Internacional Psicologia & Senso Religioso: Experiências Religiosas, Espirituais e Anômalas – Desafios para a Saúde Mental, que ocorre até o dia 23. O professor Miguel Farias, da Universidade de Coventry (Reino Unido), destacou o boom do tema nos dias atuais, citando que há 17 anos teve de deixar Portugal porque não teria quem o orientasse no seu doutorado. Projetou ainda o papel dos psicólogos brasileiros em nível mundial na reemergência da Psicologia da Religião.
Na conferência de abertura, a professora Marta Helena de Freitas, da Universidade Católica de Brasília, fez um panorama da área, começando por sua efervescência inicial, de 1890 a 1920, antes de cair em declínio em nome da “cientificidade”. Os fenômenos religiosos então passaram a ser abordados pelo “avesso”, como ilusão, alienação e loucura. Somente no final do século 20 e início do século 21 houve o crescimento das pesquisas, publicações e eventos. Manuais de diagnóstico em saúde mental hoje diferenciam experiências religiosas e patológicas. Como desafio, Marta lembrou que é preciso inserir o tema na graduação em Psicologia. Só 20% das universidades o abordam como uma disciplina específica.
O primeiro debate do evento foi em torno do tema: a religião dos cientistas e a ciência dos religiosos. Marta apresentou estudo com 102 profissionais que atuam em hospitais de Palmas (TO), Distrito Federal, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Todos admitem a presença constante da religião nesse ambiente, representada por rituais indígenas, orações ou objetos sagrados. Notam que a fé melhora a adesão ao tratamento e traz bem-estar, mas também perturba a rotina. Para 95%, o tema não foi abordado durante sua formação, e metade o considera marginalizado. “Alguns psicólogos chegaram ao choro compulsivo quando falaram sobre os conflitos entre suas crenças e os protocolos que herdaram na sua formação”, cita a professora.
Fátima Machado, da PUC/SP, comentou pesquisa com 308 participantes de oito grupos religiosos. O resultado demonstrou baixa crença na ciência, embora a considerem importante em alguma medida. Quanto maior a escolaridade, menor a confiança nesse aspecto, o que surpreendeu os autores do estudo. Quando perguntados sobre o uso para lidar com o mal, 41,7% dos entrevistados consideraram exclusivamente a religião e 52,8%, a religião e a ciência. Quanto ao sofrimento, 33,7% recorrerem somente à religião e 59,5%, a ambas. “A religião hoje interfere até nas políticas públicas. É importante saber como esses grupos pensam porque isso se reflete nas práticas sociais, não só da Psicologia”, afirma Fátima.
Em vídeo, o professor Geraldo Paiva, da Universidade de São Paulo (USP), um dos pioneiros da área, citou estudo com 26 pesquisadores de Física, Biologia e Ciências Humanas, revelando que não há conflito consciente ou incompatibilidade entre fé e ciência.
Um dos participantes do evento concedeu entrevista à Revista PUCRS. Wellington Zangari, da USP, destaca o crescimento da área e o desafio de formar profissionais preparados para lidar com fenômenos anômalos ou religiosos. Lembra que mais de 80% dos brasileiros dizem ter experiências mediúnicas ou premonição.
“Nem tudo é fraude, coincidência, loucura ou desenvolvimento da consciência. Do ponto de vista científico, precisamos oferecer explicações mais simples para os fenômenos. Até que sejam suficientes”, destaca o professor.
A 3ª Conferência Internacional de Filosofia da Religião, que ocorre nos dias 21 e 22 de novembro, abordará verdade religiosa, pluralismo e desacordo. As palestras do evento são abertas ao público e terão como enfoque razão, verdade, liberdade e contexto de pluralismo religioso. As atividades têm entrada franca e a programação completa está disponível no site do evento. A conferência é promovida pela PUCRS e pela Universidade de Bonn.
Todas as palestras serão ministradas em inglês e ocorrem no auditório do prédio 5 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). Na ocasião, estarão sendo arrecadados alimentos não perecíveis. Informações adicionais pelo e-mail [email protected] ou telefone (51) 3320-3554.
A mesa-redonda Religião, Violência e Perdão, que ocorre na próxima terça-feira, 4 de outubro, irá debater a conexão enigmática entre religião e violência em tempos de fundamentalismo. O evento será no dia da memória de São Francisco de Assis, referência de reconciliação e paz, e também no dia de Expiação e Perdão (Yom Kipur), de celebração judaica. A atividade terá como participantes os professores da Escola de Humanidades Erico João Hammes e Luiz Carlos Susin e o professor da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) Jacques Wainberg. O evento é aberto ao público, com entrada franca, e acontece das 19h às 21h no auditório do prédio 15 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).
Entre os dias 7 e 14 de outubro, na entrada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, prédio 9, ocorre a exposição de fotos Auschwitz Sob o Olhar de Uma Menina. As fotos expostas são de Manuela Suzin Mantovani, de 12 anos, natural de Caxias do Sul e que estuda fotografia. Depois de pesquisar os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, ela fotografou o que ainda existe nos campos de extermínio. Algumas fotos da exposição estão disponíveis abaixo.
Primeiro curso de pós-graduação do Brasil a abordar as relações entre saúde, religião e espiritualidade, com enfoque totalmente acadêmico, a especialização Religiosidade e Espiritualidade na Prática Clínica recebe inscrições até 19 de agosto, pelo site educon.pucrs.br. Na modalidade a distância, a proposta do curso é fazer com que os participantes desenvolvam uma escuta qualificada para, por exemplo, realizar diagnósticos diferenciais entre experiências religiosas/espirituais e transtornos mentais. “Existe um conjunto de evidencias científicas mostrando alguns aspectos da religiosidade, como a ‘religiosidade intrínseca’, que estão associados a comportamentos saudáveis, diminuição de sintomas de depressão e alcoolismo”, afirma o coordenador da especialização e professor do curso de Psicologia da Escola de Humanidades da PUCRS, Leonardo Machado da Silva.
Segundo o professor, a religiosidade pode ser intrínseca, quando o indivíduo vivencia profundamente a sua religião, ou extrínseca, relacionada a questões sociais secundárias, não sendo uma parte central na vida da pessoa. Já a espiritualidade é mais ampla, embora possa ser vivida através das religiões, e surge a partir do questionamento referente ao sentido da existência e da vida. “Entre elas, existe uma intersecção grande, o que pode gerar uma grande confusão nas escalas (testes) psicológicas”, garante o professor. “A partir da especialização, os dois casos devem ser vistos durante as sessões de terapia como situações a serem ouvidas e levadas em consideração pelo profissional”, explica o professor.
O curso pretende levantar questões filosóficas e antropológicas dos paradigmas culturais existentes, com relação a abordagem da religião e da espiritualidade, associados à prática da ciência e ao método científico. Serão discutidos diferentes autores que trabalham com a transcendência em suas teorias, como, por exemplo, Carl Gustav Jung. Em destaque também estarão as neurociências, trazendo correlatos neurais das experiências religiosas/espirituais e discussões acerca das relações mente-cérebro.
Participam professores e pesquisadores de outras universidades e estados do Brasil, como Alexander Moreira de Almeida, que também coordena a especialização e é fundador e diretor do Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora, parceira da PUCRS na realização do curso. Os candidatos são selecionados a partir da análise do currículo e, a critério da Unidade, será realizada entrevista individual ou prova de seleção. Informações adicionais sobre o processo de seleção, professores participantes e assuntos abordados estão disponíveis no link educon.pucrs.br/cursos/religiosidade-e-espiritualidade-na-pratica-clinica.
Nesta quarta-feira, 18 de maio, os Elementos da Cultura e Religião Indígena Brasileira estarão em debate no auditório do prédio 7 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). O professor Edison Hüttner, do curso de Teologia da Escola de Humanidades, falará sobre a realidade indígena brasileira atual, incluindo o número de indígenas por região e por povos, suas características comuns e algumas diferenças, incluindo as tradições, cultura, principais crenças e manifestações religiosas. Serão abordadas também as carências mais preocupantes e atividades que estão sendo realizadas em benefício dos povos indígenas brasileiros. O encontro, aberto ao público e gratuito, ocorrerá das 19h30min às 21h. Não são necessárias inscrições.
Nesta segunda-feira, 11 de abril, os temas neurociência e religião estarão em debate na PUCRS. A palestra, ministrada pelo diretor do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer/RS), Jaderson Costa da Costa, e pelo professor do Programa de Pós-Graduação em Teologia Erico João Hammes, ocorre às 19h30min no auditório do prédio 50 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). O evento integra o 5º ciclo de palestras interdisciplinares sobre temas transversais na formação integral dos estudantes de graduação. A atividade é aberta ao público, tem entrada gratuita e não necessita de inscrições. Informações adicionais pelo telefone (51) 3320-3518.