O reitor Ir. Evilázio Teixeira está participando do XIII seminário do Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras, em Genebra. / Foto: Giordano Toldo

De 25 a 28 de outubro acontece em Genebra, na Suíça, o XIII seminário do Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras, com o tema Educação Superior para uma cidadania global. Participam, além dos reitores brasileiros, dirigentes universitários da Europa, Estados Unidos, Canada, China, Índia, Luanda, Suriname e México. Curiosamente, o subtema em destaque no evento é muito antigo, refletido largamente pelos gregos, tendo Platão como um de seus mais eminentes pensadores: a democracia. Em tempos de guerra, polaridade política e sensibilidades exaltadas, o tema parece ser atual e urgente.

Nesse contexto, a educação é compreendida como um elemento fundamental para a construção de uma cidadania efetiva. A chave desse empreendimento complexo é a responsabilidade social, ou seja, fomentar nos educadores e estudantes maior sensibilidade para uma consciência global. A Educação Superior, mais que outrora, deve ser a arena onde se exercita e se constrói uma sociedade inclusiva, plural e democrática. Portanto, um dos grandes desafios que se colocam, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil, é ir além da ampliação do acesso à educação, encontrar maior equidade entre o público e o privado, criar mecanismos de financiamento e inclusão que garantam o ensino superior de qualidade para todos.

Quando falamos em qualidade, nos referimos ao que hoje as instituições de excelência oferecem, ou seja, educação para o trabalho, para o empreendedorismo e inovação, desenvolvimento científico e formação cidadã consciente dos desafios locais e globais, especialmente no que tange à superação das desigualdades, da pobreza e cuidado com o meio ambiente nos âmbitos local e global. Nessa perspectiva, as universidades devem ser mais dinâmicas, fazer diferente para obter resultados diferentes. A relevância do Ensino Superior dependerá do seu papel na construção de um mundo melhor. É nesse impacto real e positivo que a PUCRS, que em 2023 completa 75 anos de atuação, acredita e assume permanente compromisso para com a sociedade brasileira.

*Texto originalmente publicado no jornal Correio do Povo

Ir. Evilázio recebe a Medalha do Exército Brasileiro/ Foto: Giordano Toldo

Nesta quarta-feira, dia 19 de abril, o reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, recebeu a Medalha Exército Brasileiro. A homenagem acontece na data em que é comemorado o Dia do Exército e reconhece cidadãos e instituições que atuaram em prol da preservação e divulgação do trabalho do Exército Brasileiro, além de militares que se destacaram pelos serviços prestados. A entrega foi feita pelo Comandante Militar do Sul, General de Exército Hertz Pires do Nascimento. 

A cerimônia, que aconteceu no Centro Preparatório de Oficiais da Reserva de Porto Alegre (CPOR), contou ainda com a presença de personalidades militares e civis que também receberam a Medalha do Exército Brasileiro, a Medalha Ordem do Mérito Militar e o Diploma Colaborador Emérito. Também estava na solenidade o Comandante da 3ª Região Militar, General de Divisão Marcus Vinícius Fontoura de Melo, e o Comandante da 6ª Divisão de Exército, General de Divisão Júlio César Palú Baltieri. 

Sobre a Medalha do Exército Brasileiro 

A Medalha Exército Brasileiro foi instituída pela Portaria 219 de 14 de março de 2016 e alterada pela Portaria 1.570 de 13 de novembro de 2017, que se destina a distinguir cidadãos e instituições civis, brasileiras ou estrangeiras, integrantes da Marinha do Brasil, da Força Aérea Brasileira e das forças auxiliares que tenham praticado ação destacada ou serviço relevante em prol do interesse do Exército. 

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Foto: Camila Cunha

Que travessia inédita esta de 2021! Mais um ano fechando as cortinas do grande teatro do mundo e uma nova aurora se iniciando. É voz corrente que o ano passou de pressa demais, como se os anos estivessem se encurtando, escapando de nós como água entre os dedos, com aquela sensação, causa de tantas ansiedades, que não somente somos mortais, como também imolados no altar implacável e na “liturgia” do deus Kronos.

Há uma expressão latina bastante usual: tempus fugit! O tempo nos escapa, ou, o tempo voa. Essa expressão aparece na obra do romano Virgílio: “Sed fugit interea fugit irreparabile tempus – traduzindo – “ Mas ele foge: irreversivelmente o tempo foge“. Sim o tempo nos escapa, mas a vida não dorme e não espera. A sabedoria latina tem em Sêneca outro grande expoente. Ele dizia que a vida tem três etapas: o que foi, o que é, o que há de ser. Diz ainda o filósofo: o tempo que nos é concedido é breve. Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida. Uma jornada feita de encontros, encantos e estupores. De certo modo, e na sua devida proporção, todos nos sentimos representados no sonho de Jacó diante da Escada, metáfora que faz a memória da ligação indestrutível, mesmo que imperceptível, entre o céu e a terra, o divino e o humano. E que todo itinerário, assim como a escada, é feito de subidas e descidas, onde somos chamados a descobrir os encontros e os encantos.

Portanto, se eu pudesse propor algo para o porvir, para além dos “gurus” e “pitonisas” de plantão, das “profecias” políticas e econômicas que cada ano traz, eu colocaria a compaixão – sem vitimismo – como chave de leitura para 2022. A compaixão reconhece o outro como um próximo –e como dom – por meio de uma ternura benevolente. Se a dor e o sentimento do outro não nos toca, algo está errado. Pense nisso e se proponha a viver um “bom ano”, de confraternização universal! Que não passe inexorável como todos os outros, mas que seja novo, único, irrepetível, vivido menos com as batidas do relógio e mais com as batidas do coração.

Foto: Camila Cunha

Numa civilização onde tudo é medido em termos de operosidade e eficiência, onde a busca do sucesso e do êxito tornaram-se o novo imperativo categórico, causa perplexidade os dados alarmantes do aumento da fome entre a população brasileira. Cenas de pessoas disputando osso e retirando restos de alimentos do caminhão do lixo nos espantam. Mas, se de um lado a fome impressiona e incomoda, ela continua sendo uma espécie de mistério sombrio e insondável, pois não se trata de uma fatalidade, uma vez que a agricultura mundial poderia alimentar praticamente duas vezes a população atual. Justamente por isso, imagens como as descritas nocauteiam a nossa tão acomodada civilização.  

Palavras como “milhões-de pessoas-passam fome” deveriam ao menos provocar reações para além de posts em redes sociais ou artigo como esse; deveriam causar alguma atitude. Mas as palavras não conseguem mais provocar; elas próprias emudeceram, pois perderam seu sentido em meio à agitação, gerando uma espécie de paralisia frenética. Não há falta de informação. Há excesso. Então, por que o imobilismo? A produção de alimentos aumenta. O excesso é pretexto para o quê se milhões de pessoas seguem excluídas da mesa? A fome é o adverso da produção. Na excepcional obra A Fome, Martín Caparrós alerta que a comida foi monetizada, se transformou em investimento, como petróleo, o ouro. Quando mais alto o preço, melhor o investimento. Quanto melhor o investimento, mais cara a comida. E os que não podem pagar o preço que o paguem com a fome, diz o autor. Em outras palavras: o que antes era um mercado para produtores e consumidores, virou um lugar para o jogo financeiro e especulação. 

O problema é conhecido. Escandaloso. Estamos conectados a ele. Mas parece não nos afetar suficientemente, como que estivéssemos despidos de qualquer vínculo relacional com nossos irmãos e irmãs brasileiros que morrem pela “falta” daquilo que a sociedade e o Estado têm em abundância.  Uma realidade como essa não se resolve somente com ações individuais ou grandes programas governamentais. É algo sistêmico. Contudo, ações coletivas fazem diferença. Cito como exemplo o projeto Porto Alegre contra a fome/Todos Juntos, do qual participam dezenas de organizações que aderiram à Lei de Doação de Excedentes de Alimentos, que autoriza os estabelecimentos que produzem e fornecem alimentos, produtos industrializados ou refeições prontas a doar os excedentes não comercializados e ainda próprios para o consumo humano. Um projeto como esse pode não resolver o problema da fome no Brasil, mas encherá os pratos de todos que necessitam em Porto Alegre. E se todas as cidades fizerem algo semelhante, não veremos mais pessoas e ratos em par de igualdade. 

*Texto originalmente publicado no Jornal Zero Hora

Leia também: Porto Alegre contra a fome e o desperdício de alimentos

Evilázio Teixeira, Reitor, Reitoria

Foto: Camila Cunha

Na próxima segunda-feira, dia 8 de novembro, às 14h30, o reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, estará na 67ª Feira do Livro de Porto Alegre para uma sessão de autógrafos do seu livro Dignidade da Pessoa Humana e o Direito das Crianças e Adolescentes, publicado pela ediPUCRS. Trinta anos após a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, a obra resgata o conceito de dignidade, um valor que norteia a pessoa humana e possibilita a convivência social, com profundidade filosófica e teológica. 

O autor ainda traça o árduo caminho para a conquista do artigo 227 da Constituição Federal de 1988, que garante a proteção integral e o reconhecimento de crianças e adolescentes como sujeitos de direito e responsabiliza pela concretização disso o Estado, as famílias e a sociedade. Focado tanto nas origens quanto nos desdobramentos do tema, o livro convida os leitores a percorrerem essa trajetória, sem esquecer da necessidade de novas conquistas para que aqueles que não são contemplados pelas políticas públicas tenham qualidade de vida no Brasil. 

Sobre o autor 

Irmão Evilázio Teixeira é doutor em Teologia e Filosofia, com ênfase em Hermenêutica, atuando principalmente nos temas de religião, educação, universidade, espiritualidade e pessoa. Desde dezembro de 2016 é reitor da Universidade. 

Para saber como adquirir a obra, visite o site da ediPUCRS. 

Confira a programação da ediPUCRS na Feira do Livro  

9 lançamentos da ediPUCRS para explorar diferentes áreas do saberediPUCRS está presente na banca de número 13 da 67ª Feira do Livro de Porto Alegre, na Rua 7 de Setembro, podendo ser visitada das 12h30 às 19h30. Além da sessão de autógrafos com o reitor, a editora irá promover o lançamento de outros livros inéditos na Praça de Autógrafos e no Memorial do RS, entre os dias 4 e 12 de novembro: 

Memorial do RS 

4/11 

15h30  Neoliberalismo e desigualdade social: reflexões a partir do Serviço Social 

8/11 

15h30 – Enciclopédia Brasileira de Educação Superior – EBES (Volume 1 e 2) 

9/11 

15h30 – Avaliação psicológica no contexto contemporâneo 

10/11 

15h30 – Empreendedorismo feminino: protagonistas em tempos de pandemia 

Praça de Autógrafos 

8/11 

14h30 – Contraeducação Histórica: a diagonal do agora e a utopia negativa Dignidade da pessoa humana e o direito das crianças e dos adolescentes 

16h – Primeiros socorros para pacientes com a doença de Parkinson 

17h30 – La indefinibilidad de ‘bueno’ en G. E. Moore: una introducción a la ética de G. E. Moore 

9/11 

16h – Os filmes pensam o mundo; Filhas e filhos no filho: a divindade de Jesus na cristologia de J. Sobrino Reconstruir-se: nada está escrito! 

17h30 – Como a economia muda a sua vida 2 

10/11 

14h30 – Só é velho quem quer 

16h – Crônicas da Inovação 

11/11 

16h – TXOW 

12/11 

14h30 – Diário de uma Pandemia: os primeiros 200 dias de vigília em prol da vida de todos nós 

16h – José de Alencar: entre o jornalismo e a ficção Crer e Saber: pilares da vida de Urbano Zilles 

17h30 – Pedro Geraldo Escosteguy: a poética que ultrapassa fronteiras Narrativas de gênero: as várias faces dos estudos de gênero 

Texto do reitor Ir. Evilázio Teixeira fala sobre cura e cuidado

Texto foi publicado no jornal Zero Hora / Foto: Bruno Todeschini

Neste momento de pandemia, em que a espera parece não ter fim, precisamos nos manter críticos e vigilantes em relação às ideologias e práticas que reduzem o ser humano, que o classificam por razões forjadas na mentira e no desamor. Lembro-me das palavras de um sobrevivente ao campo de concentração que nos deixou um legado imensurável: Viktor Frankl, que em 1984 esteve na PUCRS para receber o título de Doctor Honoris Causa: “pode-se tirar tudo de um homem exceto uma coisa: a última das liberdades humanas – escolher a própria atitude em qualquer circunstância. Se percebemos que a vida realmente tem um sentido, percebemos também que somos úteis uns aos outros”.

Cuidado e cura andam juntos, na origem da primeira palavra está o significado da segunda. Cura é um dos sinônimos eruditos de cuidado, presente na famosa obra Ser e Tempo, de Martin Heidegger. Em seu sentido mais antigo, cura se escrevia em latim coera e se usava em um contexto de relações humanas de amor e de amizade. Cura queria expressar a atitude de cuidado, de desvelo, de preocupação e de inquietação pelo objeto ou pela pessoa amada. O cuidado somente surge quando a existência de alguém tem importância para mim. Passo então a dedicar-me; disponho-me a participar de seu destino, de suas buscas, de seus sofrimentos e de suas conquistas, enfim, de sua vida.

Não habitamos o mundo somente por meio de nosso trabalho. Outra forma de ser no mundo se realiza pelo cuidado – o que não se opõe ao trabalho, mas lhe confere uma modalidade diferente, onde a relação com as pessoas não é sujeito-objeto, mas sujeito-sujeito. A relação não é de domínio, mas de convivência. Não é pura intervenção, mas principalmente interação e comunhão.

Um dos desafios para o ser humano é combinar trabalho com cuidado. Eles não se opõem, mas se compõem. Quando tentados a criar dicotomias na vida diante de ameaças e incertezas, recordemos que somos seres de relações ilimitadas, de criatividade, ternura, cuidado, de espiritualidade; portadores de um projeto sagrado e infinito. Em tempo de pandemia é isso que precisamos. Humanizar o mundo torna-se uma questão crucial e decisiva para o destino do planeta e de seus habitantes. Não há cura fora de nossas próprias fragilidades e potencialidades para transformar a natureza e a nós mesmos.

Universidade: passado, presente e futuro

Irmão Evilázio Teixeira, reitor da PUCRS / Foto: Camila Cunha

Uma universidade deve ser distinguida pela forja ética do pensamento, composta de homens e mulheres que são responsáveis pela sociedade e estão dispostos a colocar seus talentos a serviço do bem comum. Em 9 de novembro de 1948, há 72 anos, foi constituída a Universidade Católica do Rio Grande do Sul; dois anos depois, com o reconhecimento do Vaticano, ganhou o título de Pontifícia.

Era a concretização de um sonho acalentado muitos anos antes. Foi no início da década de 30 que um grupo de educadores com sólida formação humanística, religiosa e técnica reuniu-se com o firme propósito de empreender algo inédito: cursos de Ensino Superior que atendessem às demandas da sociedade gaúcha. Sob a liderança do Irmão Afonso, esse grupo de pioneiros levou adiante o projeto.

Vivemos nestas duas primeiras décadas do século 21 um cenário de permanentes e aceleradas transformações econômicas, políticas, culturais e sociais. A pandemia da covid-19 trouxe ainda novos desafios em escala planetária. Mais do que nunca, as instituições de educação superior devem assumir o protagonismo frente às necessidades desse momento, atuando como impulsionadoras para o desenvolvimento de uma sociedade melhor, de uma humanidade mais fraterna.

Formar pessoas e profissionais competentes implica em educar indivíduos com aspirações infinitas, corações sensíveis, capazes de criativamente melhorar o mundo, do contrário, estaríamos graduando seres humanos míopes, numa espécie de lógica da eficiência, mas vivendo uma vida dividida; utilizando uma expressão de Max Weber: “Especialistas sem espírito e sensualistas sem coração”. Educação ligada com a vida tem a ver com aprender a viver melhor.

Aqui coloca-se o desafio de encontrar uma hermenêutica para o século 21 que seja capaz de nos propor uma nova gramática baseada na sabedoria. Esta “nova gramática” implica numa narrativa que seja também uma declaração de amor à vida em prol da construção de um futuro com mais plenitude.

Anunciada na tarde desta quarta-feira, dia 28 de outubro, a decisão do Conselho Provincial da Rede Marista que reconduz o Ir. Evilázio Teixeira ao cargo de reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) para o próximo quadriênio 2021-2024. A decisão também nomeou o atual pró-reitor de Graduação e Educação Continuada, Ir. Manuir Mentges, como vice-reitor. 

Após consulta, diálogo e discernimento, a proposta foi submetida ao Rev.mo arcebispo de Porto Alegre e chanceler da Universidade, Dom Jaime Spengler, e à Congregação para a Educação Católica, da Santa Sé.  A posse ocorrerá no dia 8 de dezembro deste ano, ocasião em que também serão nomeados os demais gestores da Universidade. 

Nas palavras do Ir. Evilázio, o anúncio da recondução foi recebido com honra e alegria. “Estamos encerrando o quadriênio de gestão em 2020. Um período de inúmeras realizações significativas para o presente e futuro da Universidade. Ao mesmo tempo muito desafiador em diversos aspectos, sendo este momento de pandemia, sem dúvida, o mais crítico. Contudo, com o engajamento de nossa comunidade universitária, temos evoluído muito bem e alcançado êxito em todas as dimensões, da qualidade dos cursos ao cuidado com a vida das pessoas. Nesse contexto, foi com honra e alegria que recebi a nomeação para o quadriênio 2021-2024 

Com admiração e reconhecimento, Ir. Evilázio se manifestou sobre seu vice-reitor, Dr. Jaderson Costa da Costa. “Até o dia 8 de dezembro, quando teremos a posse, eu e meu vice-reitor, Dr. Jaderson, seguiremos plenamente atuantes na gestão da Universidade com os pés fixos no presente e um olhar para o futuro. Dr. Jaderson assumirá plenamente sua função como diretor do Instituto do Cérebro, que, a partir da inauguração da fase 2, terá uma robustez de maior complexidade e atuará com a reitoria no projeto Campus da Saúde.   

Reconhecendo o desafio e a oportunidade, o vice-reitor, Dr. Jadersonenalteceu a experiência: “a vice-reitoria foi um desafio e uma oportunidade que me permitiu melhor conhecer as pessoas vibrantes que fazem da PUCRS a melhor universidade privada do Brasil. Foi gratificante participar da sua transformação em sintonia com o Campus da Saúde – promotor da vida, num ambiente fraterno, solidário, inovador e humano. Deixarei a função revigorado e com muitos planos e energia para seguir na direção do Inscer.

O atual pró-reitor de Graduação e Educação Continuada, Ir. Manuir Mentges, agradeceu à Rede Marista pela confiança e convite para assumir a vicereitoria e também à gestão do Ir. Evilázio e do Dr. JadersonAssumirei com o compromisso de dar continuidade à missão institucional da PUCRS. Mas, neste momento, gostaria de agradecer a liderança inspiradora do Ir. Evilázio e do Dr. Jaderson. Nos últimos quatro anos, têm conduzido nossa Universidade com coragem e responsabilidade. Inspiram a comunidade acadêmica a atuar a partir dos valores institucionais e, dentre eles, destaco a audácia, pois, diante das diferentes realidades, sabem discernir e conduzir a todos nós à luz da inovação na busca constante pela excelência acadêmica e promoção da vida.  

Em nota à comunidade universitária, o presidente da Rede Marista, Ir. Inacio Nestor Etges prestou reconhecimento ao Ir. Evilázio pela liderança servidora e o excelente trabalho que conduziu nos últimos anos, e gratidão por aceitar dar continuidade a esta missão, nesta importante obra marista. Da mesma forma, congratulou o Dr. Jaderson Costa da Costa e agradeceu ao Ir. Manuir, que assume o desafio de dar seguimento, junto ao reitor, ao projeto de futuro da Universidade.  

Evilázio Teixeira, Reitor, Reitoria

Ir. Evilázio Teixeira / Foto: Camila Cunha

A evolução de uma organização implica superar desafios, assegurando sua missão, visão, mantendo a capacidade competitiva e inovação. Por mais precisos que sejam os conceitos e estruturados os planejamentos, há variáveis incontroláveis que alteram cenários. Como diz a velha máxima: “quando pensamos ter todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”. Há quem diga que o século XXI começa agora. As consequências da pandemia não podem ser vistas isoladas do momento que vivíamos antes do surto. Temos uma aceleração e amplificação de problemas já existentes. Por exemplo, a retomada da economia brasileira não se concretizou e acabou intensificando a dificuldade na mitigação das fragilidades explicitadas pelo efeito COVID-19.

No Ensino Superior, os desdobramentos da pandemia determinaram a busca de soluções dinâmicas. A impossibilidade de se prever a evolução da própria doença, aliada à crise econômica, determinaram a adoção de planos de contingência e a construção de caminhos alternativos. Entre a decisão de suspender as atividades presenciais e o reinício das aulas na modalidade online, bem como a continuidade de importantes pesquisas, houve um intervalo de poucos dias. Isso foi possível por meio da superação de desafios práticos, como a elaboração de protocolos de prevenção e segurança, a mobilização das equipes, o uso de novas ferramentas de ensino e o empenho para manter a motivação e o engajamento de professores, técnicos e estudantes. Trabalho, criatividade, solidariedade e empatia têm sido palavras-chave nesse contexto.

Passado o momento mais crítico, caberá às organizações “repensar” e “reimaginar” sua atuação, ou seja, rediscutir objetivos e estratégias num cenário em que se destacam os novos modelos de trabalho, a mediação tecnológica no ensino-aprendizagem, novos jeitos de consumir e conviver. Dito em outras palavras: o que imaginamos para alguns anos à frente tornou-se imperativo no presente.  Certamente planos definidos no período anterior à pandemia terão valor reduzido – ou simplesmente serão inúteis. Planejar para este “novo futuro” é significativamente diferente e mais desafiador do que planejar para aquele “velho futuro”. Um novo começo requer paciência, ousadia e esperança.

Carta aberta aos estudantes da PUCRS e suas famíliasEste não é um comunicado convencional. Venho refletindo sobre as dúvidas, as angústias, as inquietudes que vocês têm manifestado das mais diversas formas nas últimas semanas. Tenho lido com atenção tudo que chega até mim, por todos os canais. Por isso me dirijo a vocês, de maneira franca e transparente, detalhando os principais aspectos que este momento requer.

Sei o quanto esses longos dias têm sido difíceis. Somos seres essencialmente sociáveis, e conheço os efeitos que a necessidade de distanciamento pode acarretar. Mesmo na era das “solidões conectadas”, como chamam alguns sociólogos, sabemos que é difícil conviver com a ausência de contato, de proximidade, do afeto de um abraço. Há também o desafio de adaptar a rotina de uma vida pulsante para dias inteiros dentro do mesmo lugar, e, diante da impossibilidade de manter os processos habituais de ensino-aprendizagem, ter de (re)aprender a aprender, agora de maneira totalmente mediada. Sabemos que não é fácil. Para nós, também foi desafiador adaptar, em tempo recorde, o funcionamento integral da Universidade.

É um tempo que desafia a humanidade como um todo, de incontáveis maneiras. De nossa parte, depois de mais de 70 anos atuando quase que totalmente presencialmente, tivemos que reorganizar rapidamente todas as atividades desse ecossistema complexo que caracteriza a nossa Universidade. Nesse contexto, destaco o empenho irrestrito dos nossos docentes. Eles têm se dividido entre a euforia de explorar novas possibilidades e a angústia da incerteza de saber se tudo o que estão fazendo é suficiente. Assim como vocês, há quem tenha mais habilidade para lidar com recursos tecnológicos, e há quem sinta dificuldades, mas posso assegurar que todos, absolutamente todos, estão se esforçando ao máximo para dar continuidade a suas aulas.

Se você notar que melhorias são necessárias, não deixe de nos contar por meio dos canais de atendimento.

Estamos continuamente acompanhando nossos professores e repassando as impressões dos estudantes que chegam até nós, e, com base nesses retornos, assessoramos os docentes para que consigam fazer o melhor que for possível, dentro das limitações que esse contexto emergencial nos impõe. Não esqueçam que esta não é uma escolha nossa, é uma situação excepcional, de alto risco, que exige que sigamos todas as normativas e recomendações para garantir a saúde e a proteção de todos nós.

Sei que alguns de vocês estão com dificuldades de manter o mesmo rendimento e temem não aprender tanto quanto gostariam. Por isso, buscamos formas de manter disponíveis os recursos de apoio à aprendizagem, como o apoio psicossocial e as monitorias para quem precisa de reforço nas áreas de Letras, Física, Química, Matemática, Estatística e Desenho. Não deixem de contar com nosso apoio quando encontrarem qualquer dificuldade. Busquem o(a) Coordenador(a) do seu Curso, ou o(a) professor(a) com quem tenham mais afinidade, estejam abertos ao diálogo e não hesitem em procurar ajuda.

Em relação à modalidade das aulas, seguiremos as recomendações dos Ministérios da Saúde e da Educação e o decreto estadual, que prevê a impossibilidade de aulas presenciais até 30 de abril. Por isso, daremos continuidade às aulas online até esta data, nas disciplinas em que isso é viável.

Destaco que nossas equipes especializadas estão há semanas debruçadas no estudo das adaptações do calendário acadêmico, junto às Escolas, olhando individualmente cada disciplina, prevendo todos os cenários e impactos possíveis. O resultado do estudo aponta que não é viável uma decisão única para os mais de 50 cursos de graduação da Universidade, assim como para os Programas de Pós e cursos de Especialização e MBA.

É fundamental um olhar personalizado e cuidadoso para cada programa de ensino. Assim, algumas disciplinas, naturalmente não poderão prosseguir nessa modalidade, e devem ser suspensas. Você receberá o detalhamento do impacto na grade de disciplinas do seu curso ao longo dos próximos dias, por meio da Coordenação do seu curso. Em relação às avaliações, na última segunda-feira, 6/4, foi chancelada pela Reitoria a resolução que possibilita a alteração dos processos avaliativos previstos no plano de ensino. Ao longo dos próximos dias, cada professor irá detalhar como será a avaliação da sua disciplina, à luz dessa orientação institucional.

Um dos pontos que mais tem inquietado parte dos nossos alunos é a manutenção das mensalidades.

Existe um imaginário na sociedade, de modo geral, que a virtualização das aulas poderia significar uma redução expressiva de custos. Porém, nossas despesas permaneceram praticamente inalteradas e, além disso, tivemos custos extras em decorrência das necessidades que surgiram no contexto da pandemia. Todos os nossos profissionais seguem trabalhando integralmente para viabilizar a continuidade não só das aulas, mas de todos os processos que envolvem o funcionamento da nossa Universidade.

Outro fator importante é que dois terços das despesas da Universidade dizem respeito aos custos de folha de pagamento dos nossos docentes e técnicos. São mais de 3 mil famílias, e mesmo diante dos impactos econômico-financeiros que afetam as organizações neste momento, temos a prerrogativa de preservá-las. Da mesma forma, cientes de que esse impacto se estende também às famílias, iremos ofertar um atendimento personalizado para estudantes que tiverem dificuldade em manter o pagamento das mensalidades. Sabemos que a realidade de cada família é muito particular, e medidas generalizadas provavelmente não atenderiam os que mais precisam. Com isso, analisaremos individualmente cada situação, para buscarmos, juntos, a melhor solução, a fim de evitar que estes estudantes abram mão de seus estudos.

Ressalto, ainda, os diversos esforços que estamos empreendendo para auxiliar nosso Estado e País no contingenciamento e combate ao Covid-19.

Dezenas de pesquisadores, profissionais e estudantes da PUCRS estão mobilizados na busca de soluções nas mais diversas frentes. Nossos laboratórios estão em pleno funcionamento, produzindo EPIs para profissionais de saúde. Outros estão sendo usados para a busca de diagnósticos mais rápidos e de menor custo ou possíveis fármacos que auxiliem no tratamento da doença, entre inúmeras outras iniciativas. E fazemos tudo isso cientes do nosso papel enquanto Universidade e da importância da ciência para este – e tantos outros – momento da nossa história.

Sei que me alonguei. Como vocês costumam dizer, desculpem-me pelo “textão”. Mas não gostaria de finalizar sem antes compartilhar algumas reflexões sobre tudo que estamos vivendo. Transcrevo parte do artigo que escrevi para a Zero Hora:

“Nestes tempos abissais em que vivemos, e que de algum modo marcará nossas vidas para sempre, que as nossas experiências sejam transformadas na mudança que queremos para mundo. Se todas as nossas seguranças emudeceram, que possamos aprender que no interior de cada pessoa encontra-se também a força mais poderosa do universo”.

Se me perguntassem onde habita essa força mais poderosa do universo, eu diria: dentro dos nossos estudantes, que buscam, por meio da educação, do pensamento, da ciência, ser pessoas melhores e gerar impacto positivo na comunidade que os rodeia. Sei que no interior de cada estudante da PUCRS vive essa força, capaz de salvar outras vidas pelas suas atitudes de hoje e de gerar mudanças sem precedentes.

Espero encontrar em vocês o exercício constante da solidariedade, da empatia e da compreensão em tempos tão difíceis. Que, ao final de tudo isso, tenhamos aprendido a conciliar razão e sensibilidade, eficácia e afetos, individualidade e compromisso social, economia e compaixão, espiritualidade e sentidos, eternidade e instante.

Assino esta “carta” recuperando um hábito do nosso fundador São Marcelino Champagnat, em nome de todos os docentes e técnicos da PUCRS, que abraçam virtualmente cada um de vocês.

Clique aqui e confira a nossa FAQ sobre o funcionamento da Universidade durante esse período.