Na segunda feira, dia 4, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) realizou a primeira reunião da Comissão Assessora para Equidade, Diversidade e Inclusão (EDI), em formato híbrido. Na ocasião, foi assinado o Termo de Designação, dando posse aos integrantes. A reunião contou com a participação do professor da Graduação e Pós-graduação em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS Ângelo Brandelli, que é um dos representantes da comunidade científica da comissão junto com Maria Luiza Saraiva Pereira (UFRGS) e Milena Freire de Oliveira-Cruz (UFSM).
A Comissão EDI é fruto de uma Chamada Pública, com mais de 50 indicações da comunidade científica, que buscou trazer perfis de pesquisadores envolvidos com a promoção de equidade, diversidade e inclusão na atividade científica, tecnológica e acadêmica. O objetivo do grupo é gerar iniciativas que contribuam para a erradicação de preconceitos de raça, gênero, orientação sexual, condição física, idade, religião e demais formas de discriminação, bem como para o aumento da representatividade na produção do conhecimento científico.
“A comissão é uma estratégia inovadora da Fundação de Amparo do Rio Grande do Sul uma vez que poderá pensar as formas de ampliar a representação de grupos historicamente excluídos da ciência tanto do ponto de vista de quem faz a ciência quanto das comunidades aos quais ela pode vir a promover mudanças”, comenta Brandelli.
O diretor técnico-científico Rafael Roesler elogiou a riqueza dos diferentes perfis da Comissão e o fato de não serem integrantes das assessorias de avaliação de projetos, onde o olhar não é focado para temáticas como essa. “Aqui temos cidadãos e acadêmicos, profissionais que levam essa causa adiante, com diferentes enfoques, diferentes perfis de formação, de especialidade”, disse ele. Após a assinatura do termo de posse, os integrantes da Comissão fizeram uma breve apresentação da sua atuação e das temáticas que estão mais envolvidos.
Professor do Programa de Pós-graduação em Psicologia, do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, e do Programa de Pós-graduação em Medicina e Ciências da Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), onde coordena o grupo de pesquisa em Preconceito, Vulnerabilidade e Processos Psicossociais e desenvolve pesquisas na área de diversidade sexual e gênero.
A professora Maria Luiza Saraiva Pereira é pesquisadora e tem se destacado na UFRGS como conselheira da universidade em órgão superior, e em comissões que diretamente tratam da elaboração e implementação de políticas de equidade racial, apontando a necessidade e as virtudes da inclusão da diversidade de pesquisadores. Maria Luiza participou de comissões de avaliação de autodeclarações de ingressantes nas graduações da UFRGS.
Milena é professora do programa de Pós-Graduação em Comunicação, onde compõe o GT de Ações Afirmativas. Atualmente coordena o Curso de Especialização em Estudos de Gênero, é membro do Comitê de Igualdade de Gênero da UFSM e embaixadora do Movimento Parent in Science (PiS). Tem experiência em projetos de pesquisa, ensino e extensão que abordam a temática da equidade e diversidade de gênero e interseccionalidades (principalmente raça e classe social). Coordena o Grupo de Pesquisa Comunicação, Gênero e Desigualdades (UFSM/CNPq).
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O Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas do Programa de Pós-graduação em Psicologia da PUCRS vem desenvolvendo tecnologias sociais com objetivo de qualificar a atuação de profissionais que atuam com populações em situação de vulnerabilidade social. Crianças, adolescentes, mulheres, pessoas idosas e população LGBTQIAP+ que experienciaram violência familiar e comunitária são o principal público-alvo.
Segundo a professora e pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Luisa Fernanda Habigzang, as tecnologias sociais podem ser definidas como as técnicas e metodologias de transformação social através de processos de inclusão, melhoria da qualidade de vida das pessoas e garantia de direitos, propondo a solução de um problema social. Alguns exemplos de tecnologias sociais podem envolver programas sistêmicos de qualificação de profissionais, intervenções para geração de trabalho e renda, equipamentos de baixo custo para resolução de problema social, intervenções para prevenção de saúde, entre outros.
Dessa maneira, no processo de desenvolvimento e avaliação das tecnologias sociais para capacitação já existentes, o grupo vem atuando em parceria com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Secretaria da Educação e com o Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra Mulher do Rio Grande do Sul. Assim, está presente em diferentes frentes, entre elas:
Com isso, professores, enfermeiros, epidemiologistas, sanitaristas, psicólogos e assistentes sociais já foram capacitados pelas iniciativas do grupo de pesquisa, conectando o espaço acadêmico ao social.
“O investimento em tecnologias sociais é um importante caminho para a articulação e desenvolvimento científico e social, contribuindo com a missão da Universidade de desenvolver pesquisas e tecnologias comprometidas com excelência e transformação social”, comenta Habigzang.
Para que esses desenvolvimentos tecnológicos tenham eficiência social, a professora destaca que é fundamental compreender as demandas sociais através de relatórios governamentais e não-governamentais, políticas públicas existentes e legislações vigentes. Além disso, é importante a escuta de gestores e profissionais que atuam no enfrentamento do problema, acompanhados de pesquisas científicas, bem como a participação do público-alvo e a definição clara de indicadores que avaliem a efetividade do impacto.
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A 13ª edição do Boletim – Desigualdade nas Metrópoles, desenvolvido pelo PUCRS Data Social, em parceria com o Observatório das Metrópoles e com a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL), apontou novos dados sobre a taxa de pobreza na região e no País. Após sofrer forte queda no ano de 2021, a renda média domiciliar per capita da região metropolitana de Porto Alegre teve uma alta significativa em 2022, subindo aproximadamente 7% e chegando ao valor de R$ 2.257.
Apesar de ainda estar abaixo do valor encontrado no período anterior à pandemia, de R$ 2.323 em 2019, a alta da renda no último ano atingiu todos os estratos sociais: entre os 40% mais pobres o rendimento médio subiu 4%; entre os 50% intermediários houve alta de 8,7%; e entre os 10% mais ricos o aumento foi de 3,9%. Ou seja, todos se beneficiaram desse incremento na renda, incluindo aqueles mais próximos da base da pirâmide, o que fez a taxa de extrema pobreza na grande Porto Alegre cair de 3,56% para 3,22%. Apesar de parecer uma queda leve, em termos absolutos, isso significa que mais de 13,7 mil pessoas deixaram a extrema pobreza no período.
Por outro lado, quando analisamos os dados em uma perspectiva mais ampla, vemos que a taxa de extrema pobreza da região metropolitana de Porto Alegre é, hoje, 85% mais alta que há uma década. Em 2012 essa taxa era de 1,74%, chegou a 1,23% em 2013, e desde então apresenta tendência clara e contínua de alta, estando hoje 1,48 pontos percentuais acima do início da série histórica. Em termos absolutos, significa que temos atualmente 68,4 mil pessoas a mais em situação de extrema pobreza do que havia em 2012. Quando comparamos com 2013, essa diferença é ainda maior, de 88,9 mil pessoas.
Segundo Andre Salata, coordenador do PUCRS Data Social e um dos autores do estudo, o principal fator para entender tais variações na taxa de extrema pobreza na grande Porto Alegre se encontra na renda do trabalho.
“Entre 2012 e 2021 o rendimento domiciliar per capita do trabalho caiu 8,5% na região, e entre os 10% mais pobres essa queda foi de 31,5%. Já entre 2021 e 2022 a renda do trabalho aumentou 5,9% na grande Porto Alegre, sendo este aumento de 10,6% entre aqueles na base da pirâmide. Como a renda do trabalho corresponde, em média, a mais de 70% dos rendimentos domiciliares, esses movimentos explicam a maior parte da variação nas taxas de extrema pobreza”, explica.
Nesse período de dez anos, a taxa de extrema pobreza na região metropolitana de Porto Alegre cresceu de modo mais acelerado do que nas outras metrópoles da Região Sul. Se, entre 2012 e 2022, o crescimento foi de 85,3% em Porto Alegre, na região metropolitana de Florianópolis a alta foi de 28,8%, e na região metropolitana de Curitiba chegou a 32,9%. Em 2022, a taxa de extrema pobreza era de 2,37% em Curitiba, 1,7% em Florianópolis, e 3,22% em Porto Alegre.
Os dados são provenientes da PNAD Contínua anual (acumulados na 1ª visita até 2015 e na 5ª visita a partir de 2016), do IBGE, e dizem respeito à renda domiciliar per capita total. O recorte utilizado é o da região metropolitana de Porto Alegre, incluindo a Capital, conforme as definições do IBGE. Todos os dados estão deflacionados para o ano de 2022, segundo o IPCA. O estudo trabalha com as linhas de US$6,85 PPC para pobreza e US$2,15 PPC para a extrema pobreza, assim como definidas pelo Banco Mundial. Em valores mensais de 2022, a linha de pobreza é de aproximadamente R$ 636 per capita e a linha de extrema pobreza é de aproximadamente R$ 199 per capita.
No Rio Grande do Sul, segundo dados do IBGE, a taxa de desocupação caiu de 8,1% para 4,6% entre o quarto trimestre de 2021 e o mesmo período de 2022, o que ajuda a explicar a recuperação da renda do trabalho das famílias no último ano. Salata ainda pondera que, não fossem os programas de transferência de renda, a alta da extrema pobreza nos últimos anos seria ainda maior.
“Sem os incrementos que tivemos no Bolsa Família ou Auxílio Brasil, a taxa de extrema pobreza teria chegado a 3,56% em 2022, o que é 10% maior que a taxa que de fato temos hoje”.
Segundo os dados reunidos pelo estudo, o percentual de pessoas que se beneficiam desses programas aumentou de 5,9% para 8,2% da população da grande Porto Alegre na última década, e entre os domicílios que estão na base da pirâmide a média dos rendimentos provenientes de programas de transferência de renda subiu de R$ 14,3 para R$ 41 per capita. Esses movimentos fizeram, então, um contrapondo à queda da renda do trabalho, não permitindo que a alta da extrema pobreza nos últimos anos fosse ainda maior.
Por fim, os pesquisadores lembram que é preciso reforçar a focalização dos programas de transferência de renda, a fim de que atinjam com maior precisão as famílias mais pobres.
“Na última década esses programas cresceram em volume, mas perderam em focalização. Se melhorarmos a focalização podemos tirar mais famílias da extrema pobreza sem aumentar gastos. Esse é um desafio”, conclui Salata.
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O tema da Cúpula do Prêmio Nobel deste ano, realizada no final do mês de maio, em Washington D.C., nos Estados Unidos, abordou o combate à desinformação e a crise de confiança em sociedades democráticas. Durante a programação foi lançado o Painel Internacional sobre o Ambiente Informacional (IPIE, sigla em inglês), um consórcio independente e global de cientistas que busca fornecer conhecimento sobre ameaças ao ambiente internacional de informações. Os professores e pesquisadores Eduardo Pellanda e Juremir Machado, da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos), foram convidados a integrar a iniciativa.
De acordo com o diretor do IPIE e professor da Universidade de Oxford, Phil Howard, a iniciativa é a maior rede global de pesquisa comprometida em construir um ambiente informacional mais saudável. Manipulação algorítmica, vieses, discurso de ódio e deep fakes são algumas das temáticas tratadas pelo consórcio. O projeto conta com mais de 200 pesquisadores de 55 países que irão contribuir com pesquisas e produções em áreas de conhecimento distintas.
Para Juremir, o painel é uma iniciativa de caráter internacional muito relevante, reunindo instituições e pesquisadores de várias partes do mundo.
“A ideia é refletir sobre o universo da informação e especialmente da desinformação em tempos de aceleração tecnológica. A questão da desinformação está entre as mais preocupantes da atualidade pelo potencial que tem de ameaçar democracias e de fortalecer perspectivas de negação inclusive da ciência”, comenta.
Para Pellanda, é uma oportunidade de entender a desinformação como algo multidisciplinar e multicultural.
“Sentar para discutir o tema com pesquisadores de outros 55 países é extremamente valioso e é uma honra poder colaborar de alguma forma com este tema tão importante. Cada discussão que gerou o painel mostrou a quantidade de desdobramentos prejudiciais que a desinformação pode causar na sociedade. Poder pesquisar com um impacto direto na sociedade é motivador”, adiciona.
A PUCRS, por meio do Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR), firmou um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) do governo federal. O acordo tem por objetivo promover a cooperação técnica para a produção de Materiais de Referência Certificados (MRC) de interesse mútuo.
O MRC, popularmente chamado de “padrão”, é absolutamente fundamental para análises em laboratórios. Foi para saber se um resultado está correto se não há um padrão analítico confiável, que surgiu um dos primeiros MRC desenvolvidos nesta parceria, para análises isotópicas de carbono (ensaio que é feito pelo MAPA para detectar fraudes em alimentos, por exemplo). Estes padrões também são importantes para ensaios realizados na área forense (pela polícia federal); para detectar falsificações em produtos e fornecer evidências criminais confiáveis; para testes em empresas de óleo e gás; para identificar origem de petróleo e derivados, entre outras aplicações.
O acordo entre PUCRS e MAPA, que vale até 2027, visa desenvolver MRCs que poderão ser utilizados em laboratórios públicos e privados. Esta ação é relevante para o país, visto que o MRC é um padrão escasso (precisa normalmente ser importado de países desenvolvidos) e também custa muito caro, muitas vezes inviabilizando implementação e ofertas de ensaios qualificados em laboratórios no Brasil.
Neste ano, o IPR conquistou a acreditação internacional da ANSI National Accreditation Board (ANAB), o maior órgão de acreditação da América do Norte, para as normas ISO/IEC 17025 e ISO 17034. A ISO/IEC 17025 estabelece os requisitos gerais para competência técnica de laboratórios, incluindo a gestão da qualidade, confiabilidade e rastreabilidade dos dados. Já a ISO 17034 está relacionada a produção de MRC, com os requisitos para que esses materiais sejam produzidos de forma consistente, garantindo exatidão e rastreabilidade metrológica destes padrões.
Para o diretor do IPR, Felipe Dalla Vecchia, o novo acordo representa um grande avanço no desenvolvimento de ciência e tecnologia de conteúdo nacional, com qualidade reconhecida internacionalmente.
“As colaborações e trocas de experiências entre universidades, empresas, startups e órgãos governamentais serão estratégias essenciais para encontrarmos soluções para os complexos desafios que enfrentamos atualmente, nas mais diferentes áreas. Nesse sentido, essa colaboração reforça o compromisso do IPR-PUCRS na produção de pesquisa de ponta e alto conteúdo inovativo na PUCRS, gerando transferência direta do conhecimento para a sociedade”, comenta.
Para o gerente de qualidade do Instituto, Filipe Albano, os materiais de referência serão produzidos e comercializados para laboratórios que necessitam de padrões de alta confiabilidade e que hoje sofrem com altos custos de importação e longos prazos de entrega. “Este passo é relevante para área técnica do nosso país, que pode ter MRC nacionais que atendam critérios internacionais de qualidade”, complementa.
Em 2022, a PUCRS e a Universidade da Califórnia, Irvine (UCI) formalizaram uma parceria que promoveu a versão conjunta do Beall and Butterworth Product Desing Competition. Por meio dos parques tecnológicos, as universidades propiciaram a interação entre os alunos da Escola Politécnica da PUCRS com estudantes de Engenharia e Ciência da Computação da UCI. A iniciativa, que é promovida anualmente pela UCI, incentiva a criação de novas tecnologias ou soluções para problemas de Design que tenham potencial para comercialização.
Entre Agosto de 2021 e o início de 2023, Rafael Prikladnicki, professor da Escola Politécnica, atuou como pesquisador visitante na UCI. A permanência do docente na Universidade de Irvine nesse período foi um dos fatores que impulsionou a parceria entre as duas universidades – o acordo entre as duas instituições foi formado em 2022 no Tecnopuc Experience. Além do professor Prikladnicki, estavam presentes no evento Leandro Pompermaier, (Gestor de Relacionamento e Negócios do Tecnopuc), Rafael Chanin (que na ocasião atuava como Líder do Tecnopuc Startups), David Ochi (Diretor da competição na UCI) e Pedro Matia (aluno da Escola Politécnica e participante da competição).
Dividido nessas duas áreas, os participantes trabalharam para desenvolver produtos voltados ao mercado brasileiro e americano. A avaliação dos trabalhos foi realizada por uma banca avaliadora formada por especialistas do mercado e por professores da PUCRS e da UCI, e os vencedores foram anunciados no dia 24 de maio. O grupo vencedor, Nimko, é formado pelos alunos do 4° semestre da Engenharia de Software da PUCRS, Thomas Melison, Felipe Rava e Léo Falcão, além de mais quatro alunos da UCI. Eles desenvolveram um aplicativo, com inteligência artificial, para equilibrar o que seria benéfico para a saúde física e mental das gestantes. Os alunos da PUCRS foram responsáveis por desenvolver o protótipo do aplicativo, como toda a parte de design e front-end da plataforma.
“Foi muito bom ter essa experiência. Eles foram bem receptivos e conseguimos nos comunicar bem. Foi uma ótima experiência para aprender inglês, conhecer outras culturas e desenvolver o aplicativo”, afirma Thomas.
Como parte do prêmio, os alunos vencedores da PUCRS e da UCI poderão visitar a universidade parceira. O trio soube da parceria entre PUCRS e UCI em uma das disciplinas do curso. Eles escolheram o grupo em que iam trabalhar a partir da descrição da proposta, realizada pelos alunos da UCI. A partir de então, os estudantes se conectaram e passaram a trabalhar em conjunto. Sandra Einloft, Decana da Escola Politécnica, ressalta a felicidade em ver que os estudantes da Escola foram os vencedores da competição.
“É fantástico para o aprendizado, não só a técnica, mas por poder conviver com pessoas de outra cultura e falar outra língua. Agora, ser vencedor, é maravilhoso”, comenta a decana. Daniela Eckert, líder do Tecnopuc Startups, também relata a experiência. “O programa é uma a oportunidade de fazer conexões e dar os primeiros passos para desenvolver negócios globais sem sair do RS. Ter essa visão empreendedora e global é essencial nos dias de hoje. Promover essas conexões na academia faz parte do propósito do Tecnopuc”, afirma.
A parceria entre PUCRS e UCI é uma das ações de internacionalização do Tecnopuc. O Desenvolvimento dessas iniciativas faz parte do planejamento estratégico do Parque que visa promover ações globais. Esse posicionamento tem duas frentes, a que busca uma educação empreendedora mais globalizada e outra que visa desenvolver negócios globais conectando startups e empreendedores a investidores e empresas de grandes centros, como São Paulo e Estados Unidos. A parceria entre as duas universidades para o desenvolvimento do programa com os alunos faz parte da frente de educação empreendedora.
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O professor e pesquisador da Escola de Humanidades da PUCRS, Alexandre Anselmo Guilherme, organizou o livro Formação de Professores ao redor do mundo: desafios e oportunidades, publicado recentemente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco-Brasil) e pela Cátedra Unesco de Juventude, Educação e Sociedade da Universidade Católica de Brasília (UCB). O docente foi editor em conjunto com o professor Renato de Oliveira Brito, da UCB, no projeto que envolveu 13 países para discutir a formação, condições de trabalho e carreira dos professores em escala global.
A obra debate o contexto educacional, político, social e cultural mundial, apresentando experiências de pesquisadores vinculados às universidades de liderança mundial do Brasil, Chile, Canadá, Noruega, Suécia, Finlândia, Reino Unido, Índia, Singapura, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e Israel. O objetivo do livro é demonstrar os desafios e oportunidades de desenvolvimento desses respectivos sistemas de educação, ampliando as discussões de forma acessível, com distribuição gratuita em português e inglês. A obra pode ser conferida aqui.
Alexandre conta que a oportunidade de construir a publicação surgiu através de sua atuação no Ministério da Educação, onde trabalhou com o professor Renato. A partir desta relação, eles se uniram para construir o projeto em rede com contatos internacionais e com o incentivo da Unesco e da Cátedra em Brasília.
Bernardete Gatti, pesquisadora de Educação da Fundação Carlos Chagas Instituto de Estudos Avançados (Universidade de São Paulo), foi responsável pela apresentação do livro, onde destacou a importância da escolarização básica de grandes parcelas das populações em diferentes países. Conforme a docente explica na introdução, os profissionais da educação cumprem papéis importantes no processo de formação das novas gerações, proporcionando a participação social e cidadã efetiva destes jovens em uma vida em comunidade.
“Compreender e discutir a formação, as condições de trabalho e carreira dos professores, e, em decorrência sua configuração identitária profissional, se torna importante para políticas e ações formativas que aportam qualidade aos processos educacionais que se realizam nos cotidianos escolares, nos seus diversos contextos e níveis”, destaca Bernardete.
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Estudando o genoma de lobos-marinhos da América do Sul, um grupo internacional com integrantes do Peru, Equador, Argentina, Uruguai, Chile, Estados Unidos, Nova Zelândia, Alemanha e também do Brasil, liderado por pesquisadores da PUCRS, descobriu que novas espécies de mamíferos, mesmo de grande porte, podem surgir de modo quase instantâneo através do cruzamento entre indivíduos de espécies diferentes.
O surgimento de novas espécies animais é chamado de especiação. O mecanismo mais conhecido para que isso aconteça é quando populações de uma espécie se separam, geralmente por meio de uma barreira física, como um rio, e, isoladas, progressivamente, acumulam diferenças suficientes que ao fim impedem o cruzamento entre elas.
No continente sul-americano habitam duas espécies de lobos-marinhos. A mais comum, chamada de lobo-marinho-sul-americano, é encontrada apenas nas regiões frias. No Brasil, por exemplo, só no litoral do Rio Grande do Sul. A outra espécie só ocorre nas ilhas Galápagos, situadas na região tropical, na linha do equador. No início do século, a comunidade científica reconheceu a existência de uma população diferente de lobos-marinhos, na costa central do Peru e norte do Chile.
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Os cientistas não sabiam a origem dos lobos-marinhos-peruanos, quando o grupo de pesquisa Genômica Evolutiva e da Conservação da PUCRS apresentou evidências inéditas sobre o surgimento destes animais em um estudo publicado na revista internacional Science Advances. De acordo com o coordenador dos estudos e pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, Sandro Luis Bonatto, a população do Peru é uma nova espécie que surgiu pela hibridação entre os lobos-marinhos de Galápagos e os lobos-marinhos-sul-americanos.
“Com esta pesquisa conseguimos apresentar a primeira evidência usando informações genômicas de que mamíferos de grande porte podem surgir quase instantaneamente por hibridação em um processo chamado de especiação híbrida”, destaca.
Os resultados iniciais da pesquisa mostraram que os lobos-marinhos do Peru apresentava características genéticas curiosas: metade do seu genoma veio do lobo-marinho-de-Galápagos e a outra metade do lobo-marinho-sul-americano. A partir disso, os estudos foram aprofundados com sequenciamento dos genomas de mais indivíduos, evidenciando que o lobo-marinho do Peru é uma espécie antes desconhecida pela ciência, e de origem híbrida.
A pesquisa foi parte do projeto de doutorado de Fernando Lopes no Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da PUCRS, com orientação do professor Sandro Bonatto e participação de outros alunos e pesquisadores de vários países, em especial do Peru e do Equador. Para Fernando, a hibridação ocorre quando indivíduos de diferentes espécies se cruzam, produzindo descendentes mistos que são conhecidos como híbridos.
“Em animais como os mamíferos, na maior parte das vezes estes indivíduos não são ou são pouco férteis e não há maiores consequências. Mais raramente pode haver à transferência de material genético entre as espécies, mas nunca tinha sido documentado em mamíferos que a hibridação pudesse dar origem a uma nova espécie”, explica.
O professor Bonatto explica que o cruzamento aconteceu há aproximadamente 400 mil anos. “Este fato ocorreu quando indivíduos do lobo-marinho-sul-americano e de Galápagos devem ter migrado para a mesma região da costa do Peru, talvez em um momento de clima extremo. Uma possível causa da migração de alguns animais de Galápagos para o continente na época pode ter sido um El Niño mais intenso”, explica. Outra descoberta inesperada do estudo é a existência de uma pequena colônia isolada de lobos-marinhos de Galápagos na costa norte do Peru, inclusive com um indivíduo miscigenado entre as espécies de Galápagos e a do Peru. Para os pesquisadores, isso já pode ser uma consequência das mudanças climáticas recentes.
“O prolongamento do aquecimento global nas próximas décadas pode ter consequências muito graves para a ecologia de toda a região e podendo aumentar o perigo de extinção desta nova espécie, com a continuidade ou até aumento da migração de lobos-marinhos de Galápagos para o continente”, finaliza.
Além dos pesquisadores Sandro Bonatto e Fernando Lopes, os coautores deste estudo incluem Yago Beaux e Amanda Kessler, da PUCRS, Larissa Oliveira, da Unisinos, e pesquisadores do Peru, Equador, Argentina, Uruguai, Chile, EUA, Nova Zelândia e Alemanha.
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Ao longo da infância, pais costumam lembrar seus filhos constantemente de escovar os dentes, passar fio dental e ir ao dentista. Normalmente, esses bons hábitos são recomendados para evitar cáries, gengivites e outras complicações dentárias. Porém, o que tem sido evidenciado por pesquisadores no mundo inteiro é que a manutenção da boa saúde bucal está associada à redução do risco de diversas doenças crônicas não transmissíveis, como aterosclerose, doenças cardiovasculares, diabetes e até mesmo mortalidade.
Doenças crônicas não transmissíveis são aquelas que se desenvolvem ao longo da vida, muitas vezes de forma lenta, silenciosa e sem apresentar sintomas. Segundo números da Organização Mundial de Saúde (OMS), estas são responsáveis por 63% das mortes no mundo e são a causa de 74% dos óbitos no Brasil. No Programa de Pós-Graduação em Odontologia da PUCRS, pesquisadores buscam entender de que forma as infecções e doenças de origem bucal se associam com o agravamento de outras doenças no organismo humano.
Um estudo de meta-análise realizado em parceria entre a PUCRS e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) evidenciou que cerca de 50% das pessoas adultas no mundo tem pelo menos um dente com lesão endodôntica ao longo da vida, destacando esta doença como uma das mais comuns da humanidade. Conforme explica o coordenador e professor do PPG em Odontologia, Maximiliano Schunke Gomes, estes dados revelam que as doenças bucais são mais prevalentes que muitas outras mais conhecidas como câncer, diabetes e doenças cardiovasculares.
“Precisamos cada vez mais debater sobre saúde bucal, com mais ações de conscientização e políticas públicas para que a sociedade entenda que as patologias bucais vão além da presença de cáries ou de questões meramente estéticas, mas possuem relação importante com a saúde do organismo como um todo”, destaca o pesquisador.
Análises realizadas por pesquisas da PUCRS revelam que as cáries e as infecções endodônticas, gengivais e periodontais têm influência não apenas a nível dentário, bucal ou gengival, mas também impactam a circulação sanguínea do indivíduo. De acordo com Gomes, isso acontece porque as bactérias de origem bucal podem transitar pela corrente sanguínea, além das repercussões imunológicas oriundas da presença de infecções e inflamações bucais, que modificam mediadores das vias inflamatórias de todo o organismo.
Há alguns anos atrás, um estudo publicado pela equipe do Professor Maximiliano Gomes em parceria com a University of Maryland (EUA) apresentou análises longitudinais com até 40 anos de acompanhamento em um grupo de pacientes norte-americanos, com o objetivo de entender o impacto da presença de infecções endodônticas a longo prazo.
A pesquisa evidenciou que os pacientes que apresentavam maior carga de doenças endodônticas no início do estudo apresentaram um risco 77% maior de desenvolver complicações cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio ou até morte por razões cardiovasculares) a longo prazo, independentemente de idade, sexo, ou mesmo da presença de comorbidades como obesidade, dislipidemia, diabetes, entre outros fatores.
Em outros estudos conduzidos na PUCRS, foram analisados pacientes do Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas, acometidos por Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVC). A doença acontece quando há uma alteração súbita do fluxo sanguíneo cerebral, ocorrendo comprometimento de circulação de sangue na região do encéfalo, podendo causar desde efeitos reversíveis até sequelas irreversíveis como alterações na fala e nos movimentos e até morte.
Em sua tese de doutorado realizada no PPG em Odontologia da PUCRS, a professora Thayana Leão analisou mais de 400 pacientes acometidos por AVCs, buscando compreender a associação entre a presença de doenças bucais e as sequelas causadas pelo acidente. Três estudos recentes oriundos de sua tese foram publicados em periódicos científicos internacionais, evidenciando que os indivíduos que tinham menos dentes naturais e piores condições de saúde bucal apresentaram risco significativamente aumentado de ter AVC e de apresentar pior desfecho na recuperação.
“Frente aos resultados das pesquisas que vem sendo realizadas na PUCRS, em conjunto com outras evidências de outros estudos realizados em centros de pesquisa no mundo, podemos relacionar a presença de problemas bucais com maio risco de ocorrência de doenças cardiovasculares, independentemente dos fatores de risco já conhecidos como obesidade, tabagismo e outros. Um aspecto inédito que os resultados de nossos estudos sugerem é que pacientes com AVC e que possuem maior carga de complicações bucais, estão associados a sequelas mais severas do acidente vascular, incluindo risco de óbito”, ressalta Gomes.
Outra relação estudada pelo pesquisador e seu grupo de pesquisa é a possível associação entre saúde bucal e aptidão física. Estudos que estão atualmente em andamento no PPG em Odontologia da PUCRS vêm analisando se existe alguma relação entre a presença de lesões bucais e o condicionamento físico. Resultados preliminares de estudos em modelos animais conduzidos no Cembe sugerem que ratos com lesões bucais não se condicionam fisicamente da mesma forma que os animais sem lesões, mesmo treinando pelo mesmo período de tempo. Desta forma, como explica o professor Maximiliano Gomes, outros estudos estão em andamento a fim de investigar a hipótese de que as lesões bucais reduzem ou mesmo anulam os efeitos benéficos do condicionamento físico aeróbio e também do treino anaeróbio.
Dois estudos anteriores do grupo de pesquisa, que analisaram um grupo de policiais militares, demonstraram estatisticamente que aqueles indivíduos que tinham mais carga de doenças bucais não atingiam níveis tão altos no teste de aptidão física (TAF), mesmo que treinassem regularmente, independentemente de outros fatores como idade ou índice de massa corporal.
“São resultados iniciais que apontam para afirmar que estas lesões silenciosas bucais possivelmente afetam o condicionamento físico. Não por acaso, atualmente cirurgiões-dentistas atuam em delegações esportivas de alto nível, justamente para prevenir essas infecções e inflamações de origem bucal”, finaliza Gomes.
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Nos dias 26, 27 e 28 de abril, a PUCRS sedia o encontro final do projeto QualEnv Change the Climate: Assuring the Quality of Environmental Strategies in Latin-American Higher Education (Mudando o clima: Garantindo a qualidade das estratégias ambientais no Ensino Superior latino-americano). O evento é financiado pelo consórcio Erasmus+, formado por 14 instituições, sendo três universidades europeias e 11 latino-americanas. Para acessar a programação completa e fazer a inscrição, acesse o site oficial do evento neste link.
O encontro acontece no Auditório do Prédio 50, com palestras em português, espanhol e inglês. O evento é gratuito e aberto ao público, com emissão de certificado de participação. Nas conferências, as universidades participantes apresentarão os resultados e percepções do projeto, que iniciou em janeiro de 2020. A ação envolveu iniciativas como o desenvolvimento de programas de gestão ambiental nas instituições latino-americanas.
Para o diretor do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Nelson Fontoura, que está à frente da coordenação do projeto na PUCRS, esse encontro permitirá uma avaliação crítica dos avanços na gestão para a sustentabilidade das instituições da América Latina.
“Além disso, permitirá a discussão sobre o caminho de cada instituição e as estratégias para a implementação de modelos de gestão com foco em sustentabilidade, de modo a contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Agenda 2023 das Nações Unidas (ONU)”, completa.