O doutorando do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP) da PUCRS Felipe Vilanova de Gois Andrade recebeu o International Bridge Building Award, importante reconhecimento concedido pela Society for Personality and Social Psychology. A premiação foca em pesquisadores da Psicologia que trabalham em prol da internacionalização da produção científica da área – especialmente os de regiões sub-representadas na Psicologia globalmente. Felipe foi o primeiro brasileiro a receber o prêmio, criado em 2021.
O doutorando em Psicologia celebra sua conquista, cujo foco é direcionado a ferramentas de popularização e aperfeiçoamento da ciência. A iniciativa não é um projeto de pesquisa voltado à investigação de um tópico específico, e sim encontrar a forma mais eficaz de implementar o paradigma da ciência aberta nos países latino-americanos.
“Ciência aberta é um movimento recente que busca incrementar a transparência do processo de pesquisa científica. Ele consiste na adoção de iniciativas como disponibilização dos bancos de dados frutos de pesquisas científicas e disponibilização dos materiais utilizados na pesquisa em repositórios abertos, que qualquer pessoa pode ir lá e acessar a qualquer momento. Um dos repositórios mais utilizados atualmente é o Open Science Framework”, explica.
Felipe Vilanova, juntamente com seu grupo de pesquisa Preconceito, vulnerabilidade e processos psicossociais (PVPP) liderado pelo professor e pesquisador do PPG em Psicologia, Angelo Brandelli, trabalha com o conceito de ciência aberta há três anos. Algumas inciativas, como a tradução do manual para outros idiomas sobre como usar Open Science Framework, foram encabeçadas pelo PVPP. Além disso, o grupo também já publicou um capítulo de livro sobre como usar ferramentas da ciência aberta no Brasil e como esse conhecimento pode auxiliar na produção do conhecimento científico.
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Uma das razões que motivaram Felipe Vilanova a trabalhar com esse assunto foi a falta de transparência do processo científico. O doutorando conta que muitas vezes pesquisadores não conseguem verificar e reproduzir os achados de uma pesquisa porque o banco de dados de algum artigo não está disponível. Soma-se a isso a dificuldade de se comunicar com os autores originais.
“Paradoxalmente na América Latina somos pioneiros na produção do conhecimento de forma aberta e transparente com as nossas revistas, sendo que ninguém precisa pagar nada nem para publicar ou ler os artigos. Infelizmente, a transparência das nossas revistas não é reconhecida internacionalmente, então penso que a minha proposta premiada tem a ver com essa tentativa de popularização e aperfeiçoamento da ciência na américa latina a partir do uso de ferramentas contemporâneas da ciência aberta”.
Na esteira das atividades da premiação, o doutorando realizou uma visita à Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP). Lá foram realizados seminários com pesquisadores peruanos sobre ferramentas que aumentam a transparência e a visibilidade das pesquisas na América Latina. A iniciativa é apontada como valiosa não só para a promoção da ciência latino-americana globalmente, mas também para o fortalecimento de parcerias entre pesquisadores no sul global. Felipe também conduziu no país seminários sobre suas pesquisas desenvolvidas no âmbito do doutorado realizado na PUCRS, focadas nos fatores que influenciam o desenvolvimento ideológico do ser humano.
Angelo Brandelli, que também atua como orientador de Felipe no doutorado, comemora mais essa conquista para o Programa de Pós-Graduação em Psicologia. O curso, que tem a nota 7, apreciação máxima concedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), é conhecido por sua relevância dentro e fora do Brasil.
“A internacionalização é um dos pontos fortes do nosso PPG e nosso eixo de trabalho central para o quadriênio. Nesse sentido, para nós, é fundamental que ela ocorra não só entre docentes, mas sobre discentes. Além disso, no caso do Felipe, é um projeto que ocorre em parceria com colaborações Sul-Sul que são muito relevantes para visibilidade e impacto do programa em nível local”, finaliza.
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Na última semana, o Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia da PUCRS (SAPP) celebrou a reformulação do seu espaço físico, que agora conta com um ambiente mais acolhedor para receber os/as usuários/as do serviço. Localizado no segundo andar do Prédio 11, o SAPP abrange práticas disciplinares de psicopatologia, avaliação psicológica e estágios supervisionados para estudantes do curso de Psicologia. O serviço, que existe há 49 anos, tem contribuído ativamente com atendimentos à comunidade acadêmica e ao público residente em Porto Alegre.
Junto à inauguração, também houve a comemoração antecipada dos 70 anos do curso de Psicologia da PUCRS e dos 50 anos do SAPP, que serão celebrados em 2024. O evento reuniu estagiários e colaboradores do Serviço, além da pró-reitora de Graduação e Educação Continuada, Adriana Kampff, do diretor de Graduação, Denizar Melo, da decana da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, professora Andrea Bandeira; da coordenadora do curso de Psicologia, professora Tatiana Baierle, da coordenadora do SAPP, professora Roberta Fin Motta e da artista plástica e arquiteta, Suyê Zucchetti, responsável pela pintura realizada no interior do local.
As contribuições do Serviço iniciaram em parceria com Serviço de Assistência Jurídica Gratuita da Faculdade de Direito (SAJUG), e depois passou a atender toda a comunidade de Porto Alegre. Segundo a coordenadora Roberta Finn, o SAPP tem o objetivo de desenvolver habilidades e competências dos/as estudantes por meio da integração entre teoria e prática, a partir do compromisso ético e social.
“Para a comunidade, o SAPP oferece serviços de atendimento em diversas áreas da Psicologia, que podem ser desenvolvidos em ambiente interno ou externo e são realizados pelos/as estudantes das práticas e estagiários/as. Uma das nossas maiores conquistas é o reconhecimento como espaço de formação de gerações de psicólogos e psicólogas e a referência em atendimento psicológico a população de Porto Alegre de múltiplas maneiras”, destaca.
Durante quase meio século de atuação, o SAPP consolidou a sua relevância tanto para os/as estudantes como para o público atendido diariamente. Somente em 2022, foram realizados 4.070 atendimentos e, neste ano, de janeiro até maio, o espaço já soma mais de 2.500. Atualmente, o serviço de acolhimento é responsabilidade de 11 psicólogos/as supervisores/as e 90 estagiários/as.
Conforme a professora Roberta, é fundamental que os/as profissionais da psicologia revisitem todas as esferas da vida para que se possa fortalecer discussões científicas, profissionais e acadêmicas, desenvolvendo uma atuação profissional comprometida com a construção de condições de vida dignas.
“No SAPP temos uma comunidade universitária engajada em prol de uma psicologia plural, democrática, antirracista e pautada pelo compromisso ético-político. Assim, podemos dizer com segurança que o SAPP existe e permanece como uma referência na formação de psicólogas e psicólogos, pelo envolvimento de todos. Estar à frente deste Serviço é honrar quem pensou, idealizou, implementou, construiu e fez crescer um grande projeto. Significa fazer a gestão de uma realidade que se transforma a cada semestre e a cada ano”, destaca.
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Desenvolver o senso crítico, ampliar os horizontes e aprofundar conhecimentos são premissas básicas da trajetória na graduação. No curso de Psicologia, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, é possível vivenciar uma experiência integral, relacionando teoria e prática desde o primeiro semestre. De acordo com a professora Tatiana Cardoso Baierle, coordenadora do curso, o/a estudante tem a oportunidade de experenciar a realidade fora da sala de aula de forma gradual, atuando na busca por soluções em empresas e organizações.
“A Psicologia da PUCRS oportuniza interface com a arte, com o campo da saúde, com o campo das organizações, com instituições como escolas e outras instituições educativas, com o esporte, com a justiça. São diferentes frentes de trabalho que possibilitam ao aluno que se insira na comunidade – inicialmente de forma mais teórica e futuramente de forma mais prática”, explica a professora.
Para Tatiana, a importância de um corpo docente qualificado e diverso para que os estudantes se conectem com diferentes áreas. Assim, o/a aluno/a pode montar a sua formação de uma maneira diversificada, construindo trajetórias particulares e singulares a partir desses muitos contatos que o curso e a Universidade como um todo oferecem.
A tradição e o pioneirismo são características fortes da graduação em Psicologia da PUCRS. Isso porque é o segundo curso da área criado do Brasil, contribuindo, portanto, para a regulamentação da profissão no País. Apesar de tradicional, o curso se mantém atualizado e sempre alinhado às necessidades do mercado da área no Brasil. Segundo o professor Cristiano Dal Forno, que integra a comissão coordenadora do curso, essas transformações constantemente se refletem no currículo.
Outro ponto de destaque é o fato de o corpo docente estar totalmente inserido no mercado de trabalho. “Assim, a prática profissional se soma ao conhecimento acadêmico e científico, e isso faz muita diferença na sala de aula”, pontua Cristiano. “Temos professores que atuam com psicologia do esporte, neuropsicologia e psicologia jurídica, por exemplo, que são áreas emergentes na psicologia brasileira”.
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Um aspecto que recebe também muita ênfase em sala de aula é a mentalidade de que a formação do psicólogo não acontece apenas dentro da sala de aula.
“Os estudantes precisam viver e circular pelo Campus, fazer contato com outros cursos, aproveitar que estão em um espaço amplo e cheio de oportunidades, conhecer a Pastoral e os diretórios acadêmicos, além de usufruir da chance de fazer trabalho voluntário. A gente incentiva que os/as alunos/as se engajem e tenham esse envolvimento político com a vida estudantil, porque isso também faz parte da formação”, pontua Tatiana.
Faz parte da concepção do curso que os estudantes trabalhem de forma coletiva e em grupo, é o que afirma o professor Cristiano. Segundo ele, o trabalho desenvolvido pelos/as alunos/as – tanto os exercícios em sala de aula como os trabalhos avaliativos – se caracterizem pela troca e pelo diálogo oportunizada pelos trabalhos em grupo.
“Para nós, enquanto corpo docente, a coletividade é um valor e uma competência necessária para o exercício da psicologia. Cada vez mais o profissional é um numa equipe multidisciplinar – mesmo quem trabalha de forma autônoma não trabalha sozinho, pois dialoga com os pares, com as instituições. Então essa é uma tendência importante que a gente busca incentivar desde o princípio da formação”.
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A iniciação científica é uma oportunidade de se conectar com a pesquisa ainda durante a graduação. O programa permite contato com professores de diferentes áreas, métodos de pesquisa e conexão com grandes questões da atualidade. Em 2022, aconteceu a 23ª edição do Salão de Iniciação Científica, que contou com mais de 600 trabalhos apresentados na modalidade de comunicação oral e mais de 100 bancas avaliativas com a presença de professores avaliadores da PUCRS e de outras instituições.
O evento visa proporcionar o intercâmbio de conhecimentos e dos resultados das pesquisas desenvolvidas por bolsistas e voluntários/as de Iniciação Científica em projetos orientados por pesquisadores/as da Universidade e de outras instituições. Nesta edição, 75 trabalhos obtiveram nota máxima, sendo, portanto, considerados trabalhos destaque. Além destes, seis estudantes saíram vencedores, um em cada grande área do conhecimento, além de três trabalhos agraciados com menção honrosa.
Com a pesquisa intitulada Filogeografia das tartarugas-marinhas do gênero Lepidochelys, a aluna de Ciências Biológicas Bruna Boizonave Andriola estudou os princípios e processos que governam a distribuição geográfica das linhagens genéticas das tartarugas-marinhas do gênero Lepidochelys, com orientação do professor e pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Sandro Luis Bonatto.
A estudante conta que tentou ingressar em laboratórios diversas vezes até conseguir atuar no Laboratório de Biologia Genômica e Molecular do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da PUCRS. Seu contato com a prática científica permitiu elaborar projetos de pesquisa e conhecer sua área de vocação dentro da Biologia.
“A partir da iniciação científica pude conhecer mais sobre evolução e genética e aprender como fazer ciência. Atualmente me vejo seguindo na área de pesquisa e ser reconhecida nisso é um impulso muito incentivador. Trabalhar com bioinformática e genética é o que me cativa, é como estudar para entender a história do mundo”, destaca a aluna.
A estudante de Psicologia Eduarda Baldissera Rospide foi reconhecida por sua pesquisa sobre Padrões Inflexíveis em Indivíduos com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), com orientação da professora e pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Margareth da Silva Oliveira. O estudo teve como objetivo ver a prevalência dos padrões inflexíveis na população com TOC, no qual é a crença de que o indivíduo deve fazer um grande esforço para atingir elevados padrões internalizados de comportamento e desempenho.
A aluna descobriu sua paixão em Terapia dos Esquemas ao ingressar no Grupo Avaliação e Atendimento em Psicoterapia Cognitivo e Comportamental (GAAPCC) do PPG em Psicologia como bolsista de Iniciação Científica. Desde então, desenvolveu projetos de pesquisa com foco em abordar diversos transtornos de personalidade, mudando a forma de encarar, interpretar e reagir aos esquemas. Além do contato com mestrandos, doutorandos e professores do grupo de pesquisa, Eduarda participou de congressos, seminários e outras edições do SIC da PUCRS, onde pode se conectar com outros pesquisadores.
“Com a convivência do grupo pude conhecer a área que eu amo e entender que quero seguir trabalhando com pesquisa por um bom tempo. Se a gente não busca conhecer as outras áreas a gente acaba não usufruindo de tudo, além de poder ouvir e ter outras visões e conceitos em conjunto é muito bom. Foi ótimo poder encerrar esse ciclo conquistando nas Grandes áreas das Ciências Humanas”, celebrou a estudante.
Com o projeto sobre Modelagem Matemática e Desenvolvimento de Simulador do Processo de Extração Supercrítica, o estudante de Engenharia Mecânica Otávio Augusto Fonseca de Oliveira foi destaque das Grandes Áreas e alcançou nota máxima. Sua pesquisa é fruto de sua atuação no Laboratório de Operações Unitárias (Lope), onde estagiou e foi responsável na parte de manutenção e modulação de equipamentos.
Otávio conta que conheceu a oportunidade de estagiar no laboratório através do PUCRS Carreiras e com passar do tempo foi convidado a integrar o grupo como aluno de Iniciação Científica, pelo pesquisador da Escola Politécnica e coordenador do Lope Eduardo Cassel. Com isso, o estudante pode unir suas duas paixões, trabalhar com equipamentos e também desenvolver projetos de pesquisa na área de Engenharia Mecânica.
“Com a Iniciação Científica pude me desenvolver nas áreas de projetos, fazer simuladores e equipamentos de forma integrada com o aprendizado acadêmico e científico que estou tendo no laboratório. Fiquei mais motivado ainda quando falaram meu nome como destaque na área de Engenharias, justamente em meu primeiro Salão de Iniciação Científica. Estava bem nervoso e não esperava, foi uma surpresa muito legal”, contou.
Arthur Trein é estudante de Letras da UFRGS e foi premiado por sua pesquisa intitulada Percepção de Grau de Acento Estrangeiro em Contexto de Inglês como Língua Franca: Sobre o Papel de Falantes e Ouvintes. Orientado pelo professor Ubiratã Kichöfel Alves, o estudante atua na linha de pesquisa de linguística e desenvolvimento de segunda língua no Laboratório de Bilinguismo e Cognição (LABICO), da UFRGS e no grupo de pesquisa ProLinGue – Estudos relacionados ao processamento da linguagem por indivíduos bilíngues e multilíngues.
O contato com a área se deu pela proximidade com o professor orientador e com outros colegas através de sua participação em diversos congressos, eventos e salões. De acordo com Arthur, essa experiência como bolsista de Iniciação Científica auxilia muito sua construção enquanto estudante durante a graduação.
“A Iniciação Científica é além de uma forma de construir uma base sólida para ingressar na atuação acadêmica, mas também funciona para entender a importância de uma pesquisa científica séria e teórica na construção do conhecimento e desenvolvimento do país. Foi meu primeiro SIC da PUCRS e achei muito bom o sentimento de voltar para a presencialidade e o reconhecimento dá uma garantia e uma motivação para seguir produzindo e criando”, finalizou.
Na categoria de Grandes Áreas, também se destacaram os alunos Guilherme Schoeninger Vieira, em Ciências Sociais Aplicadas, e Isadora Nunes Erthal, na área de Ciências da Saúde. Guilherme foi orientado pelo professor Eugênio Facchini Neto e Isadora pela professora Gabriela Heiden Teló.
Reconhecida no SIC 2022, a estudante de Engenharia Química Vitória Garcia La Porta desenvolveu o estudo nomeado como Apoio Técnico para o Laboratório de Processos Ambientais (LAPA/PUCRS): Manutenção das Rotinas do Laboratório de Bioprocessos, com orientação do professor e pesquisador da Escola Politécnica Cláudio Luis Frankenberg. Com o projeto, a aluna pode unir suas duas paixões: as áreas de Engenharia Química e Bioengenharia.
Vitória entrou no LAPA como voluntária de Iniciação Científica, e conta que pode realizar projetos científicas com a maioria dos professores de seu curso, além de poder entender na prática qual é o papel do engenheiro químico na pesquisa.
“As pesquisas influenciam e seus resultados podem ser usados em várias áreas do conhecimento. E isso, a gente percebe atuando em um grupo multidisciplinar e nas discussões em conjunto entre professores, mestrandos e colegas de laboratório. O Salão é um momento fundamental que permite essa possibilidade de conhecer pessoas, fazer contatos, trocar conhecimento e aprender com as bancas”, destaca Vitória.
Os alunos João Vitor Boeira Monteiro e Júlia Geitens Valente também foram reconhecidos na categoria de Menção Honrosa. João se destacou no tema de Pet Saúde e Júlia em Extensão Universitária. Orientados pelos professores Samuel Greggio e Ivan Carlos Ferreira Antonello respectivamente.
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O Brasil é o terceiro país do mundo com maior população de animais domésticos, de acordo com a Associação Brasileira da Industria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Os dados do primeiro semestre de 2021 apontam que são mais de 139 milhões de bichinhos de estimação presentes no lar de cidadãos brasileiros. Por conta disso, tornou-se mais que fundamental ser discutido como se estabelecem as relações entre os humanos e os animais de estimação.
A decana e professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Psicologia Tatiana Irigaray dedicou sua trajetória acadêmica a investigar os aspectos psicológicos na relação humano-animal e outros desdobramentos a partir disso. A docente aponta que existem diversas pesquisas que buscam investigar se o convívio com os animais de estimação proporciona benefícios físicos ou psicológicos para o ser humano, porém o debate é dividido entre os pesquisadores.
“Enquanto alguns estudos relatam que existem benefícios relacionados ao convívio com os animais, outras pesquisas não encontraram esses mesmos benefícios, e algumas ainda sugerem que a presença de um animal pode ser prejudicial para a saúde mental das pessoas”, destaca.
Entre os benefícios encontrados, Tatiana destaca o aumento do bem-estar, autoestima e felicidade, além do papel protetivo dos animais contra a solidão, depressão, ansiedade e estresse. Mas que também existem casos que relatam que os animais estão associados com o aumento dos sintomas de ansiedade, depressão e estresse.
“Diversas pesquisas avaliaram apenas o fato de as pessoas possuírem ou não um animal de estimação, sem considerar as diferenças individuais de cada relação humano-animal”, explica.
Para a docente, as características específicas do indivíduo, como aspectos de personalidade, assim como o modo de interação com o animal, podem ser mais determinantes para a saúde mental das pessoas do que a simples presença do animal.
A mestranda Nathália Saraiva de Albuquerque, do grupo Avaliação, Reabilitação e Interação Humano-Animal (ARIHA) do PPG de Psicologia da PUCRS, contribui para o debate com sua pesquisa intitulada Fatores de personalidade e nível de apego em tutores de cães e gatos. Seu projeto realizou comparações dos fatores de personalidade entre pessoas que possuíam cães ou gatos e os indivíduos que não tinham animais de estimação. Além disso, investigou se existia associação entre fatores de personalidade e nível de apego do tutor pelo animal.
Os principais resultados encontrados mostraram que os participantes que possuíam animais de estimação, independentemente da espécie (cão ou gato), eram mais extrovertidos do que aqueles que não tinham animais. A extroversão engloba o modo como o indivíduo se relaciona com os demais, sendo que pessoas que apresentam uma pontuação maior nesse fator costumam ser mais ativas, comunicativas, sociáveis, otimistas e afetuosas.
Por outro lado, verificou-se que o fator de personalidade neuroticismo, que se refere a uma maior instabilidade emocional, estava relacionado a um maior nível de apego pelo animal. Os indivíduos com uma pontuação alta em neuroticismo possuem maior probabilidade de vivenciar um sofrimento emocional mais intenso, e, geralmente, são mais ansiosos, depressivos e impulsivos.
Como explica a professora Tatiana Irigaray, com a pesquisa pode-se concluir que os tutores que são muito apegados aos seus animais apresentam uma maior vulnerabilidade psicológica. Além disso, ela destaca que, com estes resultados, torna-se evidente que a personalidade do indivíduo é uma variável que deve ser considerada nos estudos que visam a compreensão do vínculo humano-animal.
“A personalidade das pessoas, por exemplo, pode influenciar no modo como o indivíduo interage com o animal e também na forma como ele usufrui das vantagens envolvidas nesse relacionamento. Isso pode explicar por que nem todos os tutores se beneficiam igualmente da convivência com um animal de estimação”, explica.
O grupo de pesquisa ARIHA, sob a coordenação de Tatiana Quarti Irigaray, tem a finalidade de desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão nos quais aborda diferentes temas relacionados à avaliação e reabilitação psicológica, envelhecimento, saúde mental, aspectos da interação humano-animal e o uso de animais em terapia. O objetivo principal é desenvolver estratégias de avaliação e intervenção que possibilitem ações preventivas e de tratamento.
Para marcar o Outubro Rosa, o Centro de Extensão Universitária Vila Fátima realizou o Dia Rosa em 20/10. Voltada à conscientização da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo de útero, a data foi inteiramente dedicada à valorização da saúde da mulher e contou com intervenções planejadas especialmente para as pacientes da comunidade próxima ao Vila Fátima. Uma equipe multidisciplinar, composta por alunos e alunas dos cursos de Psicologia, Serviço Social, Nutrição e Enfermagem, protagonizou as ações.
A enfermeira Denise de Moura Matos explica que esse “foi um momento para celebrar a mulher, estimular o autocuidado, elevar a autoestima e, sobretudo, um convite a pensar de forma continuada sobre saúde, prevenção e qualidade de vida. Lembrando, sempre, que saúde se faz todos os dias do ano, não apenas em um”.
Na ocasião, foram realizadas atividades como roda de conversa, práticas artísticas, consultoria de maquiagem e sessões de reiki, sem deixar de lado o objetivo principal do projeto. Foram feitas consultas para coleta de exame citopatológico, solicitações de mamografia, testes rápidos de infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) e aconselhamento sobre métodos contraceptivos.
A acadêmica de Psicologia, Gabriela Voltz, uma das responsáveis pela iniciativa, considera que a ação teve uma imensa importância aos atendidos: “Acredito na importância de articular diferentes áreas, sobretudo em um compromisso com as pessoas da comunidade. No evento, foi possível promover um cuidado psicossocial atento às questões relativas ao Outubro Rosa. Foi uma forma de proporcionar um Serviço de Saúde de portas abertas, disposto a receber pessoas para dialogar, produzir cuidado e vínculos solidários. Eu amei o dia da ação, as trocas e o que pode ser construído em conjunto com cada um que participou”.
A professora Andrea Bandeira reafirma o compromisso com a comunidade:
“As atividades de educação em saúde são essenciais nos serviços de atenção primária e essa ação, em especial, foi relevante por ser um momento de reencontro com a comunidade, após tanto tempo sem realização de atividades coletivas por conta da pandemia”.
O Centro de Extensão Universitária Vila Fátima foi construído e consolidado ao longo de 40 anos. Por meio de uma parceria entre a PUCRS e o município de Porto Alegre, ampliou suas ações junto à comunidade e à rede de atenção à saúde, para a qual são recebidos recursos do SUS. Nele, são oferecidos serviços de qualidade em diferentes áreas, como educação, direito, saúde e assistência e desenvolvimento social.
Atuam no Vila Fátima professores de cursos de graduação diversos e seus alunos e alunas, os quais têm a possibilidade de atuar diariamente pensando a partir da realidade e das necessidades da população.
A ideia de um cuidado integrado não é recente: Platão, filósofo que viveu durante o período clássico da Grécia Antiga, por exemplo, já afirmava que cuidando do corpo, cuida-se da alma. Atualmente, a Psicologia não fala mais em alma, mente é o termo utilizado, e promover de maneira interdisciplinar os cuidados relacionados à saúde está se mostrando algo cada vez mais importante para proporcionar o bem-estar.
Na Escola de Ciências da Saúde e da Vida, a aproximação entre diversas áreas é pautada pelos diferentes cursos que a compõem. Entenda, em seguida, o que é o cuidado integral e de que forma ele está presente na da Escola, como nas graduações em Educação Física e Psicologia, que estão com inscrições abertas via Vestibular. Esses e os demais cursos também aceitam Transferência e Ingresso de Diplomado.
Cada vez mais as equipes interdisciplinares estão presentes nas mais diversas áreas. A união de conhecimentos de setores diversos tem mostrado seu valor. Na área da saúde isso também é uma realidade e é por isso que se fala em cuidado integral, o qual consiste em unir diferentes profissionais de forma a promover uma visão do ser humano em sua totalidade, o auxiliando a cuidar do bem-estar de forma ampla.
De acordo com a professora Carolina Lisboa, do curso de Psicologia da PUCRS, essa prática é uma forma de prevenir doenças antes que um problema possa se expressar. “É esse o caminho da área, a gente percebe que atacar pontos específicos não tem sido tão eficaz para a manutenção da saúde quanto uma abordagem mais ampla, que promove um cuidado holístico”, explica.
Em relação à importância de oportunizar essa prática transversal, os professores do curso de Educação Física da Universidade, Rodrigo Sartori e Adriano Detoni, explicam que “essa abordagem é importante para pensarmos na formação de um profissional de saúde com visão sistêmica e com atuação humana nos processos de avaliação, planejamento e intervenção. Buscando exatamente o conceito de saúde trazido pela Organização Mundial de Saúde, de um bem-estar físico, mental e social”.
Lisboa explica que a prática de exercícios físicos, comprovadamente, produz a liberação de dopamina e de serotonina, que são neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar. “Além disso, o exercício físico produz uma relação diferente do indivíduo com ele mesmo, não existe um padrão de beleza universal, mas um corpo saudável tende a proporcionar uma melhora na autoestima da pessoa e poder cuidar do corpo, faz com que seja possível se sentir no controle de sua própria vida”, acrescenta.
Na pandemia, a necessidade de praticar exercícios físicos se tornou evidente: desde que com os devidos cuidados de prevenção à Covid-19, se manter em movimento se mostrou um aliado no combate a problemas psicológicos como ansiedade e depressão, complementa a professora.
O professor Luciano Castro, decano da Escola de Ciências de Saúde e da Vida, comenta, ainda, que esse momento demonstrou, por exemplo, a importância dos psicólogos no ambiente hospitalar, além da notável necessidade de médicos, fisioterapeutas e enfermeiros: “Os pacientes contaminados pelo coronavírus têm vários impactos na saúde mental, por isso, percebemos que, por mais que cada profissional atue na sua área durante a pandemia, o cuidado de diferentes aspectos da saúde humana é importante”.
O professor Rodrigo Sartori confirma o que foi apresentado pela psicóloga:
“A prática regular de exercícios físicos efetivados de forma sistematizada é atualmente reconhecida na literatura científica como uma estratégia não-farmacológica para o tratamento e prevenção de diversas doenças associadas aos aspectos mentais do ser humano, sejam elas de caráter metabólico, físico e/ou psicológico”
Ele ainda explica que a prática de exercícios auxilia no Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro, uma proteína da família das neurotrofinas, que são responsáveis pela sobrevivência, o desenvolvimento e a função dos neurônios. Muitas doenças mentais, como a esquizofrenia e o transtorno bipolar, estão relacionados a uma redução da expressão dessa proteína, o que comprova, mais uma vez, a relação entre corpo e mente na promoção do bem-estar.
Luciano Castro explica que a ideia é explorar a transversalidade na formação, unindo diferentes áreas em disciplinas comuns de forma a proporcionar a interrelação entre as profissões e o compartilhamento de conhecimentos. Há, por exemplo, a disciplina de Trabalho Integrado em Saúde, que tem como objetivo trazer a discussão da saúde, de modo geral, por futuros profissionais de diferentes áreas.
Os professores Lucio Brandt e Adriano Detoni, da Educação Física chamam atenção, também, para além do ensino: pesquisa e extensão fazem parte do tripé que sustenta uma universidade. “A Escola dispões de grupos de pesquisa, que atuam conjuntamente na busca de novos conhecimentos, aproximando os alunos à teoria e à prática baseada em evidência. Na parte da extensão, hoje temos o Conectar-se, um evento que tem como característica as ações interprofissionais, a busca do trabalho em conjunto e a união de várias áreas de conhecimento na construção de soluções para a área da saúde”, acrescentam.
Atualmente, de acordo com os protocolos estabelecidos pelos governos Estadual e Municipal. os cursos da Saúde estão realizando atividades práticas presenciais. Além disso, os alunos atuam ativamente no combate à pandemia das mais diferentes maneiras: seja através da construção de cartilhas ou, até mesmo, no cuidado hospitalar de internados. Castro complementa que o Plano de Prevenção e Redução de Riscos para a Covid-19 da Universidade tem sido rigorosamente cumprido.
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Assim como os cursos de Psicologia e Educação Física, outras opções de bacharelado e licenciatura estão sendo ofertadas no Vestibular da PUCRS com ingresso em 2021/2, que está com inscrições abertas até o dia 7 de junho! Além disso, é possível estudar na PUCRS por meio de Transferência e Ingresso de Diplomado.
Nesse semestre, os vestibulandos podem optar entre realizar uma prova online de redação, utilizar a nota do Enem ou escolher entre a que tiver o melhor desempenho.
Inscrições abertas para todos os processos de ingresso em 2021/2
Com o início da pandemia do coronavírus, em março de 2020, diversas ações de combate à Covid-19 foram desenvolvidas pelas Escolas da PUCRS. Preocupados com a saúde física, mental e emocional da população, estudantes e professores atuaram tanto na linha de frente do tratamento da doença como nos bastidores – fomentando a geração de conhecimento, se opondo à desinformação e buscando formas de se fazer presente nesse momento tão difícil para todos.
O vice-reitor da PUCRS, Irmão Manuir Mentges, ressalta que, desde o começo do período pandêmico, a Universidade deu respostas aos problemas causados pela Covid-19, seja por meio de pesquisa aplicada, adaptações no modelo de ensino, participação nos testes da vacina Coronavac no Hospital São Lucas ou pela criação de projetos inéditos nas Escolas.
Sobre a relevância de a Universidade se relacionar com a cidade e comunidade em que está inserida, Ir. Manuir destaca que a PUCRS tem um importante compromisso com toda a sociedade. “Tudo aquilo que se ensina, que se pesquisa e que se inova, deve ir ao encontro da sociedade. Se por um lado temos diversos projetos que trazem as pessoas à Universidade, como a Clínica da Odonto, o Centro Vila Fátima e o InsCer, também levamos a PUCRS para a comunidade por meio da participação em comitês estratégicos do Poder Público e participação no processo de vacinação da população. Essa relação não é apenas importante, ela é essencial para manter viva a missão para qual a Universidade é chamada a exercer nos tempos atuais”, complementa.
Abaixo, você confere algumas ações lideradas pelas Escolas de Comunicação, Artes e Design – Famecos, de Humanidades, de Ciências da Saúde e da Vida e de Direito. Na próxima semana, traremos as iniciativas das Escolas de Medicina, de Negócios e Politécnica. Nessa série, já foram abordadas também as iniciativas dos laboratórios do Tecnopuc.
O compromisso do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos é levar informação sobre a Covid-19 à comunidade. É por isso que os estudantes do Editorial J, laboratório convergente do curso, criaram uma newsletter semanal, enviada todas as sextas-feiras por Whatsapp (para se inscrever e receber as atualizações, basta entrar no grupo), com as principais notícias da semana relacionadas ao coronavírus. Nesse ano, o principal enfoque da news são as atualizações em relação à vacinação. Além disso, os estudantes desenvolvem uma thread semanal no Twitter do J para compartilhar relatos de profissionais que estão atuando na linha de frente.
Já no curso de Design os estudantes desenvolveram dois protótipos, sob orientação de seus professores, para auxiliar no cotidiano da população. O primeiro deles foi o projeto Mask Case, vencedor do Prêmio Bonancini de Design. Essa criação surgiu da identificação da dificuldade de armazenamento das máscaras de proteção individual no dia a dia, em atividades como comer em um restaurante, por exemplo.
O resultado foi um compartimento de máscaras que permite guardá-las sem que elas sejam contaminadas. O Mask Case está em código aberto, ou seja, sem propriedade intelectual, permitindo que qualquer um possa produzi-lo, sendo necessária apenas uma impressora 3D para realizar sua confecção. Além disso, em parceria com o Tecnopuc, os estudantes desenvolveram um dispenser de álcool gel e medidor de temperatura.
Durante o isolamento, o entretenimento ganhou um papel importante na vida de todos. Nesse sentido, o curso de Produção Audiovisual conseguiu, apesar das restrições, entregar oito filmes à comunidade em 2020. Nesse semestre, mais oito devem ser produzidos sendo que, destes, já foram iniciadas as gravações de dois. As produções são realizadas no TECNA.
O curso de Relações Públicas, por sua vez, abordou com frequência o tema comunicação na pandemia: foram realizadas lives sobre o assunto por meio da plataforma Zoom, contando com convidados e audiência de todo o Brasil. Além disso, em janeiro de 2021 houve uma oficina de verão sobre Atendimento ao Cliente: crise e gestão em tempos de pandemia. Ainda em 2020/2, os estudantes do 8º semestre do curso criaram projetos voltados para organizações e empresas, orientando sobre posicionamentos de comunicação e relacionamento com seus públicos neste período de pandemia.
Os estudantes de Publicidade e Propaganda que fazem parte do Laboratório de Pesquisa coordenado pelos professores Claudia Trindade e Ilton Teitelbaum, puderam participar de uma pesquisa qualitativa sobre as questões de mobilidade ligadas ao presente a ao futuro da Pandemia da Covid-19, desenvolvida para o Projeto Vida Urgente, da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. Já nas disciplinas do curso, em Planejamento de Mídia foi realizada, em parceria com a agência Moove, uma campanha de valorização dos médicos e profissionais da saúde em meio à pandemia a ser utilizada pelo Cremers.
O Ir. Édison Hüttner, professor do curso de História da Escola de Humanidades da PUCRS, organizou um grupo de voluntariado para auxiliar aldeias indígenas do Ceará. Participam da ação docentes e discentes do programa de Pós-Graduação em História. Por meio do projeto, foram ajudadas comunidades das etnias potiguara, gavião, tabajara e tubiba tapuya. A ação visa orientar a utilização de um equipamento de luz ultravioleta (UV-C INFO) pelos profissionais de saúde indígena para a esterilização de superfícies. O aparelho foi desenvolvido pela Hüttech, empresa de tecnologia de combate a pandemia de Covid-19, sediada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), e será doado ao órgão responsável. A ação pretende:
Estudantes dos cursos de Enfermagem e de Farmácia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida fazem parte da equipe que atua na linha de frente no combate ao coronavírus. São eles que estão realizando a vacinação dos grupos prioritários e em uma das primeiras semanas de vacinação chegaram a imunizar mais de mil pessoas. Além disso, eles atuam nos cuidados hospitalares dos pacientes internados por Covid-19 no Hospital São Lucas da PUCRS.
Já o curso de Psicologia da Escola, por meio do Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia (SAPP), criou um programa de acolhimento na pandemia, disponibilizando atendimento online e gratuito. Coordenado pelas professoras Renata Dipp e Fernanda Moraes, o SAPP realiza em média cerca de 15 mil atendimentos presenciais por ano, no entanto, devido à situação de crise sanitária, em 2020 o serviço teve uma pausa para adaptações entre os meses de março a agosto, retornando com capacidade de 25% em função dos protocolos sanitários.
Em setembro, após liberação do Conselho Federal de Psicologia, os atendimentos realizados pelos estagiários puderam ser adaptados à modalidade online e em março foi iniciado o programa de acolhimento. As inscrições para a primeira edição iniciaram no dia 19/3 e foram encerradas em 72 horas, após o alcance de 500 inscritos que esgotaram a capacidade de atendimento dessa edição.
Por fim, diversas cartilhas de conscientização sobre os mais variados temas foram desenvolvidas pela Escola: o SAPP produziu orientações sobre saúde mental e a vida a dois na pandemia, saúde mental na pandemia e violência doméstica (visando orientar profissionais a identificarem sinais de abuso sexual em crianças e adolescentes), além de sugerir cuidados para a comunidade acadêmica.
Há, ainda, a força-tarefa PsiCOVIDa, que surgiu com a missão de contribuir para o bem-estar das pessoas com conhecimento científico durante a pandemia. O grupo publicou mais uma série de cartilhas de assuntos como enfrentamento do estresse durante a pandemia, atividades físicas para realizar durante a pandemia e combate à Covid-19 para idosos.
Todas as cartilhas podem ser conferidas na página sobre o coronavírus no portal da PUCRS e na página do SAPP.
O curso de Fisioterapia, em parceria com o Serviço de Fisioterapia do Hospital São Lucas, está auxiliando na recuperação de pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com sequelas da Covid-19. Para isso, estão utilizando tecnologias como realidade virtual, ou Virtual Reality (VR), além de eletroestimulação muscular e treinamento muscular ventilatório. Dessa forma, é possível realizar a retomada da força física, do controle e da coordenação motora além de aspectos lúdicos.
O programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais realizou uma série de conteúdos em vídeo para fornecer orientações sobre o Direito e a pandemia. As produções estão disponíveis para acesso e alguns temas abordados foram:
Além disso, a Escola de Direito realizou a publicação de alguns livros como o Ciências Criminais e Covid-19, do professor Nereu Giacomolli e o Direito de Família no Pós-Pandemia: repercussões jurídicas no “novo normal”, desenvolvido pelo grupo de estudos Temas Atuais de Direito das Família, coordenado pelo professor Daniel Ustarroz. Para o lançamento do último, foi realizado um congresso virtual, composto por uma série de palestras, as quais ficaram salva para acesso posterior no canal do professor Daniel no YouTube.
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As duas décadas de história do Grupo de Avaliação e Atendimento em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (GAAPCC) serão comemoradas com uma programação especial. Marcada para os dias 7 e 8 de maio, a 4ª Jornada de Terapia Cognitiva-Comportamental de Segunda e Terceira Geração será online e reunirá especialistas conceituados, nacionais e internacionais, para abordar atualizações científicas da área da psicologia.
A abertura do evento será realizada pela professora, pesquisadora e coordenadora do GAAPCC, Margareth da Silva Oliveira. “O evento será uma forma de brindar a população acadêmica com a inovação nos modelos de tratamento psicológicos baseados em evidência, além da oportunidade de conhecerem pesquisadores de renome, que contribuem para a psicologia clínica atual”, afirma.
Sob a coordenação de Margareth, o grupo foi criado em março de 2001, com o objetivo de promover estudos com qualidade cientifica, referente a duas linhas de pesquisa. A primeira delas é realizada através da PROTRATA, que desenvolve estudos de intervenção terapêutica, abrangendo a efetividade da psicoterapia breve e de técnicas psicoterápicas. Já a PROINSTRU se trata de estudos sobre o desenvolvimento de normas, padronização e validação de inventários, escalas e instrumentos neuropsicológicos e psicopatológicos. De acordo com Margareth, na época, o cenário apontava novos modelos de tratamento pertinentes para estudo e adaptação.
“Foi assim que tudo começou: meu doutorado foi com uma população de alcoolistas, no qual fiz um estudo de efetividade do modelo da Entrevista Motivacional e componentes do Modelo Transteórico de motivação para mudança. Até hoje, esse é o modelo mais recomendado para o tratamento das adições, e inauguramos dessa forma a linha PROTRATA. Todos os instrumentos que vinham juntos com o protocolo de pesquisa e seus correlatos, precisavam do processo de tradução e adaptação para a nossa realidade e assim criamos a linha PROINSTRU.”
Referência internacional em pesquisas sobre métodos diagnósticos, efeito e efetividade das terapias cognitivo-comportamentais, o GAAPCC já validou para população brasileira inúmeros instrumentos de avaliação clínica e testou diversos protocolos de tratamentos, viabilizando a oferta de métodos de trabalho comprovadas cientificamente. Além disso, as pesquisas realizadas pelo grupo possuem parcerias internacionais em estudos interculturais.
Raquel de Melo Boff, doutora em Psicologia pela PUCRS e aluna do grupo desde 2010, conta que foi no GAAPCC onde aprofundou seus conhecimentos em pesquisa, o que garantiu que tantas outras oportunidades aparecessem em sua carreira. “O sucesso do grupo advém de muito trabalho em equipe em um clima de cooperação e não competição, e a grande responsável por isso é a Marga. Ela tem a incrível habilidade de agregar pessoas por meio do afeto e do seu amor pela ciência. Somos incentivados a cooperar uns com os outros e acho que esse é o segredo de tanto reconhecimento”, destaca.
A produção do grupo continua ativa durante a pandemia de coronavírus. No primeiro semestre de 2020, o GAAPCC participou da Força–Tarefa PsiCOVIDa, uma ação de alcance internacional, que reuniu pesquisadores e estudantes de pós-graduação em Psicologia da PUCRS e da PUC-Campinas com o objetivo de ajudar as pessoas a lidarem com o desconforto emocional causado por esse contexto.
Segundo Margareth, foram desenvolvidos diversos estudos e cartilhas no período da força-tarefa, com destaque para as que tratam sobre as armadilhas da mente em tempos de pandemia (que foi publicada em formato de e-book pela Editora Sefarad) e para as apresentam informações sobre como a psicologia pode ajudar em tempos de crise: focada em profissionais da psicologia e direcionada à comunidade em geral, as três com versões em português, inglês e espanhol.
Além disso, a professora também participa da equipe brasileira de coordenação da pesquisa Compaixão, conexão social e resiliência perante o trauma durante a Pandemia COVID-19: um estudo multicêntrico. Liderado por pesquisadores de 19 países, o estudo investigou o impacto da pandemia em questões como compaixão, regulação emocional, sentimentos de segurança social, isolamento, estresse traumático, entre outros.
A alta qualidade e o extenso volume de produção também renderam ao GAAPCC prêmios e reconhecimentos. Entre os mais recentes, estão o Prêmio Bernard Range 2021, dado pela Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC) ao orientando de doutorado Milton Cazassa; o Prêmio Pesquisador Gaúcho 2017, recebido pela Profa. Dra. Margareth da Silva Oliveira, na modalidade Pesquisador Destaque, na área de Educação e Psicologia; e o Prêmio Capes Teses 2018, recebido pela orientanda de doutorado Raquel de Melo Boff, com a tese Efeito de uma intervenção interdisciplinar baseada no modelo transteórico de mudança de comportamento em adolescentes com sobrepeso ou obesidade.
A pandemia provocada pela Covid-19 tem nos exigido lidar com rápidas mudanças e sentimentos como incerteza, medo, luto e ansiedade. Diante dessa nova realidade, a atenção e o cuidado com a saúde mental se tornam ainda mais fundamentais. Para atender as demandas da população frente as dificuldades emocionais, o Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia (SAPP) da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS está disponibilizando atendimento online e gratuito para a comunidade.
Coordenado pelas professoras Renata Dipp e Fernanda Moraes, o SAPP realiza em média cerca de 15 mil atendimentos presenciais por ano. Durante 2020, em decorrência da pandemia, o Serviço foi interrompido entre os meses de março e agosto, retornando com apenas 25% da capacidade para atender aos protocolos de distanciamento social. Em setembro, após liberação do Conselho Federal de Psicologia, os atendimentos realizados pelos estagiários puderam ser adaptados ao modelo online.
“É nosso papel como universidade devolver o conhecimento científico produzido à sociedade. Estudos demonstraram que ao mesmo tempo em que as medidas de distanciamento social são fatores de proteção fundamentais, elas também evidenciam desfechos psicológicos negativos de diferentes ordens. E isso também foi vivido na prática pelos nossos núcleos de atendimento, o que naturalmente nos levou a pensar em como ampliar a nossa capacidade de serviço, que já estava restrita por conta dos necessários protocolos sanitários”, destaca Renata.
O Programa de Acolhimento Psicológico na Pandemia do SAPP oferece apoio em diferentes áreas, que incluem: psicoterapia individual, de casal, familiar e de grupos temáticos; consultoria às escolas e às empresas; suporte e plantões psicológicos voltados para a comunidade escolar; orientação profissional e aconselhamento de carreira; oficinas sobre o impacto do trabalho remoto e saúde do trabalhador; intervenções psicossociais/comunitárias, dentre outras.
O atendimento do Programa é voltado para a população de Porto Alegre e região metropolitana. As inscrições para a primeira edição podem ser realizadas a partir do dia 19 de março por meio de um formulário que deverá ser integralmente preenchido através deste link. Todos os inscritos passarão por duas entrevistas de acolhimento para posterior direcionamento do atendimento conforme a demanda identificada. A chamada para os atendimentos seguirá a ordem de inscrições no site e as atividades ocorrerão através de plataformas online.
“O recurso de atendimentos online nos possibilitou planejar um programa emergencial para acolhimento dessas diferentes demandas decorrentes da pandemia. O Programa permitirá que a comunidade local possa usufruir dessa alternativa de apoio e, também, possibilitará que nossos estagiários atuem conectados as novas demandas técnicas, desde uma perspectiva ética” ressalta Fernanda.
O curso de Psicologia da PUCRS, constituído em 1953, é o segundo do Brasil e primeiro da Região Sul. Criado em 1974 e pioneiro no Estado, o SAPP, além de ser campo de práticas supervisionadas e pesquisa, disponibiliza atendimento gratuito para a comunidade.
O Serviço possui sete núcleos que atuam em diversas áreas: Núcleo de Práticas, os Núcleos Clínicos (abordagens psicanalítica, sistêmica e cognitivo-comportamental), e os Núcleos Ampliados (Psicologia Escolar e Educacional, Psicologia Social e Institucional e Psicologia da Carreira e do Trabalho). O Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia da PUCRS é um dos mais procurados em Porto Alegre e conta com uma equipe de sete psicólogos/as supervisores e 96 estagiários/as.
Programa de Acolhimento Psicológico na Pandemia