Criado por pesquisadores da PUCRS, o protótipo conector para sistema de alto fluxo impresso em 3D possibilita que pacientes em tratamento com Covid-19 recebam maior fluxo de oxigênio, diminuindo a necessidade de intubação. Até o momento, já foram produzidos 120 protótipos que estão sendo utilizados em oito hospitais do Rio Grande do Sul e Minas Gerais: Hospital São Lucas, PUCRS (RS), Hospital Independência (RS), Hospital Divina Providência (RS), Hospital São José (RS), Hospital Santa Isabel (RS), Hospital Estrela (RS), Hospital Bruno Born (RS) e Hospital Nossa Senhora de Fátima (MG).
De acordo com um dos responsáveis pela criação do protótipo, o chefe do Serviço de Clínica Médica no Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) e professor na Escola de Medicina Giovani Gadonski, resultados preliminares analisados no HSL – primeiro hospital a utilizar a peça impressa –, mostram que o aumento do fluxo no oxigênio pode reduzir em até um terço a necessidade de intubação. Todas as instituições participantes da pesquisa, que aderiram ao Acordo de Cooperação, estão simultaneamente coletando dados para ampliar a abrangência e qualificação da pesquisa.
A peça, impressa no IDEIA/Tecnopuc FabLab, pode ser conectada na estrutura de suplementação de oxigênio já existente em qualquer hospital. Com o cateter de alto fluxo, é possível fornecer até 30 litros de oxigênio por minuto, sendo que, nos aparelhos convencionais, a quantidade é de até 15 litros de oxigênio por minuto. O dispositivo oferece mais conforto ao paciente e possibilita inclusive a alimentação oral, o que é impossível com a máscara, ou mesmo quando intubado.
Para o professor Eduardo Giugliani, diretor do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico (IDEIA) e responsável pela produção das peças 3D, sob o contexto científico e tecnológico o projeto permite consolidar iniciativas integradas entre vários centros de pesquisa da PUCRS e demonstrar o potencial de uma ação interdisciplinar. Estiveram envolvidos na criação do protótipo múltiplos atores: médicos, engenheiros, fisioterapeutas, enfermeiros e técnicos (tecnologia e saúde), entre outros.
Para o médico e professor Giovani Gadonski, o conector é motivo de alegria por comprovar mais uma vez o impacto da pesquisa no dia a dia da sociedade. “Para quem está inserido na universidade como professor e na assistência dentro do hospital, poder desenvolver uma alternativa que possa ajudar as pessoas no enfrentamento da doença é muito gratificante. Me sinto privilegiado por estar dentro de uma instituição que proporciona um ecossistema de inovação que permite a aplicação translacional da pesquisa e assistência no mesmo ambiente”, comenta.
Para Giugliani outro aspecto que cabe destaque é a urgência em que foi efetivada a pesquisa e a rápida trajetória até a prototipagem do conector, em um processo com duração inferior a 60 dias. “Processo que não seria possível em uma Instituição que não apresenta características e competências tão interdisciplinares como a PUCRS, capacidade de resposta rápida e efetiva para uma ação em rede, além de contar com um capital humano altamente qualificado, em todos os níveis demandados”, completa.
Formada por alunos do curso de Engenharia Mecânica da PUCRS, a equipe Feng Eco Racing obteve resultados expressivos com o Tordilho – veículo de eficiência energética movido a biocombustível (etanol). Com modificações representativas no projeto, o time alcançou o 2º lugar, na categoria Etanol, na Shell Eco-Marathon Brasil, competição ocorrida entre os dias 6 a 9 de novembro, no Rio de Janeiro. Com essa evolução, a equipe já se prepara para desafios internacionais programados para o próximo ano.
Durante a competição, o protótipo obteve uma melhora de 20% de consumo de combustível, além evoluir em dirigibilidade e redução de atrito. O veículo atingiu a marca de 250 Km/L. “Cada integrante teve um papel fundamental, especialmente no quesito emocional. Mesmo com as adversidades, o controle emocional de cada um foi importante, além da bagagem técnica. Essa combinação foi a chave para mantermos o equilíbrio e atingir esses resultados”, celebra o professor Bruno de Rosso Ribeiro, coordenador do curso de Engenharia Mecânica.
O Tordilho voltará às pistas nacionais em novembro de 2018.
O próximo desafio Feng Eco Racing já está marcado. Nos dias 19 a 22 abril de 2018, a equipe vai participar de um evento urban concept, o Shell Eco-Marathon Americas, em Sonoma, nos Estados Unidos. Nessa competição, – que contará várias universidades norte-americanas – o time já prepara um novo protótipo. “É um veículo de conceito urbano, projetado para ser um carro de uso diário, com dois lugares, quatro rodas e espaço para bagagem. Será o primeiro deste modelo na competição da Shell na América Latina. Outro desafio fundamental será a busca por patrocinadores que estão dispostos a ajudar a equipe na confecção deste novo veículo, além dos custos com viagens e logística”, frisa o professor.
O novo veículo deve contar com uma série de elementos de projeto que devem estar de acordo com as regras de urban concept. “Vai exigir análises de esforços e aerodinâmica por meio de ferramentas computacionais; além de um motor adequado, também movido a etanol. Em breve, ainda neste mês de novembro, o projeto sairá do papel para a construção do chassi e elementos da carroceria”, comenta.
Os primeiros testes do protótipo estão programados para o início do ano que vem.
A equipe Feng Eco Racing já foi premiada no País e no exterior. Recentemente, neste ano, com o Tordilho, conquistou o pódio na Shell Eco-Marathon Americas, em Detroit, nos EUA. O projeto também foi apresentado em Buenos Aires, a convite do Volkswagen Group Argentina e da Shell.