Em dezembro, o Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB), lançou os Parâmetros Nacionais para a Internacionalização na Educação Básica no Brasil, o guia de Internacionalização na Educação Básica: Práticas no Contexto Brasileiro e apresentou o aplicativo Escolas pelo Mundo, que busca reunir as práticas de internacionalização já implementadas nas escolas de todo o país. As ações partiram da Diretoria de Formação Docente e Valorização dos Profissionais da Educação (DIFOR) do MEC, coordenada pelo professor dos cursos de pós-graduação da PUCRS Online Renato de Oliveira Brito.
As iniciativas passaram também pela Coordenação-Geral de Formação Professores da Educação Básica, que tem como coordenador geral o professor da Escola de Humanidades da PUCRS Alexandre Anselmo Guilherme, que contribuiu com a elaboração dos documentos para a educação brasileira. A equipe responsável contou com a coordenação da pesquisadora da Escola Marilia Morosini, com a atuação da doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Vanessa Gabrielle Woicolesco e da professora da Universidade Federal de Santa Catarina Luciane Stallivieri.
O objetivo era construir uma proposta de ações de internacionalização da Educação Básica brasileira, originada a partir de um ciclo de discussões globais sobre a importância do intercâmbio educacional de boas práticas na formação inicial dos estudantes. O desenvolvimento dos Parâmetros Nacionais busca auxiliar na reflexão e na construção de novas práticas pedagógicas, novas trilhas de ensino e de aprendizagem que busquem o desenvolvimento de competências internacionais e interculturais para interação e integração de estudantes, professores, demais profissionais da educação e da comunidade escolar em uma sociedade plurilíngue e multicultural.
Os Parâmetros Nacionais foram desenvolvidos com base em reflexões sobre o momento educacional brasileiro e mundial, nas experiências de Internacionalização existentes em escolas brasileiras e no conhecimento de especialistas e pesquisadores que trabalharam de forma colaborativa para apresentar propostas e propor formas de internacionalizar a Educação Básica do país. A metodologia se deu por meio das parcerias com pesquisadores responsáveis pela elaboração de políticas brasileiras para a Educação Básica, agências de fomento, organismos nacionais e internacionais, representantes de escolas de Educação Básica, entre outros.
Desta forma, a equipe responsável organizou quatro seminários temáticos, que trataram respectivamente do Conceito da Internacionalização na Educação Básica, Contexto educacional brasileiro e a formação de professores, Estratégias para a Internacionalização na Educação Básica e da Avaliação e monitoramento da Internacionalização na Educação Básica. Neste último participaram as professoras da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Carla Bonan e Monica Ryff Vianna que contribuíram com as reflexões que subsidiaram a elaboração do documento com estratégias e resultados do Projeto Institucional de Internacionalização da PUCRS (PUCRS-PrInt) e suas possíveis aplicabilidades.
A concepção de cada parâmetro considerou as diferentes realidades e contextos educacionais brasileiros, os diferentes repertórios linguísticos e manifestações culturais, valorizando o plurilinguismo e a multiculturalidade tão presentes na formação da sociedade brasileira. Foram levadas em contas nos Parâmetros Nacionais as escolas de fronteira, escolas indígenas, escolas ribeirinhas, escolas rurais, escolas quilombolas, educação de jovens e adultos, escolas regulares, escolas internacionais, escolas bilíngues, escolas com currículos internacionalizados, entre outras.
De acordo com a professora Marília Morosini a relevância da Internacionalização na Educação Básica está no olhar atento para a formação, oportunizando que todos os seus estudantes, professores e demais profissionais estejam expostos a situações em que os conhecimentos internacionais e interculturais sejam aplicados. A docente complementa destacando que os Parâmetros Nacionais buscam valorizar os ambientes educacionais internacionalizados já existentes e para subsidiar a construção de novos, fomentar a reflexão sobre práticas pedagógicas que observem os critérios necessários para o desenvolvimento das competências internacionais e interculturais e para a formação de cidadãos globais.
“Dessa forma, a escola cumpre com o seu papel fundamental de formar para o exercício da cidadania global e qualificação para o trabalho, preparando cidadãos conscientes da sua responsabilidade no desenvolvimento de uma sociedade crítica, mas acolhedora para todos os repertórios linguísticos e culturais apresentados por aqueles que nela convivem”, finaliza a pesquisadora.
A cerimônia de lançamento dos Parâmetros para a Internacionalização na Educação Básica, do guia Internacionalização na Educação Básica: práticas no contexto brasileiro e do app Escolas pelo mundo foi realizada no dia 13 de dezembro de 2022 na Sede do Ministério da Educação em Brasília e está disponível no Youtube do Ministério da Educação.
Assistir a filmes e séries é um dos passatempos favoritos de muitas pessoas – mas sabia que pode ser também uma boa pedida para quem ainda está em dúvida sobre qual curso fazer? Afinal, as produções audiovisuais exploram os mais diversos assuntos, e vários deles se relacionam ao que é estudado na Universidade. Por isso, reunimos algumas sugestões de professores das Escolas da PUCRS. Nesta edição, os filmes e séries são relacionados aos cursos da Escola Politécnica.
Prepare a pipoca e confira:
“A série apresenta um futuro próximo, ou presente alternativo, em que tecnologias de ponta (como inteligência artificial, robótica, realidade virtual, realidade aumentada, holografia, gagdets e wearables, cibersegurança) influenciam o cotidiano e trazem consequências às relações humanas. Cada episódio nos faz refletir sobre os impactos positivos e negativos que a tecnologia pode ter na sociedade”.
A série, que conquistou seis Emmys, é uma indicação do professor Marcelo Hideki Yamaguti, decano associado da Escola Politécnica e professor da área de Informática.
“O filme tem como pano de fundo a famosa Casa Curutchet (na cidade de La Plata, próximo à Buenos Aires), única obra construída de Le Corbusier na América do Sul. A trama envolve uma relação conflituosa entre vizinhos de diferentes classes sociais, questionando algumas diretrizes urbanísticas. A casa é mostrada em detalhes”.
O filme argentino é indicado pelo professor Daniel Pitta Fischmann, de Arquitetura e Urbanismo.
“A série apresenta os desafios enfrentados pela engenharia civil em seus projetos. Mostrando a evolução do homem nas técnicas de construção de edificações, que, apesar de ser voltado para a construção civil e arquitetura, serve como exemplo para todas as engenharias”.
A série americana, cujo nome original é Extreme Enginnering, é uma indicação do professor Anderson Terroso, da Engenharia.
“Há 50 anos, um quase desastre a caminho da lua se tornou o que a NASA considera um de seus maiores sucessos. A história do resgate dos astronautas que ficaram praticamente à deriva no espaço após uma explosão traz reflexões importantes sobre trabalho em equipe, tomada de decisão e coesão multidisciplinar para resolver problemas inesperados de grande complexidade. Pra quem curtir, existe ainda uma série (Da Terra para a Lua, dos mesmos produtores) que expande sobre as demais missões do programa espacial”.
Indicada ao Oscar de Melhor Filme, essa é uma sugestão do professor de Ciências Aeronáuticas, Lucas Fogaça.
“Conta a história real de Erin Brockovich, que buscava uma oportunidade em um escritório de advocacia e acaba por descobrir uma fonte de contaminação na água que abastecia uma cidade na Califórnia. Ela, então, consegue rastrear a contaminação química, encontrar a causa e acaba por mobilizar a comunidade toda em um processo de mais de 300 milhões de dólares”.
O filme, que rendeu o Oscar de Melhor Atriz a Julia Roberts, é indicado pelo professor de Química Marcus Seferin.
Curtiu as sugestões e se interessou pelos temas estudados na Escola Politécnica? O Open Campus da PUCRS 2022 é perfeito para explorar ainda mais as possibilidades de cursos e profissões nessa área, além de experimentar um gostinho da vida universitária e do que há de melhor no campus. O evento acontece no dia 16 de setembro, das 8h às 17h30, e já está com inscrições abertas.
De melhores oportunidades profissionais ao contato com novas culturas: não faltam benefícios quando se fala em aprender um novo idioma. Os métodos para isso também variam de pessoa para pessoa. Há aqueles que preferem aprender sozinhos, estudando os conteúdos de ortografia e gramática por conta própria, por meio de filmes, séries de TV e músicas; como há também quem opte por aprender com o auxílio de um professor, muitas vezes em cursos de idiomas.
É o caso de Laura Bittencourt, alumna do curso de Espanhol do Lexis – Centro de Idiomas da PUCRS. Seu primeiro contato com o idioma foi em 2005, por meio da novela mexicana Rebelde, a qual era grande fã da trama e das músicas que os protagonistas cantavam – todas em castelhano. Assim, Laura começou a se familiarizar com o espanhol. No entanto, isso não foi o suficiente para construir seu aprendizado de forma consistente.
“Fui aprendendo algumas coisas muito básicas nos anos em que acompanhei a novela. Isso durou dois ou três anos. Após este período, afastei-me de toda cultura e literatura relacionada ao idioma, não podendo avançar na aprendizagem”, conta.
Porém, ela não desistiu de aprender a língua: anos mais tarde, em 2019, começou o curso de Espanhol do Lexis, tendo completado os oito níveis propostos para desenvolver o idioma, e concluiu seus estudos em 2021. Hoje, mora na Argentina, onde faz mestrado.
Laura relata que ter um professor em seu processo de aprendizagem foi fundamental, já que muitas vezes acabava fazendo conexões entre o idioma estudado com a língua portuguesa.
“O professor é fundamental para nos fazer compreender as similaridades e as diferenças da língua estudada com a nativa. No meu caso, cursando os três anos de Espanhol na PUCRS, pude compreender o idioma de uma maneira natural”, explica. “Além de aprender o idioma, tive a oportunidade de me aproximar de uma cultura rica que até então não tinha conhecimento”.
Laura também destaca alguns dos diferenciais do Lexis que, para ela, foram de grande valia em sua jornada de aprendizagem do espanhol. Ela explica que as aulas são leves, mesclando o ensino teórico da língua com questões práticas, como a análise de músicas, filmes e vídeos. Além disso, ao final de cada módulo, os alunos muitas vezes têm a oportunidade de fazer apresentações orais sobre temáticas escolhidas por eles. Para a alumna, esses são alguns diferenciais que fazem com que as aulas não sejam cansativas.
“Hoje, eu entendo que as aulas de Espanhol que frequentei e a presença da professora foram fundamentais para eu conseguir me comunicar plenamente em uma língua que não é a minha nativa. Por isso, eu costumo recomendar os cursos do Lexis a todos que desejam, além aprender um novo idioma, descobrir um mundo de possibilidades novas.”
Quem também compartilha a mesma paixão que Laura pelo espanhol é a professora Rebeca Martinez, docente do curso de Espanhol do Lexis. Rebeca sempre teve o sonho de ser professora e é apaixonada pela língua, o que a fez decidir estudá-la em profundidade, tentar conhecê-la em todas suas variantes e aprender sobre a cultura hispânica. Segundo ela, os perfis dos alunos do Lexis variam muito, desde aqueles que estão se preparando para uma viagem aos que querem adquirir mais conhecimento.
“Me arrisco a dizer que a grande maioria procura o Centro de Idiomas da PUCRS para complementar seu currículo e se aperfeiçoar acadêmica e profissionalmente. Seja no âmbito pessoal ou profissional, falar mais de um idioma nos prepara para enfrentar um mundo muito mais competitivo e exigente.”
Além disso, Rebeca ressalta a importância de uma metodologia de ensino quando se aprende um idioma, sendo uma espécie de “roteiro” que ajuda o professor a determinar as atividades e tarefas mais adequadas para conduzir os alunos em sua aprendizagem. No Lexis, as aulas são estruturadas dentro da abordagem comunicativa (Método Comunicativo), com o objetivo de trabalhar as quatro habilidades linguísticas: leitura, escrita, compreensão auditiva e expressão oral, sempre visando incrementar a competência comunicativa dos alunos.
Para ela, também, é importante a presença de um professor no processo de aprendizagem de um idioma. Ela afirma que é possível aprender vocabulário, assimilar estruturas simples e conhecer a gramática básica de um idioma por conta própria; no entanto, somente um professor pode ensinar a falar adequadamente dentro de um determinado contexto e passar o conhecimento da correta pronúncia das palavras e seus múltiplos significados.
“Muitas pessoas pensam que ‘falam’ espanhol e inglês, mas cometem erros gravíssimos. Seja para enviar mensagens de texto ou para falar em uma reunião, o professor é o modelo, é quem vai ouvir o aprendiz e corrigir a sua pronúncia, é quem vai mostrar ao aluno como o vocabulário deve ser adequado para cada âmbito, seja ele profissional ou acadêmico. Para o professor de idiomas, cada aluno é único, pois cada um de nós aprende de uma forma diferente em um tempo diferente, e cabe a ele identificar as características de seus alunos e ajudá-los em seu desenvolvimento. O professor conduz, acompanha, incentiva e leva à excelência.”
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O Dia do Educador, celebrado em 15 de outubro, é especialmente dedicado a homenagear todos/as os/as profissionais que se dedicam à educação e contribuem diariamente para que as pessoas se tornem as melhores versões de si mesmas.
Para a Rede Marista, educador/a é quem atua em nossos espaços de missão, seja dentro das salas de aula nos colégios, unidades sociais e Universidade; na atuação no hospital escola e no instituto; nas comunidades maristas; na área técnica ou nos bastidores. São profissionais que colaboram para que cada jornada de conhecimento seja a melhor possível e que se comprometem a compartilhar conhecimentos, ser exemplo e transformar vidas.
Para celebrar a data neste ano, decidimos levar nosso propósito e nossa mensagem para além dos nossos muros. Em homenagem a todos/as que se dedicam diariamente à tarefa de educar, compartilhamos nosso vídeo manifesto, construído por toda a Rede Marista para transmitir um pouco do quanto esses/as profissionais significam para nós e para a sociedade. Confira:
A Rede Marista é uma instituição educacional que tem sua origem calcada na audácia do jovem Marcelino Champagnat que, descontente com o modelo de educação de sua época, idealizou um projeto revolucionário que segue vivo há mais de 200 anos e hoje está presente em mais de 80 países.
Com o passar dos anos, a educação vem mudando, mas segue com o mesmo propósito de transformar sonhos. Na campanha de valorização dos educadores deste ano, a Rede Marista apresenta o mote: A educação nos transborda.
A referência se dá a partir da relevância da atuação de todos esses/as profissionais na vida de seus alunos/as. Durante o período pandêmico, a educação se fez presente por meio dos recursos virtuais, das modalidades on-line e de todo o esforço feito por educadores e educadoras que elaboraram as mais diversas estratégias para que o ensino chegasse até os/as seus/suas alunos/as.
Os/as personagens da campanha do Dia do Educador são os/as educadores/as maristas, mas que representam os/as demais profissionais de diferentes instituições de ensino espalhados/as pelo mundo. Sandra Einloft é professora e decana da Escola Politécnica e Rogério Peres Costa é educador da área administrativa do Centro Social Marista de Porto Alegre (Cesmar).
É com esse olhar múltiplo para a atuação dos educadores e educadoras que a Rede Marista faz a educação acontecer todos os dias. “Nossa missão como educadores e educadoras é identificar e atender as necessidades dos nossos educandos, contagiá-los com energias positivas e ser exemplo do cultivo dos valores deixados por São Marcelino Champagnat”, explica Rogério.
Essa missão é reforçada pelo Irmão Marista Édison Hüttner, que atua como professor do Programa de Pós-Graduação em História e Teologia, da Escola de Humanidades, e coordena o Grupo de Pesquisa em Arte Sacra Jesuítico-Guarani e Luso-brasileira. Para ele, a educação é um princípio gerador de vida, de conhecimento e de relações. Como ex-aluno marista e hoje religioso e educador, conta como a presença dos professores e Irmãos Maristas na sua vida foi importante para que ele decidisse a sua vocação:
“Como aluno na escola marista de Camaquã eu já percebia esse carisma marista presente na relação dos Irmãos, tanto com os alunos quanto com os professores. Esse espírito de fraternidade foi algo que me marcou muito. E hoje atuar como professor em uma instituição católica é uma forma de continuar a tradição educativa deixada por Champagnat e promover um ensino que carrega em seu núcleo os princípios de ética e cidadania que são muito importantes para a nossa sociedade”, avalia Hüttner.
O trabalho desenvolvido por educadores e educadoras deixa marcas permanentes na vida dos/as estudantes. Na pesquisa Vamos Falar sobre o Ensino Médio? Os(as) Jovens Estudantes e suas Percepções de Currículo no Brasil Marista, os entrevistados relataram o quanto consideram importante o convívio e os aprendizados obtidos por meio das relações estabelecidas com os/as professores.
Confira trechos dos depoimentos realizados durante o grupo focal da pesquisa:
“(…) o professor, pra mim, representa uma pessoa de inspiração que lutou pra chegar ali e da todo o seu melhor pra passar seu conhecimento para os alunos, então eu vejo o professor como uma pessoa de inspiração.” (Educando de Unidade Social Marista)
“(…) e eles me ajudam a me formar, são tipo mediadores, o meio pelo qual a instituição, como a gente falou, forma tanto o lado acadêmico quanto o social.” (estudante de Colégio Marista)
“(…) acho que o professor é aquela pessoa que ajuda a gente a caminhar na caminhada da vida, acima do ensino (…) estão sempre incentivando a gente pra cima, dizendo para a gente não desistir (…).” (Educando de Unidade Social Marista)
“(…) professor é a minha inspiração, que eu olho e penso, meu Deus (…), que sorte que eu tenho de ter essas pessoas aqui comigo para me auxiliarem e me ensinarem.” (Estudante de Colégio Marista)
Fonte: Banco de dados da pesquisa Vamos Falar sobre o Ensino Médio? Os(as) Jovens Estudantes e suas Percepções de Currículo no Brasil Marista (UMBRASIL, OJ PUCRS/REDE MARISTA, OJPUCPR, 2020).
Como uma forma de valorizar todos os educadores e educadoras que compartilham conhecimentos, a Rede Marista realizou uma ação de doação de livros em dois pontos importantes da Capital gaúcha: Casa de Cultura Mário Quintana e o Parque da Redenção.
Mais de 200 títulos da ediPUCRS foram distribuídos durante o dia 13 de outubro, convidando as pessoas a lerem as obras e homenagearem nas redes os professores e professoras que foram marcantes em suas vidas no Dia do Educador. A corrente de cultura realizada com a distribuição de livros é uma forma de levar conhecimento e fazer com a que educação perpasse diferentes espaços da sociedade.
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O Novo Ensino Médio trará diversas mudanças estruturais propostas pelo Ministério da Educação (MEC). Dentre elas estão a ampliação do tempo mínimo de permanência de estudantes na escola, a flexibilização do currículo com diferentes possibilidades de escolhas e o foco na formação técnica e profissional.
Para explicar essas e outras novidades, a PUCRS promoverá uma atividade formativa totalmente gratuita e com certificação para educadores e educadoras da rede pública e privada de ensino. O encontro online está com inscrições abertas e acontece no dia 8 de setembro, das 19h às 20h, pela plataforma Zoom. Agende-se e garanta a sua participação, as vagas são limitadas!
O evento será mediado pelo Irmão Manuir Mentges, vice-reitor da PUCRS, e contará com a participação do pedagogo e especialista Ricardo Mariz.
De acordo com o portal oficial do MEC, o objetivo da mudança é garantir a oferta de educação de qualidade e aproximar as escolas da realidade dos/as estudantes de hoje, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em sociedade.
A proposta contempla a possibilidade de escolher entre itinerários formativos, conjuntos de disciplinas, projetos, oficinas, núcleos de estudo, entre outras situações de trabalho, para se aprofundar nos conhecimentos de uma ou mais áreas do conhecimento (além da formação técnica e profissional – FTP).
“As redes de ensino terão autonomia para definir quais itinerários formativos irão ofertar, considerando um processo que envolva a participação de toda a comunidade escolar”, afirma o comunicado.
Em portaria publicada no mês de julho, o MEC anunciou que o novo modelo deve começar a ser implementado progressivamente a partir de 2022, começando pelos 1º anos do Ensino Médio. A previsão é de implementação nos 1º e 2º anos em 2023 e nos 3º anos em 2024, completando o ciclo.
Sair do ensino médio e fazer decisões sobre o futuro profissional pode ser desafiador. Mesmo assim essa jornada não precisa ser um problema e pode se tornar uma oportunidade de autoconhecimento.
Para que estudantes comecem a planejar e criar caminhos que façam sentido com os seus objetivos de vida, a PUCRS lançou em 2020 o Projetando o Futuro, uma experiência completa de autodescoberta. O objetivo é incentivar a autonomia e o protagonismo de jovens diante de seus próprios destinos. Conheça o projeto e incentive seus/as estudantes!
Ricardo Mariz é pedagogo, doutor em Sociologia e mestre em Educação. Atualmente, coordena a área de Missão e Gestão da União Marista do Brasil (Umbrasil) e o Grupo de Pesquisa Cartografias dos territórios de aprendizagem CNPQ/UCB. Participa do Grupo de Pesquisa de Sociologia Clínica CNPQ/UnB e é conselheiro do Movimento de Educação de Base da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Manuir Mentges é filósofo, doutorando e mestrado em Educação e especialista em Gestão da Educação pela PUCRS. Também atua como pesquisador permanente na Universidade.
InScreva-se para a formação gratuita sobre o Novo Ensino Médio
A pandemia impactou a vida de pessoas no mundo todo, cobrou reações imediatas das autoridades e exigiu da população força e resiliência. A área da educação também precisou se reestruturar e uma nova dinâmica de ensino ganhou espaço, expondo fragilidades e enfatizando desigualdades sociais. Durante este longo período de distanciamento social em que vivemos, já se somam 13 meses de aulas remotas, além de uma série de aprendizados e desafios enfrentados por professores e professoras, principalmente da educação básica.
No Dia Mundial da Educação, celebrado neste 28 de abril, o contexto de dificuldade reforça a importância de ações que ampliem os investimentos em educação, valorizem os profissionais da área e democratizem o acesso aos ensinos básico, técnico e superior.
Com o intuito de contribuir com essas reflexões, o estudo Impactos da Pandemia na Pessoa Docente, desenvolvido na Escola de Humanidades da PUCRS e coordenado pela professora Bettina Steren, junto com o seu grupo de pesquisa PROMOT (Processos Motivacionais em Contextos Educativos), identificou nuances da experiência pessoal e profissional dos professores e professoras durante esse período de crise. O grupo faz parte do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUCRS, um dos melhores do País, com nota 6 segundo a Capes, e referência internacional.
A pesquisa ouviu mais de 200 participantes de dezenas de municípios do Rio Grande do Sul e de localidades de fora do Estado e do País, que responderam a um questionário online com 25 perguntas, em maio de 2020. O número mais expressivo de participantes é de docentes de escolas públicas (74,8%), que atuam no Ensino Fundamental (40%) e com mais de 15 anos de docência (36,6%). Eles também representam a maioria (93,6%) das instituições que adotaram o ensino remoto emergencial.
Dificuldade no uso de tecnologias, adaptação curricular, comunicação, sobrecarga de trabalho e realidade socioeconômica dos estudantes foram os desafios profissionais mais citados pelos participantes. Quando questionados sobre os desafios pessoais, os pontos que mais impactaram a atuação dos docentes foram a expectativa de atender às necessidades tanto dos estudantes e dos pais como das coordenações, e a dificuldade de cativar as turmas sem a possibilidade de contato físico – proporcionado em sala de aula.
De acordo com a pesquisadora, apesar dos obstáculos, os docentes seguem ativos buscando formas de minimizar os impactos negativos da pandemia no futuro dos estudantes – especialmente daqueles que possuem menos recursos:
“Há professores e professoras, juntamente com estudantes, buscando incansavelmente formas de manter o ensino e os processos de aprendizagem em ação. Na visão de docentes de escolas públicas e privadas, segundo dados da pesquisa, a experiência destes dois anos tem contribuído em certa medida para o desenvolvimento da autonomia dos estudantes, assim como a valorização da escola e autoconhecimento emocional”.
Além das dificuldades, os professores da educação básica também citaram os aprendizados desse período de docência remota. Dentre os aspectos profissionais, estão o acesso a novas tecnologias e metodologias de ensino, o aprimoramento do planejamento docente e o desenvolvimento profissional. Na perspectiva pessoal, empatia, autoconhecimento, planejamento e resiliência foram os aprendizados mais citados.
Para o pós-pandemia, Bettina ressalta que as pesquisas sobre bem-estar e mal-estar docente apontam para a necessidade de valorização profissional, representada por melhores condições de trabalho, sejam elas referentes à infraestrutura das escolas, programas de formação docente continuada, aumento salarial, ações governamentais, respeito à trajetória e escuta de cada professor e professora:
“Os estudos indicam, também, a necessidade de institucionalização de redes de apoio nas comunidades escolares em parcerias com universidades e profissionais de diferentes áreas, como apoio psicológico, rodas de conversas e metodologias ativas na resolução de problemas e construção do conhecimento”.
Para o professor e decano da Escola de Humanidades, Draiton Gonzaga, o Dia Mundial da Educação reforça que o presente e o futuro do País passam, necessariamente, pelas mãos de docentes que contribuem para a formação de cidadãos e cidadãs. Profissionais e cidadãos do futuro dependem de educação de qualidade para dar continuidade à sua trajetória no ensino superior nas mais diversas áreas e construir o amanhã, inclusive, como professores e professoras.
E é a base para esse futuro que é moldada coletivamente no hoje, afirma Ana Soster, decana associada da Escola de Humanidades. “A Universidade exerce um papel fundamental na formação das pessoas que sonham em ensinar. É na interação com o ensino básico e com a comunidade que fortalecemos a função social da docência e contribuímos para as mudanças. No ambiente acadêmico, aprendendo a ensinar, é que compreendemos o quanto esse processo é permanente e contínuo”, destaca.
Dezenas de municípios do Rio Grande do Sul e algumas localidades de fora do Estado e do País participaram do estudo desenvolvido pelo grupo de pesquisa Processos Motivacionais em Contextos Educativos do programa de pós-graduação em Educação da Escola de Humanidades da PUCRS. Ao todo foram mais de 200 participantes que responderam a um questionário online com 25 questões durante o mês de maio.
O número mais expressivo de participantes é de docentes de escolas públicas (74.8%), que atuam no ensino fundamental (40%) e com mais de 15 anos de docência (36.6%). Eles também representaram a maioria (93,6%) das instituições que adotaram o ensino remoto emergencial.
Entre os principais resultados registrados estavam os desafios profissionais (com destaque para o uso de tecnologias, adaptação curricular, comunicação, sobrecarga de trabalho, etc.) e os pessoais (expectativa, motivação, espaço de trabalho familiar, etc.). Em paralelo, destacou-se o apoio das instituições e colegas de trabalho. A colaboração entre professores foi apontada como um aspecto positivo. Já o impacto do distanciamento social na relação emocional com os estudantes foi registrado como negativo.
Sobre os resultados, a coordenadora do estudo, a professora Bettina Steren dos Santos, observa que o período também trouxe importantes perspectivas de superação e de construção de novos conhecimentos, bem como reflexões sobre crenças pessoais e o fortalecimento do valor da educação e do papel do exercício presencial da docência (com destaque para aprendizado pessoal e valorização interpessoal). Mas acrescenta: “os docentes revelaram que as dificuldades técnicas e emocionais para se readequar à nova realidade os deixaram muito inseguros”.
Nas análises gerais do grupo de pesquisa, aos poucos foi sendo percebida a necessidade de recriar um espaço educacional online e não simplesmente um espaço que fornecesse materiais de acesso rápido. “Essa mudança de paradigma exige um olhar atento para diferentes possibilidades de formação docente, principalmente no que se refere à apropriação digital e a resolução de problemas de maneira colaborativa. Acredito que poderemos avançar e melhorar os processos educacionais quando a aprendizagem acontecer continuamente e de forma significativa. Um dos pontos fundamentais é considerar as diferentes especificidades e potencialidades que o meio oferece, emergindo, assim, novas ecologias educacionais e um acréscimo de qualidade em todo o sistema”, considera Bettina.
Na conjuntura da emergência, a pesquisa evidencia ainda o grande abismo presente na relação da escola com a comunidade. “Não foi possível identificar quais famílias tem condições de acesso às aulas remotas, muitas não dispõe de tecnologia que dê conta (desde equipamento até rede de internet), como também não dispõe de tempo (classe trabalhadora não dispensada na quarentena) para acompanhar as atividades dos seus filhos e retornar aos professores”, observa Bettina.
Questionados também sobre como percebiam os estudantes nesse contexto, incluindo os com necessidades específicas ou deficiências, a maioria dos professores apontou apatia e ansiedade, seguido de falta de apoio familiar e tecnológico. Sobre a influência desse momento no processo de aprendizado dos estudantes, os docentes percebem desenvolvimento da autonomia e valorização da escola.
Em uma parceria inédita, a PUCRS e a Associação Columbus lançam o programa de treinamento em Diseño y Evaluación de Ambientes Híbridos para el Aprendizaje. O programa é voltado para professores universitários de toda a América Latina e demais interessados no tema e tem como objetivo discutir sobre as mudanças nos processos de ensino e aprendizagem em ambientes híbridos, assunto que tornou-se ainda mais necessário a partir da rápida implementação do ensino remoto durante a pandemia.
A diretora de graduação da Pró-Reitoria de Graduação e Educação Continuada (Prograd) e professora da Escola Politécnica Adriana Kampff será uma das facilitadoras do curso, juntamente com as professoras Alejandra Bautista, da Corporación Universitaria Minuto de Dios (UNIMINUTO) e Kelly Henao Romero, da Associação Columbus.
O programa busca desenvolver nos participantes habilidades para:
“Nos tempos atuais, com tantos desafios para o Ensino Superior, é preciso refletir sobre a potencialidade de currículos híbridos, desenhados a partir da definição de objetivos de aprendizagem, com escolha de metodologias ativas e engajadoras, de recursos adequados para mediação e de formas de avaliação que visibilizem evidências das aprendizagens preconizadas”, afirma Adriana Kampff.
Para Kelly Henao, da Columbus, o curso se materializa como mais uma iniciativa inovadora, fruto da parceria entre a associação e a PUCRS. “Essa nova aliança busca unir forças, experiência e conhecimento entre as duas instituições para fortalecer as capacidades das universidades da América Latina, que no meio da crise enfrentam o desafio de desenvolver experiências de aprendizagem significativas e de alta qualidade em ambientes virtuais e presenciais”, completa.
O curso de 50 horas, distribuídas em sete semanas, será 100% online, utilizando as plataformas Moodle e Zoom, com certificação pela PUCRS e pela Associação Columbus. As aulas serão conduzidas em português e espanhol, com previsão de início para o mês de agosto. Professores interessados poderão acessar mais informações sobre valores e inscrição neste link.
A Columbus é uma associação de universidades da Europa e da América Latina. Seu principal objetivo é promover a cooperação internacional e o desenvolvimento institucional das universidades, através da melhoria dos processos e estruturas de gestão. O reitor Ir. Evilázio Teixeira é membro do conselho administrativo (América Latina) 2018-2020.
O próximo dia 10 de agosto será o primeiro dia de aula do segundo semestre letivo de 2020 para a maioria dos alunos de Graduação da Universidade. Após um período de desafios e aprendizagem tanto para estudantes, quanto para os professores, em que as aulas passaram a ser ministradas de forma remota em função da pandemia, o início de um novo ciclo vem sendo preparado com planejamento e dedicação para garantir um cronograma de aulas seguro, flexível e eficaz.
O Seminário de Desenvolvimento Acadêmico organizado pela Pró-Reitoria de Graduação e Educação Continuada (Prograd), desta vez totalmente online, faz parte desse movimento e foi pensado para promover, entre os docentes, aprendizagens sobre recursos tecnológicos e metodológicos para qualificar a mediação online.
Iniciado no dia 23 de julho, com o tema Perspectivas da Educação em Tempos de Pandemia, o encontro com uma série de webinars que vão até o final do dia 24 foi também um momento de ressaltar e compartilhar estratégias e cases criados ao longo destes meses, especialmente orientados pelo Grupo de Mediação Online e pelos Núcleos de Inovação Pedagógica das escolas. Os participantes debateram sobre como promover o engajamento, como minimizar a sobrecarga cognitiva e como a avaliar o processo de aprendizagem em atividades remotas.
Segundo o pró-reitor de Graduação e Educação Continuada, Ir. Manuir Mentges, a transição do ensino presencial para o remoto vivenciada no primeiro semestre, de maneira rápida e sem sobressaltos, só foi possível devido a um efetivo trabalho de cooperação e flexibilidade do corpo docente e técnico.
O conteúdo dos webinars está disponível para todos os colaboradores na área do Moodle, em Recursos de Mediação On–line. Há ainda uma comunidade com tutoriais para metodologias e recursos tecnológicos e espaços síncronos para apoio no planejamento das aulas e utilização dos recursos, com suporte do GT de Mediação On-line e dos Núcleos de Inovação Pedagógica (NIPs).
Aulas remotas emergenciais X EaD
No primeiro dia de atividades a professora Lúcia Giraffa, da Escola Politécnica e líder do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Tecnologias Digitais e Educação a Distância, ressaltou que a Universidade encerrou uma etapa de ensino síncrono remoto emergencial e agora ingressa em um período de aulas remotas planejado.
Segundo ela, uma disciplina presencial não pode se “transformar” em disciplina a distância da noite para o dia, nem ser vista dessa forma simplesmente por estar acontecendo a distância em função das circunstâncias atuais. “Adaptar provisoriamente o ensino presencial para ensino remoto não é EaD. Não temos tutores, temos professores mestres e doutores produzindo material para o contexto de suas disciplinas que seriam ministradas presencialmente e acompanhando, de maneira personalizada, suas turmas”, comenta.
A nova fase envolve uma maior organização e planejamento das disciplinas, o incentivo à autonomia discente e mediação pedagógica, avaliação em cursos remotos, além de metodologias específicas.
“A tecnologia no ensino não é uma novidade. Viemos de mais de 30 anos de pesquisa aguardando que a Educação desse uma verdadeira chance para a experimentação do uso de tecnologias digitais. Isto aconteceu agora, na emergência da pandemia, e estamos experimentando, criando, adaptando, avaliando possibilidades. Tudo isso nos fortalecerá ainda mais quando for possível o retorno presencial, no contexto pós pandemia”, explica.
Tecnologia é meio, não fim
A PUCRS oferece aos estudantes uma infraestrutura completa, com serviços e suporte para planejamento de carreira e de vida, mas o seu maior patrimônio é o corpo docente. Composto por professores/as e pesquisadores/as qualificados, é reconhecido no País e no mundo pelas contribuições com a ciência e as melhores práticas em suas respectivas áreas do conhecimento.
A coordenadora de Graduação Online, Debora Conforto, ressalta que o modelo pedagógico e tecnológico desenvolvido na PUCRS é centrado no perfil do estudante, mas valoriza de maneira imprescindível a qualidade acadêmica dos professores, que agora contam com uma equipe multidisciplinar de apoio para a criação das disciplinas.
“A tecnologia é sempre meio, não fim. Quem dá sentido é a mediação, é o professor. A força motriz do nosso modelo é o objetivo de aprendizagem, é aonde o professor quer chegar. Estamos buscando os melhores recursos para oferecer conteúdo digital interativo e diversidade de estratégias de mediação. Queremos que nosso estudante seja protagonista, seja ativo, isso é essencial para um pesquisador”, destaca.
No segundo semestre, textos multimodais, vídeos de animações, objetos de aprendizagem interativos, atividades gamificadas, questionários, podcast, fóruns e cases farão cada vez mais parte da rotina de professores/as e estudantes.
Inquietudes frente ao contexto emergencial como diálogo, estrutura, autonomia, capacitação e apoio ao planejamento foram, segundo a professora Adriana Kampff, diretora de graduação, essenciais para construir planos emergenciais assertivos. “Houve muita generosidade, muita qualidade, muito apoio entre os colegas professores e isso é o que nos identifica como universidade. Estamos prontos para um semestre que inicia online e flexíveis, atentos, para seguir com formação continuada para quando for possível voltar a um modelo presencial que vai valorizar mais a interação tecnológica”, disse.
Substituindo o discurso sobre a importância do professor por ações claras e concretas
O perfil dos estudantes, os cenários presentes, os percursos formativos estabelecidos a partir dos currículos são elementos que desafiam a Universidade a revisitar e aprimorar suas práticas. “Nosso objetivo é oferecer meios e ferramentas para que o professor da PUCRS faça parte de uma vanguarda na docência. Nosso projeto de inovação didático-pedagógica visa fazer com que a Universidade se constitua de movimentos constantes de formação continuada do seu quadro de docentes e do seu quadro técnico”, ressalta o pró-reitor de Graduação e Educação Continuada, Ir. Manuir Mentges.
Desde o início da pandemia a Universidade também tem superado inúmeros desafios. Entre eles o de oferecer suporte tecnológico aos discentes para acompanhamento das atividades remotas, normatizar ações e procedimentos, potencializar ainda mais as contribuições à sociedade e oferecer soluções financeiras para que seja possível manter os estudos e os planos para a carreira.
O reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, abriu o Seminário com uma conversa sobre os desafios e responsabilidades de um modelo de gestão participativo que propõe responsabilidades compartilhadas. Ao comentar os desdobramentos que a pandemia determinou, como a necessidade de soluções rápidas, flexíveis e dinâmicas, agradeceu a todos pelo engajamento.
“Nós somos um corpo onde cada um tem um papel fundamental. A Universidade é uma comunidade de professores, estudantes e técnicos que buscam juntos melhorar e transformar o mundo desde o conhecimento. Não basta proclamarmos valores, temos de praticá-los. Por isso nossa projeção pós Covid-19 é seguir na vanguarda da Educação com excelência no ensino, na pesquisa, na inovação e na relevância local, oferecendo nosso melhor à comunidade em que estamos inseridos”, declarou.
Fruto do esforço conjunto de especialistas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e da Universidade Católica de Brasília (UCB), o Guia de Recomendações Gerais para Reabertura das Escolas convida à reflexão sobre o significado e o sentido que os espaços da escola precisam alcançar no pós-pandemia. A cartilha, que foi publicada e chancelada pela Unesco-Brasil, tem por objetivo promover um acolhimento seguro e responsável a todos e está dividida entre orientações para gestores escolares, professores, estudantes e suas famílias.
O fechamento das escolas gerou impactos ao ano letivo, aos processos de ensino e de aprendizagem e às emoções de comunidades escolares. Segundo o professor doutor das Escolas de Humanidades e da Saúde e da Vida da PUCRS, Alexandre Guilherme, que é um dos pesquisadores coordenadores da publicação, a suspensão de aulas presenciais e a rápida transição para um ensino remoto provocaram uma mudança profunda nas atividades dos gestores, técnicos-administrativos e professores da Educação Básica, fazendo com que tivessem de aprender a aplicar novas técnicas e metodologias, antes exclusivas para o ensino à distância. Além disso, ele ressalta o grande impacto na rotina de estudantes e suas famílias, de diferentes idades e realidades diversas.
“A cartilha foi concebida para ser extremamente prática e de fato ajudar na reabertura das escolas. Esse aspecto prático, utilizando linguagem acessível e sensível a todos, é o diferencial. A abordagem sobre a necessidade de cuidar dos sentimentos e emoções é também muito importante, respeitando a subjetividade de todos os participantes da comunidade escolar. O momento que vivemos, a pandemia, é único e inesperado e nosso retorno às aulas presenciais nas escolas deve considerar isso. Temos que pensar no momento de abertura, de transição para uma certa normalidade e considerar os meses de isolamento, o estresse experenciado com as constantes notícias sobre a pandemia.”, ressalta.
O professor, apontado Leitor da Cátedra Unesco de Juventude, Educação e Sociedade (UCB/Brasília), orienta que o momento reabertura não será usual, mas sim um momento de avaliação e diagnóstico do contexto e situação de cada escola. “A pandemia está sendo vivenciada de forma diferente em diferente cidades e regiões do país. A reabertura é um momento de acolhimento e após isso podemos pensar/reorganizar as demandas tradicionais de um ano letivo como currículo e cronograma. O guia pretende ser um subsídio pedagógico, cujas diretrizes podem ser adaptadas a cada contexto”, comenta. Outro olhar que o documento aborda é o da importância de planos de ação, prevenção e gerenciamento de crises, ainda pouco presente em todas as áreas, não apenas na Educação.
Parceria para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e fraterna
A iniciativa surgiu por meio de uma parceria já estabelecida do Grupo de Pesquisas em Educação e Violência (GruPEV) da PUCRS com a UCB. Além de Alexandre, assinam pela universidade gaúcha as pesquisadoras Cibele Cheron e Caroline Becker e, pela universidade brasiliense os pesquisadores Renato Brito e o Irmão Lucio Gomes Dantas.
De acordo com o Pró-Reitor de Graduação e Educação Continuada da PUCRS, Irmão Manuir Mentges, o Guia reflete a missão institucional das duas universidades católicas de produzir, difundir conhecimento e promover a formação humana e profissional para o desenvolvimento de uma sociedade justa e fraterna.
“A expectativa pela volta à “normalidade” nos lançará outro desafio: o de preparar os espaços da escola para dissipar os efeitos promovidos pela catarse que se seguirá ao regresso do convívio social. Educadores, gestores, estudantes e familiares esperam encontrar na escola os espaços de escuta e de reconstrução do convívio social essenciais à natureza humana e este guia pode contribuir com essa necessidade”, comenta. A cartilha foi distribuída para toda Rede Marista de escolas e associadas. O download do arquivo pode ser feito neste link.