1, 2, 3, 4, 5 mil, estamos defendendo a natureza do Brasil!
Não, não, não à incineração!
Entoando frases de luta, durante o Seminário Defesa de Direitos – Catadoras e Catadores na Resistência, na PUCRS, dia 10 de novembro, os trabalhadores aprovaram carta reivindicando o direito de gerar trabalho e renda a partir dos materiais recicláveis. O documento, entregue à superintendente-geral da Assembleia Legislativa, Mari Perusso, e à assessora da Presidência, Karen Lose, traz uma série de demandas, incluindo a retomada do Conselho Estadual de Economia Solidária e seus programas, além de uma posição definitiva contra métodos de incineração de resíduos e a favor da coleta seletiva solidária realizada por associações e cooperativas de catadoras e catadores de materiais recicláveis e de baixa renda, como ocorre em Uruguaiana, Santa Cruz do Sul e Gravataí.
Trezentos e cinquenta trabalhadores estiveram reunidos no seminário, realizado pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, em parceria com a Universidade e a Fundação Luterana de Diaconia, que incluiu debate sobre conjuntura e direitos sociais, relatos de experiências de mulheres e outras discussões. Participaram as professoras do curso de Serviço Social da Escola de Humanidades Jane Prates e Berenice Rojas Couto, Aline Souza, da Comissão Nacional do movimento, Maria Tugira Cardoso, da Comissão Estadual, e Cibele Kuss, da fundação.
Maria Tugira, da Associação de Catadores de Lixo Amigos da Natureza, de Uruguaiana, foi homenageada no evento. Há 38 anos nessa ocupação, participa do movimento nacional desde sua criação, em 2000. Criou os sete filhos indo para o lixão buscar material reciclável. Lutou para que os 22 netos e o bisneto tenham melhores condições de vida.
À tarde, grupos de discussão trataram de temas como protagonismo das catadoras, condições de trabalho e saúde, violência doméstica e familiar, controle social, Política Nacional de Resíduos Sólidos e identidade de classe. Catadores e pesquisadores da PUCRS fizeram a mediação. Enquanto os pais participavam do evento, seus filhos puderam se divertir na Brinquedoteca da Escola de Humanidades e no Museu de Ciências e Tecnologia. Houve a isenção dos ingressos.
No dia 10 de novembro, das 8h às 17h, a PUCRS sedia o Seminário Defesa de Direitos – Catadoras e Catadores na Resistência, no auditório térreo do prédio 50. Atividades culturais, debate sobre conjuntura e direitos sociais, relatos de experiências de mulheres e outras discussões farão parte do encontro promovido pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, em parceria com a Fundação Luterana de Diaconia e a PUCRS. Participam as professoras do curso de Serviço Social da Escola de Humanidades Jane Prates e Berenice Rojas Couto, além de Mari Aparecida Bortoli, estagiária de pós-doutorado da Universidade e líder do grupo de pesquisa Movimentos Sociais, Direitos e Políticas Sociais (Movidos).
À tarde, grupos de discussão vão tratar de temas como protagonismo das catadoras, condições de trabalho e saúde, violência doméstica e familiar, controle social e Política Nacional de Resíduos Sólidos e identidade de classe. Catadores e pesquisadores da PUCRS farão a mediação.
No final do seminário, os participantes realizarão marcha do Largo Zumbi dos Palmares à Assembleia Legislativa para pressionar contra a instalação de indústrias de incineração de resíduos no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, existe lei que proíbe essa prática danosa ao meio ambiente. Porém, os gestores municipais indicam a construção de usinas como alternativa para o aumento da produção de resíduos na cidade. “Catadores, organizados em associações e cooperativas, contribuem para que o lixo passe a ser tratado como insumo com valor econômico, social e ambiental, atuando de forma decisiva para a implementação de um dos pressupostos da Política Nacional de Resíduos Sólidos”, afirma Mari.
O evento é aberto a interessados, mas, em função do espaço físico, há limite de vagas.