A pandemia de Covid-19 tem levado a números trágicos de mortalidade em diversos países, incluindo o Brasil. Além da dificuldade natural no enfrentamento de um agente com rápida disseminação e elevada mortalidade em populações de risco, outro fator tem dificultado o combate à Covid-19: a desconsideração aos princípios da ciência e da medicina baseada em evidências científicas.
Nesse contexto, no papel de educadores, pesquisadores e profissionais da Saúde de uma Universidade Comunitária e Marista, a Escola de Medicina e o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) firmaram um posicionamento com a intenção de subsidiar tecnicamente as ações do poder público municipal acerca dessas temáticas, além de se colocar à disposição para diálogos e contribuições de toda ordem à sociedade. Confira o texto na íntegra:
Assinam o documento o decano da Escola de Medicina e representante dos membros do Colegiado da Escola, professor Leonardo Araujo Pinto, e o chefe do setor de Infectologia do HSL, Fabiano Ramos. Acesse neste link o documento na íntegra.
Promover a tríade universidades-sociedade-mercado. Esse é o objetivo do concurso Rede Sapiens, cujas inscrições foram prorrogadas até o dia 31 de março de 2021. A iniciativa do Pacto Alegre (iniciativa que envolve UFRGS, PUCRS e Unisinos), articulada pela uMov.me Arena, conta com a curadoria da Fundação de Amparo à pesquisa do Estado do RS (Fapergs) e Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (Reginp), e com o apoio de diversas universidades gaúchas, entidades setoriais e empresas.
A proposta é possibilitar a aplicação prática da produção acadêmica e dar visibilidade ao desenvolvimento da ciência no Estado. As inscrições são gratuitas. Os mestres e doutores interessados devem gravar um vídeo de até três minutos com linguagem acessível sobre os resultados de suas teses e dissertações, além de enviar o formulário disponível neste link. Os vídeos ficarão disponíveis para todos os atores da quádrupla hélice da inovação (sociedade, governo, universidade e empresas) e serão submetidos à análise do projeto Rede Sapiens. Já são mais 16 mil visitas ao site e cerca de 40 trabalhos inscritos.
Para empresas, é possível entrar em contato com os autores dos trabalhos através de um formulário disponível na página de cada vídeo presente na vitrine. O grande objetivo desta conexão é que cada pesquisa possa ser aplicada de maneira prática na vida das pessoas e das empresas.
O valor total de prêmios ainda será definido, pois a Rede Sapiens está em processo de captação de recursos junto às empresas. Até o momento, foram captados R$ 35 mil, a serem divididos entre os dez mestres e/ou doutores vencedores do concurso, em conjunto aos respectivos professores orientadores, nas categorias Prêmio Conexão com o Mercado e Prêmio Engajamento.
Em um dos vídeos disponíveis na Rede Sapiens, a professora da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, Helena Stigger apresenta dicas na hora de gravar seu vídeo. Entre as dicas da docente estão: gravar o vídeo no sentido horizontal, apresentar o título da sua pesquisa e as motivações que o fizeram pesquisar tal tema. Assistia o vídeo completo.
Em tempos de pandemia, a corrida contra o tempo para um tratamento eficaz contra o novo coronavírus é acompanhada em diferentes partes do mundo. Na PUCRS, dezenas de pesquisadores estão trabalhando em diferentes frentes para a luta, prevenção e controle da Covid-19. Mas, afinal, como ocorre uma pesquisa clínica? O que precisa ser levado em conta para classificar um estudo como seguro e eficaz?
A diretora de pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e pesquisadora, Fernanda Morrone, explica que uma pesquisa clínica é definida por qualquer investigação em seres humanos, objetivando descobrir ou verificar os efeitos farmacodinâmicos, farmacológicos, clínicos e identificar reações adversas ao produto em investigação com o intuito de averiguar sua segurança e eficácia. Estas análises poderão contribuir para o registro ou a alteração deste junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Fernanda e a farmacêutica Chaiane Zucchetti escreveram sobre o perfil da pesquisa clínica no Brasil e explicam que o processo de desenvolvimento de um novo medicamento se dá pela descoberta de uma substância candidata a fármaco. Envolvendo ensaios robustos, a pesquisa tem o objetivo de testar os compostos moleculares; identificar novos alvos e confirmar da sua atuação na doença através da pesquisa pré-clínica que geralmente é realizada primeiramente in vitro e posteriormente em animais.
De acordo com as pesquisadoras, de cada 10 mil moléculas analisadas, somente uma transforma-se em medicamento. “Sabe-se que o processo de inovação de fármacos e medicamentos demanda, além de tempo e recursos, centenas de milhões de dólares e em média 10 anos de pesquisa”, afirma Fernanda.
No caso do novo coronavírus, a professora de farmacologia Maria Martha Campos, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, explica que existem alternativas quanto ao desenvolvimento de fármacos em situações como essa que estamos vivendo. “Há uma modalidade de desenvolvimento que é chamada de ‘accelerated’, onde algumas etapas podem ser avançadas mais rapidamente, quando outra terapia anterior não existe para determinada doença e o risco de morte é iminente”, explica.
O estudo deve ser, obrigatoriamente, realizado de acordo com os princípios éticos que têm origem na Declaração de Helsinque. A declaração estabelece normas éticas para a condução das pesquisas envolvendo seres humanos, baseando-se nos direitos, na segurança e no bem-estar dos mesmos. No Brasil, todos os ensaios clínicos são avaliados pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição onde a pesquisa é realizada, além de, se necessário, haver uma segunda avaliação pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). A aprovação pela Anvisa, através de sua Gerência de Medicamentos Novos, Pesquisa e Ensaios Clínicos (GEPEC) também se torna necessária para pesquisas com medicamentos e produtos para a saúde que precisam de autorização para importação.
O ponto de partida caracteriza-se pela descoberta de uma nova molécula ou seleção de uma molécula já existente, seguido da fase pré-clínica, onde ocorrem testes in vitro e posteriormente in vivo, a fim de verificar se a molécula é segura o suficiente para ser testada em humanos. Com a aprovação dos órgãos regulatórias, a nova substância passa a ser testada em ambiente clínico em três fases de ensaio.
A fase 1 tem como objetivo de verificar a segurança e eficácia, a fase 2 busca avaliar a eficácia e investigar efeitos colaterais e, por fim, na fase 3 busca-se confirmar a eficácia e monitorar reações adversas. Após a última fase, são realizadas novas revisões através dos achados clínicos e pré-clínicos. Somente após essa fase ocorre a comercialização do produto. A fase 4 é caracterizada pela comercialização do produto em investigação e a pesquisa sobre um novo medicamento é mantida mesmo após a aprovação.
A estrutura de um estudo clínico requer uma equipe multidisciplinar, formada por um médico investigador, médicos sub-investigadores, coordenadores do estudo clínico, pacientes, CEPs, patrocinador, órgãos regulatórios do Ministério da Saúde e a indústria farmacêutica ou Organizações Representativas de Pesquisa Clínica, ORPC (em inglês Clinical Research Organizations, CROs).
Na PUCRS, o Centro de Pesquisa Clínica (CPC), localizado no Hospital São Lucas, atua como um dos atores essenciais na condução de pesquisas clínicas. O CPC além de acolher o pesquisador que coordenará e conduzirá a pesquisa, é o elo entre a indústria patrocinadora, os CEPs e CONEP, pois é aquele que fornecerá a estrutura para o pesquisador e é o ponto de referência do sujeito voluntário da pesquisa.
De acordo com os números mais recentes divulgados pela Conep, órgão ligado ao Ministério da Saúde, a comunidade científica já se mobiliza na realização de pelo menos 76 estudos com seres humanos para entender o comportamento da Covid-19. A maioria deles (21) é de ensaios clínicos de possíveis tratamentos para a infecção. O balanço mostra pesquisas com antibióticos, corticoides, plasma convalescente (de pessoas recuperadas) e até células-tronco mesenquimais.
Para Maria Martha, além da estratégia de pesquisa mais acelerada, ainda há outra possibilidade de estudos clínicos que vem sendo bastante explorada para a Covid-19. É o caso da testagem de fármacos que já estão no mercado para o tratamento de outras doenças (como é o caso da cloroquina) ou que avançaram em diferentes etapas de desenvolvimento para outras doenças virais (como é o caso do Remdesevir), com possibilidades de resultados mais rápidos.
“Esse processo é definido como reposicionamento de fármacos, tendo ampla divulgação. Obviamente, uma indústria farmacêutica pode estar desenvolvendo alguma molécula nova para o tratamento da Covid-19, tendo o direito de proteção de patente e exploração do produto. Entretanto, ela deve garantir que o produto chegue a todos os indivíduos afetados pela doença, garantindo a produção e distribuição do fármaco em larga escala”, explica a pesquisadora.
O compartilhamento de informações também atua como aliado na busca por soluções. De forma interessante, Maria Martha conta que os estudos clínicos para a Covid-19 estão registrados no clinical.trials.gov (EUA), permitindo avaliar os estágios dos diferentes ensaios. As melhores revistas científicas internacionais também publicam periodicamente os dados dos estudos clínicos, como é o caso do New England Journal of Medicine, permitindo à toda a comunidade atualização constante dos avanços no combate ao novo coronavírus. O maior sítio de buscas de literatura médica, o PubMed, também está disponibilizando um link direto para as atualizações.
Projeto Institucional de Internacionalização – PII (PUCRS-PrInt) está com novas chamadas para diferentes modalidades de auxílios à mobilidade de discentes e docentes. Com inscrições abertas até 15 de março, as bolsas estão programadas para início entre junho e agosto de 2020. Consulte os editais neste link.
Em 2019, o PUCRS-PrInt alcançou a marca de 140 benefícios para pesquisas internacionais. A iniciativa, que tem como objetivo estimular a formação de redes de pesquisas entre países, é uma importante ferramenta para proporcionar experiências internacionais, pluralidade na comunicação e a consolidação de parcerias com IES estrangeiras. Confira aqui alguns relatos das experiências proporcionadas pelo PrInt.
As bolsas são destinadas a professores e alunos de doutorado, vinculados aos Programas de Pós-Graduação (PPGs) da PUCRS, participantes do PII, bem como a professores pesquisadores vinculados a instituições estrangeiras que integram o PUCRS-PrInt.
A partir de recursos obtidos no Edital da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) 41/2017, o projeto visa ampliar a internacionalização dos PPGs, aprimorando a produção acadêmica vinculada aos programas, além de trazer soluções transformadoras para questões globais da sociedade. Com isso, o PUCRS-PrInt coloca a Pós-Graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) nos mais elevados patamares de qualidade, fazendo da PUCRS uma Universidade de classe mundial.
Os editais de seleção possuem oportunidades para as seguintes modalidades:
Informações adicionais podem ser obtidas pelo e-mail [email protected].
Dentro do projeto, existem 14 projetos de cooperação, divididos em três temas prioritários: Saúde no Desenvolvimento Humano; Mundo em Movimento: Indivíduos e Sociedade e Tecnologia e Biodiversidade: Sustentabilidade, Energia e Meio Ambiente. Temas como migrações, doenças negligenciadas, violência na modernidade e novas tecnologias para a sustentabilidade e para a saúde são algumas das pesquisas que fazem parte do projeto. Confira:
O ano de 2019 foi repleto de grandes realizações na PUCRS: lançamentos, parcerias, eventos, espetáculos e inúmeras pesquisas científicas. Muitas dessas iniciativas – mostradas por áreas nas reportagens da série Destaques 2019 – ganharam ampla visibilidade em jornais, emissoras de rádio e televisão, revistas e portais de notícias, somando cerca de 10 mil citações ao longo do ano. Confira, abaixo, alguns dos acontecimentos que foram destaque na mídia:
Lançamento do prédio Living 360°
Em fevereiro, a Universidade inaugurou o Living 360º, um prédio com diversos ambientes de estudo, áreas de bem-estar e convívio, aliados ao que há de mais moderno para a aplicação de metodologias de ensino inovadoras. O espaço fica no coração do Campus, no prédio 15.
Nova ponte e obra de revitalização na Avenida Ipiranga
Em agosto, a PUCRS realizou a entrega de diversas intervenções de melhorias na avenida Ipiranga. Para contribuir com o fluxo viário de motoristas, ciclistas e pedestres, a Universidade construiu uma ponte em frente ao Museu de Ciências e Tecnologia. Outra iniciativa foi a revitalização de uma área de 11 mil metros quadrados da avenida entre a 3ª Perimetral (Doutor Salvador França) e a Rua Professor Cristiano Fischer, contemplando novo paisagismo, mobiliário urbano e intervenção artística.
Lançamento do Biohub
Criar negócios inovadores que gerem impacto na área da saúde é o propósito do Biohub PUCRS, iniciativa que a Universidade lançou oficialmente em outubro. O hub consolida, de forma inédita no Brasil, um ecossistema que reúne toda a expertise da PUCRS nas áreas de saúde, tecnologia e inovação, envolvendo as Escolas da Universidade, Hospital São Lucas, Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) e Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer).
Reabertura do Salão de Atos em show com Maria Bethânia
Porto Alegre recebeu, em novembro, uma nova estrutura totalmente modernizada para grandes eventos: o Salão de Atos da PUCRS. A reabertura foi marcada pelo espetáculo Claros Breus, de Maria Bethânia. A cantora recebeu o troféu Mérito Cultural da Universidade.
Estrutura completa do Tecna
Também, em novembro, uma das mais completas infraestruturas para produção audiovisual do Brasil foi oficialmente inaugurada. Composto por estúdios com parâmetros internacionais e salas para mixagem de som, desenvolvimento de animação e finalização, o Tecna, Centro de Produção Audiovisual da PUCRS, localizado no Tecnopuc Viamão, tem capacidade para atender a todo o ciclo produtivo do setor.
Hospital São Lucas e Oncoclínicas, uma parceria para o tratamento do câncer
Em novembro, foi oficializada a parceria entre o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) e o Oncoclínicas para o lançamento de um novo centro de oncologia, com unidade de quimioterapia e consultórios médicos para tratamento. A estrutura receberá pacientes de planos de saúde e privados encaminhados por seus médicos para tratamento no HSL.
Ao longo do ano diversas pesquisas foram divulgadas pela imprensa, dando visibilidade nacional à produção científica realizada na PUCRS. Confira algumas delas:
Irregularidades no comércio de bacalhau
Em abril uma pesquisa revelou um alto índice de fraude no comércio de bacalhau na capital gaúcha de diferentes tipos, configurando um crime contra o consumidor. O estudo foi realizado em parceria entre o Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia Forense (INCT) da PUCRS e a Polícia Federal.
Múmia egípcia tem identidade confirmada
Em maio, a cabeça de uma múmia egípcia que chegou ao Brasil na década de 50 teve a confirmação de idade, sexo e origem em pesquisa realizada na PUCRS. Iret-Neferet (que significa “olho bonito”) viveu entre 768-476 a.C., segundo exame de radiocarbono (C14) realizado nos EUA. Em agosto, foi apresentado ao público o trabalho de reconstrução facial da múmia.
Fibras alimentares protegem de infecção de vírus causador da bronquiolite
Um estudo publicado em julho na Revista Nature Communications demonstrou que uma dieta rica em fibras protege contra infecção pelo vírus sincicial respiratório grave (VSR), um dos principais causadores de bronquiolite em crianças menores de dois anos de idade. A pesquisa, realizada em camundongos, faz parte do trabalho de doutorado da aluna Krist Antunes, do Programa de Pós-Graduação em Pediatria e Saúde da Criança da PUCRS.
Impacto em pessoas com HIV e AIDS no Brasil
Em dezembro, pela primeira vez no Brasil, foi realizada uma pesquisa que analisa dados de discriminação e seus danos para os portadores de HIV e AIDS no país. A PUCRS, uma das parceiras da pesquisa, foi representada pelo professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e coordenador do Grupo de Pesquisa Preconceito, Vulnerabilidade e Processos Psicossociais da Universidade, Angelo Brandelli.