Lancha Von Spix em amostragem na Ponta do Salgado / Foto: divulgação

Foi lançada neste mês a obra A distribuição de peixes e invertebrados no lago Guaíba como subsídio para o licenciamento ambiental, de autoria dos pesquisadores Nelson Ferreira Fontoura (diretor do Instituto do Meio Ambiente da PUCRS e professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida), Thaís Paz Alves e Thiago Cesar Silveira. Thaís e Thiago foram orientandos de doutorado de Fontoura no Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade e responsáveis pelos programas de amostragem como parte das respectivas teses. 

O livro, da editora ediPUCRS, busca apresentar informações relevantes para dar subsídio ao processo de licenciamento de mineração de areia no lago Guaíba. A obra foi elaborada em atendimento a uma solicitação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luís Roessler (Fepam), com objetivo de identificar os padrões espaciais e temporais de distribuição da fauna de peixes e invertebrados no local, de forma a subsidiar o zoneamento ambiental para a atividade de mineração de areia.  

Esta é a primeira obra que analisa, de forma padronizada e sistemática, a distribuição das espécies mais abundantes de peixes e invertebrados aquáticos no Lago Guaíba, servindo de ponto de referência para estudos futuros que queiram acompanhar a evolução da qualidade ecossistêmica do local. “Ao mesmo tempo, esse livro é fundamental para que a Fepam possa conduzir o processo de licenciamento de mineração do lago com base em informações técnicas abrangentes e de qualidade”, explica o pesquisador Nelson Fontoura. 

Os estudos da foram baseados em levantamento de dados decorrentes do projeto de pesquisa Contribuições para a gestão pesqueira e licenciamento ambiental do lago Guaíba e Laguna dos Patos (RS), financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

Sobre a pesquisa 

O desenvolvimento da obra envolveu um programa de amostragem que teve duração de dois anos, de fevereiro de 2012 até fevereiro de 2014, com 59 pontos amostrais distribuídos entre o extremo norte do Delta do Jacuí e a Laguna dos Patos, empregando redes para coleta de peixes e dragas para coleta de invertebrados. 

Entre os destaques do estudo está a identificação da presença do bagre-branco, espécie ameaçada de extinção, a qual encontra-se presente em maior abundância no extremo Sul do Guaíba, especialmente nos meses mais quentes do ano. O livro também sugere quais seriam as áreas mais indicadas para uma potencial mineração de areia, e quais deveriam ser mantidas íntegras, tal como em até um quilômetro das margens e em um raio de 10 quilômetros das unidades de conservação. 

A obra é voltada tanto para o corpo técnico de licenciamento ambiental, como para pesquisadores, estudantes e público leigo que queira se familiarizar com a distribuição de peixes e invertebrados no lago Guaíba. A publicação está disponível para acesso gratuito.

Estudo poderá auxiliar na redução de gás carbônico no meio ambiente - Trabalho sobre o CO2, conduzido pela professora e pesquisadora Sandra Einloft, busca combater o efeito estufa e as mudanças climáticas

Professora Sandra Einloft, pesquisadora responsável pelo estudo com CO2 / Foto: Camila Cunha

O excesso de gás carbônico (CO2) na atmosfera é o principal responsável pelo efeito estufa e pelas mudanças climáticas. Porém, quando ele é isolado, é possível transformá-lo em produtos muito úteis, como aditivos para combustíveis. É o caso do dimetilcarbonato, geralmente usado como aditivo no diesel para diminuir a emissão de fuligem e a poluição, e também dos polímeros, macromoléculas que podem ser utilizadas para fabricar peças que necessitam de resistência mecânica e transparência, toldos, coberturas, lentes de óculos, discos compactos e uso em eletrônicos. 

Pensando nisso, a pesquisadora Sandra Einloft, decana da Escola Politécnica, iniciou o estudo Auxiliando na separação do CO2 produzido em processos industriais e do CO2 existente em campos de gás natural através de novos materiais. O objetivo da pesquisa é buscar alternativas para combater e reverter a emissão de CO2 na atmosfera, desenvolvendo soluções para separar este composto químico de fontes poluidoras ao mesmo tempo em que é utilizado para obter outros produtos. 

Uma das fontes emissoras de gás carbônico são as correntes gasosas industriais, como o gás natural, também utilizado como combustível para veículos, o conhecido GNV. Sandra explica que, aproveitando resíduos que iriam para o lixo, é possível ter um rendimento triplo: 

“Utilizamos a casca de arroz, que é o principal resíduo agroindustrial gerado no processamento desse cereal, para produzir sílicas modificadas, que são utilizadas para separar o gás carbônico emitido em usinas de produção de energia. Desta forma, a pesquisa contribui para a redução do aquecimento global e da geração de resíduos”.

Ou seja, nesse processo, o gás natural se torna um combustível ainda menos poluente, o CO2 é transformado em materiais úteis e os resíduos abundantes disponíveis a baixo custo, que iriam para o lixo, ganham uma nova utilidade. 

Transformando o gás carbônico em matéria útil 

Estudo poderá auxiliar na redução de gás carbônico no meio ambiente - Trabalho sobre o CO2, conduzido pela professora e pesquisadora Sandra Einloft, busca combater o efeito estufa e as mudanças climáticas

Laboratório de Inovação em Materiais Poliméricos e Porosos Multifuncionais (LIMPPM), um dos espaços onde é realizado o estudo

A partir do CO2 também é possível obter o dimetil carbonato, usado na produção de corantes, produtos farmacêuticos, adesivos, detergentes e biolubrificantes. Na PUCRS, esse processo é realizado em laboratórios, localizados nos prédios 12 e 30, que contam com estrutura especializada. 

“Nesses espaços são realizadas desde as sínteses (testes de reações químicas) de novos materiais, até as afinidades de materiais com o CO2 (como outros compostos reagem ao CO2 puro ou junto às demais misturas). Também fazemos a seletividade (para ver se o material feito tem mais interação com o CO2 do que com outros gases) e a caracterização dos materiais (a conferência de quais temperaturas são suportadas, testes de superfície, entre outros), além da microscopia”, explica a pesquisadora. 

Sílica: o segredo por trás das cascas de arroz 

Sandra ressalta que essa transformação do gás carbônico é um processo químico complicado, pois o CO2 é um composto muito estável. “Como fazer isso sem gastar tanta energia?”, questiona, sobre a importância de se ter um olhar atento para a sustentabilidade e viabilidade de reprodução do projeto em outros locais. 

A sílica é um componente extraído da casca de arroz e que permite essa alternativa mais ecológica. É ela quem ajuda a separar o CO2 dos gases, graças às moléculas de oxigênio com hidrogênio (o silício, sólido, que tem afinidade com o CO2) presentes em sua superfície, que permitem modificações e o tornam mais seletivo/compatível com o gás carbônico. 

Espera-se que o estudo possa auxiliar a combater as consequências da presença humana e da exploração desenfreada dos recursos naturais do planeta Terra. Um dos exemplos mais perceptíveis disso, o aquecimento global, tem causado cada vez mais enchentes, ondas de calor e desertificações ao redor do mundo, reforça Sandra, demonstrando a relevância da pesquisa. 

“Aqui (no Sul do País) deve chover muito mais, por exemplo. O ideal seria que tivéssemos mais energias de fontes renováveis, para além dos combustíveis fosseis e energia hidroelétrica”.

Até o momento, a pesquisa já conta com duas patentes, diversos artigos internacionais publicados e foi finalista no Prêmio ANP de Inovação Tecnológica. 

Leia também: Dia da Sobrecarga da Terra alerta para a necessidade de ações sustentáveis 

Relatório desigualdade nas metrópoles

Queda na renda per capita média do trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre foi de R$ 258, em 2020, para R$ 152 em 2021/Foto: Gordon Shukwit/Flickr

A quarta edição do Boletim – Desigualdade nas Metrópoles levanta dados extremamente preocupantes acerca dos efeitos que a pandemia da Covid-19 provocou, ao longo de um ano, no que diz respeito à renda e sua distribuição entre os moradores da região metropolitana de Porto Alegre. O estudo é fruto de uma parceria entre a PUCRS, o Observatório das Metrópoles e a RedODSAL. Os dados utilizados são provenientes das PNADs Contínuas, produzidas IBGE.

De acordo com os dados levantados pelo estudo, o percentual de pessoas vivendo em domicílios com renda per capita do trabalho menor que ¼ do salário mínimo, na região metropolitana de Porto Alegre, era de 17% no início da série histórica (2012). Já no primeiro trimestre de 2020 chegava a 20%. E apenas um ano depois, no 1º trimestre de 2021, alcançou o patamar de 28%. Em termos absolutos, isso significa que em apenas um ano o número de pessoas nessa situação passou de 899.092 para 1.182.172. Ou seja, mais de 280 mil pessoas caíram abaixo desse patamar de renda durante a pandemia na metrópole gaúcha.

Segundo Andre Salata, professor da PUCRS e um dos coordenadores do estudo, os números que trazemos expressam o que qualquer morador da grande Porto Alegre percebeu ao longo do último ano, com o aumento sensível do número de pedintes, desempregados, vendedores ambulantes e pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade. “Em um cenário de diminuição acentuada da renda média, e de uma piora substantiva na sua distribuição, os resultados não poderiam ser diferentes, fazendo milhares de famílias caírem para estratos de rendimentos mais baixos”, ressalta.

Leia também: Desigualdade nas metrópoles atinge nível mais alto já registrado

Os dados mostram que no primeiro trimestre de 2021 a média móvel do coeficiente de Gini na Região Metropolitana de Porto Alegre, que mede a desigualdade de rendimentos do trabalho (quanto mais alto o valor, maior a desigualdade) atingiu seu maior valor na série histórica, iniciada em 2012, chegando a 0,631. Isso significa que o nível de desigualdade da renda do trabalho foi o mais elevado em todo o período observado. Um ano atrás, no primeiro trimestre de 2020, antes de sermos atingidos pela crise da Covid-19, essa média do Gini era de 0,601. Nas regiões metropolitanas de Curitiba e Florianópolis a desigualdade também aumentou, chegando a 0,585 e 0,593, respectivamente.

Boletim desigualdade nas metrópoles

Efeitos sociais da pandemia não mostram sinais de arrefecimento no primeiro trimestre, motivo pelo qual a manutenção do auxílio emergencial é imprescindível/Foto: Pixabay

Segundo Salata, o aumento das desigualdades na grande Porto Alegre já vinha ocorrendo desde 2015. Ou seja, já partimos de um patamar extremamente elevado.

“No último ano, no entanto, há um enorme salto nessa desigualdade, fruto de um contexto onde quase todos perdem, mas os mais pobres perdem relativamente muito mais. O resultado é que, na metrópole gaúcha, enquanto no início de 2020 os 10% do topo da distribuição de renda ganhavam, em média, 27 vezes mais do que os 40% da base da distribuição de renda em nossas metrópoles, agora eles ganham 42 vezes mais. Portanto, hoje a metrópole de Porto Alegre é muito mais desigual do que era no primeiro trimestre de 2020, antes da pandemia”, destaca o pesquisador.

A pesquisa mostra ainda que entre os 40% mais pobres, na região metropolitana de Porto Alegre, o rendimento per capita do trabalho caiu 41% entre o 1º trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021. Para os 50% de renda intermediária a queda foi de 9%. E para o estrato de renda dos 10% do topo da distribuição a queda foi de 10%. Portanto, apesar de ter ocorrido redução de rendimento em todos os estratos de renda, a queda foi muito mais pronunciada para os mais pobres, cuja renda per capita média do trabalho passou de R$258 para R$152 entre o 1º trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021.

Segundo os pesquisadores, os dados ainda mostram que os efeitos sociais da pandemia em nossas metrópoles não mostram sinais de arrefecimento no primeiro trimestre de 2021. “O auxílio emergencial continuará cumprindo um papel fundamental por mais alguns meses, até que se façam sentir os efeitos do avanço da vacinação e de um eventual aquecimento do mercado de trabalho, que deveria ser induzido pelo governo”, afirma Salata.

PUCRS PESQUISA

Acompanhe nos canais da Universidade as novidades sobre os mais de 2 mil projetos de pesquisa em andamento. Em tempos em que a ciência mostra cada vez mais a sua relevância nas mais diferentes esferas da sociedade, queremos apresentar, informar e celebrar o conhecimento desenvolvido pela nossa comunidade.

 

A PUCRS e APAE de Porto Alegre assinaram hoje (13), no Salão Nobre da Reitoria, um termo de cooperação entre as instituições. O documento prevê o intercâmbio de informações e publicações acadêmicas; entre docentes, pesquisadores e estudantes; a implementação de projetos conjuntos de pesquisa e a promoção de eventos científicos e culturais.  

Além do reitor, Ir. Evilázio Teixeira, assinaram o documento o presidente e vice-presidente da APAE de Porto Alegre, Renato Luiz Ferreira e Roberto Adornes, respectivamente. O diretor administrativo da organização, professor Adroaldo Lazzarotto, e o assessor de relações institucionais da Universidade, Solimar Amaro, também participaram do encontro. Na oportunidade o reitor foi presenteado com uma camiseta comemorativa aos 59 anos da entidade. 

Laços que se fortalecem 

No contexto da pandemia, por meio do Tecnopuc, a Universidade realizou a produção e doação de mais de R$ 25 mil protetores faciais para os profissionais e instituições de saúde e assistência social envolvidos nos esforços de combate à Covid-19. A APAE foi uma das instituições contempladas. O termo de cooperação é mais um passo entre as instituições que têm em comum a missão de atuar para o desenvolvimento pleno e a garantia de uma educação de qualidade 

Leia também: PUCRS Pesquisa: um novo projeto para valorizar ainda mais a ciência 

A APAE Porto Alegre 

Atua diretamente nas áreas de assistência social, educação e saúde, com atendimentos especializados, prevenção, apoio às famílias e profissionalização, visando a melhoria na qualidade de vida das pessoas com deficiência intelectual e múltipla. Os serviços proporcionam aos alunos e usuários o desenvolvimento de suas potencialidades e uma maior autonomia por meio da atualização e diversificação de oportunidades para o pleno exercício da cidadania. Todos os procedimentos estão fundamentados nos princípios da educação inclusiva-transformadora. 

Estátua de São João Batista Missioneiro

Foto: acervo pessoal

As reduções jesuíticas são ponto turístico no Rio Grande do Sul. A mais conhecida delas é a Redução de São Miguel de Arcanjo, cujas ruínas são patrimônio mundial pela Unesco. Foi justamente ela que foi expandida, devido a um aumento populacional, criando a Redução de São João Batista, fundada em 1697 pelo jesuíta Antônio Sepp e que originou, posteriormente, o município de Cruz Alta, a terra do escritor Érico Veríssimo — localizada há 364km de Porto Alegre.  

Nessa cidade, o Irmão Edison Hüttner, professor da Escola de Humanidades da PUCRS, visitou uma família que possuía uma escultura de São João Batista e que desejava descobrir o valor histórico da peça. O professor realizou estudos que constataram que a obra é do período missioneiro, com mais de 300 anos.  

A escultura foi produzida em madeira e pertence ao primeiro período da arte missioneira, realizada no século XVII e esculpida em troncos por indígenas da etnia Guarani.  Há marcas de queimado desde a base da estátua até os pés, embora sua estrutura não tenha sido danificada, o escurecimento da madeira em razão da combustão é visível. Levando isso em consideração, foram levantadas algumas hipóteses sobre a origem da obra de arte e como ela recebeu tais marcas:  

Essa é a primeira escultura de São João Batista Missioneiro adulto encontrada no Rio Grande do Sul, sendo considerada um importante achado à história do estado. Ela será exposta na Catedral do Divino Espírito Santo, em Cruz Alta, até o dia 24 de agosto e depois retornará à família guardiã. 

Os estilos de esculturas jesuíticas 

Foi o professor Edison Huttner quem estudou a escultura

Foto: Mateus Bruxel/Agência RBS

Primeira fase (Santa María del Iguazú, 1625): são esculturas com corpos rígidos, que possuem os pés e as mãos encaixados, podendo ser retirados e recolocados no corpo. Por essa possibilidade de montagem, eram facilmente transportadas. Eram esculpidas em árvores com formato cilíndrico.  “É essa fase que pertence a escultura de São João Missioneiro de Cruz Alta, trata-se de um padrão de esculturas horcones (troncos) e, por ter essas características, é considerada como sendo uma arte sacra barroca hispano guarani-jesuíta do século XVII”, explica o Irmão Hüttner.   

Segunda fase (1670-1695): as esculturas deixam de ser montadas e passam a se assemelhar ao barroco europeu. Suas vestes eram completas e vazadas.  

Terceira fase (Santa Maria de Fe, 1685-1690): as vestes das figuras representadas são mantos com pregas aplainadas. 

Quarta fase (Período Rio-Grandense, 1696-1785): também conhecido como período da Reforma de José Brasanelli, revela um estilo livre e gestual, com figuras exuberantes, cobertas com panos agitados pelo vento, com expressividade do barroco europeu berniniano e outros estilos. Entre 1730 e 1768, ocorre uma difusão dos modelos de Brasanelli e é criado um estilo missioneiro próprio. 

 

 

PUCRS Pesquisa tem o objetivo de dar mais visibilidade aos estudos realizados na UniversidadeNeste 8 de julho, Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, celebramos os mais de 380 pesquisadores e pesquisadoras que fazem nossa Universidade ser reconhecida nacional e internacionalmente pela excelência científica. Nosso time de especialistas propõe o estudo de temas que visam a promoção da saúde e do bem-estar, de novas terapias que apoiam diagnóstico e tratamento. Buscam investigar os desafios de um mundo dinâmico e interconectado, onde nos deparamos com desenvolvimentos tecnológicos cada vez mais velozes. Questionam o papel de cada um na realidade em que vivemos, refletindo sobre fatos históricos e buscando soluções que assegurem as conquistas das sociedades contemporâneas.

Nossos pesquisadores e pesquisadoras buscam o desenvolvimento sustentável da humanidade, passando pelo conhecimento da biodiversidade e estudo sobre novas formas de utilização racional dos recursos naturais. Tudo isso ao mesmo tempo em que desenvolvem e inovam nas áreas de materiais, sistemas integrados, otimização e confiabilidade de sistemas, robótica e big data. Um universo que abriga dezenas de outros universos que refletem a imensidão que é o campo do conhecimento.

Foi pensando em todo esse protagonismo que escolhemos esta data para lançar o PUCRS Pesquisa, nova editoria que busca levar para nossos canais oficiais conhecimento, informação e toda a relevância das pesquisas desenvolvidas na Universidade. A iniciativa visa traduzir de forma acessível e descomplicada as novidades de cada área do conhecimento, os avanços, os desafios e tudo que permeia o universo da pesquisa.

O projeto é fruto de uma parceria entre a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e a Assessoria de Comunicação e Marketing da PUCRS e tem como objetivo dar mais visibilidade ao trabalho dos pesquisadores e pesquisadoras que integram a Universidade, reforçar a relevância e o impacto da pesquisa da PUCRS na sociedade e ampliar o acesso ao conhecimento produzido.

Estrutura e conteúdo

Atualmente, são mais de 2 mil projetos de pesquisa em andamento na Universidade, espalhados pelas mais variadas áreas do conhecimento. Os professores que formam estudantes também investem seu tempo em busca de soluções para grandes questões da atualidade.

Os esforços impactam diretamente e indiretamente a população como um todo e envolvem centenas de colaboradores. Em tempos em que a ciência mostra cada vez mais sua relevância nas mais diversas esferas da sociedade, queremos apresentar, informar e celebrar o conhecimento desenvolvido pela nossa comunidade.

A pesquisa desenvolvida na PUCRS está diretamente relacionada com a atuação das estruturas de pesquisa, constituídas por 377 grupos de pesquisa, 15 centros, 109 laboratórios e 78 núcleos, bem como por quatro institutosInstituto de Geriatria e GerontologiaInstituto do Petróleo e dos Recursos NaturaisInstituto do Cérebro e Instituto do Meio Ambiente. Além disso, a atividade de pesquisa está integrada com os 23 programas de pós-graduação, com 23 cursos de mestrado e 22 programas de doutorado.

PUCRS Pesquisa: protagonismo nas 7 Escolas

O PUCRS Pesquisa contou com todo o suporte e apoio dos sete coordenadores de pesquisa que representam cada Escola da Universidade. São eles: os docentes Edimara Luciano (Escola de Negócios), Rita Mattiello (Escola de Medicina), Magda Cunha (Escola de Comunicação, Artes e Design), João Weber (Escola de Ciências da Saúde e da Vida), Paulo Caliendo (Escola de Direito), Charles Monteiro (Escola de Humanidades) e Márcio Pinho (Escola Politécnica). É a partir da colaboração de todos que as pesquisas saem dos laboratórios e unidades e chegam até ao time de comunicação.

Para ficar por dentro das ações do PUCRS Pesquisa e de tudo que acontece neste universo siga os canais oficiais da PUCRS no InstagramTwitterFacebookLinkedIn e TikTok.

A quarta edição do Boletim Desigualdade nas Metrópoles levantou dados preocupantes sobre os efeitos que a pandemia da Covid-19 provocou, ao longo de um ano, no que diz respeito à renda e sua distribuição entre os moradores e moradoras das metrópoles. A quarta edição do Boletim Desigualdade nas Metrópoles levantou dados preocupantes sobre os efeitos que a pandemia da Covid-19 provocou, ao longo de um ano, no que diz respeito à renda e sua distribuição entre os moradores e moradoras das metrópoles. 

Segundo o estudo, elaborado pelo Observatório das Metrópoles, em parceria com a PUCRS e com o Observatório da Dívida Social na América Latina (RedODSAL), quase 30% das pessoas estão vivendo em domicílios com renda per capita do trabalho inferior a um quatro do salário mínimo nas metrópoles brasileiras. 

A pesquisa também revela que a renda média regrediu ao patamar de 2012 e que a desigualdade atingiu o nível mais alto já registrado na série histórica, que utiliza dados provenientes das PNADs Contínuas, produzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Um ano de resultados desanimadores 

Com os dados referentes ao primeiro trimestre de 2021, neste 4º boletim os pesquisadores tiveram condições de analisar o que ocorreu nas regiões metropolitanas ao longo de quatro trimestres, desde o início da pandemia da Covid-19 no Brasil. 

A quarta edição do Boletim Desigualdade nas Metrópoles levantou dados preocupantes sobre os efeitos que a pandemia da Covid-19 provocou, ao longo de um ano, no que diz respeito à renda e sua distribuição entre os moradores e moradoras das metrópoles. Para Andre Salata, professor da Escola de Humanidades da PUCRS e coordenador da pesquisa, os resultados são desanimadores: 

“A desigualdade alcançou seu maior nível, a renda regrediu para níveis do início da série, diminuindo especialmente entre os mais pobres, e milhares de famílias caíram para estratos de rendimento extremamente baixos. Os números que trazemos expressam o que qualquer morador destas regiões percebeu ao longo do último ano, com o aumento sensível do número de pedintes, desempregados, vendedores ambulantes e pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade”. 

Ele complementa que, em um cenário de diminuição acentuada da renda média e de uma piora substantiva na sua distribuição, o resultado não poderia ser diferente, fazendo milhares de famílias caírem para estratos de rendimentos mais baixos. 

Mais de 80 milhões de pessoas vivem nas regiões metropolitanas 

De acordo com o IBGE, aproximadamente 40% da população brasileira, ou mais de 80 milhões de pessoas, vivem em regiões metropolitanas. “O peso demográfico, político e econômico destas regiões é conhecido, assim como os enormes desafios sociais que nelas se apresentam”, ressalta o relatório. 

De acordo com os dados levantados pelo estudo, o percentual de pessoas vivendo em domicílios com renda per capita do trabalho menor que um quarto do salário mínimo, no conjunto das metrópoles, era de 20,2% no início da série histórica, em 2012. Já no primeiro trimestre de 2020 chegava a 24,5%. E, apenas um ano depois, no 1º trimestre de 2021, alcançou o patamar de 29,4%. Em termos absolutos, isso significa que em apenas um ano o número de pessoas nessa situação passou de 20.230.528 para 24.535.659. 

Maior nível de desigualdade da renda já observado 

Foto de uma metrópole

Para muitas pessoas nas metrópoles brasileiras os auxílios emergenciais têm sido de suma importância / Foto: Kaique Rocha/Pexels

Os dados mostram que no primeiro trimestre de 2021 a média móvel do coeficiente de Gini nas Regiões Metropolitanas, que mede a desigualdade de rendimentos do trabalho (quanto mais alto o valor, maior a desigualdade) atingiu seu maior valor na série histórica, chegando a 0,637. No primeiro trimestre de 2020, antes da Covid-19, a média do Gini era de 0,608. 

Conforme Salata, o aumento das desigualdades no Brasil, mais especificamente nas metrópoles, já vinha ocorrendo desde 2015. “No último ano, no entanto, há um enorme salto nessa desigualdade. Enquanto no início de 2020 os 10% do topo da distribuição de renda ganhavam, em média, 29,6 vezes mais do que os 40% da base da distribuição de renda em nossas metrópoles, agora eles ganham 42,3 vezes mais”, afirma Salata. 

Na Região Metropolitana de São Paulo, essa vantagem dos mais ricos/as salta de 31,5 para 42,5 durante a pandemia. Já na Região Metropolitana do Rio de Janeiro o número subiu de 35,6 para 74,6. Na Região Metropolitana de João Pessoa a situação é ainda mais grave: o salto foi de 50,8 para 99,8. 

Rendimento médio do trabalho caiu nas metrópoles 

A pesquisa mostra ainda, que para o estrato dos 40% mais pobres, o rendimento médio do trabalho caiu 33,4% no conjunto das metrópoles, entre o 1º trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021. Para os 50% de renda intermediária a queda foi de 7,6%. E para o estrato de renda dos 10% do topo da distribuição a queda foi de 4,8%. 

Portanto, apesar de ter ocorrido redução de rendimento em todos os estratos de renda, a queda foi muito mais pronunciada para os mais pobres. Em geral, considerando todos os estratos, houve queda de 8,5% do rendimento médio no conjunto das Regiões Metropolitanas, que passou de R$ 1.423,93 para R$ 1.302,79. Essa queda fez a renda média retornar ao patamar do início da série, no ano de 2012. 

“Nesse sentido, o auxílio emergencial continuará cumprindo um papel fundamental por mais alguns meses, até que se façam sentir os efeitos do avanço da vacinação e de um eventual aquecimento do mercado de trabalho, que deveria ser induzido pelo governo”, complementa Salata. 

Confira na íntegra o Boletim Desigualdade nas Metrópoles nº 04 e acesse as tabelas e gráficos do estudo. 

living 360, alunos, comunidade

Estudantes no Living 360º, prédio 15 do Campus (2019) / Foto: Camila Cunha

Dispositivos como os smartphones se tornaram cada vez mais integrados à vida da maioria das pessoas. São diversas funcionalidades que auxiliam na realização de tarefas do dia a dia, na comunicação e na organização, por exemplo. Segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), 58% da população brasileira acessava à internet exclusivamente por meio do celular em 2019. 

A combinação entre internet e mobilidade gerou um novo contexto comunicativo, que pode ser batizado como “A era dos smartphones”, segundo Amanda Borges Fortes, mestre em Psicologia, e Carolina Lisboa, professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida. Uma recente pesquisa realizada por Amanda, sob a orientação de Carolina, mostrou que o bem-estar e a regulação emocional podem estar relacionados com a utilização de smartphones de forma controlada. 

Porém, a literatura especializada também aponta prejuízos à saúde mental causados pelo  uso excessivo do celular, além de impactar no cotidiano, ao tirar o tempo para outras atividades, afetar os relacionamentos, aumentar a ansiedade e o estresse, provocar insônia, etc. Mesmo assim, Amanda destaca que a maior influência vem da parte emocional das pessoas: 

“Não necessariamente o tempo que as pessoas ficam utilizando os celulares é prejudicial para a saúde mental, mas sim os diferentes tipos de uso”. 

Para auxiliar que as pessoas saibam como utilizar os dispositivos de forma apropriada, aumentando a sensação de felicidade, a socialização e evitando danos à saúde, as pesquisadoras prepararam algumas orientações úteis sobre o que a ciência diz à respeito do tema. E uma boa notícia: não há contraindicações, pode ler pelo celular! 

1. O problema não é o “quanto”, mas sim o “para quê”

O impacto que os smartphones causam na saúde mental vai depender do tipo de uso. O problema aqui não é somente “o quanto” se usa, mas sim “para quê” (motivação). O dispositivo pode ser usado de forma a promover a qualidade de vida e a saúde, por exemplo para auxiliar no controle de hábitos, como no incentivo à prática de atividades físicas e técnicas de relaxamento. 

2. Estabelecendo momentos para o uso do celular

living 360, alunos, comunidade

Uso do celular também pode ter aspectos positivos / Foto: Camila Cunha

O ideal é não recorrer aos celulares a qualquer instante: “Precisamos entender que o momento em que usamos o smartphones também vai representar um uso saudável ou não”, explica Amanda. Por exemplo, em um almoço em família, em que todos estão reunidos à mesa, não é adequado usar o celular para fins de trabalho ou até mesmo para se conectar com algum amigo que está longe. 

“Devemos sempre nos remeter a um famoso paradoxo referente às pessoas estarem fisicamente presentes, mas ausentes devido ao uso dos smartphones”, relembra Carolina. Para um uso saudável, cuide também o momento em que irá usar os smartphones. O tempo de uso pode ser um dos maiores fatores de risco e precisa de ainda mais atenção no momento em que muitas pessoas estão trabalhando e estudando a distância. 

“Qual seria o tempo adequado? Não sabemos. Mas as pessoas podem se questionar quanto tempo estão dedicando a cada uma das suas atividades de sua vida e, se esse comparativo não for equilibrado, temos um problema”, reforça Amanda.

3. Compartilhando o uso

Se uso do celular for necessário, como muitas vezes a presença das pessoas é exigida, compartilhe o uso que irá fazer. “Me desculpem, vou precisar atender esta ligação”, “olhem que legal esse vídeo que eu assisti”, ou “estou apenas combinando isso com o meu colega, em seguida largarei o celular”. Dependendo do contexto e do momento, é interessante que você possa falar sobre o uso que está fazendo para que a pessoa que está com você não se sinta ignorada ou desrespeitada. 

4. Evite o uso automático

Isso acontece quando não se tem um objetivo evidente e específico para usar o smartphone, percebendo certa perda de controle com relação a essa tecnologia. É o chamado uso “passivo”. Dessa forma, acaba não se percebendo a passagem do tempo e coisas importantes são deixadas de lado (seja conversar com sua família, trabalhar, estudar ou até mesmo dormir e descansar). 

Geralmente, o uso automático é acionado para driblar alguma emoção negativa (tédio, tristeza, frustração) ou até mesmo alguma situação difícil (solidão, desconforto em conversas difíceis, etc). A maneira como as pessoas lidam com as suas emoções pode influenciar na forma de usar a tecnologia. 

5. Precisa ser agora?

Antes de pegar o seu smartphone, faça-se três perguntas: “por quê?”, “para quê?” e “precisa ser agora?”. Ao responder, certamente as funcionalidades disponíveis serão aproveitadas de formas melhores. 

Portanto, o desafio é fazer um uso controlado da tecnologia, já que os smartphones estarão cada vez mais presentes no dia a dia da população. Aceitar isso e entender quais as formas de usá-los sem ter prejuízos é uma tarefa fundamental dos dias atuais. “A tecnologia deve ser usada ao nosso favor. A gente no controle e não com as tecnologias nos controlando”, pontua Carolina. 

Ambas as pesquisadoras integram o Grupo de Pesquisa Relações Interpessoais e Violência – Contextos Clínicos, Sociais, Educativos e Virtuais (Rivi), onde o estudo foi desenvolvido.

Pesquisadores da PUCRS desenvolvem novo teste para coronavírus - Alternativa de exame possibilita diminuir custos e ter resultados mais rápidos

Novo teste identifica pessoas negativas para Covid-19/Foto: Divulgação/InsCer

Os institutos da PUCRS geram impacto e beneficiam diferentes setores da sociedade com ações, projetos e serviços. Entre eles estão o Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) e o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), que durante a pandemia ocasionada pela Covid-19 tiveram uma atuação marcante. Mais uma vez, a Universidade mostra sua relevância em momentos de crise, buscando soluções para problemas complexos. Conheça algumas iniciativas dos Institutos da PUCRS no combate à pandemia. 

Um olhar para a terceira idade 

Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS (IGG) se dedica a ações interdisciplinares relacionadas ao envelhecimento humano. Para isso, são realizadas pesquisas que contam com laboratórios e com um corpo docente altamente qualificado A Universidade Aberta para Terceira Idade (Unati), que busca promover o envelhecimento saudável e com autonomia, também faz parte do IGGFoi nessas duas frentes que esse instituto atuou diante os desafios pandêmicos. 

Visando acompanhar, durante o período de um ano, idosos em idade avançada e com saúde vulnerável provenientes do SUS, o IGG está desenvolvendo a pesquisa Marcadores sociodemográficos, comportamentais, clínicos e moleculares para a identificação de idosos com risco de infecções graves pela Covid-19. Coordenada pelo diretor da instituição, Douglas Kazutoshi Sato, ela foi contemplada pelo edital PPSUS da Fapergs e é realizada em parceria com o Hospital São Lucas.  

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Foto: Camila Cunha/PUCRS

Com esse estudo, a instituição espera compreender de que forma esses idosos são afetados pela Covid-19, como o sistema imunológico deles responde às vacinas e à infecção pelo vírus e identificar marcadores para outras infecçõesA partir dos resultados dessas análises poderão ser realizadas ações de combate ao coronavírus, como a criação de protocolos clínicos específicos para o manejo da doença nessa população, o incentivo para a criação de políticas públicas de saúde voltadas à proteção do idoso no SUS, especialmente os que estão sujeitos a quadros mais graves da doença, e contribuições com o plano nacional de prevenção de infecções e vacinação em idosos 

Outra pesquisa de destaque também foi realizada pelo professor Sato, em parceria com a Universidade de Keio, em Tóquio. Denominado Hábitos comportamentais de japoneses, descendentes e não descendentes de japoneses diante da pandemia pela Covid-19o projeto está tendo seus dados analisados, mas indica que diferenças comportamentais e culturais podem ter contribuído para a discrepância no número de contaminações ao comparar ambas as populações. O estudo foi realizado por meio de um levantamento de dados pela plataforma Qualtrics e participaram dele 4.704 indivíduos, 2.685 do Brasil e 2.019 do Japão. O objetivo é de que essa pesquisa possa auxiliar na revisão das medidas profiláticas adotadas em pandemias, identificando hábitos comportamentais preventivos que contribuem para a preservar a saúde. 

Além disso, através da Unati, o IGG promoveu conteúdos, lives e cursos voltados aos idososincluindo eventos gratuitos. Essa é uma maneira de fornecer conhecimento a esse público, além de facilitar a interação com outras pessoas da mesma faixa etária, o que é de extrema importância durante a pandemia para auxiliar no cuidado à saúde mental do idoso. 

Ações que impactam no cotidiano 

Já o InsCer atua em duas frentes: na pesquisa e na assistência. Para oferecer o melhor resultado à população em cada uma delas, conta com um time de neurocientistas renomados internacionalmente e oferece exames de imagem com tecnologia de alto nível. Suas ações durante a pandemia foram voltadas, principalmente, a problemas cotidianos, como as dificuldades de aprendizado de crianças em idade de alfabetização sem atividades presenciais nas escolas, diagnósticos de casos suspeitos de Covid-19 e alterações neurológicas e psicológicas causadas tanto pelo isolamento social quanto pela contaminação pelo coronavírus. 

Já no começo da pandemia no Brasil, em abril de 2020 o Laboratório de Biologia Molecular e Imunologia do InsCer passou a oferecer exames RT-PCR – responsáveis por detectar a infecção pela Covid-19 durante o período sintomático da doença – com resultado em 24h para empresas, escolas e pessoas físicas. Mais tarde, disponibilizou o teste RT-PCR Fast, com resultados que saem em 4h, de acordo com janelas específicas durante o dia. Todos os laudos são emitidos em português, inglês e espanhol. Além disso, também foi oferecida a coleta domiciliar do exame, no intuito de auxiliar no diagnóstico de quem não tem a possibilidade de sair de casa, como idosos acamados, por exemplo.  

Saiba mais: InsCer oferece diferentes opções de exame RT-PCR para Covid-19 

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Até dia 30 de junho é possível participar da pesquisa do InsCer sobre o sono na pandemia/Foto: Shutterstock

Enquanto isso, pensando na realidade de ensino remoto, a qual impediu crianças de frequentarem presencialmente instituições de ensino, o Instituto desenvolveu o aplicativo Graphogame, um jogo educacional que tem como objetivo auxiliar crianças de 4 a 9 anos no processo de alfabetização. Ele chegou no Brasil por meio do Ministério de Educação, em iniciativa conduzida pelo pesquisador do InsCer, Augusto Buchweitz 

Por fim, o Instituto do Cérebro, que é referência em pesquisas sobre questões relacionadas à Neurociência, também se destacou na área durante a pandemia, liderando três importantes estudos sobre o assunto:  

Além disso, pesquisas relacionadas ao coronavírus realizadas pela instituição foram publicadas em revistas internacionais. 

Conheça outras ações da PUCRS no combate à PANDEMIA

Essa é a última de uma série de matérias que compilam ações da Universidade no combate à pandemia.  

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Conheça iniciativas que visam auxiliar e dar protagonismo aos povos indígenas

Foto: Pixabay

Mais de 150 povos indígenas já foram infectados pela Covid-19, com 55.667 casos confirmados até a data de hoje, 18 de junho, de acordo com dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). No entanto, essa não é a única realidade que preocupa essas populações: disputas pelas terras, violência e dificuldades econômicas estão entre os problemas enfrentados pelos indígenas na atualidade.  

A partir das realidades vivenciadas por esses povos, estudantes e professores da Escola de Humanidades da PUCRS desenvolveram ações que têm os povos indígenas como protagonistas. Confira duas delas: 

Tecnologia aliada à prevenção 

Por meio de um projeto de extensão, o Núcleo de Estudos em Cultura Afro-brasileira e Indígena (Neabi) da PUCRS, ligado ao programa de Pós-Graduação em História, desenvolveu a iniciativa Tecnologia UV-C no auxílio ao combate à pandemia de Covid-19 em aldeias indígenasEssa ação visa capacitar agentes de saúde que atuam em comunidades das etnias Potiguara, Gavião, Tabajara e Tubiba Tapuya, no Ceará, a utilizarem um equipamento de luz ultravioleta, denominado UV-C INFO, na esterilização de ambientes 

Essa tecnologia é produzida pela Hüttech, empresa que integra o ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) e que realizou doações do equipamento para que pudesse ser utilizado nas comunidades. Sua ação consiste na quebra das ligações de DNA e RNA de fungos, vírus e bactérias pela radiação ultravioleta, esterilizando o ambiente. Dessa forma, o ar e as superfícies que contém uma boa iluminação para a ação do UV-C INFO ficam livres desses microrganismos que podem ser nocivos ao ser humano.  

O professor Edison Hüttner, um dos responsáveis pelo projeto, explica que essa iniciativa é importante pois os povos indígenas estão suscetíveis a diferentes enfermidades. “Não apenas o coronavírus acomete essas populações, mas bactérias e fungos, também. Por isso, disponibilizamos essa tecnologia aos agentes de saúde, para que as comunidades indígenas pudessem lutar contra a Covid-19, atuando na prevenção de forma mais efetiva”. 

Povos Indígenas por eles próprios 

Reunindo representantes de oito etnias indígenas (Kaigang, Xokleng-Konglui, Kaiapó, Boe Bororo e Terena, Suiá, Yawalapiti e Puyanawa) de quatro estados diferentes (Acre, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Pará), o Centro de Análises Econômicas e Sociais da PUCRS (Caes) em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS e o Centro de Estudos Europeus e Alemães (CDEA), realizou o evento Povos Indígenas por eles Próprios no dia 17 de junho.  A mediação do foi realizada pelo professor Hermílio dos Santos.

Na ocasião, o cacique Moritororeu Boe Bororo, do Mato Grosso, iniciou sua apresentação realizando uma saudação em sua língua nativa e relembrando o multiculturalismo dos povos indígenas brasileiros. Essa população não é homogênea e isso ficou nítido no evento, visto que cada etnia participante possuía uma língua própria pertencente a diferentes troncos linguísticos, como Pano, Aruak, Bororo e Jê. A resistência cultural desses povos também foi um dos assuntos abordados no encontro. 

Além disso, foi discutida a disputa pela terra, uma das principais lutas desses povos na atualidade. A ideia do encontro era observar a perspectiva indígena sobre esses temas, por isso, representantes de alguns dos povos do território indígena do Xingu puderam abordar a questão da extração ilegal de madeira na região, apresentando, além de dados, suas vivências e explicando a importância da relação dos indígenas com a terra em que habitam. Um relatório da ONU de 2018 já demonstrava que as regiões habitadas pelos nativos preservam mais o meio ambiente. 

Por fim, foram abordadas características culturais específicas das etnias participantes do evento e suas perspectivas futuras em relação a seus povos.  

Em breve, esse e outros encontros que discutiram questões indígenas com a presença desses povos, receberão legendas em língua inglesa e serão divulgados para acesso de todos os interessados.