O pesquisador Nelson Todt foi convidado a contribuir como líder do Módulo Ética, Valores e Educação Olímpica, no mestrado em Estudos Olímpicos da instituição alemã
Nesta semana a PUCRS recebeu a visita do diretor do Centro de Estudos Olímpicos da German Sport University Cologne, Stephan Wassong, da Alemanha. O objetivo da visita foi a assinatura de um convênio de cooperação entre a instituição alemã e a PUCRS por meio do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos (GPEO) da PUCRS. Como um dos principais especialistas na área de Estudos Olímpicos, o pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Nelson Todt foi convidado a contribuir como líder do Módulo Ética, Valores e Educação Olímpica, no mestrado em Estudos Olímpicos da instituição alemã.
O visitante foi recebido no Salão Nobre da Reitoria pelo vice-reitor Ir. Manuir Mentges, que celebrou a cooperação entre PUCRS e a única universidade na Alemanha dedicada exclusivamente ao mundo do esporte e da ciência do exercício. Estiveram presentes no encontro a professora co-líder do GPEO Alessandra Scarton, o professor e gestor de Relacionamento e Negócios do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) Leandro Pompermaier, a coordenadora executiva interina do Escritório de Cooperação Internacional professora Carla Bonan, além do professor Todt.
Stephan Wassong é professor titular da German Sport University Cologne, onde é diretor do Instituto de História do Esporte e do Centro de Estudos Olímpicos. O docente também é presidente do Comitê Internacional Pierre de Coubertin e, desde 2015, membro da Comissão de Educação Olímpica do Comitê Olímpico Internacional. Com sua vinda, o professor também conheceu o Centro de Estudos Europeus e Alemães com recepção do pesquisador da Escola de Humanidades Roberto Pich, além de visitar o Living 360º, a Biblioteca Central Ir. José Otão e o Tecnopuc.
Todt atuará em um dos programas de estudo mais prestigiados na área de Estudos Olímpicos do mundo, que conta com o apoio do Comitê Olímpico Internacional. Na PUCRS, o docente coordena o Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos (GPEO) da PUCRS, que desenvolve pesquisas interdisciplinares há mais de 20 anos na área e alinha seu trabalho no âmbito Olímpico com o Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin, que desde 2008 tem sua sede na PUCRS. Esta linha de pesquisa e trabalho, tem permitido estabelecer relações e o reconhecimento de instituições como a ONU, o Vaticano e o Comitê Olímpico Internacional.
O pesquisador Nelson Todt foi convidado a contribuir como líder do Módulo Ética, Valores e Educação Olímpica, no mestrado em Estudos Olímpicos da instituição alemã
Nesta semana a PUCRS recebeu a visita do diretor do Centro de Estudos Olímpicos da German Sport University Cologne, Stephan Wassong, da Alemanha. O objetivo da visita foi a assinatura de um convênio de cooperação entre a instituição alemã e a PUCRS por meio do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos (GPEO) da PUCRS. Como um dos principais especialistas na área de Estudos Olímpicos, o pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Nelson Todt foi convidado a contribuir como líder do Módulo Ética, Valores e Educação Olímpica, no mestrado em Estudos Olímpicos da instituição alemã.
O visitante foi recebido no Salão Nobre da Reitoria pelo vice-reitor Ir. Manuir Mentges, que celebrou a cooperação entre PUCRS e a única universidade na Alemanha dedicada exclusivamente ao mundo do esporte e da ciência do exercício. Estiveram presentes no encontro a professora co-líder do GPEO Alessandra Scarton, o professor e gestor de Relacionamento e Negócios do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) Leandro Pompermaier, a coordenadora executiva interina do Escritório de Cooperação Internacional professora Carla Bonan, além do professor Todt.
Stephan Wassong é professor titular da German Sport University Cologne, onde é diretor do Instituto de História do Esporte e do Centro de Estudos Olímpicos. O docente também é presidente do Comitê Internacional Pierre de Coubertin e, desde 2015, membro da Comissão de Educação Olímpica do Comitê Olímpico Internacional. Com sua vinda, o professor também conheceu o Centro de Estudos Europeus e Alemães com recepção do pesquisador da Escola de Humanidades Roberto Pich, além de visitar o Living 360º, a Biblioteca Central Ir. José Otão e o Tecnopuc.
Todt atuará em um dos programas de estudo mais prestigiados na área de Estudos Olímpicos do mundo, que conta com o apoio do Comitê Olímpico Internacional. Na PUCRS, o docente coordena o Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos (GPEO) da PUCRS, que desenvolve pesquisas interdisciplinares há mais de 20 anos na área e alinha seu trabalho no âmbito Olímpico com o Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin, que desde 2008 tem sua sede na PUCRS. Esta linha de pesquisa e trabalho, tem permitido estabelecer relações e o reconhecimento de instituições como a ONU, o Vaticano e o Comitê Olímpico Internacional.
A PUCRS, por meio do núcleo de pesquisa Human Factors and Resilience Research (HFACTORS), iniciou um projeto com profissionais da área da saúde em Porto Alegre. O objetivo é identificar questões relacionadas a bem-estar, saúde mental e segurança a partir da percepção desses profissionais, que estão entre os que mais sofrem de esgotamento no ambiente de trabalho.
Apesar de não haver perguntas relacionadas à pandemia de Covid-19, os resultados do estudo deverão ser impactados por esse contexto e mostrar, de alguma forma, como essa área foi afetada. A meta é que aproximadamente 500 pessoas do setor da saúde, que atuem em hospitais, respondam a questionário com uma série de variáveis, como liderança, carreira e autocuidado. A pesquisa inicia sendo aplicada com os funcionários do Ernesto Dornelles, em um segundo momento sendo aplicada no Hospital São Lucas da PUCRS e posteriormente ampliada para outras instituições hospitalares da Capital.
“Essa pesquisa está sendo realizada justamente em um momento de pandemia que é um importante estressor. É um momento histórico que estamos vivendo, de imprevistos e de incertezas”, observa uma das pesquisadoras envolvidas Maria Isabel Barros Bellini, que é professora do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da PUCRS.
Segundo a pós-doutoranda do HFACTORS Fernanda Xavier Arena, os profissionais da saúde já têm um índice elevado de esgotamento. “A pandemia aumentou ainda mais o sofrimento”, acrescenta.
Nesse sentido, a pesquisa também observará a presença de práticas de autocuidado, as quais servem de estratégia para lidar com o estresse causado pelo trabalho. Uma revisão de pesquisas sobre o assunto mostrou que atividades de lazer, esporte, atenção plena e meditação, por exemplo, reduzem o risco de desenvolvimento da síndrome de Burnout, que o esgotamento decorrente de estresse crônico no local de trabalho, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
As pesquisadoras consideram que, durante a pandemia, alguns espaços que funcionavam como locais de interação, atividades e lazer foram fechados, o que contribuiu processos de sofrimento e isolamento. “Com o agravamento dos sintomas, vem a importância do autocuidado como uma das formas de enfrentamento”, ressalta Bellini.
De forma geral, o estudo trará um panorama, a partir de múltiplas variáveis, sobre a relação dos trabalhadores com o seu trabalho. “Queremos entender um pouco mais a relação que os trabalhadores têm com seu trabalho e sobre o próprio contexto desse ambiente e desse trabalho realizado”, explica a doutoranda Daniela Boucinha, psicóloga que também faz parte da equipe.
A pesquisadora informou que o objetivo é também investigar a influência que a liderança exerce sobre as questões relacionadas a bem-estar, saúde mental e segurança. “Queremos saber da relação entre líderes e liderados”, disse Boucinha.
Entre os benefícios da pesquisa, Arena, que é assistente social e tem doutorado em Psicologia, observa que, a partir do conhecimento das percepções dos trabalhadores, é possível elaborar alternativas. Segundo ela, o conhecimento das condições de trabalho auxilia no aprimoramento das práticas de autocuidado, o que também impacta na melhoria das condições de trabalho na otimização do atendimento prestado.
A pesquisa conta ainda com a professora de Psicologia da PUCRS Manoela Ziebell de Oliveira e com a pós-doutoranda Lidiany de Lima Cavalcante e tem característica interdisciplinar. O grupo de trabalho se ampara na experiência de projetos desenvolvidos desde 2014 com abordagem de Fatores Humanos e Engenharia de Resiliência no setor de óleo e gás. Por demanda externa, agora expande sua atuação para o segmento da saúde.
O Human Factors and Resilience Research (HFACTORS) é núcleo vinculado à Escola Politécnica da PUCRS, em parceria com a Escola de Negócios, formado por profissionais de diferentes formações, como Engenharia de Resiliência, Sociologia, Serviço Social, Psicologia, Engenharia, Mídia e Gestão do Conhecimento. A equipe estuda e desenvolvendo soluções, principalmente de segurança, em sistemas sociotécnicos complexos. O que vincula todos os pesquisadores do núcleo é a abordagem de Fatores Humanos a qual observa a interação do homem com o ambiente de trabalho, incluindo os fatores ambientais e organizacionais. A Coordenação Geral do HFACTORS está sob a responsabilidade do Prof. Dr. Eduardo Giugliani.
Desde 2017, no Brasil, verificou-se um crescimento exponencial da instalação de sistemas fotovoltaicos e a previsão para 2050 é que 40% da potência elétrica instalada no País seja de sistemas fotovoltaicos. O uso de Energia Solar proporciona diversos benefícios econômicos e ambientais e segundo pesquisadores da PUCRS, se boa parte da população instalar sistemas fotovoltaicos em casas e empreendimentos, além da redução nas contas de luz, a poluição também diminuiria.
Neste contexto, os pesquisadores da Escola Politécnica e coordenadores do Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar) da PUCRS, Adriano Moehlecke e Izete Zanesco, são responsáveis pelo projeto de pesquisa e desenvolvimento FINEP 0130/21 intitulado Desenvolvimento de Células Solares Bifaciais PERC com Difusão de Dopantes e Passivação Formados com Processo Inovador, aprovado na Chamada Pública MCTI/FINEP/AT Materiais Avançados e Minerais Estratégicos 2020. A iniciativa de pesquisa também tem como autores a pesquisadora Nara Regina de Souza Basso, o funcionário do NT-Solar, Moussa Ly, e alunos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais da Escola Politécnica.
O objetivo do estudo é desenvolver as células solares feitas com silício bifaciais, capazes de converter a irradiância solar incidente nos dois lados, assim o uso deste material proporcionará uma maior potência elétrica produzida com a mesma área de uma célula solar. Além disso, proporcionará também o avanço da tecnologia de fabricação de lâminas de silício mais finas, com técnicas de passivação das superfícies. Passivação é o nome dado a um processo que consiste na adição de camadas de outros materiais às superfícies das células.
No projeto desenvolvido pelos pesquisadores da PUCRS também será utilizado um método para passivação das superfícies das células solares bifaciais com o óxido de grafeno, tornando possível aumentar a eficiência de conversão da energia solar em energia elétrica. A iniciativa visa desenvolver um processo de produção de células solares de silício para reduzir o custo de produção e de uso em módulos fotovoltaicos. Zanesco e Moehlecke explicam que a redução do custo do processo está focada na difusão dos dopantes boro e fósforo na mesma etapa térmica, realizada em forno compacto desenvolvido com tecnologia nacional.
A fase atual do projeto se encontra na construção do forno compacto com a empresa Fornos Sanchis e da câmara de quartzo, onde serão processadas as lâminas de silício, produzida pela empresa ActQuartzo. Neste forno, será realizada a difusão de fósforo e de boro nas lâminas de silício, que é uma etapa da produção de células solares.
Os pesquisadores destacam que atualmente, no País, ainda existem poucas empresas de montagem de módulos fotovoltaicos com células solares importadas e o mercado está crescendo com base na importação e, por conta disso, o desenvolvimento de tecnologias de produção de células solares e recursos humanos é essencial para o estabelecimento de fábricas de células solares no Brasil.
Além disso, com o crescimento da indústria de energia solar, milhares de novos empregos são gerados todos os anos. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o setor gerou 130 mil novos empregos no Brasil entre 2012 e 2019.
Único centro de pesquisa e desenvolvimento na América Latina projetado para desenvolver e caracterizar células solares e módulos fotovoltaicos em escala piloto, o Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar) da Escola Politécnica da PUCRS atua realizando projetos envolvendo células solares, módulos fotovoltaicos e sistemas fotovoltaicos, com a coordenação dos professores Adriano Moehlecke e Izete Zanesco.
O NT-Solar também integra os laboratórios do curso de Engenharia de Energias Renováveis da Escola Politécnica da PUCRS, primeira graduação presencial na área, que promove o estudo em energias limpas e sustentáveis, com o objetivo de contribuir na criação e desenvolvimento de soluções inovadoras e não poluentes.
Fruto da parceria entre a PUCRS, UFRGS e King’s College London (KCL), o site Mulheres na Ciência reúne a trajetória de pesquisadoras das áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). Com o objetivo de inspirar e incentivar mais mulheres nessas áreas, mulheres cientistas das três instituições contam sobre sua formação, áreas de pesquisa e opiniões sobre a importância da presença feminina na ciência.
Para a coordenadora do projeto na PUCRS Fernanda Bueno, doutora e mestre em Ciências Biológicas, as jovens têm se interessado cada vez mais pelos desafios e necessidades da sociedade atual, porém a participação igualitária das mulheres na ciência ainda precisa vencer muitos desafios.
“No Brasil as mulheres ainda não crescem em posições de destaque na mesma proporção que os homens, assim, este é outro desafio que temos que enfrentar, sobretudo nas áreas STEM. Penso que devemos estimular os jovens talentos que se interessam por essas áreas, e proporcionar às jovens a possiblidade de desenvolverem as suas habilidades para seguir nessa fascinante carreira de cientista”, reforça.
Aline Pan, conta que foi na graduação de Física que surgiu o convite para participar de um grupo de pesquisa em energia solar, área pesquisada pela professora desde então. “A diversidade permite que surjam um ‘dividendo de inovação’, o que converge em equipes mais inteligentes e criativas, abrindo a porta para novas descobertas e soluções, ao ampliar os pontos de vista. É urgente colocar a ciência, a tecnologia, a engenharia e a energia na voz das mulheres já que desejo uma mudança social, política, econômica e energética para um modelo justo e sustentável”.
Para a pesquisadora Abigail Tucker, da King’s College London, diversidade no STEM é importante, permitindo que diferentes vozes sejam ouvidas, com novos pensamentos e diferentes perspectivas. “Gostaria que as jovens pesquisadoras soubessem que é possível ter filhos, trabalhar meio período e ainda se dar bem no seu trabalho. É um equilíbrio difícil, mas vale a pena o esforço. Eu acho ótimo que esquemas no Reino Unido como Athena SWAN estejam agora por perto para ajudar a apoiar as mulheres na pesquisa e eu tenho sido agraciada com mentores muito encorajadores”, relata.
Para a britânica Andrea Streit, que também integra a coordenação do projeto, as mulheres podem trazer uma perspectiva única para a ciência, muitas vezes, promovendo abordagens colaborativas e solidárias. “Em vários cargos de liderança, promovi o equilíbrio de gênero e a inclusão para superar obstáculos para que a ciência acadêmica proporcione um ambiente aberto para as gerações futuras”, finaliza a professora.
O site do projeto também apresenta dados sobre mulheres na ciência no Brasil e no Reino Unido, além de abordar o Programa de Mentoria conduzido pela PUCRS e UFRGS em parceria com a KCL. Conheça outras trajetórias e saiba mais sobre a presença feminina nas áreas STEM.
Nesta terça-feira, dia 21, chegou ao fim a primeira edição do Programa Hangar, iniciativa liderada pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e pelo Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (Sebrae RS). O programa visa apoiar doutores/as e doutorandas/as na transformação de pesquisas em produtos e/ou negócios. Na primeira edição do programa, 19 participantes de diferentes Programas de Pós-graduação da PUCRS integraram os encontros que aconteceram entre abril e junho.
No evento de encerramento no Living 360°, 10 projetos participaram do Pitch Day, apresentando suas ideias de negócio para uma banca avaliadora. O primeiro lugar foi conquistado pelo pesquisador Leandro Astarita, com o StreptoC, um consórcio de bactérias promotoras do crescimento vegetal, em específico, plantas de milho, que visa reduzir o uso de fertilizantes sem perder produtividade. O vencedor receberá passagem aérea e ingresso para o principal festival de inovação e empreendedorismo global, o Web Summit, em Portugal.
O segundo lugar ficou com o negócio BioSima – Medicina Regenerativa, apresentado pelo pesquisador Eduardo Rolim, abordando produtos diagnósticos e terapêuticos baseados em sinalização exossômica. Já no terceiro lugar esteve o BeeDetec, exibido pela doutoranda Jenifer Ramos, propondo um kit portátil para detecção de agrotóxicos em abelhas.
A banca foi formada por Simone Stülp (Secretária adjunta da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS), Gustavo Moreira (Especialista em Inovação – Gerente de Projetos no Sebrae/RS) Ernani Costa (Diretor Executivo da Marcha Empresa de participações e investimentos), Marcelo Bortolini (Diretor da Diretoria Desenvolvimento Científico e Tecnológico da FINEP) e Daniel Pimentel (Diretor de Universidades e Transferência de Tecnologia na Consultoria Emerge).
Para o diretor de pós-graduação Luiz Gustavo Leão Fernandes a conexão entre a pesquisa, inovação e mercado é fundamental. “Essa iniciativa está alinhada com tendências mundiais e possui um imenso potencial de impacto e transferência de conhecimento da academia para a sociedade”, adiciona.
O Programa Hangar foi dividido em quatro trilhas com o objetivo de auxiliar o/a pesquisador/a empreendedor/a na trajetória de desenvolvimento do negócio. Entre os conteúdos que fizeram parte do cronograma estiveram temas como cenário tecnológico, ideia de negócio, propriedade intelectual, investimentos regulatórios e negócios.
Para a gestora de operações e empreendedorismo do Tecnopuc Flávia Fiorin, o Programa Hangar está diretamente conectado a um movimento global de aproximação da pesquisa com o mercado que amplia as fontes de fomento voltados à geração de negócios inovadores baseados em ciência e tecnologia. “O Hangar é uma oportunidade para pesquisadores explorarem a conexão seus projetos de pesquisa ao mercado. No contexto de negócios, as chamadas ‘Deep Techs’ representam hoje um potencial de ampliação do impacto positivo gerado pelo conhecimento e tecnologias desenvolvidos na pesquisa”.
Professor Nelson Todt carregando a Tocha Olímpica nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016/Foto: Bruno Todeschini
Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 tiveram, pela primeira vez, um número de atletas mulheres participando da competição quase igual ao masculino. A edição também foi marcada pela inédita participação de uma atleta transgênero em uma categoria feminina. Celebrado nesta quinta-feira, 23 de junho, o Dia do Atleta Olímpico, foi criado em homenagem à fundação do Comitê Olímpico Internacional, em 1894. A data também tem como objetivo promover o movimento olímpico em todo mundo, incentivando a prática esportiva.
Apesar de, normalmente, o foco das olimpíadas estar voltado às competições, diversas questões sociais permeiam a prática dos esportes. O coordenador do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos da PUCRS e presidente do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin, que tem sede na Universidade, Nelson Todt, explica a importância dos Jogos para a visibilidade diferentes temas.
“Os Jogos Olímpicos são o maior evento esportivo do mundo e ele reflete todo o contexto social exterior a ele. Com isso, ao abordar questões sociais em um evento de tamanha dimensão, é dada uma atenção maior a essas problemáticas”.
Em uma parceria entre o eMuseu do Esporte, a PUCRS, a UERJ, a Acnur, a Unesco e a Unic Rio, em agosto de 2021 foi lançada a exposição virtual Reflexões Olímpicas e Dignidade Humana, que abordou Jogos Olímpicos e inclusão através do esporte. Confira uma seleção de momentos, realizada pelo professor Todt, nos quais as questões sociais estiveram presentes no evento e saiba mais sobre a exposição virtual.
Aída dos Santos foi a única mulher da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964/Foto: Domínio Público
Os Jogos Olímpicos tiveram seu início na Antiguidade Clássica. Na época, podiam participar apenas cidadãos gregos, ou seja, homens nascidos no território que hoje conhecemos como Grécia. Nesse contexto, além de não poderem participar dos jogos, as mulheres sequer podiam estar presentes na arquibancada. Esquecida por anos, essa competição foi retomada por Pierre de Coubertin, o criador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Sua primeira edição, ocorrida em 1896, na cidade de Atenas, também não permitia a participação feminina. No entanto, mulheres passaram a competir na segunda edição, em 1900.
Apesar disso, apenas em 1991 se tornou obrigatória a inserção de categorias femininas em todas as modalidades esportivas. Na edição posterior a essa determinação, em 1992, menos de três a cada dez atletas eram do gênero feminino. Somente nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a competição passou a ter um patamar próximo da plena igualdade de gênero. Atualmente, as mulheres representam 48,8% dos/as atletas e a expectativa é de que em 2024 a igualdade seja ainda maior.
Em 1968, no pódio da competição de 200 metros rasos, os atletas que conquistaram o ouro e o bronze, Tommie Smith e John Carlos, levantaram os punhos cerrados utilizando uma luva preta durante a execução do hino nacional dos Estados Unidos. Esse gesto é conhecido como símbolo dos Panteras Negras, movimento afro-americano. Na época, a luta contra a segregação racial nos EUA estava em um dos seus momentos mais críticos, após o assassinato de Martin Luther King Jr. Por conta da manifestação política, que era vedada pelo Comitê Olímpico Internacional, os atletas foram penalizados.
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio houve uma flexibilização dessa proibição. As manifestações políticas não serão passíveis de punição, desde que não aconteçam no pódio ou durante os eventos. Também não é permitida qualquer ação que tenha uma pessoa, país ou organização como evidente alvo. Antes mesmo da abertura oficial, protestos contra o racismo foram realizados nas competições do Futebol Feminino: jogadoras das seleções da Grã-Bretanha, Chile, Estados Unidos, Suécia e Nova Zelândia ajoelharam-se antes do início de suas partidas, um gesto que relembra a morte de George Floyd, ocorrida no ano passado.
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Dora Ratjen representou a Alemanha no salto em distância feminino em 1936. Anos após a competição, ele descobriu sua identidade de gênero masculino ou intersexo. Aos 21 anos, o atleta alterou seu nome para Heinz Ratjen.
Após a carreira no esporte, a polonesa Stella Walsh, medalhista em atletismo nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1932, e nos de Berlim, em 1936, também teve descoberta a identidade de gênero intersexo.
Ratjen e Walsh não foram os únicos casos, outros atletas intersexo competiram em determinado gênero. A questão ainda gera controvérsia no esporte, seja por preconceito ou sob o argumento de que o desequilíbrio hormonal traria vantagens a esses competidores.
Em Tóquio, foi a primeira vez que o Comitê Olímpico Internacional (COI) permitiu a participação de uma atleta transgênero em uma categoria feminina: a halterofilista neozelandesa Laurel Hubbard. A organização determinou que quem fez a transição do sexo masculino para o feminino, e vice-versa, antes da puberdade, poderá competir na categoria desejada, sem restrições. No entanto, aqueles que realizaram a transição após esse período devem cumprir alguns requisitos. No caso de mulheres transgênero, como Laurel, é necessário comprovar que o nível de testosterona em seu sangue permaneceu inferior a 10 nanomol/litro por ao menos 12 meses antes de sua primeira competição e durante todo o período em que estão competindo.
O Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos, coordenado pelo professor Todt, realiza, em seu canal no YouTube, as Reflexões Olímpicas, que buscam discutir questões diversas acerca do olimpismo. Alguns assuntos abordados foram LGBTQIA+, liberdade de expressão e gênero.
Além disso, a exposição do eMuseu do Esporte conta com galerias e exposições em 3D, com entrevistas com diversas personalidades e especialistas das áreas de filosofia e estudos olímpicos. A exposição aborda os temas: Esporte e Valores, Intersexualidade, Refugiados e Liberdade de Expressão. A exposição usa como cenário os Jogos Olímpicos e Paralímpicos para tratar temas sociais, humanos e esportivos e a curadoria foi realizada pelos professores Nelson Todt, do curso de Educação Física da PUCRS, e Lamartine da Costa, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
A iniciativa é do eMuseu do Esporte, em parceria com o Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin (CBPC), com apoio institucional do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) e da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), em cooperação com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
É possível visitar a exposição a partir da data de lançamento acessando o site do eMuseu do Esporte.
A professora da Escola de Humanidades Marília Morosini está entre os 100 pesquisadores mais influentes em Educação da América Latina no Latin America Scientist and University Education Rankings 2022. A docente também aparece entre os 50 cientistas que mais publicaram nos últimos cinco anos. O ranking é desenvolvido pela AD Scientific Index que apresenta os coeficientes de produtividade de cientistas e pesquisadores de todo o mundo baseados nos perfis públicos no Google Scholar, tendo como fundamento a produção total, atividade nos últimos cinco anos e número de citações.
O ranking de produtividade é um instrumento que lista não somente pesquisadores produtivos, mas também pesquisadores com alto fator de impacto em uma determinada área, disciplina, universidade e país, podendo orientar o desenvolvimento de incentivos e políticas acadêmicas. A docente ressalta que este é um importante reconhecimento da atuação científica da Escola de Humanidades e do Programa de Pós-Graduação em Educação, além da PUCRS como apoiadora da construção da ciência.
“Essa posição positiva no ranking reflete um trabalho em equipe e uma trajetória de dedicação à formação de recursos humanos na graduação e na pós-graduação. Assim como destaca as minhas produções enquanto pesquisadora da Educação e coordenadora do Centro de Estudos em Educação Superior da PUCRS”, celebra a docente.
Marilia Morosini realizou seu pós-doutorado na University of Texas, nos Estados Unidos. Atualmente, é pesquisadora 1A pelo CNPq e professora titular na Escola de Humanidades da PUCRS. Foi criadora e coordena o Centro de Estudos em Educação Superior (Cees) da PUCRS. Coordenadora da Rede Sul Brasileira de Educação Superior (Ries) e de projetos nacionais e internacionais sobre Educação Superior (British Council, Fulbright, Alfa/UE, CNPq, Capes, Fapergs), com foco na internacionalização da Educação Superior.
Entre suas principais produções mais recentes, destaca-se a organização de dois volumes da Enciclopédia Brasileira de Educação Superior (EBES). Um trabalho resultado de 6 anos de pesquisas, que busca elucidar questões de docência, investigação, extensão e gestão nos sistemas educacionais público, privado, confessional ou comunitário em órgãos ou autarquias do país nas últimas décadas. São mais de mil páginas editadas pela Editora da PUCRS (Edipucrs).
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O envelhecimento é um fenômeno mundial e Porto Alegre expressa com nitidez essa mudança demográfica. De acordo com dados do Observatório da Cidade de Porto Alegre, a capital gaúcha apresenta a maior proporção de idosos na população em relação às demais capitais brasileiras. Os idosos representam 15,04% da população, contra 14,89% da população do Rio de Janeiro e 12,61% de Belo Horizonte. O percentual de pessoas com mais de 60 anos na capital gaúcha é o triplo da capital com menor percentual – Palmas (TO), com 4,37%.
Com este contexto, diversas entidades e pesquisadores se dedicam em atender esta realidade desenvolvendo novas propostas de políticas públicas, projetos e iniciativas de pesquisa. Na PUCRS, destaca-se a atuação do Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG), que atua com diferentes ações interdisciplinares relacionadas à pesquisa na área do envelhecimento. Para isso, o Instituto conta com um corpo docente multidisciplinar e uma estrutura que abrange laboratório de pesquisa básica e clínica.
O IGG realizou seu lançamento oficial em 1975, por meio de um intercâmbio médico-científico entre os governos do Brasil e do Japão, via Japan International Cooperation Agency (Jica). Atualmente, o IGG é coordenado pelo professor e pesquisador da Escola de Medicina Douglas Kazutoshi Sato, que dedica sua trajetória científica nas áreas de medicina, neurociências e envelhecimento. O trabalho realizado ao longo destes anos recebeu o reconhecimento da Câmara Municipal que condecorou o Instituto com o Diploma de Honra ao Mérito, em 2018.
Dentre os principais projetos desenvolvidos pelo IGG, estão o Programa de Envelhecimento Cerebral (PENCE) e o Atenção Multiprofissional ao Longevo (AMPAL). Além desses, o Instituto realizou o Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre (EMIPOA), em 2006, e o Estudo Epidemiológico e Clínico dos Idosos Atendidos pela Estratégia Saúde da Família (ESF) do Município de Porto Alegre (EMI-SUS).
A PUCRS em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre desenvolveu um programa assistencial para monitoramento e assistência da saúde mental de indivíduos a partir dos 55 anos do Sistema Único de Saúde (SUS). Estabelecido em 2012, o Programa de Envelhecimento Cerebral (PENCE) foi criado priorizando a capacitação de profissionais da atenção básica de saúde para a saúde mental de indivíduos a partir da meia-idade tendo o Hospital São Lucas (HSL) da PUCRS como referência.
O objetivo geral deste programa foi gerar um fluxo de transferência de conhecimento do centro de alta especialização (Hospital terciário e Universidade) para as equipes de saúde da família das unidades de assistência primária do SUS. A partir disso, com a implementação local de medidas decentralizadas de saúde e a geração de indicadores tornaram possíveis o aperfeiçoamento dessas ações. O foco prioritário foi direcionado para as patologias mais prevalentes e incapacitantes, como a demência e a depressão em que a identificação do risco para o seu desenvolvimento assim como o diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais.
Como resultados deste projeto, até o final de 2016, foram capacitados 39 médicos, 54 enfermeiros e 194 agentes comunitários de saúde. Aproximadamente 4 mil indivíduos foram avaliados por meio da iniciativa do PENCE. Desses, 1.500 com suspeita de demência ou depressão receberam avaliação ambulatorial complementar no HSL da PUCRS.
Em 2012, o professor e pesquisador da Escola de Medicina Angelo José Gonçalves Bós coordenou a criação do ambulatório que observou a grande dificuldade dos idosos, principalmente pessoas com 90 anos ou mais, ao se deslocarem ao HSL da PUCRS, gerando a transformação em um projeto de acompanhamento domiciliar: o Atenção Multiprofissional ao Longevo (AMPAL).
Os estudos realizados no projeto apontam que as pessoas nessa etapa da vida apresentam uma diminuição na velocidade da caminhada, alteração no equilíbrio corporal, com mais riscos de quedas, diminuição da força de respiração e muscular, erros alimentares, dificuldades de comunicação, seja por perda auditiva ou distúrbios cognitivos e sintomas depressivos, e diminuição do suporte social dos longevos avaliados.
Outro resultado apresenta as doenças mais prevalentes no grupo estudado. Assim, foram encontrados hipertensão, cardiopatia, colesterol elevado, diabetes e fragilidade, ou seja, enfermidades que necessitam de um acompanhamento a longo prazo por uma equipe multiprofissional.
Um avanço importante para o projeto, aconteceu em abril de 2016, com recursos do Fundo Municipal do Idoso de Porto Alegre, quando se tornou possível expandir o projeto para toda a cidade, assim ampliando a rede de pessoas nessa etapa da vida disponíveis para estudos no projeto. O AMPAL é um dos poucos projetos dedicados a pesquisas com e para esta população com mais de 90 e 100 anos, conta Douglas.
Até então, já foram realizadas novas iniciativas de acompanhamento com mais de 240 nonagenários (mais de 90 anos) e centenários (mais de 100 anos). Os resultados iniciais do projeto da comprovaram a efetividade de diversos instrumentos como a Escala de Depressão Geriátrica, utilizada em uma Dissertação de Mestrado do IGG. Com o estudo foi feita a avaliação da funcionalidade através do grau de facilidade ou dificuldade do idoso em executar atividades relacionadas à vida diária (AFASII – tópico de Tese de Doutorado também em conclusão).
Com mais de 46 anos de atuação, o Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS já participou das Pré-conferências dos Direitos da Pessoa Idosa também em parceria com o Conselho Municipal do Idoso, em 2018.
Atualmente o IGG desenvolve uma pesquisa coordenada pelo professor da Escola de Medicina Newton Luiz Terra em parceria com o Hospital de Pronto Socorro, Detran e EPTC, onde acontecerá uma avaliação da funcionalidade dos idosos atropelados no Município de Porto Alegre. O objetivo é divulgar os resultados sobre a funcionalidade dos idosos atropelados bem como iniciar uma campanha de prevenção de atropelamentos de idosos na capital gaúcha.
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No Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é lançado um novo projeto aproximando PUCRS, UFRGS e a King’s College London, do Reino Unido, com o objetivo de incentivar e inspirar mais mulheres na ciência. O avanço da presença feminina nas mais variadas áreas acadêmicas é notável nos últimos anos. Porém, o desafio de uma maior representatividade nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) ainda persiste.
A inclusão de mulheres em STEM faz parte da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável da UNESCO, com uma nova visão sobre questões sociais e econômicas atuais. Da perspectiva científica, a inclusão de mulheres “promove a excelência científica e impulsiona a qualidade dos resultados em STEM, uma vez que abordagens diferentes agregam criatividade, reduzem potenciais vieses, e promovem conhecimento e soluções mais robustas” de acordo com o material disponibilizado no portal oficial da organização.
Financiado pelo British Council, o programa Mulheres na Ciência (Women in Science) busca o fortalecimento de vínculos em torno de mulheres na ciência no Brasil e no Reino Unido nos âmbitos individual e institucional para transformar padrões de influência e fortalecer esquemas de liderança e gênero nas ciências exatas.
O projeto une a King’s College London, PUCRS e UFRGS em um projeto que visa incentivar mulheres e meninas na ciência, além de fornecer mentorias, eventos e oportunidades de desenvolvimento.
Oportunidade é o que define. As áreas STEM representam um dos setores da economia e do mercado de trabalho que mais cresce no mundo. Dados do Bureau of Labor Statistics (EUA) prevê que os negócios de estatística, desenvolvedor de software e matemática crescerão 34%, 31% e 30% até 2026, respectivamente.
Já um estudo conduzido pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) aponta que o Brasil deve ter uma demanda por 797 mil profissionais de tecnologia até 2025.
Para promover o desenvolvimento sustentável, impulsionar a inovação, o bem-estar social e o crescimento inclusivo. Empresas com maior diversidade de gênero têm 21% a mais de chances de apresentarem produtividade. Quando há também diversidade étnica, o índice sobe para 33% (dados da consultoria McKinsey and CO, 2O18).
O lançamento oficial do projeto está programado para o mês de abril com a publicação do website que apresentará a trajetória de mulheres cientistas das três instituições, abertura das inscrições para o programa de mentoria e início dos eventos promovidos pelo projeto.
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Debate sobre benefícios proporcionados pelo convívio com animais de estimação divide pesquisadores / Foto: Pexels
O Brasil é o terceiro país do mundo com maior população de animais domésticos, de acordo com a Associação Brasileira da Industria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Os dados do primeiro semestre de 2021 apontam que são mais de 139 milhões de bichinhos de estimação presentes no lar de cidadãos brasileiros. Por conta disso, tornou-se mais que fundamental ser discutido como se estabelecem as relações entre os humanos e os animais de estimação.
A decana e professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Psicologia Tatiana Irigaray dedicou sua trajetória acadêmica a investigar os aspectos psicológicos na relação humano-animal e outros desdobramentos a partir disso. A docente aponta que existem diversas pesquisas que buscam investigar se o convívio com os animais de estimação proporciona benefícios físicos ou psicológicos para o ser humano, porém o debate é dividido entre os pesquisadores.
“Enquanto alguns estudos relatam que existem benefícios relacionados ao convívio com os animais, outras pesquisas não encontraram esses mesmos benefícios, e algumas ainda sugerem que a presença de um animal pode ser prejudicial para a saúde mental das pessoas”, destaca.
Entre os benefícios encontrados, Tatiana destaca o aumento do bem-estar, autoestima e felicidade, além do papel protetivo dos animais contra a solidão, depressão, ansiedade e estresse. Mas que também existem casos que relatam que os animais estão associados com o aumento dos sintomas de ansiedade, depressão e estresse.
“Diversas pesquisas avaliaram apenas o fato de as pessoas possuírem ou não um animal de estimação, sem considerar as diferenças individuais de cada relação humano-animal”, explica.
Para a docente, as características específicas do indivíduo, como aspectos de personalidade, assim como o modo de interação com o animal, podem ser mais determinantes para a saúde mental das pessoas do que a simples presença do animal.
A mestranda Nathália Saraiva de Albuquerque, do grupo Avaliação, Reabilitação e Interação Humano-Animal (ARIHA) do PPG de Psicologia da PUCRS, contribui para o debate com sua pesquisa intitulada Fatores de personalidade e nível de apego em tutores de cães e gatos. Seu projeto realizou comparações dos fatores de personalidade entre pessoas que possuíam cães ou gatos e os indivíduos que não tinham animais de estimação. Além disso, investigou se existia associação entre fatores de personalidade e nível de apego do tutor pelo animal.
Personalidade do indivíduo deve ser considerada nos estudos sobre o vínculo humano-animal / Foto: Sam Lion/Pexes
Os principais resultados encontrados mostraram que os participantes que possuíam animais de estimação, independentemente da espécie (cão ou gato), eram mais extrovertidos do que aqueles que não tinham animais. A extroversão engloba o modo como o indivíduo se relaciona com os demais, sendo que pessoas que apresentam uma pontuação maior nesse fator costumam ser mais ativas, comunicativas, sociáveis, otimistas e afetuosas.
Por outro lado, verificou-se que o fator de personalidade neuroticismo, que se refere a uma maior instabilidade emocional, estava relacionado a um maior nível de apego pelo animal. Os indivíduos com uma pontuação alta em neuroticismo possuem maior probabilidade de vivenciar um sofrimento emocional mais intenso, e, geralmente, são mais ansiosos, depressivos e impulsivos.
Como explica a professora Tatiana Irigaray, com a pesquisa pode-se concluir que os tutores que são muito apegados aos seus animais apresentam uma maior vulnerabilidade psicológica. Além disso, ela destaca que, com estes resultados, torna-se evidente que a personalidade do indivíduo é uma variável que deve ser considerada nos estudos que visam a compreensão do vínculo humano-animal.
“A personalidade das pessoas, por exemplo, pode influenciar no modo como o indivíduo interage com o animal e também na forma como ele usufrui das vantagens envolvidas nesse relacionamento. Isso pode explicar por que nem todos os tutores se beneficiam igualmente da convivência com um animal de estimação”, explica.
O grupo de pesquisa ARIHA, sob a coordenação de Tatiana Quarti Irigaray, tem a finalidade de desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão nos quais aborda diferentes temas relacionados à avaliação e reabilitação psicológica, envelhecimento, saúde mental, aspectos da interação humano-animal e o uso de animais em terapia. O objetivo principal é desenvolver estratégias de avaliação e intervenção que possibilitem ações preventivas e de tratamento.