Um dos maiores dilemas enfrentados por boa parte da população durante a pandemia de Covid-19 tem sido como conciliar a necessidade de sair de casa para trabalhar e a preocupação com a exposição ao risco de contaminação pelo vírus. Para entender como as condições econômicas afetam a percepção das pessoas sobre a severidade do coronavírus, pesquisadores do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) realizaram um estudo que analisa a aversão ao risco.
Segundo dados da pesquisa, o máximo de risco de contaminação pela Covid-19 tolerado pela população para sair de casa é de 38%. Ou seja, apenas quando a chance de se contaminar é de 38 em 100 as pessoas decidem finalmente ficar em casa. No entanto, quando há chance de ficar gravemente doente caso seja contaminado, a tolerância ao risco é de apenas 13%. O estudo foi realizado por meio de um questionário online, com a participação de mais de 8 mil respondentes.
“Sabemos que a escolha de sair ou não de casa vai muito além do salário, por isso perguntamos às pessoas também sobre saúde financeira, qual a chance percebida de precisar de cuidados médicos intensivos caso infectadas pelo vírus, idade, sexo, se estavam empregas e qual a área, escolaridade, se eram parte do grupo de risco, entre outras coisas”, destaca o pós-doutorando Bruno Schiavon, responsável pelo estudo e integrante o Grupo de Pesquisa em Neurociência Cognitiva do Desenvolvimento do InsCer. A pesquisa teve a orientação do professor Rodrigo Grassi, docente da Escola de Medicina da PUCRS e pesquisador do Instituto do Cérebro.
Alumni do curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Schiavon aponta que a pesquisa engloba conceitos da economia comportamental, campo que estuda os fatores psicológicos (cognitivos e emocionais), culturais e sociais que afetam as decisões dos indivíduos. Para analisar os dados, os pesquisadores combinaram diversos tipos de métodos estatísticos que permitiram identificar e predizer como todas as características combinadas aumentam ou diminuem a chance de alguém querer sair de casa para manter o seu salário.
De acordo com o levantamento da pesquisa, pessoas com uma renda maior, com uma situação financeira confortável e mais novas são as que possuem mais tendência a querer sair de casa. “No início da pandemia havia uma ideia de que as pessoas com baixo nível socioeconômico tenderiam a ignorar as recomendações de distanciamento social devido a questões econômicas e pessoais, mas vimos o contrário”, comenta o pós-doutorando.
Porém, o pesquisador salienta que fatores como melhor acesso à saúde, não precisar utilizar o transporte público ou ser dono de estabelecimentos com funcionários são aspectos que podem influenciar as opiniões e percepções acerca da pandemia. “É muito importante acrescentar que este estudo tem suas limitações e que nossa intenção não é resumir um comportamento complexo a um fator apenas. Ou seja, não estamos apontando a causa única da decisão de querer ou não atender às medidas de distanciamento social”, conclui Schiavon.
A desigualdade social aumentou no Brasil durante a pandemia. É o que mostra um estudo realizado em uma parceria entre PUCRS, Observatório das Metrópoles e Observatório da Dívida Social na América Latina (RedODSAL). A pesquisa inspirou uma série de reportagens, exibida no Jornal Nacional nos dias 8, 9 e 12 de fevereiro de 2021. Os pesquisadores utilizam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicam, trimestralmente, boletins da desigualdade.
Composta por três episódios, a série de reportagens abordou a desigualdade em diferentes aspectos: na educação, na economia e no mercado de trabalho. André Salata, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS e um dos coordenadores da pesquisa, concedeu entrevistas ao Jornal Nacional. Entretanto, como apontado por Salata, essa não é a primeira grande divulgação da pesquisa: os resultados do estudo já foram manchete de capa em importantes jornais brasileiros, o que demonstra que os pesquisadores conseguiram atingir seu propósito – romper com a “barreira” entre a academia e a sociedade, levando a público suas descobertas em uma linguagem acessível a todos.
“Infelizmente o Brasil é um país muito propício para quem trabalha com desigualdades, pois, há décadas, é um dos mais desiguais do mundo. Além disso, desde 2015, essa questão começou a se agravar, tendo sido ainda mais intensificada durante a pandemia. As desigualdades trazem diversas consequências, como a pobreza”. Explica o professor, que acrescenta ser necessário chamar a atenção para esse assunto de forma que o debate público sobre a desigualdade aconteça. Para Salata, o fato de a pesquisa ter sido divulgada na TV aberta e em rede nacional demonstra que esse objetivo foi alcançado.
O que mostram as reportagens
Desigualdade na Educação: De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação, os alunos devem dedicar, no mínimo, quatro horas diárias para os estudos. Entretanto, durante a pandemia, a média foi de 2,37 horas por dia e a desigualdade é visível: alunos de classes sociais mais altas ultrapassaram esse tempo, tendo estudado, diariamente, 3,19 horas, enquanto os mais pobres apenas dedicaram 2,04 horas ao aprendizado. Regionalmente, também há desigualdades: os alunos da região Norte foram os mais excluídos, enquanto alunos do Sudeste, de Goiás, do Distrito Federal, do Pauí e do Ceará foram os que mais tiveram tempo para dedicar aos estudos. A educação pode ser a chave para a mudança de vida das pessoas de baixa renda e a desigualdade nessa área, com a dificuldade de acesso às aulas por estudantes das classes mais baixas, causa danos muito grandes, aumentando, também, a desigualdade de oportunidades.
Desigualdades na Economia: Além de as pessoas estarem perdendo renda, André Salata explica que sua distribuição não está sendo feita de maneira igualitária. Com a queda na atividade durante a pandemia, no período de recuperação, ricos tendem a ficar ainda mais ricos e pobres, mais pobres: os 10% mais ricos do País perderam apenas 3% de sua renda na pandemia, enquanto a quantidade perdida entre os 40% mais pobres foi de 32%, descontando o auxílio emergencial, que amorteceu o impacto e reduziu, um pouco, a desigualdade. Mesmo assim, o professor aponta que o mercado de trabalho não deve se recuperar tão rápido e que o fim do auxílio traz um cenário preocupante.
Desigualdades no Mercado de Trabalho: No mercado de trabalho. o cenário também é desigual: para conseguir manter sua posição social e o rendimento, é necessário ter qualificação, o que muitas vezes não é a realidade das classes sociais mais baixas, retornando ao problema da Educação desigual, aponta Salata. Após a queda causada pela pandemia, deverão se recuperar os setores financeiro, tecnológico, telecomunicações, imobiliário e parte do varejo; enquanto continuarão em queda o lazer e a hotelaria, as viagens, a alimentação, os serviços domésticos e outros serviços. Os trabalhadores informais, que não têm proteção, são os primeiros a sentir os efeitos da crise, sendo facilmente descartados pelo mercado de trabalho e, tendo as maiores perdas na renda.
A série de reportagens pode ser conferida no site do Jornal Nacional e a pesquisa completa está disponível no site do Observatório das Metrópoles.
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Tapiris e cabanas construídas com folhas de palmeiras das espécies Aricuri ou Babaçu / Foto: CGIIRC/Funai
Eles são alguns dos povos mais antigos que existem, mas ainda se sabe muito pouco ao seu respeito. Só na Amazônia Legal, constam cerca de 115 registros de grupos indígenas que vivem em isolamento. Em parceria com profissionais, ativistas e órgãos indigenistas, o professor e pesquisador Hermílio Santos lidera ações e um estudo sobre diferentes etnias da população indígena no País, por meio do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS (PPGCS).
Para entender melhor as heranças do contato da população indígena com outras civilizações e o contexto dos povos isolados, Santos mantém contato com várias etnias, por meio do WhatsApp. Entre elas, as da Associação Terra Indígena do Xingu (Atix), em Mato Grosso, que representa 16 povos que vivem no território: Aweti, Ikpeng, Kalapalo, Kamaiurá, Kawaiweté, Kisêdjê, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Tapayuna, Trumai, Wauja, Yawalapiti, Yudja.
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Sua pesquisa recentemente aprovada no Programa de Bolsas BPA irá estudar seis etnias, divididas em três grupos, de acordo com o período do primeiro contato: Terena e Bóe-Bororo (Mato Grosso, mais de 100 anos), Panará e Enawenê-nawê (há 40 anos) e Yawalapiti e Kamayurá (Mato Grosso, em torno de 80 anos). Serão realizadas entrevistas biográficas com três gerações de mulheres dessas etnias para entender os seus processos históricos.
No dia 18 de março, às 16h30min, o docente mediará um encontro virtual sobre Povos indígenas isolados no Brasil. Participarão do evento José Assunção Castilhos, especialista no tema que atua na Funai e Antenor Vaz, sertanista e consultor em Sistemas de proteção para povos isolados e de recente contato na América do Sul. Para acessar, acesse o link ou utilize o ID 95413237630 e a senha 457164.
A equipe, composta por estudantes do PPGCS, também tem elaborado ações de integração e recuperação da ancestralidade indígena. Por meio de uma das suas orientandas, que é filha de Tite, o técnico da seleção brasileira, o professor está organizando um campeonato de futebol com a Atix. “Eles gostam muito de futebol e o Tite, além de aceitar nos acompanhar, incluiu a CBF. Estamos em tratativa dos detalhes finais, mas deve acontecer após a pandemia”, explica Hermílio Santos.
E para marcar a contribuição da cultura indígena para a sociedade brasileira, está sendo planejada uma exposição com itens que foram levados para o exterior. No século 19, o primeiro contato com os povos do Xingu foi feito pelo pesquisador e explorador alemão Karl von den Steinen, que recolheu mais de mil objetos do local. Os itens fazem parte de um acervo etnográfico em Berlim, desde 1884.
“A ideia é trazer esses objetos para serem expostos no Xingu, no Senado Federal, e aqui na PUCRS, com o apoio de curadoras como Watatakalu Yawalapiti, uma das lideranças do movimento de mulheres indígenas no Xingu”, acrescenta sobre o projeto chamado Xingu 22, que deve ser parte das comemorações do bicentenário da independência.
Os povos isolados têm uma dependência muito maior do meio ambiente. “Se as florestas estão deterioradas, se a água fica contaminada ou se há contato desprotegido com a população não-indígena, eles podem facilmente ficar doentes. O que para nós é apenas um resfriado, para eles pode ser fatal. As ameaças vêm de muito tempo, mas com a intensificação das ações irregulares e a impunidade as consequências têm sido muito mais graves”, explica o pesquisador.
“Esses povos são patrimônio da humanidade. São brasileiros, mas ancestrais e originários dessa terra”, HERMÍLIO SANTOS.
A partir de leis indigenistas, foram criados espaços exclusivos para que esses grupos possam utilizar a terra sem deteriorá-la. Eles costumam viver como nômades ou seminômades e por isso precisam de áreas vastas. A primeira foi Massaco, em Rondônia, e existem cerca de outras 23 no País.
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Segundo dados divulgados pelo Instituto Socioambiental (Isa), baseados em relatórios da Fundação Nacional do Índio (Funai), apenas 28 dos registros de povos isolados foram confirmados. Além deles, o último censo do IBGE mostra que mais de 817 mil pessoas no brasil são indígenas, com 305 etnias e 274 línguas, representando apenas 0,4% da população total.
De 1500 até a década de 1970 muitos povos foram extintos. Outros fatores como autodeclaração e a dificuldade de contato com os povos isolados também influenciam para o número ser tão pequeno. Do total, mais de 502 mil vivem em zonas rurais e 315 mil habitam áreas urbanas.
As regiões com menor número de indígenas são a Sudeste e a Sul, enquanto a maior concentração está no Norte. O povo Tikuna, residente no Amazonas, apresenta o maior número de integrantes.
Apesar de serem delimitados grupos de risco para a Covid-19, pessoas que não fazem parte de nenhum deles podem precisar de internação por agravamento da doença, assim como alguns pacientes de grupo de risco podem apresentar apenas sintomas leves. Motivados por compreender o porquê disso, o Laboratório de Biologia Celular e Tecidual da PUCRS, em parceria com pesquisadores da UFCSPA e da UNIVATES, encontrou uma possível resposta nos níveis de angiotensina II no sangue. A angiotensina (tanto a I quanto a II) é um polipeptídio, ou seja, um conjunto de aminoácidos, responsável, dentre outras funções, por regular a pressão arterial, como explica Léder Leal Xavier, professor de Fisiologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e um dos responsáveis pelo estudo.
O pesquisador acrescenta que a entrada do vírus da Covid-19 nas células humanas ocorre através de uma enzima que fica na membrana dessas células, chamada enzima conversora de angiotensina II (ECA2), encontrada, principalmente, no pulmão, ela é, portanto, a “ponte” para que o vírus entre no organismo. A angiotensina II, por sua vez, remove a ECA2 da membrana das células e, sem essa “porta de entrada”, diminui a quantidade de vírus que consegue, efetivamente, entrar no corpo. Na hipótese criada pelo grupo de pesquisa, pacientes que conseguem aumentar os níveis de angiotensina II durante a Covid-19, têm uma carga viral menor e ativam o sistema imune de uma forma adequada, tendo, consequentemente, melhor prognóstico. Entretanto, algumas pessoas não conseguem produzir um aumento nos níveis de angiotensina II, com isso, recebem uma carga viral elevada, e, por não ativar o sistema imune adequadamente no início da doença, podem ter sintomas mais graves.
O estudo, que faz parte da tese de doutorado da aluna Paula Neves, do Programa de Pós Graduação em Biologia Celular e Molecular da PUCRS (PPGBCM), pode auxiliar no entendimento e possíveis tratamentos da COVID-19 e também de outras infecções por outros vírus que venham a ser descobertos e usem a ECA2 como modo de entrada no corpo humano. “É importante conhecermos a biologia básica das doenças para que depois possamos agir”, complementa Léder.
A pós-doutoranda do PPGBCM, Andrea Wieck Ricachenevsky, por sua vez, comenta sobre a importância de unir cientistas de diferentes instituições de ensino em prol da ciência: “esses pesquisadores têm formações e especialidades distintas. Além disso, oferecem diferentes pontos de vista sobre o tema, proporcionando a multidisciplinariedade, o que é muito importante em um estudo”.
Os pesquisadores, por fim, afirmam que o estudo é composto de teorias fisiológicas e bioquímicas sobre as respostas do corpo humano à Covid-19 e outras infecções virais e pode servir de base para estudos futuros em busca de tratamentos que atenuem os efeitos dessas doenças, mas salientam que medidas básicas como distanciamento social, uso de máscaras, vacinação e consulta ao médico em qualquer suspeita de Covid-19 são prioridades. Além disso, até o momento, o estudo não altera de forma alguma o tratamento clínico dos pacientes, visto que, por enquanto, não há um remédio “universal” para tratamento da Covid-19, e sim, diversos tratamentos para os sintomas, a serem definidos por um médico.
O artigo completo, publicado no periódico internacional Frontiers of Immunology, pode ser conferido aqui.
Quando as larvas de abelhas sem ferrão, conhecidas como tubuna, da espécie Scaptotrigona bipunctata recebem alimentos contaminados com inseticidas organofosforados (utilizados no combate de doenças e pragas que prejudicam a produção agrícola) o seu desenvolvimento fica comprometido. É o que evidencia o estudo realizado junto ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da PUCRS (PPG-EEB), recentemente publicado como artigo na revista internacional Environmental Pollution.
“Os resultados demonstram que produtos organofosforados, a exemplo do clorpirifós, o ingrediente ativo testado, são frequentemente usados na agricultura devido ao seu amplo espectro de ação. No entanto, estes produtos são tóxicos ao meio ambiente e podem causar prejuízos em insetos não-alvo, como as abelhas, incluindo alterações no desenvolvimento resultando em deformações nos adultos”, destaca a bióloga Betina Blochtein, professora e pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS.
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A pesquisa é fruto da tese da bióloga Andressa Dorneles, junto ao PPG-EEB, onde realizou seu doutorado. O estudo identificou que a exposição de abelhas imaturas a resíduos destes agrotóxicos por meio da alimentação das larvas, reduz significativamente as chances de sobrevivência. “Além dos efeitos letais, a exposição a doses menores (subletais) durante a fase larval causou deformidades e reduziu a área das asas das operárias, tornando-as menos capazes de desempenhar suas tarefas”, destaca em sua análise.
O PPG-EEB integra grupos de pesquisa atuando em diversas áreas das Ciências da Biodiversidade, incluindo Ecologia, Biologia Evolutiva, Sistemática, Genética, Genômica, Morfologia Comparada, Fisiologia, Ecotoxicologia, Comportamento animal, Paleontologia, Biologia do Desenvolvimento e Biologia da conservação. Saiba mais sobre os próximos editais e como ingressar no mestrado e doutorado.
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Uma pesquisa recente realizada pelo Google mostra que 19% dos brasileiros tem planos de começar a estudar algo diferente em 2021 e 24% desejam aprender uma nova língua. Feito em outubro de 2020, com 1.000 participantes entre 18 e 64 anos de todo o Brasil, o estudo confirma o que especialistas e tendências vêm apontando sobre o futuro. A orientação para que pessoas e organizações invistam em aprendizagem nunca foi tão intensa.
O Fórum Econômico Mundial declarou recentemente uma emergência de requalificação, pois o mundo enfrenta a perda de mais de um bilhão de empregos transformados pela tecnologia. Já faz algum tempo que é impossível ver um cenário de estabilidade pelo espelho retrovisor. A pandemia potencializou a expectativa e a urgência pelo desenvolvimento contínuo de habilidades, seja para acompanhar a velocidade da transformação em curso ou para gerenciar particularidades da vida e do trabalho de novas maneiras.
Quem estuda na PUCRS, além de contar com a estrutura de uma das melhores universidades da América Latina, tem uma série de benefícios para dar continuidade aos projetos e sonhos. De 11 a 14 de janeiro acontece o período de rematrículas e, em um cenário de tantas mudanças, o estudante da PUCRS conta com todo suporte para investir em formação contínua: flexibilidade de pagamento da matrícula, mensalidades e parcelamento, além de benefícios exclusivos para complementar a formação e oportunidades de financiamento.
Acesse o Portal do Aluno e aproveite os benefícios da Rematrícula
Ao se rematricular, o estudante pode optar por cursos de extensão da PUCRS e aproveitar gratuitamente até o final do segundo semestre de 2021. Da mesma forma, é possível aprender um novo idioma. Uma série de cursos do Lexis, o Centro de Idiomas da Universidade, também está disponível para os estudantes de graduação. Para utilizar este benefício, é só enviar o voucher para educacao.continuada@pucrs.br ou apresentá-lo diretamente no Centro de Educação Continuada (sala 201 do prédio 40).
O estudante com débitos acumulados poderá negociar o saldo sem juros ou qualquer tipo de encargo. Usar crédito educativo de forma retroativa e planejar a situação financeira do próximo semestre também é possível. Para isso, é necessário agendar um horário de atendimento no Setor Financeiro pelo telefone (51) 3320-3588 ou pelo e-mail financeiro@pucrs.br.
Outra possibilidade é experimentar gratuitamente por 30 dias a nova academia do Parque Esportivo. Ao optar por esse benefício, o estudante pode utilizar gratuitamente o novo ecossistema fitness equipado pela Technogym, com equipamentos de última geração. O acesso é livre de segunda a sexta-feira, conforme regras de distanciamento e saúde e, para aproveitar, basta validar o voucher até dezembro de 2021 por meio do e-mail admparqueesportivo@pucrs.br ou diretamente na Secretaria do Parque Esportivo (térreo do prédio 81). Mais informações pelos telefones 3320-3622 e 3320-3910.
Até 31 de julho de 2021 é possível complementar a formação experimentando cursos do Pós PUCRS Online gratuitamente. São cinco cursos disponíveis para cada Escola. Confira!
Além disso, alunas e alunos da PUCRS têm acesso gratuito a todo o pacote Office 365, que inclui diversas ferramentas que facilitam os estudos e a comunicação com colegas e professores. Também contam com 5 terabytes de armazenamento em nuvem no OneDrive, a melhor forma de ter arquivos sempre à disposição e acessá-los de qualquer lugar. O pacote pode ser instalado em até 5 dispositivos (PC/Mac, smartphone ou tablet) ou utilizado na versão online.
Confira neste link mais detalhes sobre os benefícios e o passo a passo completo de como utilizar seus vouchers. Fique atento à sua escala entre os dias 11 e 14 de janeiro. Não perca sua data! Lembre-se que, planejando com antecedência, você garante a vaga nas disciplinas e conclui a matrícula com mais agilidade.
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As consequências do uso de aparelhos eletrônicos é um assunto bastante estudado por cientistas do mundo inteiro. Prejuízos no sono, na postura e até mesmo na visão já foram identificados por pesquisadores. Entretanto, Amanda Borges Fontes, mestra em Psicologia pela PUCRS, demonstra em um trabalho inédito que o uso de smartphones e outras tecnologias pode ser benéfico quando usado de maneira moderada.
Na área da saúde, longe do estereótipo de cientistas que usam jalecos e andam com calculadoras, Fernanda Morrone iniciou sua carreira como pesquisadora na área de Farmácia, buscando curas mais efetivas para o câncer. Atualmente ela é diretora de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq) da PUCRS e sugere a iniciação científica aos estudantes que queiram ser cientistas, assim como ela.
A PUCRS teve mais de 2.112 projetos de pesquisa em andamento, 324 grupos de pesquisa, 111 laboratórios e 416 pesquisadores e pesquisadoras em 2020.
Para compreender melhor as pesquisas das cientistas, leia a matéria completa na Revista PUCRS (páginas 20 e 21).
Que veículo é aquele que passou pela rodovia? Qual era o tipo de caminhão? Quantos eixos estavam levantados? Essas são algumas perguntas que uma solução desenvolvida e aprimorada pela PUCRS responde. A ferramenta já está em uso pela empresa de engenharia Gnoatto Botoni, que atua em todo o País efetuando pesquisas de contagem volumétrica classificatória e pesquisas rodoviárias. A empresa presta serviços para concessionárias de pedágios, para o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Encontrar uma solução que contribuísse na auditoria de veículos que trafegam em determinadas vias por meio da captura de imagens era o objetivo da empresa. A diretora executiva Sônia Botoni conta que houve uma grande evolução na apuração de dados nas estradas, passando de anotações em pranchetas para tablets e, posteriormente, à adição de filmagens de trechos das rodovias. “Nesse momento é que começamos a questionar: como vamos automatizar esses vídeos? Após várias pesquisas de como desenvolver essa tecnologia, tive contato com o professor da Escola de Negócios, Adroaldo Lazzaroto, que recomendou procurar o IDEIA”, lembra.
A partir da indicação, aconteceu um reencontro. Após ter se formado em Engenharia Civil pela PUCRS em 1980, Sônia se reuniu com o ex-professor e atual diretor do IDEIA, Eduardo Giugliani. “O nosso papel é criar uma sinergia entre demandas da sociedade e os recursos disponíveis na PUCRS. Esse projeto foi desenvolvido ao longo de oito meses, sendo que uma parte foi feita na Universidade, que construiu um sistema e artefato computacional, e outra parte na empresa, que implantou o sistema e capacitou os profissionais que irão efetivar o gerenciamento”, destaca Giugliani.
Pesquisadores do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (IDEIA), do Laboratório de Computação (LabCom) e do Tecnopuc Fablab integram o projeto. Também estão envolvidos o Laboratório de Inovação (iSeed) da Escola Politécnica, os professores Edson Moreno, Filipi Vianna, Isabel Manssur, Soraia Musse, além de estudantes graduação e mestrado do curso de Ciência da Computação.
Edson Moreno, professor da Escola Politécnica da PUCRS, explica que para desenvolver a ferramenta foi utilizado um sistema de inteligência artificial e que foi preciso ensinar o sistema a reconhecer as gravações dos vídeos geradas pela empresa. “Foi o momento de realizar o levantamento de informações. Eram 26 de categorias de carros, motos e caminhões. Foi preciso informar para o sistema as características dos veículos e o tráfego em diferentes regiões do País”, comenta.
Na etapa seguinte, após essa aprendizagem da ferramenta, foi necessário fazer com que houvesse a detecção dos veículos de forma automática. “Havia imagens que não estavam adequadas, algumas com pouca iluminação, por exemplo. Era preciso que a solução fizesse essa captura de dados em diferentes condições”, frisa Moreno.
O trabalho desenvolvido, além de atender uma demanda da sociedade, trará benefícios para a comunidade acadêmica. “Com os recursos gerados, permitirá que possamos investir em novas estruturas e na formação de capital humano, além de fomentar novas pesquisas”, enfatiza.
Com a solução já implementada, a Gnoatto Botoni pode triplicar os pontos de contagem de tráfego e também pode gerar dados, durante todo o ano, com a classificação de todas as categorias exigidas pelos órgãos fiscalizadores de maneira automatizada. “Com as filmagens podemos analisar se os veículos – principalmente os caminhões – estão com eixos erguidos ou não. Isso influencia no dimensionamento do pavimento e, por consequência, na manutenção das rodovias”, sinaliza Sônia.
E se fosse possível descrever diferentes grupos de pessoas a partir de modelos computacionais? Essa é a proposta da tese de Rodolfo Migon Favaretto, doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação (PPGCC) da Escola Politécnica da PUCRS. A pesquisa Emotion, personality and cultural aspects in crowds: towards a geometrical mind, foi uma das vencedoras do Prêmio Tiradentes de Dissertações e Teses em Defesa Nacional, promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A cerimônia de entrega dos prêmios aconteceu em Brasília, no dia 16 de dezembro, no Salão Nobre do Ministério da Defesa. “Fiquei muito feliz e surpreso com a notícia. Foi um momento especial, principalmente porque a minha pesquisa foi a única desenvolvida por um civil entre as três teses premiadas, e não em uma universidade da esfera militar”, destaca Favaretto.
O objetivo da tese foi discutir diferentes maneiras de caracterizar indivíduos e grupos em multidões, propondo um modelo computacional para interpretar vídeos de pedestres, com técnicas de visão computacional. A principal hipótese é de que pedestres se comportam de acordo com suas características intrínsecas internas, como personalidade, emoção e aspectos culturais, que podem ser observadas em termos de comportamentos físicos e geométricos.
O trabalho busca descrever o comportamento das pessoas com o modelo Big Four-Geometrical–Dimensions (Big4GD), que leva em consideração quatro grandes dimensões de características geométricas: física, pessoal e emocional, social e cultural. Para isso foi desenvolvido um software chamado GeoMind.
Dessa forma é possível utilizar o software para extrair dados significativos sobre o que está acontecendo, em particular, dados geométricos, características, personalidades e emoções de cada pessoa. A análise dessas informações possibilita a detecção e, em alguns casos, a antecipação de eventos na multidão.
Aproveitando a motivação proporcionada pelo recebimento do prêmio, o pesquisador conta que pretende dar continuidade à pesquisa, que foi orientada pela professora Soraia Raupp Musse, do PPGCC, e contou com a colaboração do professor Ângelo Brandelli, do PPG em Psicologia da Escola de Humanidades. “Um caminho é trabalhar com as possíveis aplicações do modelo proposto na tese e também adicionar novas funcionalidades ao Software GeoMind”, explica.
Esse não é o primeiro reconhecimento do pesquisador, que também venceu como melhor tese no Concurso de Teses e Dissertações do Brazilian Symposium on Games and Digital Entertainment da Sociedade Brasileira de Computação, também em 2020. Além disso, já publicou vários artigos e um livro internacional com a editora científica Springer-Verlag.
Uma pesquisa desenvolvida pela PUCRS, pelo INCT – Observatório das Metrópoles e pelo Observatório da Dívida Social na América Latina (RedODSAL) mostra que a taxa de pobreza no conjunto das regiões metropolitanas caiu de 19% para 16% entre 2019 e agosto de 2020. Porém, sem os auxílios emergenciais, teria subido para 28%. Em 2019, havia 15.698.435 indivíduos em situação de pobreza no conjunto das regiões metropolitanas e, em agosto de 2020, eram 13.279.156. Na ausência dos auxílios emergenciais, entretanto, seriam 23.365.591 pessoas em situação de pobreza em agosto de 2020 nas metrópoles do país. As informações completas constam no segundo Boletim – Desigualdades nas Metrópoles, lançado trimestralmente. Clique aqui para baixar o documento na íntegra.
O estudo mostra que se não fossem esses auxílios, a taxa de pobreza teria aumentado significativamente em todas as regiões metropolitanas. Em agosto de 2020, por exemplo, seriam a valores como 51%, em Macapá; 50%, em Manaus e 46%, na Grande São Luís. A extrema pobreza, por sua vez, chegaria a 22,7% em Macapá, 21,3% em Manaus, 18% em Aracaju e 16,9% em Salvador. A partir desses números, é possível compreender que os auxílios emergenciais tiveram um importante papel em evitar uma situação crítica nas metrópoles brasileiras.
A pesquisa também mostra que a desigualdade de renda nas regiões metropolitanas do Brasil teve uma redução de 11% considerando todas as fontes de rendimento dos indivíduos que moram no País. Essa queda se deve à implementação de auxílios emergenciais durante a pandemia. Caso não houvesse esses auxílios, a desigualdades teria aumento 4%.
A pesquisa utilizou o Coeficiente de Gini como método para medir o grau de distribuição de rendimentos entre os indivíduos de uma população, variando de zero a um. O valor zero representa a situação de completa igualdade, em que todos teriam a mesma renda. Já o valor um representa uma situação de completa desigualdade, em que uma só pessoa deteria toda a renda. Dessa forma, é possível comparar a desigualdade de renda entre dois momentos ou locais a partir desse coeficiente.
Segundo o professor do programa de pós-graduação em Ciências Sociais da PUCRS e um dos coordenadores do estudo André Salata, é importante reconhecer que os auxílios cumpriram com sua função de proteger os mais pobres nesse momento de crise, uma vez que a desigualdade e a pobreza diminuíram e sua renda chegou inclusive a aumentar.
Pela média do coeficiente de Gini das Regiões Metropolitanas no Brasil, a desigualdade de renda caiu de 0,538 para 0,477 entre o ano de 2019 e agosto de 2020. Considerando todas as fontes de rendimento, a redução foi de 11,3% devido aos auxílios emergenciais. Realizando um comparativo, se não tivesse acontecido esses implementos de renda, a desigualdade teria aumentado em 4%. A diferença entre o que de fato ocorreu (queda da desigualdade) e o que poderia ter acontecido (aumento da desigualdade) é de 17,3%.
No conjunto das metrópoles, a variação de rendimentos dos 40% mais pobres foi de +4% entre o ano de 2019 e agosto de 2020. Sem os auxílios emergenciais, teriam sofrido uma perda de -32% em sua renda.
Por outro lado, a maioria da população sofreu uma queda expressiva em seus rendimentos. “A redução que verificamos nas desigualdades não se traduz em maior bem-estar para a maioria da população, mas sim a um nivelamento por baixo. E, portanto, não há quase nada a comemorar, a não ser o sucesso em evitar que os estratos mais vulneráveis fossem brutalmente atingidos pela crise, o que só foi conseguido em função dos auxílios emergenciais”, destaca.
No Boletim – Desigualdades nas Metrópoles constam microdados extraídos de pesquisas domiciliares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Excepcionalmente, nesta edição, foram utilizados dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc) de 2019 e da PNAD-Covid-19 de agosto de 2020 da qual foi possível analisar de modo mais completo como andam as desigualdades das 20 regiões metropolitanas do Brasil em meio à crise provocada pela pandemia. Nos próximos boletins, o grupo voltará a utilizar os dados da PNADc de base trimestral.
Para muitas pessoas nas metrópoles brasileiras os auxílios emergenciais têm sido de suma importância / Foto: Kaique Rocha/Pexels
A pesquisa também mostrou que no conjunto das regiões metropolitanas, em agosto de 2020 40,4% dos domicílios receberam auxílios emergenciais; nesses domicílios, os auxílios correspondiam, em média, à 43,2% dos rendimentos totais; e em 31,1% destes domicílios os auxílios representavam mais da metade dos rendimentos. Com efeito, nas metrópoles brasileiras há um enorme contingente de pessoas para as quais os auxílios emergenciais têm sido de suma importância para enfrentar a crise provocada pelo coronavírus.
Nesse sentido, Salata destaca que, diante da perspectiva de encerramento do auxílio emergencial do Governo Federal, é importante que a sociedade brasileira discuta medidas de proteção aos mais pobres. “A pandemia ganhou novo fôlego nas últimas semanas, e o cenário econômico que se anuncia não é muito positivo. Assim, a renda do trabalho ainda deve demorar para se recuperar, e será preciso continuar protegendo a população mais vulnerável para evitar uma situação ainda mais preocupante”, conclui o professor.
Até o dia 31 de agosto de 2020 (mês de referência deste estudo), havia, aproximadamente, 4 milhões de casos acumulados de Covid-19 no Brasil, resultando em mais de 121 mil óbitos. Com o intuito de atenuar as crises sanitária, econômica e social resultantes da pandemia do novo coronavírus, diferentes medidas foram adotadas pelo Governo Federal e, também, por cada uma das Unidades da Federação. Entre as iniciativas destaca-se a implementação de auxílios emergenciais.
Publicada em abril de 2020, a Lei de n. 13.982/2020 estabeleceu o pagamento de três parcelas de R$ 600, tendo sido posteriormente prorrogado por mais dois meses, totalizando cinco parcelas com o valor inicialmente estabelecido. Já em setembro, foi anunciado o pagamento de mais quatro parcelas adicionais, até o final de 2020, no entanto no valor de R$ 300.