Na última semana, a professora Manoela Ziebell de Oliveira, do curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, participou como palestrante convidada e mentora no Blended Intensive Programme (BIP) “Psychology in Disaster Management: A Multidimensional Approach to Resilience and Recovery”, na Espanha. O evento híbrido contou com sessões on-line nos dias 6 e 13 de junho de 2025 e presenciais entre os dias 30 de junho e 4 de julho na Universidad Católica de Valencia San Vicente Mártir (UCV), na cidade de Valência, e integrou a programação da aliança europeia EU-CONEXUS, que reúne universidades de vários países em ações de cooperação internacional.
O programa reuniu estudantes e professores de diferentes áreas do conhecimento — psicologia, saúde pública, gestão de crises e ciências sociais — em atividades presenciais e virtuais que combinaram aulas, visitas de campo, encontros com profissionais que atuam em situações de desastre e apresentações de projetos desenvolvidos pelos alunos em equipes multiculturais.
Durante o evento, Manoela ministrou uma palestra preparatória sobre formação de equipes em que abordou os desafios e potencialidades do trabalho em grupos diversos culturalmente e em termos de formação, além de apresentar recomendações para potencializar o trabalho a ser realizado pelos estudantes. Além disso, proferiu a palestra inaugural sobre Resiliência, em que abordou as bases da resiliência, seus impactos para indivíduos e comunidades, além de apresentar o caso das enchentes ocorridas em Porto Alegre, em 2024. A docente também acompanhou os estudantes ao longo da construção de seus projetos, atuando como mentora acadêmica.
“Fazer parte de uma iniciativa como essa é inspirador. Foi uma oportunidade para refletirmos sobre como desastres afetam não apenas a infraestrutura das cidades, mas principalmente as pessoas e comunidades”, avalia a professora. Segundo ela, outro assunto amplamente discutido no encontro foi como a psicologia pode contribuir para fortalecer a resiliência emocional e social nesses contextos, além de contemplar como os aspectos culturais impactam a percepção e o enfrentamento de diferentes situações de crise.
A participação da professora no BIP permitiu ainda estreitar a cooperação já existente entre a PUCRS e a Universidade Católica de Valência e indicou a possibilidade de estabelecer novas e promissoras parcerias com pesquisadores e docentes daquele centro de ensino.
“Essa vivência reforça o papel da universidade como um espaço de formação global, sensível às necessidades sociais e capaz de contribuir para soluções em contextos complexos. Volto com novas ideias para as aulas e para futuros projetos de pesquisa, incluindo possíveis colaborações internacionais”, explica Manoela.
A participação da docente foi viabilizada com o apoio do EU-CONEXUS Mobility Fund, que financia a mobilidade de pesquisadores externos à rede europeia. O convite para a participação se deve ao convênio de cooperação internacional entre a PUCRS e a UCV.
O evento contou com a presença de representantes de universidades da Espanha, Croácia, Lituânia e Romênia. Entre as temáticas abordadas nos projetos finais dos estudantes estiveram ações de suporte psicológico a sobreviventes de terremotos, inclusão de pessoas cegas ou com baixa visão em situações de desastre, o papel invisível das mulheres em contextos de emergência e a resposta a enchentes.
No mês de junho, entre os dias 9 e 13, a PUCRS participou de um estudo em Messina, na Itália. O projeto “Herança para o Futuro: conectando a Itália e a América Latina por meio da aprendizagem mútua e do ensino inovador” (Herit4future), realizado em colaboração com a Universidade de Messina (UNIME), busca investigar as dinâmicas migratórias entre os países sob diferentes perspectivas, como histórica, jurídica, linguística, política e sociológica. A participação no projeto Herit4future contribui para ampliar a visibilidade institucional da PUCRS em redes acadêmicas europeias e latino-americanas.
A Universidade foi representada pelos professores da Escola de Humanidades, Antonio de Ruggiero, do Programa de Pós-Graduação (PPG) em História, e Lilian Hubner, do PPG em Letras e coordenadora da internacionalização do Stricto Sensu, e por Raquel de Matos Rauber Costa, analista administrativa da mesma área na Diretoria de Pós-Graduação.
Financiado pelo programa Piano Nazionale di Ripresa e Resilienza/transnational educational initiatives (PNRSS TNE), do programa Next Generation EU, o projeto HerIT4future dispõe de recursos que viabilizam mobilidades internacionais de docentes, colaboradores técnico-administrativos e doutorandos da PUCRS, além de atividades que serão realizadas por membros da UNIME. Dentro destas atividades, destaca-se a vinda, ainda neste ano, de uma comitiva da universidade italiana, incluindo a vinda de um doutorando que desenvolverá um período de estudos em PPG da PUCRS. A visita permitirá a realização de um evento e encontros entre pesquisadores para o fortalecimento das pesquisas conjuntas, reforçando a parceria iniciada em 2021, por meio de um convênio que permite ações conjuntas de ensino e pesquisa entre as instituições. O projeto HerIT4future representa a consolidação dessa colaboração, agora inserida em um consórcio internacional mais amplo.
No âmbito do projeto vigente, além da visita da comissão italiana, está previsto o lançamento de um edital interno na PUCRS para a seleção de doutorandos para mobilidade acadêmica.
A visita teve como objetivo o desenvolvimento conjunto do HerIT4future, no qual representantes da PUCRS participaram de workshops e sessões de trabalho focados na temática da imigração entre Itália e América Latina, considerando diferentes enfoques, como o campo histórico, jurídico, linguístico, político e sociológico. Uma das metas do encontro foi o alinhamento estratégico e o aprofundamento das ações previstas para o projeto.
Também foram discutidas e identificadas futuras oportunidades de colaboração, como coorientações de teses, acordos para dupla titulação no âmbito da graduação e pós-graduação, pesquisas acadêmicas em parceria e formatos de ensino colaborativo, como a oferta de disciplinas conjuntas e seminários temáticos.
A participação da PUCRS neste projeto com financiamento europeu representa mais um avanço das estratégias de internacionalização da Universidade, especialmente nas áreas de Ciências Humanas e Sociais e para os PPGs envolvidos. Existe ainda um interesse em expandir a parceria para outras instituições que integram o estudo na América Latina e Europa, intensificando o alcance e o impacto das etapas programadas.
Atualmente, a temática da imigração é um dos principais temas globais de pesquisa, que também está enquadrada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
A professora Lilian destaca a importância e a relevância do tema para a Universidade. “Um tema muito atual é como governos e instituições acolhem e integram movimentos de migração, tanto a espontânea quanto a forçada, causada por situações como desastres climáticos ou guerras”, explica ela.
Para o professor Antonio, que pesquisa sobre imigração italiana, os processos de migração são um local de observação privilegiado para perceber as mudanças da sociedade contemporânea.
“As migrações são um fenômeno antigo como a humanidade, tanto que podemos afirmar que ‘os humanos são uma espécie migratória’. Nos últimos anos, porém, em um mundo fortemente globalizado, a mobilidade humana tem se tornado um problema de relevância central. As migrações perpassam a nossa sociedade e a transformam, nos obrigando a repensar o pacto de convivência entre seres humanos, que deve hoje ser adaptado a uma sociedade que está se tornando pós-nacional, pluralista, culturalmente interligada e complexa” enfatiza ele, que nasceu em Florença, na Itália.
A guerra entre Rússia e Ucrânia já ultrapassa três anos de duração, e segue sem perspectivas de acabar, com episódios recentes de escalada militar. No início de junho de 2025, a capital ucraniana, Kiev, voltou a ser alvo de intensos ataques aéreos russos. Enquanto isso, a frente de batalha no leste permanece ativa e com confrontos sangrentos.
Um estudo realizado pelos professores e pesquisadores da Escola de Humanidades da PUCRS Augusto Neftali e Luana Geiger, em parceria com o pesquisador sul-africano Edmund Terem Ugar, foi recentemente publicado na revista Chinese Political Science Review, uma das publicações científicas mais importantes em ciência política na Ásia. O artigo, intitulado “The United Nations General Assembly in a Multipolar World Order” analisa os padrões de votação da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) sobre as ações militares da Rússia na Ucrânia.
O estudo investiga como diferentes variáveis geopolíticas e institucionais influenciaram o comportamento dos Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) durante a 11ª Sessão Especial de Emergência, entre 2022 e 2023.
A publicação adota uma abordagem quantitativa, com modelos estatísticos que analisam os votos das delegações na Assembleia Geral das Nações Unidas e o impacto de várias características econômicas, políticas e militares dos países. Países do Sul Global, principalmente os membros do G77 – organização intergovernamental de países em desenvolvimento, que conta com 134 países mais a China –, mostraram-se menos propensos a apoiar as resoluções condenatórias, ao contrário de democracias liberais que seguem o modelo de segurança ocidental.
Segundo a professora Luana Geiger, ao aplicar métodos quantitativos, o estudo conecta elementos centrais do campo das Relações Internacionais e fortalece o ensino oferecido pela Universidade.
“Elaborada no Brasil, a pesquisa representa uma interpretação do Sul Global a respeito das transformações em curso no mundo e informa sobre como as alterações na distribuição de poder entre os países impacta comportamentos estatais no âmbito das instituições internacionais. A consciência sobre estes processos apresenta implicações importantes para a elaboração de pesquisas subsequentes e para informar tomadores de decisão”, destaca.
O artigo também contribui para a compreensão das transformações na ordem mundial contemporânea. Os padrões de votação na ONU refletem o enfraquecimento da liderança liberal ocidental e o avanço de uma estruturação em torno das grandes potências. O professor Augusto Neftali destaca que é preciso entender melhor esse período de instabilidade que o mundo está passando.
“É importante que a sociedade, com o apoio da academia, consiga refletir sobre essas mudanças. A guerra na Ucrânia é um exemplo marcante, mas também a disputa por liderança nas tecnologias de inteligência artificial, a imposição de tarifas que afetam toda a economia mundial, entre outros.”
O estudo conclui que a construção de compromissos internacionais em um mundo multipolar requer o reconhecimento da autonomia estratégica e dos interesses plurais dos Estados soberanos.
Acesse o artigo aqui.
Sendo a melhor universidade privada do Brasil e uma das principais da América Latina, a PUCRS reafirma seu compromisso com a produção científica de excelência e com o debate internacional sobre os grandes temas da atualidade. Ao inserir a pesquisa brasileira em uma revista acadêmica globalmente reconhecida, a Universidade colabora com a construção de análises críticas que dialogam com os desafios de um mundo em transformação.
“Essa publicação é um passo relevante na consolidação da área de Relações Internacionais na PUCRS. Nosso curso de bacharelado está completando cinco anos e tem sido recebido muito positivamente na comunidade acadêmica e na sociedade”, destaca Augusto.
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O professor do Programa de Pós‑Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade Sandro L. Bonatto foi o responsável por ministrar a Conferência Inaugural do IX Encopemaq — Encontro Nacional sobre Conservação e Pesquisa de Mamíferos Aquáticos, realizado em Fortaleza (CE), entre os dias 17 e 20 de junho de 2025.
Reconhecido como o principal congresso da área no Brasil e na América do Sul, o evento teve como destaque a conferência de abertura intitulada “Genômica Evolutiva e da Conservação de Mamíferos Aquáticos”, que apresentou os avanços mais recentes das pesquisas nessa área estratégica para a preservação da biodiversidade.
Bonatto atua principalmente nas áreas de Genômica Evolutiva e Genômica da Conservação, com ênfase em mamíferos, especialmente marinhos, como baleias, golfinhos, lobos e leões‑marinhos — além de estudos sobre tartarugas marinhas e aves.
O docente lidera projetos de sequenciamento de genomas completos para diversas espécies, com foco em entender a evolução histórica, diversidade populacional, fluxos migratórios e hibridização, incluindo casos como a mistura genética entre lobos‑marinhos do Peru e de Galápagos.
Além de coordenar linhas de pesquisa internacionais — como no projeto PrInt da PUCRS, voltado para avanços em genômica e conservação da biodiversidade — Bonatto orienta mestrandos e doutorandos em filogenômica, estrutura populacional e genética da conservação.
Foi publicado recentemente na revista científica Nature, uma das maiores referências internacionais na área da Ciência, um estudo sobre a Doença de Parkinson, considerada a segunda síndrome neurodegenerativa mais comum do mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A investigação teve como objetivo identificar padrões na perda de olfato que ajudem no diagnóstico precoce de Parkinson, por meio do Teste de Identificação do Olfato da Universidade da Pensilvânia (UPSIT). A pesquisa, “Hiposmia na Doença de Parkinson; explorando a perda seletiva de odor”, contou com a participação do professor da Escola Politécnica da PUCRS, Rodrigo Barros.
De acordo com o professor, a perda do sentido é um dos primeiros sintomas da Doença de Parkinson. O UPSIT foi uma das ferramentas que auxiliou o estudo, já que serve como uma triagem inicial para possíveis pacientes.
“Podemos utilizar o Teste de Olfato para identificar quem deve realizar exames mais específicos ou quem deve ser acompanhado com mais cuidado. Nosso artigo investigou se pacientes com Parkinson perdem a capacidade de identificar cheiros específicos, o que facilitaria a identificação da doença”, explica Rodrigo.
Porém, somente o UPSIT não é suficiente, visto que a perda do olfato não ocorre unicamente devido ao Parkinson, acrescenta ele.
Para a investigação, foram utilizados modelos de Inteligência Artificial (IA) que analisaram padrões de resposta ao Teste de Olfato, buscando identificar indícios de Parkinson, com base na forma como os pacientes respondem ao UPSIT.
“Aplicamos tanto ferramentas estatísticas quanto modelos de aprendizado de máquina para identificar os padrões de perda de olfato geral e perda de olfato causada pela doença. Cada modelo se baseia em premissas diferentes para chegar às suas conclusões e utilizamos diversos modelos de IA”, conta o professor.
Foram estudadas informações de um dos maiores bancos de dados sobre Parkinson no mundo, o Parkinson’s Progression Markers Initiative (PPMI), a partir de um subconjunto de pacientes com equilíbrio em termos de gênero e idade.
A pesquisa indicou que pessoas diagnosticadas com Parkinson não possuem um padrão seletivo na perda olfativa, ou seja, não deixam de sentir cheiros específicos mais do que outras que também sofrem com a perda do sentido.
“É possível que tal padrão exista, mas a diferença desse padrão para perda generalizada de olfato é pequena demais para ser utilizada para identificação da doença”, diz Rodrigo.
Ele enfatiza, no entanto, que o UPSIT continua sendo um grande aliado para apontar pacientes que merecem atenção. “Nossa pesquisa mostra que outros caminhos precisam ser explorados para aprimorar o diagnóstico de Parkinson”, finaliza.
Entre os dias 3 e 6 de junho, ocorreu mais uma edição do Salão de Iniciação Científica (SIC) da PUCRS, uma oportunidade para estudantes apresentarem seus projetos de pesquisa e realizarem um intercâmbio de conhecimentos. Com realização da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq) da Universidade, o evento reuniu mais de 500 inscrições, entre bolsistas e orientadores.
O SIC é um espaço que busca promover a integração de alunos de diferentes áreas e professores/orientadores de diversas universidades e instituições, com a pesquisa acadêmica. O objetivo é avaliar a participação e os resultados dos estudantes nos projetos que foram desenvolvidos ao longo da Iniciação Científica, além de divulgar os trabalhos para a comunidade.
A programação de abertura contou com palestras que procuraram refletir sobre o tema “Mudanças Climáticas”, como o debate “A mudança climática é um fato irreversível, o que a ciência pode fazer?”, com a participação especial do professor Sérgio Schneider, do departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Além desta conversa, a palestra “Comunicação de risco em tempos de incerteza — diálogo urgente entre academia e sociedade”, com a decana da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, Rosangela Florczak, buscou refletir sobre meios para comunicar os impactos dos efeitos climáticos de uma forma clara, ética e responsável para a população. Além disso, o evento também contou com a participação do coordenador do Prêmio Jovem Cientista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fábio da Rocha, apresentando as oportunidades de premiações do CNPq.
Para a coordenadora de Iniciação Científica da PUCRS, professora Laura Utz, o evento oportuniza discussões fundamentais na vida de um cientista, incentivando também a participação de estudantes de graduação em trabalhos científicos.
“O desenvolvimento da pesquisa, a obtenção dos resultados e a comunicação destes para pesquisadores da área é uma experiência muito positiva que o aluno irá carregar para a sua vida profissional, mesmo que não siga a carreira científica. A ciência está presente em nosso dia a dia e esses eventos que reúnem diferentes áreas do conhecimento estimulam os alunos e valorizam ainda mais a pesquisa científica”, explica Laura.
Nesta edição, o SIC foi composto por 90 bancas, 280 professores avaliadores e 190 orientadores.
Também é realizada pelo Salão uma premiação para os melhores projetos. As pesquisas que obtiverem a nota máxima de cinco pontos serão consideradas Trabalhos Destaque e receberão um certificado. O melhor Destaque de cada uma das seis grandes áreas do conhecimento, Ciências Biológicas e Ciências Agrárias, Ciências Exatas e Engenharias, Ciências Humanas, Ciências da Saúde, Ciências Sociais Aplicadas e Linguística e Letras, será premiado em uma cerimônia que ocorrerá no dia 7 de agosto.
A Iniciação Científica da PUCRS busca proporcionar ao aluno, orientado por um professor/pesquisador, a aprendizagem de métodos e técnicas de pesquisa, bem como estimular o desenvolvimento do pensar científico e criativo
Recentemente foi lançado o Índice de Estigma 2025 em Relação às Pessoas Vivendo com Aids/HIV. Pela primeira vez, a investigação que atualiza o cenário da discriminação sobre a doença no País, incluiu o impacto dos eventos climáticos extremos no acesso à saúde. A pesquisa foi realizada pelo consórcio de redes de pessoas convivendo com HIV e pela ONG Gestos, com apoio do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre Aids/HIV (UNAIDS) e da PUCRS.
A Universidade é representada pelo professor Angelo Brandelli, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e coordenador do Grupo de Pesquisa Preconceito, Vulnerabilidade e Processos Psicossociais (PVPP), da instituição. A PUCRS é a responsável técnica científica do estudo, dando continuidade à sua colaboração desde a primeira edição.
Os resultados da pesquisa oferecem um panorama sobre as diversas formas de discriminação enfrentadas por esse grupo no Brasil. Segundo os dados, 52,9% das pessoas vivendo com HIV já sofreram alguma forma de estigma ou preconceito por sua condição sorológica.
Entre as experiências, cerca de 35% dos entrevistados relataram ter sofrido discriminação por parte de membros da própria família. Outra preocupação destacada foi a comunicação da condição sem consentimento para terceiros, como conhecidos, colegas de trabalho, vizinhos e em redes sociais.
Uma das principais consequências da discriminação em relação ao HIV é o impacto na saúde mental dessa população. Na pesquisa, 29,1% dos participantes apresentaram sintomas de depressão após o diagnóstico e 41,2% relataram sintomas de ansiedade relacionados ao estigma.
Os impactos ainda se estendem aos serviços de saúde. 13,1% dos entrevistados afirmaram ter sido tratados de forma discriminatória nos últimos doze meses em atendimento médico. Ainda, 11,5% sofreram tratamento discriminatório em serviços diretamente ligados ao HIV. Além disso, a confidencialidade também é uma aflição, com 46,1% expressando incerteza ou consciência de que seu estado sorológico não é mantido em sigilo.
Para o professor Angelo, o estudo reforça que, para além da sorologia, outros marcadores sociais podem intensificar a experiência de discriminação.
“Populações, como pessoas trans, travestis e profissionais do sexo, continuam apresentando níveis elevados de vulnerabilidade ao estigma”, analisa ele.
O Índice de Estigma investigou pela primeira vez também o impacto de eventos climáticos extremos no acesso à saúde das pessoas vivendo com HIV. Cerca de 23% relataram dificuldades para acessar medicamentos antirretrovirais devido a esses fenômenos. Do mesmo modo, 82,1% dos afetados pelos eventos ainda não haviam recuperado completamente sua renda familiar, e 20,5% tiveram dificuldade em acessar sua medicação para o HIV.
O Índice de Estigma, iniciado em 2008, é uma iniciativa conjunta da Rede Global de Pessoas Vivendo com HIV (GNP+), da Comunidade Internacional de Mulheres Vivendo com HIV/AIDS (ICW), da Federação Internacional de Planejamento Familiar (IPPF) e do UNAIDS.
Desde sua criação, o estudo já foi aplicado em mais de 100 países, ultrapassando a marca de cem mil pessoas entrevistadas, sendo uma ferramenta crucial para dar voz às pessoas vivendo com HIV e subsidiar políticas públicas de enfrentamento ao estigma.
O estudo é fruto de um esforço colaborativo que inclui um consórcio de redes nacionais de pessoas vivendo com HIV – como a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (RNP+), o Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP), a Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS (RNAJVHA) e a Rede Nacional de Mulheres Travestis e Transexuais e Homens Trans Vivendo e Convivendo com HIV/Aids (RNTTHP) e a Agência Nacional de AIDS (ANAIDS).
Além do professor Angelo, a PUCRS contou com a participação de uma mestranda do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Ciências Sociais, uma doutoranda do PPG em Psicologia e cinco bolsistas de Iniciação Científica (IC) dos cursos de Psicologia e Medicina na pesquisa.
Uma das principais dúvidas de quem está entrando no mercado de trabalho ou buscando melhores oportunidades é qual trajetória seguir após concluir a graduação. Nessa nova etapa, a realização de uma formação ao nível de mestrado e doutorado pode ser um diferencial, especialmente para quem deseja se destacar e tornar-se uma referência em seu campo de atuação.
A pós-graduação stricto sensu é uma das possibilidades oferecidas na PUCRS aos profissionais que desejam aprofundar seus conhecimentos analíticos, metodológicos e práticos, além de expandir seu repertório teórico. Confira algumas das vantagens de ser um pós-graduando na Universidade.
A pós-graduação stricto sensu abrange os cursos de mestrado e doutorado. Essa formação é voltada aos estudantes com diploma de curso superior que desejam pesquisar sobre uma área específica, com orientações em aulas e um projeto científico.
A diferença entre os cursos está na profundidade da investigação: enquanto no mestrado o pesquisador para obter o título de “mestre” apresenta uma dissertação sobre um tema de pesquisa já existente, mas com um novo olhar, sem precisar ser inédito, no doutorado é produzida uma tese, na qual é necessária desenvolver uma ideia inédita que contribua para a ciência sobre determinado tema. Os cursos têm duração aproximada de dois e quatro anos, respectivamente.
O ecossistema de Pós-Graduação da PUCRS, com excelência reconhecida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (Capes), conta com 20 opções de programas em quatro áreas do conhecimento: Saúde e Biológicas; Sociais Aplicadas; Humanas; e Exatas e Tecnológicas. A Universidade também oferta bolsas de estudo integrais ou parciais como uma ajuda de custo. Conheça neste link todas as opções disponíveis.
A internacionalização é um dos diferenciais dos cursos de mestrado e doutorado, proporcionando oportunidades de intercâmbio e alinhamento com as tendências globais.
Em março, 13 alunos da América Latina iniciaram seu estágio sanduíche – período de estudos em outra instituição de ensino superior – na PUCRS, com financiamento do Programa Move la America da Capes. Os estudantes estrangeiros estão distribuídos em oito PPGs: Administração, Biologia Celular e Molecular, Ciência da Computação, Economia, Educação, Engenharia e Tecnologia de Materiais, Filosofia e Sociologia e Ciência Política.
O edital da Capes para o Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE) também contemplou 20 doutorandos da Universidade, pertencentes a 19 PPGs. Os discentes embarcarão para a mobilidade acadêmica entre setembro e novembro deste ano.
Ainda, os PPGs da PUCRS foram selecionados com 16 bolsas do Programa Institucional de Pós-Doutorado (PIPD) – uma iniciativa que busca aperfeiçoar doutores por meio da atuação no ensino, na pesquisa e na internacionalização, por meio de estágios pós-doutorais no exterior.
Até o momento, 14 bolsas foram implementadas nos seguintes PPGs: Biologia Celular e Molecular, Comunicação Social, Direito, Educação, Educação em Ciências e Matemática, Ecologia e Evolução da Biodiversidade, Engenharia e Tecnologia de Materiais, Filosofia, Gerontologia Biomédica, Letras, Medicina, Pediatria, Psicologia e Sociologia e Ciência Política.
O Programa Raízes é uma das iniciativas da Universidade para promover a diversidade e a inclusão, oferecendo bolsas integrais a pessoas pretas, pardas ou indígenas. Em sua primeira edição, o programa selecionou nove candidatos para iniciarem seus estudos no mestrado em 2025/1, nos seguintes PPGs: Administração, Ciências Criminais, Comunicação Social, Direito, Educação, Filosofia, Letras, Psicologia e Sociologia e Ciência Política.
Os alunos dos PPGs podem também aproveitar créditos obtidos em disciplinas ou em outras atividades acadêmicas, tanto antes quanto depois do ingresso no curso atual. A Comissão Coordenadora do Programa será responsável pela análise e aceitação desses créditos, que devem atender aos requisitos estabelecidos, além de serem relevantes para a formação acadêmica do estudante, respeitando o Regulamento do PPG stricto sensu. Confira abaixo as modalidades de aproveitamento de créditos disponíveis.
Disciplinas Stricto Sensu: créditos provenientes de cursos de mestrado ou doutorado cursados antes do ingresso no Programa atual podem ser aproveitados. No entanto, é necessário que esses créditos atendam aos requisitos, como a equivalência do conteúdo e a carga horária das disciplinas cursadas.
Curso Lato Sensu: créditos provenientes de cursos de Pós-Graduação Lato Sensu (como especialização e MBA) também podem ser aproveitados, desde que os conteúdos sejam compatíveis com os objetivos do Programa em que o aluno foi admitido.
Integralização (PUCRS): disciplinas cursadas com aprovação, no PPG no qual o aluno está matriculado, desde que atendam aos critérios de equivalência e pertinência ao PPG atual. Cada caso é analisado individualmente para garantir que os créditos sejam compatíveis com o perfil e a formação desejada no Programa.
Disciplinas transversais: disciplinas que não pertencem diretamente à área de concentração do programa de pós-graduação, mas que podem enriquecer a formação do aluno. Esse aproveitamento pode incluir cursos interdisciplinares ou voltados para o desenvolvimento de habilidades complementares importantes para a formação acadêmica do estudante.
Disciplinas de outro PPG da PUCRS: créditos obtidos em disciplinas de outros PPGs da PUCRS. Para isso, a disciplina cursada deve ser considerada relevante para o programa em que o aluno está matriculado, o que favorece a integração de diferentes áreas do conhecimento dentro da Universidade.
Disciplinas de outro PPG Fora da PUCRS: créditos de disciplinas cursadas em PPG stricto sensu fora da PUCRS, desde que haja equivalência de conteúdo e carga horária.
Atividades de formação acadêmica e profissional: atividades enquadradas em qualquer uma das seguintes categorias: (1) produção bibliográfica, (2) internacionalização, (3) inovação e (4) impacto social. As atividades deverão ser avaliadas em relação à contribuição para o desenvolvimento do projeto de pesquisa da dissertação ou tese, e para a formação acadêmica do estudante.
Sim, é possível ingressar em uma formação stricto sensu em uma área diferente da sua graduação. Realizar mestrado ou doutorado em outra área, além de ser uma oportunidade de adquirir conhecimentos complementares, também pode ser um diferencial para a carreira. Para ingressar em um curso de mestrado ou doutorado em uma área diferente da graduação, o primeiro passo é estar atento aos editais de seleção dos programas de pós-graduação para conhecer quais áreas são estudadas e identificar quais formações são aceitas para a candidatura. Alguns PPGs exigem formação específica em uma determinada área do conhecimento, outros são mais abrangentes.
Se a sua formação estiver dentro das áreas permitidas para o ingresso no PPG da sua escolha, basta se candidatar normalmente. É importante saber que você não terá desvantagens no processo seletivo por ter realizado a graduação em outra área. 17 programas de pós-graduação da PUCRS estão com as inscrições abertas até o dia 30 de junho, exclusivamente online.
Uma das formas de se aproximar dos temas estudados nos PPGs é buscar informações nas páginas dos programas. Além de dados gerais, elas também apresentam o corpo docente e as estruturas de pesquisa (grupos, laboratórios, núcleos e centros) vinculadas aos professores que atuam no PPG. Conhecer em mais detalhes o tipo de pesquisa, que é conduzida pelos pesquisadores nas referidas estruturas, permite que você adquira maior familiaridade com a área que ingressará. Se apropriar desses conhecimentos também favorece a construção do projeto de pesquisa.
Essa aproximação ainda auxilia o processo de identificação dos docentes que realizam estudos em temas que você possui interesse. O contato com esses professores pode ser estabelecido via e-mail e posteriormente evoluir para uma ou mais entrevistas, em que o candidato e o pesquisador avaliarão se existe interesse mútuo em prosseguir com a elaboração de uma candidatura.
Palestra com coordenadora da SEMA-RS destacou o papel da ciência e da governança climática nas estratégias de adaptação e resiliência frente às mudanças climáticas no Estado.
A Escola Politécnica da PUCRS, por meio do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais (PGETEMA), promove, no dia 22 de maio, a palestra O enfrentamento das Mudanças Climáticas no Estado do Rio Grande do Sul, com a Profa. Daniela Muller de Lara, coordenadora da Assessoria do Clima da SEMA-RS (Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS) e docente do Programa de Pós-graduação em Ambiente e Sustentabilidade (PPGAS/UERGS).
Durante o evento, serão apresentadas as principais ações do ProClima2050, agenda estratégica estadual de enfrentamento das mudanças climáticas. Destaques incluem o Roadmap Climático, o software EstimaGás, o fortalecimento da governança climática multinível por meio de comissões municipais, e as atuais estratégias de adaptação e resiliência climática em desenvolvimento no RS.
A atividade oferecerá uma visão integrada sobre os avanços em mitigação, educação ambiental e inovação institucional, ressaltando o papel essencial da ciência e das universidades na construção e aplicação de políticas públicas ambientais.
Data: 22 de maio de 2025, às 19h30
Local: Prédio 32, auditório 517 – Escola Politécnica da PUCRS