O câncer é o segundo tipo de doença que mais causa óbito no Brasil, perdendo apenas paras doenças cardiovasculares. No entanto, o número de fatalidades causadas pela doença tende a aumentar: de acordo com Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Incra) as mortes por câncer no Brasil terão um aumento de quase 99% até 2050. A estimativa da entidade é que é de que até metade da década existam 1,15 milhão de diagnósticos da doença e 554 mil óbitos (98,6% a mais em relação aos ocorridos em 2022).
A alta nos números alerta para a necessidade de uma atuação conjunta da sociedade em prol da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento dessa doença. Startups e organizações que integram o Parque Tecnológico da PUCRS têm atuado no combate ao câncer. Conheça algumas das iniciativas.
A WebMed, startup responsável pela ShortMed (plataforma de suporte ao diagnóstico precoce e conexão entre paciente e serviço de saúde em diferentes patologias), firmou uma parceria com o Hospital Ernesto Dornelles (HED) para auxiliar no diagnóstico e tratamento do câncer de mama. Na prática, qualquer pessoa pode preencher um questionário online que identificará se ela apresenta risco para a doença e, em caso positivo, a conectará de maneira rápida a um profissional de saúde da rede pública ou privada. Essa conexão irá de acordo com os dados fornecidos pelo usuário.
A solução ShortMed foi criada em 2020 para identificar casos de burnout em profissionais da saúde durante a pandemia de Covid-19, devido ao fundador e CEO, Luciano Lorenz, ter entrado em burnout. Desde então, tem sido utilizada para rastreio de outras 16 patologias / áreas terapêuticas, com diferentes parceiros, e já encurtou o caminho entre diagnóstico e início de tratamento de 40 mil pessoas em 3 anos, período em que a plataforma teve 1,5 milhão de acessos.
A Thummi é uma plataforma de monitoramento remoto para pacientes oncológicos que busca oferecer maior assertividade no tratamento. O paciente utiliza o aplicativo para registrar e organizar os eventos do dia a dia, como sintomas, sentimentos, efeitos colaterais e consultas. Todos esses registros são reportados em tempo real para a equipe médica – conforme a autorização do paciente. Além disso, o próprio algoritmo do aplicativo alerta sobre a necessidade de ir a uma emergência ou consultar a equipe médica imediatamente, em caso de o paciente relatar sintomas que necessitem dessa atenção. Esse acompanhamento permite ao paciente se sentir mais seguro e à equipe médica ter mapeada toda a jornada, o que torna o tratamento mais assertivo.
Criado em 2018 pelos médicos oncologistas Alessandra Morelle e Carlos Barrios, pelo pneumologista Carlos Eurico Pereira e pelo engenheiro de software Ronaldo Aloise Júnior, o aplicativo é gratuito aos pacientes e já ajudou no acompanhamento de mais de 5 mil pessoas em tratamento.
A Alora é uma startup especializada em cosméticos para pacientes oncológicos. Seus produtos previnem e minimizam os efeitos indesejáveis causados na pele e mucosa oral em decorrência da quimioterapia e radioterapia. A composição dos produtos é vegana e livre de substâncias tóxicas.
A startup foi fundada pelos farmacêuticos Patrícia Benvenutti e Luciano Marques Borges, após perceberem que a maioria dos pacientes relatava problemas relacionados à pele, entre eles ressecamento, coceira, descamação, sensibilidade, inchaço e dor nas mãos e pés durante o tratamento oncológico – o que, em muitos casos, resultava na interrupção do tratamento em função dessas reações.
O IGCC é uma organização sem fins lucrativos criada a partir da experiência do City Cancer Challenge Foundation em Porto Alegre. Com atuação nacional, o instituto tem como missão apoiar cidades e parceiros na elaboração e implementação de políticas públicas, projetos e pesquisas que ajudem a diminuir a brecha existente com relação ao acesso aos melhores tratamentos de câncer.
A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado Federal promove, nesta quarta-feira, 12 de junho, audiência pública para discutir o papel dos parques tecnológicos no desenvolvimento regional. A cidade de Porto Alegre, a PUCRS e o Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) estarão representados pelo superintendente de Inovação e Desenvolvimento da Universidade, Jorge Audy.
De acordo com o gestor, a audiência envolve a apresentação de projetos de parques tecnológicos de sucesso em termos de desenvolvimento econômico e social, local e regional, incluindo a criação de startups, a atração de investimentos e a geração de empregos e renda. “Terei a oportunidade de apresentar aos senadores a trajetória do Tecnopuc enquanto ecossistema de inovação de referência na América Latina e o Projeto do Pacto Alegre, no âmbito da cidade”, explica.
Estarão presentes o diretor do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, Eduardo Gurgel do Amaral, diretor do Parque Tecnológico de São José dos Campos, Elso Alberti, o presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), José Alberto Sampaio Aranha.
A audiência terá caráter interativo, com a possibilidade de participação popular. Dúvidas, críticas e sugestões poderão ser enviadas por meio do portal e-Cidadania ou pelo telefone do Alô Senado (0800 612211). Para acompanhar e participar, acesse o site.