Os impactos da pandemia na saúde não são restritos aos contaminados pela Covid-19. O isolamento social e o medo de perder alguém para o vírus são agravados pelas incertezas relacionadas à renda e, também, pelo desemprego.
Por isso, diversas pesquisas estão sendo realizadas para avaliar os impactos da pandemia na saúde pública. Uma delas é a denominada Estresse, trauma e percepção de risco durante e após a pandemia, coordenada pelo pesquisador do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), Rodrigo Grassi de Oliveira. O estudo contou com 17 mil pessoas, as quais responderam questionários anônimos que visam mapear e monitorar a população brasileira durante e após a pandemia de Covid-19. Para participar da pesquisa, clique aqui.
A insônia subjetiva é um problema frequente: cerca de 20% a 40% das pessoas se queixa de falta de sono ou dorme mal. Esse mal foi agravado durante a pandemia. Por esse motivo, o programa de Pós-Graduação em Pediatria e Saúde da Criança, da Escola de Medicina Como está o seu sono nessa quarentena?. Apesar de já ter resultados preliminares, o estudo continuará até o final do período de quarentena. As informações foram coletadas a partir da sétima semana de quarentena, com enfoque no Rio Grande do Sul e demostram uma piora na qualidade do sono em crianças de 0 a 3 anos.
Para conhecer melhor as pesquisas e verificar demais resultados preliminares, leia a matéria completa na Revista PUCRS (páginas 42 e 43).
A necessidade de distanciamento social imposta pela Covid-19 trouxe consigo a migração das aulas presenciais para a modalidade online. Algumas mudanças desse novo formato podem ser mantidas no pós-pandemia.
Lucia Giraffa, professora da Escola Politécnica da PUCRS e líder do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Tecnologias Digitais e Educação a Distância, acredita que, em breve, teremos um ensino híbrido, explorando recursos virtuais além das aulas presenciais. Pensando no mesmo futuro pós-pandêmico de Lucia, o professor Alexandre Anselmo Guilherme, do programa de Pós-Graduação em Educação, afirma que as competências necessárias para a utilização das ferramentas de ensino online foram adquiridas tanto pelos professores quanto pelos alunos durante a pandemia.
Esse modelo híbrido já é utilizado pela PUCRS. É o caso do curso de Medicina. A modalidade, vista com bons olhos pelos estudantes, mescla atividades práticas presenciais com o ensino remoto, garantindo a continuidade de atividades realizadas na presencialidade, como afirma o professor e médico Leonardo Kroth.
Outra tendência explorada pelo ensino online foi a internacionalização. O ensino remoto pode ultrapassar fronteiras que estão distantes fisicamente. Para Ricardo Barbarena, professor da Escola de Humanidades, as aulas se converteram em espaços de trocas que desconhecem limitações espaciais e territoriais. O professor conta que em uma manhã foi possível contar com a presença de um escritor em Portugal e uma autora em Recife.
Para conhecer outras tendências do ensino pós-pandemia e conferir os demais relatos dos professores e alunos da instituição, leia a matéria completa na Revista PUCRS (páginas 24 a 31).
Entre os dias 18 e 25 de janeiro, o curso de Relações Públicas da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS (Famecos) promoverá diferentes oficinas de verão. As atividades são gratuitas e não é necessário ser estudante do curso para participar.
As temáticas envolvem desafios relevantes nas áreas de relações públicas e comunicação organizacional e são uma ótima forma de complementar os conteúdos estudados ao longo do ano letivo. Saiba mais sobre cada uma das atividades:
18, 19 e 25 de janeiro, das 18h15 às 19h30min | Acesse pelo Zoom
Aprenda a analisar a formulação da política de preços, considerados seus aspectos mercadológicos e financeiros; entenda como diferenciar “quanto custa” e “quanto vale” o seu serviço; orientações de como posicionar o preço para obter os melhores resultados em lucro, demanda e, consequentemente, volume de vendas.
Ministrante: Daiane Pagnussatt é administradora de empresas pela UFRGS, mestre em Administração de Empresas pela PUCRS e especialista em Gestão de Negócios Internacionais pelo IAE de Grenoble e em Gestão de Desenvolvimento de Produtos pela UFTPR.
19 de janeiro, das 14h às 16h | Acesse pelo Zoom
A oficina se propõe a apresentar o estudo de caso da reabertura dos monumentos históricos na organização Historic Environment Scotland após lockdown; promover conhecimento através do compartilhamento das melhores práticas de atendimento ao cliente; e conscientizar sobre a importância da comunicação e atendimento ao cliente nos momentos de crise.
Ministrante: Mariana Sandini é administradora, pós-graduada em Planejamento em Comunicação e em Gestão de Crises de Imagem pela PUCRS e apaixonada por histórias e atendimento ao cliente. Atualmente, atua como gerente dos monumentos históricos de Dryburgh e Jedburgh Abbey na Escócia, trabalhando para a organização escocesa Historic Environment Scotland.
20 e 21 de janeiro, das 18h às 19h30min | Acesse pelo Zoom
O objetivo da atividade é ensinar a teoria sobre o que é SEO, aplicação e importância; demonstrar como se produz conteúdos com boas performances no Google; e mostrar como o inbound marketing alinhado a SEO pode gerar resultados para um negócio.
Ministrantes: Luana Girardi é formada em Relações Públicas e mestre em Comunicação pela PUCRS. Especialista em produção de conteúdo para web, trabalha com Marketing de Digital há mais de seis anos, direcionado principalmente ao desenvolvimento de conteúdos para mídias sociais, blogs e YouTube. E Rafaella Tedesco é graduada em Relações Públicas pela PUCRS e está cursando MBA em Negócios Digitais pela UP. Possui experiência em comunicação, marketing digital, inbound marketing, conteúdo orientado a SEO, gestão de projetos e relacionamento com os diversos públicos e gerenciamento de projetos de SEO para grandes marcar.
A Famecos foi criada com a finalidade de aproximar diferentes saberes na área da Comunicação, oportunizando maior interação e conhecimento. Aqui você encontrará os cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Produção Audiovisual e Design de Comunicação e Design de Produto. Gostou? Então assista e se surpreenda com a infraestrutura, tecnologia e qualidade da Escola:
Mesmo com as aulas realizadas na modalidade online ao longo de 2020, muitos funcionários da PUCRS seguiram trabalhando presencialmente, entregando serviços de qualidade, seja no combate à Covid-19 ou prestando serviços ao Campus. Dentre eles estão bibliotecários, pesquisadores, recepcionistas, laboratoristas, higienistas e jardineiros.
Para conhecer o trabalho desses profissionais durante a quarentena, leia a matéria completa na Revista PUCRS (páginas 46 e 47).
Por conta da pandemia, o Banco de Sangue do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) teve uma queda significativa nas doações de todos os tipos sanguíneos. Neste momento, especialmente, a instituição incentiva a participação de voluntários, lembrando que é um ato de cuidado, amor e solidariedade que pode, a cada doação, ajudar a salvar até quatro vidas.
Segundo Marco Antônio Winckler, médico e coordenador do Serviço de Hemoterapia do HSL, houve uma queda de 40% nas doações em relação ao período anterior à pandemia. Ele lamenta e ressalta que a doação é imprescindível para a recuperação de pacientes que estão em tratamento de câncer, cirurgias cardíacas, traumas gerais, queimaduras, entre outros. “As doações de plaquetas precisam ser frequentes, pois esses componentes têm validade de apenas cinco dias”, ressalta.
Ele explica ainda que o procedimento é totalmente seguro para os voluntários e que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem comunicado periodicamente que doar sangue durante a pandemia de Covid-19 é seguro, dado o distanciamento social e o respeito às medidas de higiene. “Nós definimos um número limitado de pessoas que podem estar na recepção e nos demais espaços. A higienização de acordo com todos os protocolos sanitários é feita periodicamente e após a passagem de cada voluntário. Há um cuidado grande com o uso obrigatório de máscara e a higienização com álcool gel”, destaca.
O reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, doou sangue nessa quarta-feira, 13 de janeiro, e ressalta que a doação deveria ser um hábito, uma cultura entre as pessoas. “A melhor expressão que ouvi sobre o assunto foi chegando no hospital para doar: uma enfermeira disse que são gotas que salvam vida”, conta, pedindo para que, quem estiver em condições, não deixe de praticar esse ato de solidariedade e cuidado com o próximo.
Winckler complementa ainda que, em relação à segurança geral, não há risco de alguém adquirir qualquer doença doando sangue, pois todo material que entra em contato com o doador é descartável, de uso único e estéril. As doações podem ser feitas às segundas, terças, quintas e sextas-feiras, das 8h às 18h30min e às quartas-feiras das 8h30min às 18h. Para doar, é necessário agendar previamente um horário. O hospital adotou o protocolo para evitar aglomerações. Mais informações estão disponíveis pelo telefone (51) 3320-3455 ou através do WhatsApp (51) 98503-9958.
Leia também: Solidariedade: das experiências que precisam permanecer pós-pandemia
Confira a lista completa de exigências no site do Hospital.
Doações para o Banco de Sangue do Hospital São Lucas da PUCRS
Leia também: Doação de medula: conscientização para salvar vidas
Em função da pandemia da Covid-19, a PUCRS realizou ações para apoiar micro e pequenos empreendedores. A primeira delas foi o site Supera, que reúne serviços gratuitos direcionados a empreendedores. A iniciativa conta com diversas instituições de ensino privadas, em parceria com a prefeitura de Porto Alegre, por meio do projeto Pacto Alegre.
O Startup Garagem, projeto que já existia na PUCRS, foi readaptado para o ambiente virtual, auxiliando a formar iniciativas ainda na pandemia. Já o PUCRS Carreiras adaptou-se realizando eventos gratuitos para falar sobre mercado de trabalho, além disso, privilegiou mulheres para as conversas.
Os estudantes da disciplina Planejamento de Negócios foram desafiados a solucionar problemas de empresas reais.
Para compreender todas as ações de apoio a micro e pequenos negócios realizadas pela PUCRS, leia a matéria completa na Revista PUCRS (páginas 54 e 55).
Solidariedade é uma determinação firme e perseverante de se empenhar para o bem comum. No momento da pandemia, muitas iniciativas solidárias surgiram: grupos de voluntariado, projetos sociais, lives com arrecadação de cestas básicas, mutirões para a confecção e distribuição de máscaras, aulas de reforço escolar para alunos de Ensino Básico… Enfim, incontáveis iniciativas de ajuda aos mais vulneráveis.
O “novo normal” foi marcado por essas muitas ações solidárias e, na vida pós-pandemia, a solidariedade deve se tornar permanente e contextualizada e não apenas uma ação esporádica.
Para conferir o que a agente de pastoral da PUCRS, Jaquelini Alves de Bastiani, tem a dizer sobre a solidariedade, leia a matéria completa na Revista PUCRS (página 48).
Após meses lidando com uma inimiga silenciosa e invisível, as populações de diferentes partes do mundo aprenderam, mesmo que com adaptações, a conviver com a pandemia da Covid-19 no dia a dia. Para entender e comparar os hábitos entre pessoas japonesas, descendentes e não descendentes de japoneses neste período, a PUCRS está realizando uma pesquisa. Se você tem idade superior a 21 anos e reside no Brasil ou no Japão, pode participar da pesquisa em português ou japonês.
O projeto realizado pelo Grupo de Pesquisa em Epidemiologia, Neurologia e Imunologia (Genim), é coordenado por Douglas Kazutoshi Sato, diretor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS (IGG), e tem como instituições parceiras:
A pesquisa será útil não apenas neste momento, mas também para futuras emergências de saúde pública que possam acontecer. “Acreditamos que os resultados serão informativos e contribuirão para a revisão de medidas preventivas diante da pandemia, bem como para a saúde da população e hábitos comportamentais preventivos”, destaca o grupo que elaborou o estudo.
A história da imigração japonesa no Brasil começou há 112 anos, em 18 de junho de 1908. Estima-se que pelo menos 1,5 milhão de nikkeis – como são conhecidas as pessoas com origem japonesa – vivam no País, de acordo com o Consulado Geral do Japão em São Paulo.
Dessas pessoas, 400 mil vivem em São Paulo. Já no Rio Grande do Sul, a cidade de Ivoti é marcada pelas tradições nipônicas, onde fica o Memorial da Colônia Japonesa.
Até 7 de outubro deste ano o Japão registrou cerca de 1.500 mortes e pouco mais de 82 mil casos, segundo dados oficiais. A taxa de mortalidade foi de um a cada 100 mil habitantes, enquanto nos EUA chegou a 64 e, no Brasil, passou de 70.
Em meio à corrida para encontrar a possível cura ou vacina da Covid-19, dois pesquisadores uniram recursos e esforços na busca de um tratamento alternativo. Marcus Jones, professor da Escola de Medicina da PUCRS, e o ex-aluno da universidade gaúcha Marcelo Cypel, que hoje atua na Universidade de Toronto, estão desenvolvendo um estudo com a utilização do gás de óxido nítrico para combater infecções.
Geralmente usado em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), a substância auxilia na melhora da oxigenação de pacientes com falência respiratória. Em novembro, o primeiro paciente recebeu esse tratamento em Porto Alegre. Estudos in vitro realizados em laboratório mostraram que o gás tem propriedades antimicrobianas e antivirais contra o coronavírus quando utilizado em doses até cinco vezes maiores que o uso clínico usual.
“Na Universidade de Toronto, nós realizamos estudos pré-clínicos nos últimos meses mostrando a segurança de se utilizar o Óxido Nítrico em maior dose”, explica Cypel, chefe do Serviço de Transplantes da instituição e pesquisador sobre doenças pulmonares agudas.
A colaboração entre as universidades se deu pelo fato de que ambas estavam trabalhando em ideias semelhantes e decidiram alinhar projetos e recursos, já que os pesquisadores têm relação com a PUCRS.
O pneumologista pediátrico Marcus Jones lidera o estudo em Porto Alegre, que inclui pacientes a partir de 12 anos de idade hospitalizados/as por complicações respiratórias da infecção por Covid-19. “Estamos muito entusiasmados com essa colaboração e com a possibilidade de ajudar pacientes que estão numa situação clínica instável devido ao coronavírus. O objetivo é que esta intervenção com óxido nítrico, feita quando os sintomas pulmonares já são importantes, modifique a evolução da doença, evitando a fase de hiperinflamação, com agravamento clínico e necessidade de cuidados intensivos.”
A pesquisa é realizada com recursos financeiros disponibilizados tanto pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) quanto pela Universidade de Toronto.
“Há mais de dois anos temos explorado o óxido nítrico em altas doses de forma inovadora e como potencial alternativa aos antibióticos e antivirais. Sabe-se que a resistência aos medicamentos é um problema mundial e o nosso objetivo é achar alternativas às terapias tradicionais”, acrescenta Vinicius Michaelsen, pesquisador em terapias experimentais do mesmo grupo que Cypel.
Segundo o professor, esse estudo provavelmente irá além do tratamento para o coronavírus, podendo ser efetivo também para outras infecções pulmonares e novos vírus.
É um gás que está presente em diversos organismos, desde humanos, plantas, fungos e bactérias. É possível encontrar relatos históricos com mais de mil anos envolvendo a preparações farmacológicas com Óxido Nítrico, apesar de não identificado na época.
Descoberto há mais de 40 anos pela demonstração de que podia atuar como um vasodilatador e um potente sinalizador celular, passou a ser consideravelmente estudado. Tamanha descoberta rendeu o reconhecimento da Molécula do Ano em 1992 pela revista Science e, seis anos depois, a Divisão do Prêmio Nobel aos seus descobridores.
Fique por dentro de outras iniciativas da PUCRS no combate à pandemia neste link.
Marcelo Cypel vive no Canadá desde 2005. Entre seus projetos estão desenvolvimento de uma máquina que trata o pulmão fora do corpo e um irradiador de luz ultravioleta que elimina vírus de pulmões infectados, também permitindo que os órgãos sejam transplantados.
Saiba mais: Diplomado referência em transplante pulmonar em Toronto visita PUCRS
Marcus Jones tem como principal linha de pesquisa o impacto de prematuridade, infecções respiratórias e alergia no desenvolvimento pulmonar de lactentes e crianças. É pesquisador do PPG em Pediatria e Saúde da Criança da PUCRS.
Crises sempre foram um desafio à gestão e às ciências, pois expõem os limites da previsibilidade dos nossos conhecimentos, modelos e teorias. A crise da Covid-19, por exemplo, tem escancarado disfunções, desequilíbrios e escassezes de recursos nas organizações e em diversos setores da sociedade. E como a articulação entre as ciências e a gestão pode nos ajudar a pensar algumas questões nestes tempos tão sombrios? No contexto da gestão e de outras ciências sociais aplicadas, pesquisas científicas recentes buscam compreender o comportamento resiliente observado nos chamados sistemas sociotécnicos complexos. Tais sistemas referem-se a relações interativas estabelecidas entre humanos e tecnologias em contextos de atividades que ocorrem com algum grau residual de incerteza e risco.
A resiliência desses sistemas pode ser caracterizada pela capacidade de desarme, recuperação ou adaptação frente às crises. O conceito é empregado em várias disciplinas, mas na gestão é tipicamente pesquisado nos estudos de acidentes, desastres, crises financeiras ou globais. Sabe-se que organizações resilientes caracterizam-se não só pela competência de preparação para as crises, mas pela alta capacidade de compreensão do contexto, mobilização de repertórios e recursos para a construção de respostas que via de regra não estão prontas. As organizações que aprendem a fazer isso desenvolvem capacidades dinâmicas para sustentação de níveis mais elevados de resiliência, construindo e inovando seus repertórios e recursos.
Na crise do Covid-19, observa-se também a crise da prática da gestão orientada pela ignorância ou por uma imensidão de informações falsas, mas há também evidências e bons exemplos de como as ciências podem subsidiar a gestão pública ou privada. As ciências e as instituições de pesquisa, em tempos tão obscuros, têm o papel de preservar conquistas essenciais da modernidade fornecendo à sociedade subsídios fundamentados para o debate democrático a fim de superar as precariedades que nos assolam. Devemos aprender com esses tempos a olhar para o outro e seguir em frente, entendendo que fazemos parte de um coletivo.