Entre as fontes de energia renovável, a solar é a menos poluente. Pensando em aproximar essa tecnologia da sociedade, a PUCRS implementou um sistema fotovoltaico que transforma a energia solar em eletricidade. Concebida a partir de pesquisas do Núcleo de Tecnologia em Energia Solar, a iniciativa O sol que ilumina a noite utiliza a energia solar para iluminar o chafariz do pórtico principal da Universidade. O projeto é uma das nove iniciativas do ecossistema de inovação Campus Living Lab, em que universidade, sociedade, governo e empresas trabalham juntas para elaborar soluções centradas no uso real da tecnologia e no desenvolvimento sustentável.
O sistema também se destaca em relação a custo-benefício, tendo seu investimento compensado em aproximadamente cinco anos e durabilidade média de 30 anos. Coordenado pelos professores Izete Zanesco e Adriano Moehlecke, o NT-Solar desenvolve tecnologias de células solares e módulos fotovoltaicos desde 1997. Além de aprimorar processos buscando maior eficiência e custos reduzidos para as tecnologias, o núcleo também propicia o desenvolvimento de recursos humanos qualificados para o crescente mercado de energia solar. A energia solar não produz poluição sonora, visual ou emissão de gases. A implementação do sistema também permite economia doméstica e comercial. “Um estabelecimento que possui energia solar pode baratear os custos de produção e consequentemente se tornar mais competitivo no mercado”, aponta Izete.
Formação de pesquisadores
Aproximadamente 30 alunos de Iniciação Científica e pós-graduação já contribuíram de forma multidisciplinar com as pesquisas. “Dois ex-alunos que participaram de pesquisas conosco hoje são professores na própria PUCRS. Isso reforça a formação de recursos humanos que temos aqui”, conta Izete. Atualmente a equipe é composta por oito alunos e dois funcionários de apoio, além dos professores Izete e Moehlecke.
Referência na América Latina
O Núcleo de Tecnologia em Energia Solar conta com laboratórios e equipamentos de alta qualidade, sendo o único centro da América Latina projetado para desenvolver e caracterizar células solares e módulos fotovoltaicos em escala piloto. “A estrutura que temos aqui pode ser comparada a dos laboratórios internacionais, o que gera uma experiência rica para os alunos e pesquisas de impacto”, ressalta a coordenadora do NT-Solar. Em 2017, o núcleo obteve o recorde brasileiro de eficiência em células solares, com a conversão de 17,3% da irradiação solar em energia elétrica.
Sobre o Campus Living Lab
As instalações, produtos, pesquisas e serviços atendem não só as demandas da Universidade, mas passam a compor um roteiro de inovação e empreendedorismo que beneficia toda a sociedade. As iniciativas já desenvolvidas são:
Um estudo da PUCRS em parceria com a Eletrosul produziu células solares com a maior eficiência do Brasil, 17,3%, e de forma totalmente industrial. Intitulado Desenvolvimento de Processos Industriais para Fabricação de Células Solares com Pasta de Alumínio e Passivação, o estudo comprovou que é possível a produção de mais potência elétrica com a mesma quantidade de silício. O projeto foi coordenado pelos professores do Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar) da Faculdade de Física Izete Zanesco e Adriano Moehlecke, com apoio de alunos do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais da Faculdade de Engenharia. A maior eficiência registrada até então no Brasil também foi desenvolvida pelo NT-Solar, só que em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e com o Instituto de Energia Solar da Universidade Politécnica de Madri, Espanha. Neste último trabalho, o processo foi realizado em laboratório, diferente do atual, que comprovou maior eficiência.
Segundo a professora Izete, o aumento da eficiência de uma célula solar se traduz em produzir mais potência elétrica, com a mesma quantidade de silício. “Se o custo do processo não aumentar, então, há uma redução do custo da produção de energia elétrica a partir da conversão direta de energia solar”, explica. A professora diz que o próximo passo é comparar o custo do processo desenvolvido pela equipe do NT-Solar com o custo do processo padrão da indústria hoje.