A música sacra ocidental está repleta de composições que marcaram a história. Desde o período medieval, com a monodia litúrgica do primeiro milênio, passando pela Ars Antiqua, Ars Nova, Renascimento, Barroco, Clássico e assim por diante nos séculos 19, 20, e 21. Tem seu lugar não somente dentro das igrejas, mas também nas salas de concertos.
Esse lado religioso da música se tornou uma parte importante do repertório das orquestras, dos coros e dos solistas do mundo todo. Aperte o cinto e se prepare para um percurso cheio de obras monumentais, mestres da música e uma força espiritual característica da música sacra, aflorando a sensibilidade e provocando profundas reflexões narradas pelo maestro da PUCRS Marcio Buzatto. Confira a playlist no Spotify ou no YouTube.
Composta em 1741, a obra é dividida em 51 movimentos, agrupados em três partes. O trecho mais conhecido é o Hallelujah, muito tocado em eventos. A “sinfonia”, a parte instrumental que funciona como uma abertura, sem texto, já incita uma reflexão sobre a vida de Jesus, o Messias, história amplamente conhecida. Nesta parte, dois momentos contrastantes podem ser observados facilmente: um primeiro com blocos de acordes ao estilo francês, e um segundo mostrando a facilidade com que Händel manipula a técnica do contraponto em música. Ao término desta introdução, o público percebe que uma história importante está iniciando, que uma jornada histórica será contada através da música que recém inicia.
Por volta de 1727 foi composta a Paixão segundo Mateus, que conta a história de vida, sofrimento e morte de Jesus na forma de um oratório. A música é muito utilizada durante a semana santa e se baseia no Evangelho de Mateus. Na playlist você encontra a parte inicial desta gigantesca obra, com o texto Kommt, ihr Töchter, helft mir klagen, que significa: “Venham, filhas, ajudem-me a lamentar… Vejam-no, por amor e clemência, no tronco da cruz sacrificado, sempre sereno, mesmo quando foi desprezado, suportou todos os nossos pecados, sem ti teríamos nos desesperado. Tem piedade de nós, oh Jesus!”.
Do Magníficat, composto pelo britânico John Rutter, o Esurientes, para soprano solo, coro e orquestra, é uma melodia delicada e confortante, de uma sensível leveza. A composição de 1990 baseada no Evangelho de Lucas (I, 46-55) conta o que aconteceu logo após o anúncio do Arcanjo Gabriel à Maria, que foi visitar Isabel, também grávida. Sendo recebida por Isabel, Maria respondeu: “Senhor, a minha alma engrandece. E meu espírito exulta a Deus, Meu Salvador. Porque olhou para a humildade de sua serva…”.
Voltando alguns séculos, visitamos o canto gregoriano ou cantochão, como é conhecido. Sua melodia está muito próxima da fala, da reza e, portanto, da explícita compreensão do texto. Dentre eles, está Salve Regina, a mais importante melodia dedicada à Maria, que traz em seu texto um pouco da expressão da piedade medieval: “Salve, Rainha, mãe de misericórdia. Vida, doçura, e esperança nossa, salve… Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria”.
Agora, imagine-se entrando numa grande catedral na Europa, no século 16, pouca luz, vitrais impressionantes, arquitetura imponente e você começa a ouvir uma combinação de vozes, daquelas que tem um poder hipnotizante, encantador. O compositor, neste contexto, trouxe ao mundo a obra em homenagem ao Papa Marcelo II, que governou a Igreja Católica por alguns dias somente, antes de falecer. Com esta composição Palestrina teria reorganizando a polifonia da época, dando mais clareza às palavras e resolvendo uma discussão sobre compositores que estariam prejudicando o entendimento dos textos. Desta peça histórica, Kyrie significa: “Senhor, tem piedade de nós”.
O imponente Réquiem estreou em 1874, no aniversário da morte de Alessandro Manzoni, poeta e romancista italiano admirado por Verdi. É uma obra vigorosa e cheia de contrastes que causa um grande impacto em quem a ouve pela primeira vez ao vivo. O estilo operístico do autor é percebido também nesta missa, com força orquestral a favor do texto. Sanctus já começa empolgante: com trompetes. O texto que significa: “Santo, Santo, Santo sois Vós. Senhor Deus dos exércitos… Hosana nas alturas”.
A obra é uma das partes de um Réquiem de 1791 não concluído pelo autor. Envolta em mistérios, a história desta composição desperta curiosidade até hoje, sendo retratada inclusive em filmes como Amadeus, ganhador do Oscar em 1985. A música toda é repleta de energia e densidade, provocando um misto de sensações e reflexões. Lacrimosa é uma das partes mais conhecidas desta Missa de Réquiem. Seu texto significa: “Dias de lágrimas, naqueles dias nos quais ressurgirá das cinzas um homem para ser julgado. Portanto, poupe-o, ó Deus. Ó, misericordioso, Senhor Jesus, Repouso eterno dá-lhes. Amém”.
De 1992, Mass para coro, piano e cordas, incluindo alguns elementos do jazz, dentre uma série de características modernas. Kyrie quebra um pouco a sequência da sonoridade das demais músicas desta playlist. Como se trata de um passeio pela música sacra, esta visita aos Estados Unidos traz um ambiente diferente e apresenta Dobrogosz a quem ainda não o conhecia. Novos ares, novas sonoridades.
O compositor argentino criou essa obra em 1964, em parceria com o Padre Jesús Gabriel Segade. Não demorou muito para a música circular o mundo em diversas igrejas e teatros. Com ritmos e instrumentos regionais da Argentina, além do coro e solista, e o texto é retirado da liturgia tradicional da Igreja Católica, desta vez recebendo a tradução adaptada para o espanhol. O trecho Credo, ou Creio em Deus pai todo poderoso, foi adaptado para um ritmo popular conhecido como chacarera trunca, característico da região de Santiago del Estero.
Foi estreada em 1824 e se tornou um dos grandes monumentos da música sacra na cultura ocidental, uma obra grande também em complexidade, ao lado da Missa em Sí Menor, de Bach. Para o fechamento da playlist de forma vibrante, acompanhe o imponente Gloria in excelsis Deo (Glória a Deus nas Alturas) e a habilidade composicional singular de Beethoven.
“A música é o vínculo que une a vida do espírito à vida dos sentidos. A melodia é a vida sensível da poesia”, Ludwig Van Beethoven.
Nesta semana, o projeto Ensaios de Morar, promovido pelo Instituto de Cultura da PUCRS e pelo Projeto Concha,, apresenta as criações em música e vídeo de poemas de Ana Martins Marques concebidas pelas artistas Gutcha Ramil e Aline Araujo. Publicados respectivamente nos dias 9 e 11 de junho pelos canais dos realizadores do projeto, os vídeos dão continuidade à série de publicações semanais que ocorre até o dia 9 de julho.
O primeiro vídeo da semana, do dia 9 de junho, é da artista Gutcha Ramil, rabequeira, violinista, cantora, percussionista, compositora, educadora e antropóloga. É uma das fundadoras do grupo Três Marias e, além disso, participa de projetos artísticos como o grupo Ibeji e o Sankofa Drums, integra a banda dos compositores Thiago Ramil e Dona Conceição e faz parte do projeto Casa Ramil, que reúne diferentes gerações de artistas da sua família. Já o vídeo do dia 11 de junho é de Aline Araujo, pianista, compositora e bacharela em música pela UFRGS. Seu primeiro EP, junto da banda Celeuma Instrumental Livre, foi lançado em 2017. Em 2019, desenvolveu seu trabalho autoral na Residência Artística do Projeto Concha/Natura Musical. Dos projetos que participa, destacam-se as bandas As Aventuras, Enxame e o Tributo Elis Regina, com a cantora Camila Lopez e o Arrastão.
Os poemas dessa semana foram retirados de A vida submarina, livro de estreia de Ana Martins Marques. Por meio da poesia, da música e do vídeo, as publicações ressignificam objetos e ações aparentemente banais, trazendo um novo olhar sobre o cotidiano da casa e tudo aquilo que compõe o ato de “morar”.
Em A Vida Submarina (Editora Scriptum)
Por Gutcha Ramil
Mais importante que ter uma memória é ter uma mesa
mais importante que já ter amado um dia é ter uma mesa sólida
uma mesa que é como uma cama diurna
com seu coração de árvore, de floresta
é importante em matéria de amor não meter os pés pelas mãos
mas mais importante é ter uma mesa
porque uma mesa é uma espécie de chão que apoia
os que ainda não caíram de vez.
Em A Vida Submarina (Editora Scriptum)
Por Aline Araujo
Os parentescos entre a leitura e o sono
Estão por ser estudados
Ambos exigem uma espécie de concentração
Às avessas
Em ambos pensa-se em nós
O pensamento do outro.
Ambos se fazem melhor na cama
Nem sempre a posição é confortável
Mas o conforto não é tudo
Os parentescos entre a leitura e o amor
Estão por ser estudados.
Ao final da publicação dos 14 poemas audiovisuais, no início de julho, ocorre o lançamento de um site desenvolvido especialmente para o projeto, com artes criadas por Clara Trevisan. A plataforma vai reunir os poemas escritos por Ana Martins Marques com os vídeos produzidos pelas artistas, acrescidos de um ensaio da escritora, poeta e professora de Escrita Criativa na PUCRS Moema Vilela. A construção do site vem da intenção de montar uma espécie de livro virtual que reúna todas as artes e artistas envolvidas.
As artistas participantes do Ensaio de Morar:
Desde sua primeira edição, a série de lives No Meu Canto, promovida pelo Instituto de Cultura, vem recebendo diversos artistas do Rio Grande do Sul e do Brasil para apresentarem seus trabalhos na música. Para oportunizar que artistas da Universidade também mostrem seu talento, o projeto contará com edições especiais de lives com alunos que toquem algum instrumento e/ou cantem. As inscrições ocorrem até às 23h59min do dia 15 de junho, pelo Instagram @pucrscultura. Para se inscrever, é preciso enviar uma mensagem direta com nome completo, curso em que está matriculado, número de matrícula e telefone celular para contato.
Os estudantes interessados em participar devem estar regularmente matriculados na PUCRS em cursos de graduação (bacharelado, licenciatura ou tecnólogo) ou pós-graduação (lato sensu e stricto sensu), presenciais ou online. Também é necessário ter perfil no Instagram com pelo menos um vídeo publicado em que toque e/ou cante uma música de sua autoria ou de outro artista.
A partir do dia 18 de junho, o diretor do Instituto de Cultura, Ricardo Barberena, passará a receber os alunos em lives para apresentarem até duas canções autorais ou covers e falarem sobre sua relação com a música. Serão selecionados até seis estudantes por live realizada, com participações de dez minutos cada. O projeto No Meu Canto acontece nas quintas-feiras, pelo Instagram @pucrscultura.
O Projeto Concha e o Instituto de Cultura da PUCRS lançaram o teaser de uma ação que transforma 14 poemas de Ana Martins Marques em músicas e vídeos concebidos por 14 artistas do Rio Grande do Sul. Um verso da poeta Ensaios de Morar dá nome e inspira o projeto que apresenta, a partir de 26 de maio, dois poemas audiovisuais por semana com diferentes artistas, pelos canais @pucrscultura e @projetoconcha. Após a publicação individual da criação de cada artista, o projeto toma a forma de um site com arte e textos desenvolvidos especialmente para acolher o conjunto de trabalhos produzidos.
A ideia da curadora da iniciativa, Alice Castiel, é refletir sobre essa nova relação que estamos tendo com a casa. “O local em que estamos passando mais tempo e, por isso, começamos a ver outros ângulos para uma paisagem repetida, enquadrada pela janela, ou encontramos novas funções para os mesmos objetos, memórias e emoções depositadas em cantos por vezes esquecidos”, destaca. Lendo Ana Martins Marques, Alice observou que muitos poemas e versos da poeta que “trazem a temática da casa, das miudezas internas, dos móveis banais, das emoções territoriais”. Dessa leitura e admiração pela poesia de Ana Martins surgiu “a vontade de ouvir algumas dessas escritas vindas de outras vozes, entoadas em outros ritmos, talvez em uma busca incessante por proximidades que só são possíveis através da arte”, conta.
Ao conhecer e decidir apoiar a ideia, a equipe do Instituto de Cultura da PUCRS entrou em contato com a poeta que, contente pela iniciativa, liberou seus poemas para a realização do projeto. Desde então, 14 artistas receberam, cada uma, um poema para transformar a poesia escrita em música e vídeo, gravando em caráter experimental, editando em suas próprias casas, com a tecnologia que têm disponível, tentando dar novas caras para as limitações que o momento implica. O resultado desse trabalho pode ser acompanhado pelos canais do Projeto Concha e do Instituto de Cultura da PUCRS.
Ao final da publicação dos 14 poemas audiovisuais, no início de julho, ocorre o lançamento de um site desenvolvido especialmente para o projeto, com artes criadas por Clara Farret. A plataforma vai reunir os poemas escritos por Ana Martins Marques com os vídeos produzidos pelas artistas, acrescidos de um ensaio da escritora, poeta e professora de Escrita Criativa na PUCRS Moema Vilela. A construção do site vem da intenção de montar uma espécie de livro virtual que reúna todas as artes e artistas envolvidas. Num momento em que todas participantes que colaboram com o projeto trabalham individualmente em suas casas, o site também é uma forma de aproximar todas as pessoas que participam dessa criação coletiva.
Aline Araujo, Bel Medula, B.art, Carina Levitan, Clarissa Ferreira, Dessa Ferreira, Gutcha Ramil, Kaya Rodrigues, Nina Nicolaiewsky, Posada, Rita Zart, Saskia, Thayan Martins e Thays Prado.
Em tempos em que precisamos estar recolhidos, sugerimos um passeio pela música de concerto, passando por vários países e tendências. Músicas que nos transportam para um estado de contemplação, dirigindo nossa atenção aos detalhes e incitando reflexões subjetivas. Coloque seus fones, ou então ligue o som num volume em que você possa ouvir todos os detalhes, mesmo os mais sutis, e inicie agora um passeio cheio de descobertas e boas sensações:
Começamos com a suíte Os Planetas (1914-16), de Gustav Holst. Dentre todos os planetas, sugerimos iniciar com Júpiter, cheio de energia e com uma melodia simples e marcante logo nos primeiros minutos. Para quem tiver curiosidade, é uma peça excelente para ouvir e viajar pelo sistema solar sem sair de casa. Holst tem uma sonoridade que depois veio a ser muito utilizada em trilhas sonoras de filmes, então você poderá identificar como algo familiar, mesmo sem ter ouvido antes, pois compositores como John Williams e James Horner levaram uma sonoridade semelhante ao cinema na segunda metade do século XX. Vale a pena uma leitura na internet sobre este conjunto cheio de curiosidades.
A próxima parada é na obra Quadros de Uma Exposição (1874), de Modest Mussorgski. Originalmente escrita para piano, recebeu esta roupagem orquestral em 1922, por ninguém menos que Maurice Ravel, entrando e permanecendo no repertório das orquestras do mundo todo. A peça é, digamos, uma homenagem ao pintor Viktor Hartmann, com 10 quadros sonorizados deste artista, entremeados com um tema “Promenade”, ou um “Passeio”, levando o ouvinte literalmente a uma viagem pela exposição. A orquestração de Ravel é exuberante! Um bom exercício é ouvir primeiro a versão original para piano, e depois a versão orquestrada, comparando a cada movimento e apreciando as escolhas de Ravel. Excelente exercício de percepção.
O Concerto para Violino (1939), de Samuel Barber é de uma sonoridade tocante, sutil e intensa ao mesmo tempo. Barber esticou um pouco do romantismo do século XIX até o final do século XX, mesmo em meio a tantos outros movimentos artísticos diferentes que aconteceram durante sua vida. Talvez este não seja um concerto tão virtuosístico quanto outros. Isso denota que não foi uma preocupação do compositor em deixá-lo difícil de executar, o que neste caso é bom, deixando assim a atenção em passar a ideia musical sem desvios. Contudo, a rapidez do terceiro movimento parece ter sido uma maneira de compensar a falta de velocidade dos dois primeiros movimentos. Além do violino solo, observamos no segundo movimento um belíssimo e envolvente solo de oboé. Aliás, todos os temas desta peça são muito envolventes.
Seguimos o passeio pela Rapsódia sobre um tema de Paganini (1934), de Sergei Rachmaninoff. A obra completa é composta de 24 variações para piano e orquestra, mas aqui convidamos para uma escuta inicial da 18ª variação, a mais famosa. Trata-se do Andante Cantabile, em Ré bemol maior. Neste momento o piano assume completamente a posição de protagonista, transformando em sons um dos temas mais tocantes de toda história da música ocidental. Porém, o impacto desta 18ª variação deverá ser absorvido pelo ouvinte com toda sua intensidade somente se ouvirmos toda a peça desde a 1ª variação. Vale cada minuto e cada nota.
Voltando alguns séculos, não poderíamos deixar de revisitar Johann Sebastian Bach. Em nosso passeio consta o Concerto de Brandenburgo nº 5 (1721). A fluência das composições de Bach está aqui, o sistema de baixo contínuo e a velocidade das melodias funcionam como um imã para prender nossa atenção, parece nos hipnotizar. Neste concerto há que se notar a parte do cravo, instrumento de teclas pinçadas muito comum no período barroco. Temos a impressão de que ele literalmente ‘enlouquece’ e assume o protagonismo enquanto a orquestra o espera para retomarem juntos o primeiro tema.
Passando pela França, podemos sentir uma sonoridade diferente. Por vezes você pode pensar que está em um sonho. Três Danças para Orquestra (1932) é uma das poucas músicas para orquestra de Maurice Duruflé. Os franceses desenvolveram uma escola fantástica de orquestração principalmente no início do século XX (entenda-se aqui orquestração como a arte de distribuir a música entre os instrumentos da orquestra). Há pouco vimos isso com Ravel, em sua magnífica orquestração para Quadros de Uma Exposição. Efeitos complementares e estruturais, colocados intrinsecamente ao discurso musical procurando utilizar todos os instrumentos com igual importância: cordas, madeiras, metais e percussão.
Chegamos ao Brasil, com as Bachianas Brasileiras nº 4 (1930-41), de Heitor Villa Lobos. Inicialmente composta para piano, em 1942 ganhou uma super orquestração do próprio compositor. Como o título diz, a inspiração vem do alemão Bach, mais especificamente dos Concertos de Brandenburgo, mas também podemos considerar que Villa Lobos teve influência francesa em suas composições, pelo período que lá conviveu. São nove bachianas ao todo, desta vez com elementos brasileiros bem identificáveis, por isso recomendamos a audição completa da obra. Aqui ficamos com a Bachiana nº 4, que tem um início arrebatador com as cordas, e divide-se em quatro movimentos: Prelúdio/Introdução, Coral/Canto do Sertão, Ária/Cantiga e Dança/Miudinho. Após passarmos por Holst, Mussorgsky/Ravel, Rachmaninoff, Duruflé e Bach, é muito interessante ouvir elementos bem brasileiros se relacionando com elementos do mundo dentro da música de concerto.
Rodeo (1942), de Aaron Copland, foi composta originalmente para um ballet, tendo recebido logo uma versão para salas de concerto. A versão de concerto é divida em 4 momentos: Buckaroo Holyday, Corral Nocturne, Saturday Night Walz e Hoe-Down, os quais recomendamos ouvir na íntegra para uma boa apreciação. Porém com Hoe-Down, notamos fortemente a intenção de mostrar elementos nacionais, neste caso dos EUA, de forma muito divertida e de fácil assimilação. Aliás, na primeira metade do século XX, vários compositores ao redor do mundo sentiram esta necessidade de expressar elementos nacionais vindos do folclore e tradição popular, onde se enquadram Villa Lobos, Gershwin e Piazzola, por exemplo.
Nesta mesma linha de músicas mais leves, que tratam de elementos locais, vem Danzón nº2 (1994), de Arturo Márquez. Possui um título que por si só sugere ritmo, no caso ritmos mexicanos. A peça recentemente composta já rodou o mundo e faz parte do repertório de praticamente todas as orquestras. Muito divertida, com ritmo intenso, é uma excelente música para encerrar um concerto em alto astral e colocar o público a dançar, mesmo que sentado.
Chegando ao fim deste passeio, não poderíamos deixar de fora o aniversariante do ano, Ludwig van Beethoven. Ele estaria completando 250 anos em 2020, e pela qualidade e perpetuação de sua obra, merece as repetidas homenagens que está recebendo. A 9ª Sinfonia (1824) é um ponto alto na história da música de concerto, tendo sido a primeira sinfonia a levar um coral para o palco, o que impactou sobremaneira o público do início século XIX. Com o poema de Friedrich Schiller “An die Freude”, ou “Ode à Alegria”, Beethoven, já acometido por surdez, mostra um trabalho exuberante que há 250 anos vem lotando auditórios em busca da experiência transformadora que é ouvir a sua 9ª Sinfonia. O coral e os solistas entram somente a partir do quarto movimento, que se constitui num verdadeiro gran finale. Bem definem historiadores como sendo sua fase ‘transcendente’. Ouvir esta sinfonia completa ao menos uma vez na vida em bom volume, se possível ao vivo, é uma experiência realmente transformadora.
Este foi um pequeno passeio num mundo de composições excepcionais. Você conseguiu observar algo interessante durante a audição destas músicas? Você pensou sobre o mérito de cada um destes compositores em transformar notas escritas num papel nestas maravilhas sonoras? A música tem uma força incrível, que pode ser observada e sentida por ouvintes atentos e curiosos. Se algo neste percurso todo lhe fez se sentir bem, ou aprender algo, a realização será toda nossa. Muito obrigado por nos acompanhar neste passeio musical! Até breve!
Márcio Buzzato completou dois bacharelados em música pela UFRGS, um na área de Regência e outro em Composição Musical, ambos obtidos com Láurea Acadêmica. Foi professor de Regência e Canto Coral na UFRGS e na UFSM e, durante suas graduações, foi monitor de Contraponto Modal, Contraponto Tonal, Fuga, Teoria Musical, Regência e Canto Coral. Desde 2010, está à frente do Coral da PUCRS. Clique aqui para saber mais.
A primeira edição do Tecnopuc In Concert movimentou o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). Nos dias 4, 5 e 6 de dezembro, o evento contou com a participação de mais de dez bandas formadas por colaboradores de empresas instaladas no Parque, além de food trucks e uma feira de rua organizada em parceria com o POA na Rua.
Alguns grupos nasceram especialmente para o evento, como foi o caso do Vergonha Alheia, formado por funcionários da Hardfun Studios. “Quando soubemos do evento, a primeira coisa que pensamos foi ‘quem topa passar vergonha?’, mas para a nossa não tão surpresa, todos os hardfunners sem noção toparam. Escolhemos sete músicas de bandas como Ramones, TNT, Vera Loca, Ultramen, RPM e, para encerrar com chave de ouro, uma versão punk rock do Mano Lima”, contou o vocalista, Gabriel Bulcão.
Com muito humor em sua performance, a banda realizou apenas dois ensaios antes de sua apresentação no palco do festival. “O resultado disso tudo veio com mais duas propostas de shows e algumas risadas nos corredores do Tecnopuc. As datas para esse ano já estão lotadas, mas podem nos deixar o contato que podemos conversar para o ano que vem, dependendo da proposta. E mais uma vez, agradecemos através do nosso lema: nos desculpe”, brinca Bulcão.
Já o cantor Rafa Mathias, estudante do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), se apresenta há um ano e foi uma das atrações. “Participar do Tecnopuc In Concert foi um prazer enorme. Estar em um festival de música dentro de um parque tecnológico com atrações formadas por pessoas ligadas ao ecossistema é realmente gratificante, espero que tenha sido a primeira de muitas edições”, comenta.
O evento também teve as apresentações de Levi, Gabria, João Kiewel, The Players, Scrap, Marinha Mercante, Guilaz, Veroness e Tripolares.
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A primeira edição do PUCRS Festival reuniu milhares de pessoas, que puderam desfrutar de muita cultura, entretenimento e conhecimento durante o último sábado, dia 4 de outubro, no campus da Universidade. O evento entra no roteiro de grandes festivais do Rio Grande do Sul, numa promoção da PUCRS, em parceria com a Opus.
Pelo Instagram do evento, Micheli Bastos descreveu: “que festival mais lindo! Parabéns a todos envolvidos”. De meditação a esportes, no Living 360 (prédio 15), o público pode escolher uma grande variedade de atividades, como as do Parque Esportivo, que fez todo mundo entrar em forma com o Mat Pilates, o Treinamento Funcional e o Ritmos. Já o Orlando City Soccer School trouxe o futebol de mesa, estimulando os jogadores com comandos em inglês.
O curso de Gastronomia agrupou muitos curiosos para ensinar uma arte da confeitaria, o Naked Cake. A graduação Escrita Criativa estimulou os presentes a imaginação na criação literária. Para aqueles tem interesse em se posicionar no mercado de trabalho, o PUCRS Carreiras promoveu um bate-papo; além do Idear, que tirou dúvidas de como inovar e empreender.
Os shows musicais foram outras atrações que encantaram a plateia. No palco montado no Centro de Eventos, a abertura foi com a DJ Joelma Terto, com um repertório com muitos clássicos da MPB. Na sequência, a Banda Gelpi apresentou o seu trabalho autoral influenciado pelo indie rock, com direito a cover da banda britânica Pink Floyd. Formada só com percussionistas mulheres, As Batucas tocaram diversos ritmos como: o olodum, o baião e o bolero; além de transmitirem o empoderamento feminino. Para fechar o dia de shows, o cantor Criolo empolgou a multidão com muita energia (com direito a uma mensagem de valorização aos professores), numa apresentação com os seus principais sucessos dos seus 15 anos de carreira, com muito hip hop e samba-rap.
No estacionamento do Centro de Eventos, o público também pode conhecer as feiras Papelera e Craft Urbana, que incentiva exposição de novos artistas gráficos e de marcas autorais; bem como saborear delícias em food trucks.
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O PUCRS Festival está confirmado para este sábado, dia 5 de outubro, mas com mudanças devido à previsão de chuva. As feiras de design e food trucks foram transferidas para o estacionamento coberto do Centro de Eventos (Cepuc – prédio 41). Já as atrações musicais serão no Pavilhão Principal do Cepuc. As oficinas temáticas permanecem no Living 360° (prédio 15). A partir das 15h30min, o acesso ao campus estará liberado para os inscritos.
Promovido pela Universidade, em parceria com a Opus, o PUCRS Festival é inspirado nas feiras de rua e festivais internacionais. O acontecimento ocorre no Campus da Universidade (Avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).
Acesso às atividades
Todos os inscritos terão acesso ao Campus, mediante apresentação do ingresso e um documento. As oficinas têm vagas limitadas e o acesso é por ordem de chegada. Já os shows, para preservar a segurança e respeitar as normas legais, terão a lotação condicionada à capacidade do Centro de Eventos. Para os interessados nos shows, distribuiremos pulseiras a partir das 13h30min no saguão do Centro de Eventos.
Dicas para o festival
A recomendação é que o público venha de transporte público ou aplicativo. O acesso se dará exclusivamente pelo pórtico principal na Avenida Ipiranga e os estacionamentos da Avenida Cristiano Fischer e do Parque Esportivo.
SERVIÇO:
PUCRS Festival
Sábado, 5 de outubro
Classificação: Livre
Faixas etárias:
– até 10 anos pode entrar sem ingresso, acompanhado dos pais
– Dos 10 aos 15 anos precisa de ingresso e de um responsável.
– A partir dos 16 anos não precisa de responsável.
Programação:
15h30min: abertura da área de shows
16h DJ Joelma
17h Gelpi
18h DJ Joelma
18h30min: Batucas
19h10min: DJ Joelma
20h Criolo
16h às 21h: Feiras de Design
16h às 21h: Oficinas
Cronograma de atividades:
TÉRREO DO LIVING
Informações sobre Educon, Vestibular e Financeiro | Quiosque de atendimento |
16h45 às 18h: Naked Cake: a arte da confeitaria nas suas mãos | Área de refeições |
16h às 19h30: Atividade Orlando City | Térreo do Living |
16h: Mat Pilates | Térreo do Living |
17h e 19h: Treinamento Funcional | Térreo do Living |
18h: Ritmos | Térreo do Living |
16h às 19h30: Bate-papo PUCRS Carreiras | Sala 102 – Living |
16h: Aprendendo a inovar | Sala 110 – Living |
16h45: Quero ser empreendedor | Sala 110 – Living |
17h30: Como vender qualquer coisa para qualquer pessoa: criando propagandas memoráveis | Sala 110 – Living |
2º ANDAR DO LIVING
16h30, 17h30 e 18h30: Das flores aos perfumes | Sala 201 |
16h: Como vender qualquer coisa para qualquer pessoa: criando propagandas memoráveis | Sala 210 |
16h45: Aprendendo a inovar | Sala 210 |
17h30: Quero ser empreendedor | Sala 210 |
17h: De onde vem a escrita? Observação e imaginação na criação literária | Sala 213 |
18h: Desinibição por meio do teatro | Sala 213 |
16h às 17h: Mestrado, MBA, Especialização ou segunda graduação? Saiba o que é melhor para sua carreira. | Sala 218 |
16h30 e 17h30: Talk Solidariedade | Sala 217 |
16h, 17h e 18h: Meditação | Sala 222 (Sala de Meditação) |
PRÉDIO 40
16h às 19h30min: Visita ao Museu de Ciências e Tecnologia (MCT) | MCT |
PRÉDIO 41 (TÉRREO)
16h às 19h30: Estande Colégio Marista Champagnat | Térreo do prédio 41 |
O Coral da PUCRS participa do concerto internacional Senhor dos Anéis In Concert: a Sociedade do Anel no dia 30 de junho, domingo. Em homenagem à trilogia de sucesso, o show traz a trilha sonora dos filmes, vencedora de 3 Oscars, nas vozes de mais de 250 músicos. Organizado pela Yellow Eventos em parceria com a Cami Music, o espetáculo reúne cantores da Universidade, da Howard Shore Office (companhia do compositor da obra, Howard Shore), da Orquestra Sinfônica Villa Lobos e de mais três grupos gaúchos. A condução é do maestro Adriano Machado, com os músicos da PUCRS sendo preparados pelo maestro Márcio Buzatto. O evento tem duração de 140 minutos e acontece no Auditório Araújo Vianna, às 18h. Ingressos podem ser adquiridos neste site.
Com turnês internacionais durante todo o ano, é a primeira vez que o Senhor dos Anéis In Concert vem à Porto Alegre. Em 2019, serão seis apresentações no Brasil. Além das composições de Howard Shore, que conquistaram Oscars, Globos de Ouro e Grammies, o evento exibe os filmes da sequência em telas de cinema. Mais de meio milhão de pessoas já acompanharam as emoções do show.
Originalmente livro, O Senhor dos Anéis foi escrito por J.R.R Tolkien em 1954 e adaptado para o cinema por Peter Jackson em 2002. Desde então, a obra literária encantou mais de 100 milhões de leitores e a versão cinematográfica venceu 17 Oscars. A história se passa no Universo da Terra-Média, um mundo mágico e folclórico, onde o herói Hobbit precisa enfrentar grandes batalhas para demonstrar o poder da amizade e da coragem.
Ao longo dos últimos 60 anos, o grupo realizou concertos, óperas, oratórios, cantatas e missas, apresentando-se inclusive com a banda The Rolling Stones. Já foi regido por Ernesto Dewes, Dinah Nery Pereira, Charlotte Kahle, Frederico Gerling Júnior e, atualmente, Marcio Buzatto. O Coral faz parte do Instituto de Cultura, o qual tem o objetivo de ampliar e consolidar o papel cultural da Universidade, nas áreas do cinema, literatura, teatro, música e dança. Os participantes são membros da comunidade universitária e externa, atuando de forma voluntária.
A agenda de fevereiro da ATL House traz para o Campus a transmissão ao vivo dos programas Pretinho Básico, PBzinho,Tá Vazando, Bola nas Costas, e o Podcast Donna Trends. As ações acontecem de 4 a 28 de fevereiro, diretamente da Rua da Cultura, com a presença de comunicadores da Rádio. No dia 25 de fevereiro o horário da casa retorna à programação normal, de segunda a sexta-feira, das 7h30min às 22h, e aos sábados, das 8h às 12h. Já nos dias 2, 3, 4 e 5 de março o local estará fechado.
Promovida pela PUCRS, pelo Grupo RBS e pela Tornak Participações e Investimentos, a Casa da Atlântida tem ações são gratuitas e abertas ao público. O local é um ponto de encontro que reúne juventude, humor, música e mundo geek. Máquina de fliperama, games e um mesa de bilhar fazem parte das atrações permanentes, além de hamburgueria, café e agência de viagens.
Transmissão do Programa Pretinho Básico
Transmissão do Programa Tá Vazando
Transmissão do Programa PBzinho
Transmissão do Programa Pretinho Básico
Transmissão do Programa Bola nas Costas
Transmissão Bola nas Costas
Transmissão do Programa Pretinho Básico
Transmissão do programa Tá Vazando
Transmissão do programa PBzinho
Das 18h às 19h – Transmissão do Programa Pretinho Básico
Transmissão do Programa Bola nas Costas
Das 19h às 20h – Transmissão do Podcast Donna Trends
Transmissão do programa Tá Vazando