Natural de Nova Bréscia, município do interior do Rio Grande do Sul localizado a mais de 160 quilômetros de Porto Alegre, Graciane Radaelli empreendeu em sua jornada desde cedo. Aos 16 anos, saiu da cidade natal para estudar, ingressando no curso de Farmácia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. Hoje, ela está à frente do próprio negócio – a startup HOW.ai, que conecta pacientes voluntários às pesquisas clínicas.

Em 2020, a How.ai foi finalista da 10ª edição do Programa de Modelagem de Negócios do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), o Startup Garage. Com o impulso do Programa, a empresa se conectou ao ecossistema de inovação da Universidade e criou parcerias. Atualmente, a iniciativa está em implementação na área oncológica da rede de hospitais da Santa Casa.

“Tudo que eu aprendi, durante os anos de pesquisa científica, contribuíram para gerar o meu negócio. Meu intuito sempre foi ajudar as pessoas de alguma forma e na Universidade tive a oportunidade de unir minha trajetória acadêmica e esse desejo de gerar uma solução para a sociedade”, conta Graciane.

Trajetória acadêmica com foco na pesquisa

Durante a graduação no curso de Farmácia, Graciane participou do programa de Iniciação Científica da PUCRS, despertando o interesse pela pesquisa. Após a experiência, ela teve certeza de que queria seguir na área. Também na PUCRS, realizou o mestrado em Medicina e Ciências da Saúde e o pós-doutorado em Neurologia na Escola de Medicina.

Na carreira profissional, Graciane coordenou pesquisas clínicas em Cardiologia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) e em radiofarmácia no Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), onde hoje é pesquisadora.

“Essas experiências proporcionaram a aproximação com o mercado, complementando a visão acadêmica. A partir disso, foram surgindo várias ideias de negócio. Por isso, costumo dizer que nada foi da noite para o dia. Fui bem conduzida dentro da Universidade, por pessoas que me guiaram por caminhos de boas escolhas”, comenta.

Ideia transformada em negócio durante a pandemia

A pesquisa clínica tem como objetivo analisar a segurança e a eficácia de novos procedimentos ou medicamentos para seres humanos. Com a pandemia provocada pela Covid-19, o aumento da demanda por novos tratamentos foi exponencial e, por outro lado, houve a redução no recrutamento de voluntários/as para os estudos clínicos.

Diante desse contexto, Graciane enxergou a possibilidade de criar uma solução para aprimorar o processo de seleção de pacientes e contribuir ainda mais com a área da saúde. “Desde muito cedo eu percebi a relevância da pesquisa clínica. Através dela, facilitamos o acesso de pacientes a tratamentos pioneiros, que contribuem para a melhora clínica. A minha ideia era construir um espaço em que as pessoas pudessem se cadastrar para participar dos estudos”, salienta.

Com a participação no Garage, Graciane tirou a ideia do papel e alavancou a HOW.ai com o auxílio de mentorias e acesso a ambientes de inovação. “O Programa foi um networking com o universo das startups, que até aquele momento eu nunca havia vivenciado. Tivemos uma enorme visibilidade e projeção do nosso negócio dentro do ecossistema da PUCRS, além de conhecer pessoas fantásticas que até hoje acompanham e/ou são mentores da nossa startup”, conta a CEO.

A empreendedora destaca que, após o Garage, a empresa segue em processos de desenvolvimento. De acordo com ela, o objetivo é que a empresa tenha 80% dos recursos direcionados para o Sistema Único de Saúde (SUS).

“Precisei descontruir parte do meu lado técnico para expandir uma visão mais disruptiva. E pude fazer isso com o apoio de diferentes áreas dentro da Universidade. O ecossistema da PUCRS possibilitou eu me tornar uma mulher empreendedora”.

Leia também: Mulheres empreendedoras: os desafios de ser dona do próprio negócio

empreendedorismo femininoCom mais de 100 espectadoras de vários lugares do mundo, a 1ª Maratona Online de Empreendedorismo Feminino 4.0 promovida pela Escola de Negócios da PUCRS e o Centro Brasil de Baden-Württemberg, na Alemanha, estreou no dia 1º de junho. Com encontros sempre às 12h (horário de Brasília e 17h horário de Berlim), no Instagram @escoladenegociospucrs, as conversas acontecem até o dia 13 de junho e todas as lives ficarão disponíveis no perfil.

A conversa-piloto entre a professora Letícia Hoppe e as empreendedoras Kaka Cerutti e Verônica Sales inaugurou a série de lives com o tema negócios e os desafios enfrentados (e superados) neste momento de pandemia mundial.

Segundo a professora Ionara Rech, coordenadora do curso de Administração da PUCRS e uma das organizadoras do livro Empreendedorismo Feminino: protagonistas em ação, compartilhar experiências e vivências é uma forma de fazer com que as mulheres saibam que não estão sozinhas e compartilhem os desafios e soluções encontradas. “Estamos vencendo algumas batalhas e fazendo a mudança para as próximas gerações. Precisamos compartilhar as nossas histórias. Se eu pudesse dar um conselho para nós, mulheres, seria: que a gente cuide mais de si e estabeleça um olhar com mais confiança naquilo que podemos realizar”, ressalta.

Transformação gradual para o protagonismo feminino

Desde 2016 a Escola de Negócios promove ações voltadas ao Empreendedorismo Feminino com objetivo de proporcionar conexões entre empreendedoras e a apresentação de técnicas e soluções para seus negócios. O incentivo ao tema visa que cada vez mais mulheres se tornem protagonistas e ocupem cargos de liderança no mundo dos negócios, nas mais diversas áreas. Até o momento, mais de 3 mil empreendedoras já foram beneficiadas com as atividades.

A professora Ionara frisa que uma das principais dificuldades das mulheres é a falta de confiança nas suas próprias capacidades, mas que estão evoluindo e mudando o cenário de maneira gradual em diversos âmbitos. “Parte desde a forma como educamos as meninas: para que tipo de atividade elas são preparadas nas famílias e até mesmo nas escolas? É a partir daqui que são construídas as perspectivas, para que, quando elas cheguem a vida adulta, sintam-se fortalecidas e capazes de competir de igual para igual em qualquer área”, argumenta.

Programação

1 de junho

Empreendedoras: Kaká Cerutti e Verônica Sales
Mediadora: Professora Dra. Letícia Hoppe

2 de junho

Empreendedoras: Jaqueline Selva e Cíntia Lucarelli
Mediadora: Daniele Mazutti

3 de junho

Empreendedoras: Tatiane Silva e Hannah Kathren
Mediadora: Karen Romero

4 de junho

Empreendedoras: Lessandra Dralf e Lu Sellman
Mediadora: Carolina Barbosa

5 de junho

Empreendedoras: Ana Manssour e Aline Schumache
Mediadora: Professora Ionara Rech

6 de junho

Empreendedoras: Marta Duenas e Cláudia Merz
Mediadora: Professora Letícia Hoppe

7 de junho

Empreendedoras: Lú Brito e Francine Krüger
Mediadora: Professora Kellen Fraga

8 de junho

Empreendedoras: Giovana e Lúcia de Jesus
Mediadora: Professora Ionara Rech

9 de junho

Empreendedoras: Elaine Deboni e Tatiane Bungardt
Mediadora: Professora Letícia Hoppe

10 de junho

Empreendedoras: Márcia Brites e Vera Lúcia
Mediadora: Professora Naira Libermann

11 de junho

Empreendedoras: Cláudia Moreira e Adriana Escotero Felipe
Mediadora: Professora Loraine Muller

12 de junho

Empreendedoras: Michele Pereira e Bianca
Mediadora: Monica Carvalho

13 de junho

Empreendedoras: Mileine Vargas e Rosani Hart
Mediadora: Professora Letícia Hoppe