A medula óssea é um tecido que preenche o interior de vários ossos do corpo humano. Eficientes para o tratamento de cerca de 80 doenças do sangue, as células-tronco hematopoiéticas, encontradas na medula óssea, são capazes se autorrenovar e de produzir componentes do sangue fundamentais para o sistema imune, como as hemácias (ou glóbulos vermelhos) e os leucócitos (ou glóbulos brancos), além das plaquetas, responsáveis pela coagulação.
Para promover o esclarecimento e a conscientização sobre a doação e o transplante de medula, a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea acontece entre os dias 14 e 21 de dezembro. Durante este período, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), junto aos hemocentros de todo País, também reforçam a importância do cadastro e atualização de dados de doadores. “Apenas 30% dos pacientes que necessitam o transplante de medula óssea encontram um doador 100% compatível na família. Por essa razão, foram criados os cadastros de medula óssea, em que se pode encontrar um doador adequado. Ainda assim, a chance de se achar um doador totalmente compatível é de uma em 100 mil”, destaca a médica hematologista e professora da Escola de Medicina da PUCRS Mariana Burin.
De acordo com a professora, a importância de manter um cadastro com grande número de doadores se dá pela variabilidade genética do HLA (antígeno leucocitário humano). O sistema HLA codifica proteínas que fazem parte do nosso sistema imune e permite o reconhecimento das células do próprio indivíduo e de possíveis antígenos estranhos à pessoa (como vírus, fungos e bactérias).
O primeiro cadastro para doadores de medula foi criado nos Estados Unidos, em 1986, e apresenta o maior número de doadores (aproximadamente 8 milhões). Criado em 1993 no Brasil, o REDOME é o terceiro maior do mundo, com mais de 5 milhões de doadores. A World Marrow Donor Association (WMDA), associação mundial que reúne os registros de doadores de medula óssea, totaliza cerca de 38 milhões de doadores em todo o mundo.
Segundo o REDOME, os principais beneficiados com o transplante são pacientes com leucemias originárias das células da medula óssea, linfomas, doenças originadas do sistema imune em geral, dos gânglios e do baço, e anemias graves (adquiridas ou congênitas).
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