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Foto: Divulgação

No dia 23 de julho, quinta-feira, o Instituto de Cultura da PUCRS promove um bate-papo com o médico Marcio Maranhão, às 21hA conversa acontece através do perfil @pucrscultura no Facebook e do Canal da PUCRS no Youtube – onde fica disponível para acesso posterior. A mediação será realizada por Leonardo Araujo Pinto, médico e decano da Escola de Medicina, Ricardo Barberenadiretor do Instituto de Cultura e professor da Escola de Humanidades.  

O evento faz parte da série Ato Criativo, que tem como objetivo aproximar o público de pessoas que criam em diversas áreas da cultura, proporcionando espaços de troca com artistas. Nessa edição, o convidado aborda o processo de criação do livro Sob pressão: a rotina de guerra de um médico brasileiro (2017)que foi feito a partir de depoimentos dados à repórter Karla Monteiro e que inspirou a série de televisão homônima da Rede Globo. Além disso, fala sobre sua rotina enquanto profissional atuante na área da saúde.  

Sobre o participante 

Marcio Maranhão nasceu no Rio de Janeiro, em 1970. Formou-se em Medicina pela UERJ (1994) e especializou-se em cirurgia geral, pelo Hospital da Força Aérea do Galeão e pelo Hospital Souza Aguiar, e em cirurgia torácica, pelo Instituto de Tisiologia e Pneumologia da UFRJ. De 2005 a 2006, trabalhou como plantonista do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e, de 2001 a 2009, foi cirurgião no Serviço de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, é chefe do serviço de cirurgia torácica do Hospital do Galeão. É autor do livro Sob pressão: a rotina de guerra de um médico brasileiro (2017).  

Sobre os mediadores 

Leonardo Araujo Pinto é médico e Decano da Escola de Medicina da PUCRSPossui graduação em medicina (UFRGS, 1999), especialização em pediatria (HCPA, 2001), pneumologia pediátrica (PUCRS, 2003) e epidemiologia genética (LMU, Alemanha, 2007), mestrado em pediatria (PUCRS, 2004) e doutorado em saúde da criança (UNICAMP, 2009). Atua como professor e pesquisador do Programa de Pós-graduação em Pediatria e Saúde da Criança da PUCRS.  Tem formação e experiência na área de saúde da criança, com ênfase em doenças respiratórias, atuando principalmente nos seguintes temas: epidemiologia das doenças respiratórias, epidemiologia genética, bronquiolite viral, asma, tuberculose e fibrose cística. 

Ricardo Barberena nasceu em Porto Alegre, em 1978. Possui Graduação (2000), Doutorado (2005) e Pós-Doutorado (2009) na área de Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É Diretor do Instituto de Cultura da PUCRS, Coordenador Executivo do DELFOS/Espaço de Documentação e Memória Cultural e professor do Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS. Coordena o Grupo de Pesquisa Limiares Comparatistas e Diásporas Disciplinares: Estudo de Paisagens Identitárias na Contemporaneidade e é membro do Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea (GELBC).   

Serviço 

Scliar

Scliar publicou mais de 70 livros. Crédito: Acervo Delfos

Em 23 de maio de 1937, nasceu o médico e escritor Moacyr Scliar (1937-2011), que conta com um acervo no Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS. Filho de imigrantes europeus, passou a maior parte de sua infância no Bairro Bom Fim, em Porto Alegre. No ano de 1962, formou-se médico pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e lançou seu primeiro livro (Histórias de um médico em formação), marcando o entrelaçamento dessas duas áreas que seguiriam juntas ao longo de sua vida: a escrita e a medicina.

Em sua carreira médica, Scliar dedicou-se principalmente ao trabalho na área da Saúde Pública, como médico sanitarista. Já na trajetória literária, publicou mais de 70 livros, entre gêneros como o romance, a crônica, o conto, a literatura infantil e infanto-juvenil e o ensaio. Recebeu inúmeros prêmios de literatura, a exemplo dos quatro prêmios Jabuti (1988, 1993, 2000 e 2009). Além disso, muitas de suas criações foram publicadas em países como Inglaterra, Rússia, República Tcheca, Eslováquia, Suécia, Noruega, França, Alemanha, Israel, Estados Unidos, Holanda, Espanha e Portugal.

O acervo do Delfos

Nos primeiros anos da década de 2000, Moacyr Scliar entrou em tratativas com a PUCRS para que o Centro de Memória Literária da Faculdade de Letras fosse depositário de parte dos documentos que constituíam seu espólio. Entregou, na época, caixas com tais documentos, que posteriormente foram acondicionados em envelopes, classificados e catalogados. O acervo, atualmente, encontra-se sob os cuidados do Delfos (localizado no 7º andar da Biblioteca Central) e conta com 2.582 documentos catalogados, como manuscritos, datiloscritos, correspondências e recortes de jornal. Além disso, parte do acervo pode ser acessado online, através da plataforma Delfos – Digital.

Literatura e humanidade

Em sua crônica Juventude e Literatura, Scliar diz “O jovem escritor deve se humanizar. Aprender a conhecer e amar as pessoas”, fortalece sua opinião ao propor a mudança do lema “arte pela arte” por “arte pelo homem”. O conselho dado aos novos escritores foi levado a sério em sua própria produção, que demonstra um grande interesse por questões humanas, em diálogo constante com suas memórias, seu cotidiano como médico e sua condição de judeu e filho de imigrantes.

Sua sensibilidade estendeu-se também ao olhar que conservou, e que transmitiu através de seus escritos, da cidade de Porto Alegre. Declaradamente apaixonado pela capital gaúcha, explorou os mistérios e encantos da cidade. Em alguns casos, narrou situações reais, como na crônica A arte e a ciência dos boatos, que tem como pano de fundo de seu início os leões de bronze situados em frente ao prédio da Prefeitura da cidade. Em outros, criou narrativas ficcionais que se passam em Porto Alegre, como em seu primeiro romance, A guerra no Bom fim (1972)que conta com versões datiloscritas e com correções do próprio autor no Delfos – Digital.

Quer presente melhor para um escritor do que ser lido? Acesse a plataforma online do Delfos e confira a coleção do Moacyr Scliar sem precisar sair de casa.