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Imagem: Freepik

As máscaras são alguns dos acessórios mais utilizados na prevenção e combate à Covid-19 no cotidiano da população. Visando minimizar o aumento de casos confirmados do novo coronavírus, infectologistas alertam para que o seu uso ocorra de forma consciente e segura. Marina Rodrigues da Silva, Infectologista do Hospital São Lucas, preparou cinco dicas para uma utilização eficiente da máscara.

Menor chance de contágio

Considerando a flexibilização para abertura de estabelecimentos e para a circulação da população, é recomendado o uso de máscaras não profissionais de tecido, segundo a doutora. A especialista também ressalta que, por si só, a máscara não protege a pessoa que a utiliza de ser infectada, porém, impede a disseminação de secreções respiratórias em ambiente e em superfícies.

Segundo pesquisa publicada pela revista The Lancet, no início de junho, o risco de infecção ou transmissão ao usar o acessório é de 3%; sem ele, esse índice sobe para 17%. Confira as recomendações:

  1. As máscaras devem ter um tamanho adequado para cobrir o nariz e boca e devem se ajustar corretamente ao rosto, de forma que não haja folgas entre o tecido e a pele. É importante lembrar que a máscara não pode ser removida para falar, ou usada na testa e pescoço, por exemplo;

2. É fundamental higienizar as mãos antes de colocar ou remover a máscara. O ideal é evitar tocar o tecido durante todo o tempo de uso, a fim de evitar a contaminação através das mãos;

3. O período de uso de cada máscara não deve ser superior a duas horas, pois o tecido fica úmido e perde a sua função de barreira. Após esse período, ou antes, se a máscara estiver úmida, com sujeira aparente ou danificada, é necessário fazer a substituição por um nova. Para removê-la, manuseie o elástico ao redor das orelhas sem tocar a parte frontal e, em seguida, coloque-a em um saco plástico até que possa ser realizada a lavagem;

4. As máscaras de tecido devem ser lavadas com água potável e água sanitária, deixando de molho por 30 minutos em uma solução de 500ml de água potável com 10ml de água sanitária. Em seguida, o ideal é enxaguá-la em água corrente e lavar com água e sabão. Após a lavagem, deixar secar totalmente e passar a ferro;

5. Descarte a máscara de tecido se houver a perda de elasticidade das alças ou deformidades no tecido que possam causar prejuízos à barreira. As máscaras de TNT não podem ser lavadas e devem ser descartadas logo após o uso.

 

Em meio à pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19), uma onda de solidariedade levou voluntários e membros da Associação Comunitária da Vila Panorama a costurar máscaras para os profissionais que atuam na saúde. A produção vem sendo realizada por costureiros de Porto Alegre, e algumas unidades já foram entregues para as equipes do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL).

Segundo Ana Carolina Campos, coordenadora de qualidade e segurança do paciente do HSL, e uma das participantes na ação, o que motivou o grupo foi a união para enfrentar esse novo contexto mundial. “Procuramos garantir a proteção para os nossos colaboradores durante toda essa pandemia. Então, passamos a comprar materiais e buscar parceiros para a produção dos equipamentos de proteção individual. E, desde quando essa iniciativa se iniciou, fomos surpreendidos por uma onda de solidariedade, em que muitos costureiros e cooperativas vêm nos apoiando”, conta Ana Carolina.

A enfermeira, que também faz parte da comissão multidisciplinar criada para enfrentamento ao Covid-19, ressalta que a iniciativa complementa as demais medidas preventivas e destaca a sensação após a entrega do primeiro lote de máscaras. “Ficamos extremamente felizes e agradecidos. Temos a certeza de que essa ação será muito importante para a proteção dos profissionais da saúde”, afirma.

Espírito de ajuda ao próximo

Para Danusa Malta, supervisora de hotelaria do HSL, a produção das máscaras reflete o espírito de ajuda ao próximo. “É um lindo trabalho, que favorece não só os médicos, mas também os pacientes. Todos os colaboradores estão unidos para ajudar de alguma forma. Os equipamentos produzidos foram aprovados por toda a equipe, nos proporcionando ainda mais a emoção de contribuir para superar a pandemia”, comenta.

As máscaras são uma barreira mecânica que complementa os demais cuidados e podem ser feitas de algodão, tricoline, TNT, desde que desenhadas e higienizadas corretamente. Em comunicado do dia 2 de abril, o Ministério da Saúde divulgou essa e outras recomendações específicas sobre a confecção e o uso desse tipo de equipamento.