Atividade física na terceira idade

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Com os avanços tecnológicos, a população está vivendo cada vez mais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2025 o Brasil será o sexto país com o maior número de idosos do mundo. Por isso, é necessário pensar cada vez mais em como promover um envelhecimento saudável a essa população. Uma das formas de atingir esse objetivo é a prática de atividade física na terceira idade.  

A prática de exercícios físicos é indicada em todas as fases da vida, não existindo limite de idade para iniciar sua prática, sendo necessário respeitar a característica de cada uma delas”, explica Rafael Baptista, professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. Os benefícios em manter a atividade após os 60 anos são inúmeros, visto que é possível prevenir e até retardar o avanço de diferentes tipos de problemas de saúde comuns em pacientes geriátricos.  

Exercícios físicos na prevenção de doenças 

Publicado pela EdiPUCRS, o livro Doenças Geriáticas & Exercícios Físicos esclarece de que forma realizar atividade física na terceira idade pode auxiliar na manutenção de uma boa saúde. Confira os benefícios dessa prática em algumas doenças comuns em idosos:  

O professor Baptista ainda explica que a saúde mental do idosos é favorecida pela atividade física, através da liberação de hormônios responsáveis pelo bem-estar psicológico, evitando doenças como a depressão e auxiliando na socialização desses indivíduos.  

Como realizar atividade física na terceira idade?  

Atividade Física, idoso

Musculação é uma boa atividade para idosos/Foto: Pexels

Embora não existam contraindicações, é sempre necessário ter atenção a alguns aspectos antes de um idoso iniciar a prática de exercícios físicos. Primeiro, conforme Baptista, é necessário realizar uma consulta médica, para que possíveis problemas de saúde sejam identificados, o que auxilia a compreender limitações e pontos que merecem atenção durante o treinamento. Em seguida, é essencial realizar uma avaliação física, serviço oferecido pelo Parque Esportivo da PUCRS, na qual o educador físico observará a capacidade física e funcional do paciente e prescreverá um treino voltado às suas características, limitações e necessidades individuais.  

Idosos podem realizar diferentes tipos de exercícios, no entanto, existem alguns mais indicados para determinadas situações. Baptista conta que um dos que mais possuem benefícios, tanto para adultos quanto para idosos é a musculação. Na terceira idade, a prática de atividade física deve ser voltada à manutenção e ao aumento de massa óssea e muscular, levando em consideração a alta incidência de problemas como a osteoporose, que prejudica os ossos, e a sarcopenia, que é considerada a perda de massa muscular.  

No Parque Esportivo da PUCRS, existem atividades inteiramente voltadas à terceira idade. Dentre elas está a hidroginástica, o funcional 60+ e o treino de força (musculação)Essas práticas visam melhorar a força, a flexibilidade e a capacidade aeróbia, promovendo diferentes benefícios no envelhecimento saudável. Além disso, a diversidade de modalidades esportivas, permite que seja possível realizar tanto exercícios de baixo quanto de alto impacto, oferecendo melhorias para os mais diferentes problemas de saúde e auxiliando a evitar o surgimento de outros.  

Saiba mais sobre cada modalidade e matricule-se através do site do Parque Esportivo. 

Parque Esportivo será sede de projeto da prefeitura 

Coordenado pelo professor Newton Luiz Terra, pesquisador do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, o Programa de Incentivo à Atividade Física para Idosos (PIAF), criado pela lei municipal de nº 12.443, utilizará o espaço do Parque Esportivo da PUCRS para as suas atividades. Essa iniciativa, inédita no Rio Grande do Sul, visa proporcionar gratuitamente atividades físicas personalizadas para a terceira idade. O PIAF será efetivamente iniciado quando a pandemia de Covid-19 permitir sua realização.  

Dia do Idoso: pesquisadores buscam respostas para promover a longevidade

Foto: Anna Shvets/Pexels

Em 2030 o número de idosos no Brasil deve ultrapassar o número de crianças, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a inversão da pirâmide etária, estamos vivenciando uma mudança do perfil demográfico do País. É por isso que o estudo dos mecanismos que levam a um envelhecimento saudável se torna cada vez mais fundamental para que, em um futuro próximo, a população tenha atenção e cuidados para envelhecer com qualidade de vida.  

O Programa de Pós-graduação em Gerontologia Biomédica (PPG-GERONBIO) da PUCRS, que está com inscrições abertas até o dia 29 de outubro, prepara estudantes para a docência e pesquisa tanto na área da Gerontologia, quanto na área da Geriatria. Atualmente o número de pessoas acima dos 65 anos representa 14,03% da população, o equivalente a 29,3 milhões de pessoas que precisam de atendimento e suporte para essa etapa da vida.

Segundo a coordenadora do PPG, professora Denise Cantarelli Machado, o programa é multidisciplinar e promove pesquisas e ações sobre os seguintes aspectos do envelhecimento: biológicos, socioculturais, demográficos e bioéticos, clínicos e emocionais, além de estudar também o tema na Saúde Pública. 

Multidisciplinaridade para enfrentar os desafios do futuro 

Profissionais de diferentes áreas procuram o programa para desenvolver seus estudos. Há estudantes de Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Enfermagem, Pedagogia, Medicina, Assistência Social, Engenharia, Arquitetura e até Direito. 

Prima-se pela integração e caminhada de encontro à interdisciplinaridade. Temos um número expressivo de egressos com excelente inserção no mercado de trabalho, a maioria em instituições de ensino locais e nacionais, atuando em cursos de graduação, pós-graduação e no desenvolvimento de pesquisas científicas e políticas públicas”, ressalta Denise.  

Cooperação internacional e estrutura completa para pesquisa de ponta 

Quem ingressa no programa conta com uma estrutura composta por laboratórios distribuídos no Campus da PUCRS, coordenados por docentes pesquisadores do programa, vinculados às Escolas de Medicina e de Ciências da Saúde e da Vida, ao Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) e ao Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) 

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Idosos apresentam risco mais elevado de quadros graves / Foto: Freepik

Nestes espaços os estudantes podem executar seus projetos de pesquisa e contar com outras estruturas de apoio, como a Biblioteca Central e o IDEIA (Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que coordena a utilização dos laboratórios de Microscopia Eletrônica e Microanálise (LABCEMM), de Alto Desempenho em Computação (LAD), de Ressonância Magnética (LABMAG), de Prototipagem e Espaço Maker (Fablab Tecnopuc) e de Usabilidade de Produtos para a Saúde (Usalab Tecnopuc).  

Além disso, o PPG-GERONBIO é um dos integrantes do projeto de cooperação Estudo da Neuropsicologia do Envelhecimento e de Mecanismos Moleculares Relacionados às Doenças Neurodegenerativas nos Idosos, contemplado no edital da Capes, pelo Programa de Internacionalização (PrInt). As atividades de mobilidade in/out e de pesquisa foram iniciadas em 2019 e os alunos e docentes já realizaram atividades de pesquisa em diversos países. 

Mestrado ou doutorado? 

O curso de mestrado do PPG-GERONBIO tem como objetivo essencial desenvolver a competência para o desempenho de funções docentes na área da Gerontologia Biomédica. Nessa modalidade o estudante aprofunda conhecimentos por meio de debate crítico sobre a realidade gerontológica e educacional inserida no contexto da realidade sócio-política-econômica-cultural local e global. O profissional é qualificado para a pesquisa científica e intervenções junto à sociedade. 

Já o curso de doutorado tem como objetivo principal formar integralmente o pesquisador, associado à competência docente e visando o aprofundamento contextualizado do conhecimento na área da Gerontologia Biomédica. Neste caso o foco é a formação de profissionais com ampla capacidade científica para interagir e executar pesquisas de ponta em todas as áreas relacionadas ao idoso. 

Leia também: Mestrado e doutorado: no projeto de pesquisa, conte o que você pretende estudar 

Alcançar a longevidade com saúde exige cuidados e bons hábitos durante todas as fases da vida. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)em 2030 o número de idosos no Brasil deve ultrapassar o número de crianças. A inversão da pirâmide etária no País caracteriza uma mudança do perfil demográfico e amplia a necessidade de atenção para a promoção do envelhecimento saudável. 

No livro Só é velho quem quero professor da Escola de Medicina da PUCRS Newton Terra destaca que é possível envelhecer com saúde, tornando o processo mais longevo, autônomo e independente. Na obra o autor também destaca que, segundo pesquisas, o envelhecimento depende 25% da genética e 75% do estilo de vida e do ambiente 

Pesquisador do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, Terra reuniu sugestões de hábitos que promovem um estilo de vida saudável, fundamental para alcançar a longevidade com qualidade. Confira:

1. Gerenciar o estresse

O estresse define um estado em que ocorre uma ameaça (real ou percebida) à homeostase (estabilidade do organismo). Não é considerado uma doença, mas sim uma forma de adaptação e proteção do corpo contra agentes externos ou internos. Pode ser positivo (o eustresse) e negativo (o distresse), que é o estresse propriamente dito. O termo “estressor” define os eventos ou estímulos que provocam ou conduzem ao estresse, e estes podem ser classificados como sensoriais (físicos), psicológicos e infecciosos. 

Quando o estressor se torna crônico, acontece o desgaste de tecidos e órgãos, aumentando o risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, transtornos neuropsiquiátricos, doenças infecciosas, metabólicas e tumores. Essa forma de impacto do estresse no organismo é conhecida como carga alostática. 

Entre as ações que contribuem para gerenciar o estresse estão aumentar a resistência (ou resiliência) aos estressores e mudar a maneira de enfrentá-losEncontrar opções benéficas de liberar a tensão, como a prática de atividades físicas, também auxilia na redução dos riscos causados pelo estresse. 

Dormir regularmente, cultivar um hobby, manter uma organização financeira e buscar atividades de relaxamento meditação como yoga ou mindfulness são comportamentos que também trazem benefíciosBuscar ajuda de psicólogos e conversar sobre aquilo que lhe causa estresse contribui para evitar que os estressores se tornem crônicos. 

2. Ter atividades de lazer 

O lazer é um momento de liberdade interior, expressão dpersonalidade e da individualidade. É quando podemos decidir o que fazer, como fazer e quando fazer. É o momento do descanso e do divertimento. O lazer é um direito social.  

Em todas as fases da vida, inclusive durante o processo de envelhecimento, é fundamental ter momentos de lazerde acordo com as preferências e condições de cada pessoa. Lerpraticar exercícios físicos, fazer artesanatospintar, ouvir música, estimular o raciocínio com jogos, assistir filmestocar instrumentos musicais e manter-se aprendendo são práticas que fazem bem em qualquer idade. 

Leia também: Unati lança novas atividades voltadas para o público com mais de 60 anos

3. Evitar a automedicação

Os idosos são os maiores usuários de remédios devido ao surgimento de doenças crônicas associadas ao processo de envelhecimento e que requerem tratamento medicamentoso. No entanto, é preciso manter a atenção aos efeitos dos medicamentos em todas as idadesPor mais que se consiga eficácia no combate às doenças, o uso da polifarmácia eleva a chance dos efeitos adversos, podendo impactar negativamente na saúde. 

Para alcançar a longevidadeo indicado é tomar apenas os medicamentos receitados por médicos e evitar a automedicação – lembrando que muitas pessoas idosas frequentemente ingerem por conta própria ácido acetilsalicílico (conhecido popularmente como aspirina), anti-inflamatórios não esteroides, laxantes e vitaminas, o que deve ser evitado. Em média, essa faixa etária utiliza de dois a cinco medicamentos por dia. 

A polifarmácia está associada ao desenvolvimento e agravamento de síndromes geriátricas, incluindo comprometimento cognitivo, delírios, quedas, fragilidade, incontinência urinária, perda de peso, além de aumentar o risco de hospitalizações. A prescrição de medicamentos para quem possui mais de 60 anos é uma tarefa que requer planejamento e monitoramento constantes. 

desprescrição, uma tendência moderna e preventiva, é o processo sistemático de identificar e suspender remédios quando o risco potencial de prejuízo supera os benefícios. Deve ser realizada uma revisão criteriosa da prescrição, junto ao médico, com o objetivo de identificar os medicamentos inapropriados, passíveis de ser retirados. 

4. Realizar uma nutrição adequada

A nutrição é um dos fatores externos que exerce mais influência na saúde das pessoas ao longo da vida. Efeitos de uma alimentação inadequada, tanto por excesso quanto por déficit de nutrientes, são extremamente prejudiciaisAlimentação adequada é aquela que fornece ao organismo os nutrientes necessários para a manutenção, reparo e crescimento dos tecidos, sem que haja excesso no consumo alimentar.  

Uma boa alimentação deve ser suficiente (contém as calorias necessárias ao gasto diário), completa (fornece todos os nutrientes indispensáveis), harmônica (mantém a proporção correta entre proteínas, açúcares e gorduras) e adequada (atende às condições fisiológicas de cada pessoa).  

A adoção de uma alimentação de qualidade, com variedade de cores, nutrientes e texturas, e com menor quantidade de químicos, ou isenção de agrotóxicos, pode colaborar para a proteção do organismo contra o desenvolvimento de doenças 

Dentre os principais componentes alimentares que atuam como fatores protetores estão as vitaminas antioxidantes (encontradas em frutas e verduras, de preferência cruas ou frescas), os carotenoides (presentes em alimentos com tons vermelhos, laranjas e amarelos) os compostos fenólicos (estão em frutas cítricas, como limão, laranja e tangerina) e as fibras alimentares (disponíveis em leguminosas, cereais e alimentos integrais). 

5. Evitar o sedentarismo

Sedentarismo é uma palavra derivada do latim que significa “ficar sentado”, sendo definido como a falta, ausência ou diminuição de atividades físicas ou esportivas. É considerada a doença do século por estar relacionada ao comportamento cotidiano da vida moderna e pela associação com várias doenças. Para evitar o sedentarismo, o ideal é realizar exercícios físicos regularmente. 

A prática regular de um exercício também é útil para atrasar o processo de envelhecimento e alcançar a longevidade. Existe unanimidade entre os especialistas ao afirmarem que os indivíduos que se exercitam com regularidade vivem mais e com mais qualidade. O exercício físico deve ser praticado por todos, preferencialmente, desde a infância sem interrupção. Os benefícios trazidos pela realização do exercício à saúde são tão transitórios quanto os trazidos pela alimentação e pelo sono. Ao descontinuar a prática de exercícios, os benefícios conquistados também começam a ser perdidos. 

Dicas bônus

Cultivar a espiritualidade: Pesquisas demonstram que os indivíduos que têm uma religião ou que são espiritualizados envelhecem melhor e previnem, tratam e se recuperam com mais sucesso de muitas das doenças. 

Evitar o tabagismoO hábito de fumar é uma doença crônica gerada pela dependência da nicotina. O tabagismo provoca alterações, físicas, emocionais e comportamentais, além de ter relação com 55 doenças diferentes. 

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Susan Pinker encerrou a temporada 2017 do Fronteiras do Pensamento
Foto: Luiz Munhoz/Divulgação

Quanto mais relações sociais presenciais uma pessoa mantém, maiores são as chances de ter uma vida longa e saudável. A psicóloga canadense Susan Pinker, por meio da sua mais recente obra, The Village Effect (O efeito vilarejo, em tradução livre), demonstra que essa pode ser a melhor receita para longevidade, superando exercícios físicos e demais cuidados com a saúde. E as mulheres levam vantagem sobre os homens nesse aspecto. Sua apresentação ocorreu na noite de 4 de dezembro, no Salão de Atos da UFRGS, marcando o encerramento da temporada 2017 do ciclo de conferências Fronteiras do Pensamento em coerência com tema central deste ano: Civilização – a sociedade e seus valores. O evento tem o apoio cultural da PUCRS.

A coesão social é vista como um fator altamente influenciador para estender o tempo de vida de homens e mulheres no ponto de vista de Susan Pinker. Não se trada da coesão aparente de grandes cidades, das metrópoles excessivamente povoadas, mas, sim, de localidades como Villagrande, comunidade situada na ilha da Sardenha, na Itália. Lá, vive uma das maiores proporções de centenários por habitantes da Europa. A pesquisadora os chama de “supercentenários”. Além da tranquilidade, um fator importante são os relacionamentos estabelecidos entre vizinhos e familiares que habitam prédios próximos uns dos outros. “Hoje em dia, o isolamento social é um dos principais problemas enfrentados”, alerta Susan. “Pessoas que têm poucas referências em quem se apoiar não são longevas”, afirma.

Durante o trabalho desenvolvido no vilarejo italiano, que inspirou o título de seu livro lançado em 2014, ainda sem tradução para o português, a psicóloga entrevistou homens e mulheres com 100 anos ou mais, muito lúcidos. Os testemunhos de seus filhos (muitos deles septuagenários e octogenários) revelam sentimento de orgulho e privilégio por terem de cuidar dos genitores. Questionados sobre se aquilo não era um fardo, disseram a Susan que “não somos como vocês, ocidentais”. A pesquisadora também detectou o que chama de “hostilidade silenciosa entre os filhos de centenários” ao relatar a desconfiança destes à presença de estranhos na localidade.

Relações presenciais superam contato on-line

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Psicóloga canadense defende as relações sociais presenciais
Foto: Luiz Munho/Divulgação

Entre os fatores-chave para a longevidade, Susan expôs um quadro hierárquico com dez itens. O ar puro e a prática de atividades físicas constavam entre as últimas posições. Já no topo da lista constavam relações próximas e interação social. “Muito mais que exercícios para o corpo, os aspectos principais para a longevidade estão na vida social”, sustenta. Numa comparação com os relacionamentos estabelecidos a distância, como nas mídias sociais, ela afirma que há grande diferença. “Confundimos interação on-line com o contato social. São completamente diferentes. Estudos recentes mostram isso”, destaca. Ela exemplificou citando uma pesquisa na qual foram estudados os cérebros de dois indivíduos para saber a diferença de uma “interação social verdadeira” de outra por meios digitais. O resultado apontou que quem interage presencialmente tem outras áreas do cérebro despertadas, como as relacionadas à afetividade. “O sentimento de pertencimento proporcionado pelo contato social é fundamental à nossa sobrevivência”, argumenta Susan.

Indo além, a professora destaca que “faltam sinais de honestidade quando nos comunicamos on-line, pois não temos como ver ou mostrar nossas reações, gestos, e tudo influencia nessa interação”, afirma. Sincronia, gestualidade, influência e consistência, juntos, são considerados fortes indicadores de confiança mútua. “Somos criaturas sociais, suscetíveis à influência dos outros”, define. As relações presenciais precisam ser renovadas com um intervalo máximo de 18 meses, defende Susan, “senão elas enfraquecem”.

Mulheres vivem mais

Logo no início da explanação, a psicóloga fez uma provocação à plateia, indagando se todos sabiam o motivo de as mulheres viverem mais em relação aos homens. Na sua conclusão, isso se deve ao fato de as mulheres terem mais redes sociais e por mantê-las por longo espaço de tempo, o que as permite criar um campo de proteção a partir dos laços estabelecidos com amigas, colegas, vizinhas, por exemplo. Ela lembra que predominantemente as mães e as avós as responsáveis por organizar festividades em família, cumprindo um papel agregador. Quando elas morrem, isso se perde. E acrescenta que “o poder do contato social mostra que mulheres com câncer de mama têm quatro vezes mais chances de sobreviver à doença do que aquelas sem uma rede de relacionamentos fortalecida”.

Ao finalizar a conferência, fez uma recomendação: “construa seus vilarejos, isso ajuda a ter uma vida feliz saudável”.

Civilização

A temporada 2017 do Fronteiras do Pensamento teve como tema Civilização – a sociedade e seus valores. Com parceria cultural da PUCRS, o evento trouxe a Porto Alegre conferencistas internacionalmente reconhecidos para abordar a busca por reconstrução, consciência e resgate de valores. Confira abaixo a cobertura realizada pela equipe de conteúdo da Assessoria de Comunicação e Marketing.

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Niall Ferguson apresenta os “aplicativos” que levaram ao sucesso do mundo ocidental

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“Libertar as pessoas permite enriquecer”, afirma Deirdre McCloskey

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“Brasil é um dos países mais desiguais”, diz Piketty

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A essência de ser uma ilha – Leonardo Padura

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Amós Oz destaca a necessidade de coexistir e o respeito de ser diferente

06/06
Lipovetsky e Giannetti debatem o impacto do consumo na sociedade

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Carlo Rovelli elogia perfil interdisciplinar do InsCer

Mão de idoso com bengala

Foto: stevepb/pixabay.com

O 1º Simpósio Longevidade: Viver Bem Sempre, realizado pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS (IGG), ocorre nesta quinta-feira, 24 de novembro. Na ocasião ocorrerão palestras e mesas-redondas discutindo temas como avaliação fisioterapêutica e necessidades nutricionais dos idosos. A abertura será feita pelo diretor do IGG, Newton Luiz Terra, e acontece às 8h30min. Às 8h45min, o professor e membro do IGG Ângelo Bós falará sobre a trajetória do projeto Atenção Multiprofissional ao Longevo (Ampal). As mesas-redondas iniciam às 9h15min. O presidente do Conselho Municipal do Idoso (Comui), Lélio Luzardi Falcão, encerra o Simpósio às 17h15min. A programação completa está disponível no site www.fijo.org.br/eventos.

O evento ocorre das 8h às 18h no auditório do 5º andar do prédio 81, Parque Esportivo do Campus (avenida Ipiranga, 6690 – Porto Alegre). As atividades são abertas ao público e têm entrada franca. As inscrições podem ser realizadas pelo site citado ou telefone (51) 3205-3100. Interessados podem obter informações adicionais pelo telefone (51) 3353-6229.