Equipe da expedição partiu do Iate Clube Guaíba Foto: Divulgação

Equipe da expedição partiu do Iate Clube Guaíba
Fotos: Divulgação

Explorar a parte mais profunda da Laguna dos Patos, próxima ao Parque Estadual de Itapuã, e documentar tudo em fotos e vídeos. A proposta feita em 2015 por Édison Hüttner, coordenador do Projeto de Arte-Sacra Jesuítico-Guarani da PUCRS, e pelo pesquisador Éder Hüttner aos mergulhadores e coronéis da reserva Sérgio Pastl (Brigada Militar) e Iran Reis (Exército Brasileiro) e o tenente da reserva Reynaldo Di Benedetti (Marinha Brasileira), foi colocada em prática de forma inédita no último dia 17 de janeiro. “Há o costume de observar a Laguna somente de cima, mas desde a época colonial há muita coisa que desapareceu nas suas profundezas”, observa Hüttner, enfatizando que o fundo ainda é desconhecido e com muitas possibilidades para a pesquisa. Conforme estudos de Pastl e Benedetti, baseados em cartas e relatos científicos, a posição fica próxima do Banco das Desertas.

Cápsula de vidro fixada a oito metros de profundidade

Cápsula fixada a 8m de profundidade

A expedição de três dias partiu do Iate Clube Guaíba, no veleiro Zilda III, com seis pessoas a bordo e uma cápsula de vidro (20cm de largura por 20cm de altura e 30cm de comprimento) que foi fixada a oito metros de profundidade (30º33’30.2”S – 50º50’52.4”O).  O barco circundou o local várias vezes até chegar ao ponto mais fundo. Dentro da cápsula, o nome dos integrantes da missão, uma imagem de São Nicolau, protetor dos marinheiros, e as bandeiras do Brasil, do Rio Grande do Sul e da PUCRS. Tudo foi documentado em fotos e as imagens captadas com o auxílio, inclusive, de um aparelho de endoscopia.

Trajeto feito pelo veleito Zilda III. Ponto vermelho marca a parte mais funda da Laguna dos Patos

Trajeto feito pelo veleiro Zilda III. O ponto vermelho marca a parte mais funda da Laguna dos Patos

 

 

“Nosso objetivo foi localizar e colocar um marco referencial no ponto mais profundo da Laguna dos Patos.  O próximo passo será começar um trabalho de pesquisa com credibilidade que valorize a cultura das águas profundas”, afirma Hüttner. O pesquisador informa que a área da Laguna documentada pelos mergulhadores era um tradicional caminho de antigos mercadores. “Não há registros de que alguém já tenha mergulhado ali. ”, finaliza Hüttner.