vida animal

Foto: Thiago Cavalcante Ferreira

O professor e pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e coordenador da Iniciação Científica Júlio César Bicca-Marques foi convidado a integrar uma banca de jurados internacionais da National Geographic Society. Em conjunto com outros quatro cientistas da Europa e dos Estados Unidos, o docente será responsável por selecionar três projetos sobre comportamento, cognição, inteligência e/ou cultura em animais para financiamento por até dez anos pela organização.  

O professor também participou, recentemente, do estudo internacional intitulado Importância global dos Povos Indígenas, suas terras, e sistemas de conhecimento para salvar os primatas da extinção. Bicca-Marques e outros cientistas de inúmeras universidades, principalmente estrangeiras, se uniram para avaliar a contribuição dos povos indígenas ou originários para a conservação/proteção dos primatas ao redor do mundo. No estudo publicado pela Science Advances, os autores demonstram que os territórios indígenas cobrem 30% da área de ocorrência dos primatas não-humanos no mundo e abrigam populações de 71% das suas espécies.  

Os autores também salientam que devido à proteção conferida por esses territórios contra projetos de desenvolvimento insustentáveis, as espécies que vivem em territórios indígenas têm menor probabilidade de estarem ameaçadas de extinção ou de terem populações em declínio, ou seja, sofrendo redução no número de indivíduos. Para o docente, defender as terras indígenas e o direito dos povos indígenas à terra e à manutenção de suas línguas e outros aspectos culturais possui um papel essencial para prevenir a extinção dos primatas.  

De acordo com Bicca-Marques, as culturas indígenas são fonte de conhecimento riquíssimo sobre a biodiversidade e sobre como ela é aproveitada diretamente como fonte de alimento, óleos, corantes, medicamentos e tantos outros bens ainda desconhecidos pela sociedade humana capitalista que a destrói de forma irracional e antieconômica.

Foto: Matheus Gomes

“O respeito e a defesa da natureza nos territórios indígenas permitem uma série de serviços ecossistêmicos relacionados à disponibilidade e qualidade da água usada para irrigar as plantações, do ar que respiramos e do solo onde cultivamos os nossos alimentos”, destaca. 

Protagonismo internacional 

Júlio César Bicca-Marques é reconhecido por suas importantes contribuições científicas com várias atividades profissionais dentro da primatologia brasileira e mundial. No dia 28 de agosto, ministrou a palestra magna “Howler monkeys, environmental change, and conservation activism” no 44th Meeting of the American Society of Primatologists em Denver, nos Estados Unidos, referente ao prêmio de Distinguished Primatologist recebido em 2021 da mesma sociedade.

Em setembro, logo após retornar dos EUA, o pesquisador embarcará para o Reino Unido, onde atuará como Professor Visitante da Universidade de Oxford pelo Programa Institucional de Internacionalização da CAPES (PUCRS-PrInt) durante seis meses. O docente desenvolverá pesquisa multidisciplinar para lançar a área de investigação intitulada Biomimética da Saúde Única (One Health Biomimetics).  

Bicca-Marques explica que a Biomimética da Saúde Única terá dois objetivos principais, um mais voltado à ciência básica e outro mais voltado à ciência aplicada. No primeiro, o foco é a investigação das bases evolutivas do comportamento de automedicação em primatas não-humanos via descoberta de padrões no uso de plantas com propriedades medicinais como fontes de alimento.

Já o segundo visa a identificação de alvos ecológicos, taxonômicos e geográficos de pesquisa que podem levar à descoberta de drogas contra doenças infecciosas compartilhadas por primatas não-humanos, seres humanos e animais domésticos de criação via inspiração no comportamento dos primatas. 

Leia também: Pesquisador da PUCRS colabora com publicação internacional sobre biodiversidade

inciação científicaCom o objetivo de capacitar e qualificar bolsistas de iniciação científica e demais alunos de graduação, bem como demais interessados em redação científica, a Coordenadoria de Iniciação Científica da PUCRS realiza uma série de oficinas ao longo do ano. A primeira edição, no dia 19 de março, abordará o tema Falando sobre Iniciação Científica nas diferentes áreas do conhecimento. Ela será conduzida pelo professor da Escola de Ciências, Júlio César Bicca-Marques e contará com a participação dos ex-bolsistas de IC Bárbara Dutra Petersen, João Marcelo Fantin Lerina e Pedro Antônio de Araújo. A atividade ocorrerá das 12h45min às 13h45min no Auditório do Living 360°. O evento é gratuito, aberto ao público e não exige inscrição prévia. Mais informações pelo telefone (51) 3353-7719 ou pelo e-mail [email protected].

Confira a programação completa:

19 de março, terça-feira
Falando sobre Iniciação Científica nas diferentes áreas do conhecimento

15 de abril, segunda-feira
Integridade na pesquisa (ética e má conduta científica)

15 de maio, quarta-feira
Como redigir títulos atraentes, resumos informativos e palavras-chave úteis

13 de junho, quinta-feira
Organizando as ideias e redigindo a Introdução e os Métodos de um artigo científico

13 de agosto, terça-feira
Otimizando a seção Resultados com descrições claras e diretas, figuras e tabelas

9 de setembro, segunda-feira
Apresentação oral: simplicidade, estética e treino são as chaves para o sucesso

3 de outubro, quinta-feira
Discutindo em alto nível para avançar o conhecimento científico

14 de novembro, quinta-feira
Como seguir a receita: agradecimentos e bibliografia

Iniciação Científica

A Iniciação Científica possibilita a atuação dos estudantes de Graduação em projetos de pesquisadores com experiência nas diferentes áreas do conhecimento, buscando o envolvimento direto dos alunos com as atividades de pesquisa. O objetivo é formar, capacitar e qualificar estudantes para atuar na pesquisa científica.

Coordenadoria de Iniciação Científica

A Coordenadoria de Iniciação Científica é responsável pelas ações relacionadas à Iniciação Científica, incentivando e apoiando o desenvolvimento de atividades de pesquisa junto aos alunos de graduação. Atua na gestão dos Programas Institucionais de Bolsas de Iniciação Científica e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, por meio da elaboração e divulgação dos editais e do processo de avaliação dos projetos submetidos. A Coordenadoria realiza o atendimento ao aluno-bolsista de Iniciação Científica em todas as suas modalidades e promove eventos científicos como o Salão de Iniciação Científica e o Seminário Interno de Avaliação da Iniciação Científica da PUCRS.

Pessoa, Apresentação, Palestra

Foto: Skitterphoto/pixabay.com

No dia 10 de setembro, o professor da Escola de Ciências Júlio César Bicca-Marques ministra a oficina de Iniciação Científica Apresentação oral: simplicidade, estética e treino são as chaves para o sucesso. O objetivo da atividade é orientar os alunos no planejamento, produção e execução de apresentações orais e de pôsteres. A atividade tem duração de uma hora e ocorre às 12h45min, no auditório do prédio 9. Não é necessário realizar inscrições prévias.  Mais informações pelo telefone (51) 3353-7719 ou pelo e-mail [email protected]

Oficinas

A ideia de promover as oficinas partiu do professor Bicca-Marques, que, ao assistir a bancas, percebia a deficiência de aspectos técnicos nos trabalhos e resumos. As atividades vêm sendo promovidas mensalmente e contam com larga adesão dos estudantes. “São cerca de 150 alunos participando em cada edição. O foco é qualificar, e fazemos isso através de uma conversa”, explica o professor.

O público principal do evento são alunos de graduação, mas as oficinas são abertas ao público. “Também participam pessoas do mestrado, doutorado e até mesmo de pós-doutorado. Sempre é possível melhorar”, afirma Bicca-Marques, que já abordou, em edições anteriores, os temas éticatítulopalavras-chaveresumointroduçãobibliografia e métodos.

Programe-se

Outras quatro oficinas estão previstas para acontecer até o final do ano. Confira as datas a seguir:

Foto: Arquivo PUCRS

Foto: Arquivo PUCRS

Na terça-feira, 7 de agosto, o professor da Escola de Ciências e coordenador da Iniciação Científica na PUCRS, Júlio César Bicca-Marques, ministra a oficina Discutindo em alto nível para avançar o conhecimento científico. O objetivo é qualificar os alunos para compreenderem e participarem de debates sobre temas de suas pesquisas. A atividade tem duração de uma hora, com início às 12h45min, no auditório do prédio 9 (Escola de Humanidades). Não é necessário realizar inscrições prévias.

Confira: Salão de IC promove pesquisa da graduação e da educação básica

Oficinas

As oficinas para alunos de Iniciação Científica têm como objetivo orientar os universitários em relação aos aspectos técnicos dos artigos. As atividades vêm sendo promovidas desde o primeiro semestre de 2018 e contam com grande adesão dos estudantes. “São cerca de 150 alunos em cada edição. O foco é qualificar, e fazemos isso através de uma conversa”, explica o professor Bicca-Marques.

O evento é dirigido a alunos de graduação, mas as oficinas são abertas ao público. “Também participam pessoas do mestrado, doutorado e até mesmo de pós-doutorado. Sempre é possível melhorar”, afirma o coordenador, que já abordou, em edições anteriores, os temas ética, título, palavras-chave, resumo, introdução, bibliografia e métodos.

Programe-se

Para este semestre, estão previstas oficinas mensais até novembro. Confira as datas:

 

2018_05_07_premio_jovem_cientista(907x520)Estão abertas até 31 de julho as inscrições de trabalhos para o Prêmio Jovem Cientista 2018, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em sua 29ª edição, a premiação tem como tema Inovações para Conservação da Natureza e Transformação Social, e apresenta três categorias: Mestre e doutor, estudante do Ensino Superior e estudante do Ensino Médio. O Prêmio será entregue até dezembro de 2018, em cerimônia no Palácio do Planalto. Os três melhores de cada categoria serão agraciados com bolsas integrais de estudo do CNPq, no valor total correspondente a R$ 775 mil. Mais informações sobre o regulamento para envio de trabalhos e o Prêmio Jovem Cientista 2018 podem ser obtidas neste link.

A pesquisa na Graduação

A diretora de Pesquisa da PUCRS, Fernanda Morrone, ressalta a importância do estímulo à pesquisa no Brasil, principalmente na graduação. “O ano de 2018 tem trazido muitos desafios, o que chama a atenção para a urgência de pesquisas de impacto para a sociedade. Os jovens empenhados em atividades do tipo adquirem conhecimentos e habilidades relacionadas ao desenvolvimento tecnológico e de processos de inovação, que poderão ser revertidos para a solução de problemas”, afirma. O Prêmio Jovem Cientista, para ela, também é uma oportunidade para revelar novos talentos.

A pesquisa na Pós-Graduação

prêmio jovem cientista 2018, pesquisa, pesquisadores, prêmio, cientistasNo Brasil, a pesquisa é desenvolvida predominantemente nos programas de mestrado e doutorado das instituições de ensino superior. É o que afirma o diretor de Pós-Graduação da PUCRS, Christian Kristensen. “Sem investimento em ciências, tecnologia e inovação, não é possível assegurar desenvolvimento social ou econômico em nosso país em médio e logo prazo”, defende. Ele garante que, para os discentes e egressos dos programas de Pós da Universidade, as vantagens em se inscrever em prêmios do tipo estão centradas em ao menos quatro aspectos: divulgação da pesquisa realizada, oportunidades para o seguimento da formação através de bolsas, incentivo financeiro e reconhecimento acadêmico.


Dicas para os concorrentes

Para o coordenador de Iniciação Científica da Universidade, Júlio César Bicca-Marques, o envolvimento em pesquisas é de extrema importância, pois capacita os alunos a integrarem teoria e prática, bem como a desenvolverem os métodos e o espírito crítico necessários para a promoção de soluções e avanços científicos. Como dica para os interessados em se inscrever, ele sugere que as propostas abordem o problema com realismo e transmitam confiança na resolução, sempre escritas com precisão gramatical. “Considerando o tema, um texto escrito com rigor científico, mas que inclua uma dose de ‘coração’ com sabedoria pode fazer a diferença”, ressalta. Ainda segundo Bicca-Marques, acima dos prêmios para os três melhores classificados, os concorrentes devem pensar no concurso como uma oportunidade de ter suas ideias divulgadas e avaliadas por especialistas.

 

Um vencedor na PUCRS

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Foto: Bruno Todeschini

Em 2002, o professor da Escola de Ciências e coordenador do Núcleo Tecnológico de Energia Solar da PUCRS Adriano Moehlecke conquistou o primeiro lugar na categoria graduado, com trabalho sobre células solares para a produção de energia elétrica. Como explica Moehlecke, além do prêmio em espécie, a conquista foi muito importante, pois proporcionou que a tecnologia premiada, assim como novos projetos de energia solar fotovoltaica, fossem amplamente apresentados. Ele cita como exemplo o projeto que surgiu em 2004, financiado pelo então Ministério da Ciência e Tecnologia, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), a Petrobras, a Eletrosul e a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), com o objetivo de transferir essa tecnologia para uma planta piloto de produção, e que totalizou aproximadamente R$ 6,6 milhões em investimentos.

 

Mais informações

A inscrição e a submissão dos trabalhos científicos são feitas individualmente e, nas categorias de Mestres e doutores e de estudantes do Ensino Superior, devem ser realizadas exclusivamente no site do Prêmio. Os resultados serão divulgados em novembro de 2018, em uma coletiva de imprensa realizada em Brasília (DF) e também publicados no site.

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Professora Betina Blochtein – Foto: Camila Cunha

O mais recente encontro do Ciclo Preparatório PUCRS 2017-2018 para a Terceira Conferência Regional da Educação Superior da América Latina e Caribe (Cres) – Unesco Iesalc de 2018 teve como tema A Educação Superior no desenvolvimento sustentável. Ocorrido no dia 12 de abril, no 6º andar da Biblioteca Central, o evento teve como painelistas os professores Betina Blochtein, diretora do Instituto do Meio Ambiente (IMA), e Júlio César Bicca-Marques, da Escola de Ciências, com mediação da Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Carla Bonan.

Conceito de desenvolvimento sustentável

Primeira a se apresentar, a professora Betina expôs uma breve linha do tempo do conceito de desenvolvimento sustentável e as iniciativas promovidas com a chancela da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1972, em Estocolmo (Suécia), a Assembleia Geral criou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. No ano de 1987, o relatório Nosso futuro comum, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, trouxe a definição “o desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. No ano de 1992, a conferência Eco 92, ocorrida no Brasil, com 179 países representados, consolidou o compromisso público internacional com diversas formas de respeito ao meio ambiente e aos recursos naturais.

Engajamento da PUCRS

No ano de 2005, teve início a Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, criando datas como o Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho. A PUCRS, além de ter esse tema presente em sua Visão de Futuro, mantém o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e do Comitê de Gestão Ambiental (CGA). Ambos desenvolvem atividades de formação, assessoria e conscientização, voltadas a estudantes, professores, técnicos administrativos e lideranças. Eventos, exposições e capacitações têm ocorrido frequentemente, a fim de manter a questão ambiental em evidência e partilhar conhecimento. Betina também apresentou um vídeo sobre o Centro de Preservação e Conservação da Natureza – Pró-Mata, área de 3,1 mil hectares no município de São Francisco de Paula (RS). O projeto, com o apoio da Universidade de Tübingen (Alemanha) e da empresa Stihl, foi inaugurado em 1996. A enumerar as ações da PUCRS, a professora destacou que “as universidades devem funcionar como catalizadoras do desenvolvimento sustentável”.

Desenvolvimento sustentável x sustentabilidade ambiental

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Professor Júlio César Bicca-Marques – Foto: Camila Cunha

A exposição do professor Bicca-Marques foi aberta com a afirmação de que “todas as profissões têm um papel importantíssimo em trabalhar em prol do desenvolvimento sustentável e da preservação da natureza como um todo”, alertou. Com isso, procurou comprometer a todos sobre o assunto, especialmente em sala de aula e nos hábitos cotidianos. Na sequência, esclareceu à plateia algumas diferenças filosóficas. “Embora a expressão desenvolvimento sustentável seja predominante, ela remete à uma visão antropocêntrica e utilitária”, ressaltou, valorizando sobretudo o ser humano. Em contrapartida, o conceito de sustentabilidade ambiental, “está relacionado ao valor intrínseco da biodiversidade, é uma visão biocêntrica”, ou seja, na qual todas as formas de vida são respeitadas.

Carta Encíclica Laudato Si’

Grande parte das citações da palestra tiveram como base a Carta Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, da qual Bicca-Marques extraiu diversas citações alinhadas à sustentabilidade. A explanação apresentou uma série de slides com as manifestações do Sumo Pontífice, como o item 159, no qual Francisco afirma que “a noção de bem comum engloba também as gerações futuras. Já não se pode falar de desenvolvimento sustentável sem uma solidariedade intergeracional. Se a terra nos é dada, não podemos pensar apenas a partir dum critério utilitarista de eficiência e produtividade para lucro individual. É um empréstimo que cada geração recebe e deve transmitir à geração seguinte”.

O professor também apresentou as raízes psico-comportamentais da crise da biodiversidade na qual vivemos, as quais ilustrou com uma pandorga (pipa), que permanece subindo. São elas: o individualismo – com pessoas pensando sobretudo em si; o sentimento de insignificância – perante os 7,3 bilhões de habitantes do Planeta; a desconexão com a natureza – olhando-a de forma utilitária; e a adaptabilidade – tolerância crescente e inerte às situações negativas. Como antídoto, ele propôs “a sensibilização e o amor pelo exemplo, pois não adianta sabermos, temos que sensibilizar as pessoas à nossa volta, para que protejam o que conhecem e amam”, defendeu. Por fim, destacou seu lema em sala de aula “pense localmente, mas aja”, para que o saber se transforme em atitudes.

Próximo encontro

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Pró-Reitora Carla Bonan foi a mediadora – Foto: Camila Cunha

No dia 26 de abril, ocorre próximo encontro na PUCRS, que terá o tema Educação Superior, internacionalização e integração regional. O painel será apresentado pelas professoras Heloisa Delgado, assessora-chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais e Interinstitucionais (AAII), e Marília Morosini, coordenadora do Centro de Estudos em Educação Superior (CEES/PUCRS), com mediação da professora Magda Cunha, coordenadora de Pesquisa da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos. A programação completa do ciclo pode ser acessada neste link. Já os textos relacionados aos encontros na Universidade podem ser consultados pelo Portal PUCRS.

Sobre o Ciclo Preparatório

O Ciclo Preparatório PUCRS conta com sete encontros, que se configuram em um espaço de reflexão na comunidade acadêmica. Cada evento busca discutir algum dos temas centrais abordados pela CRES. Ao final da programação, será elaborada uma carta manifesto sobre a Educação Superior, com as contribuições e reflexões dos representantes da Universidade. A CRES será realizada em junho, na Cidade de Córdoba (Argentina), promovido pelo Instituto Internacional da Unesco para a Educação Superior na América Latina e no Caribe (Iesalc-Unesco).

 

Premiação18° Salão de Iniciação Científica

Foto: Camila Cunha

Com o intuito de capacitar e qualificar alunos e bolsistas de iniciação científica, a Coordenadoria de Iniciação Científica da PUCRS realiza uma oficina com o seu coordenador e também professor da Escola de Ciências, Júlio César Bicca-Marques. A atividade, que terá mais edições durante o ano, abordará o tema a Integridade na Pesquisa e ocorre na quinta-feira, 22 de março, das 12h45min às 13h45min, na sala 614 do prédio 40 do Campus (Av. Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).  O evento é gratuito, aberto ao público em geral e não exige a realização de inscrição prévia, porém está sujeito à lotação máxima da sala. Alunos presentes poderão solicitar uma declaração para aproveitamento de horas complementares. Mais informações pelo telefone 3353-7719 ou pelo e-mail [email protected]

Iniciação Científica

A Iniciação Científica é uma das possibilidades de atuação dos estudantes de Graduação em projetos de pesquisadores com experiência nas diferentes áreas do conhecimento, buscando o envolvimento direto desses alunos com a atividade de pesquisa. O objetivo é formação, capacitação e qualificação de estudantes para a pesquisa científica.

Coordenadoria de Iniciação Científica

A Coordenadoria de Iniciação Científica é responsável pelas ações relacionadas à Iniciação Científica, incentivando e apoiando o desenvolvimento de atividades de pesquisa junto aos alunos de graduação. Atua na gestão dos Programas Institucionais de Bolsas de Iniciação Científica e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, por meio da elaboração e divulgação dos editais e do processo de avaliação dos projetos submetidos. A Coordenadoria realiza o atendimento ao aluno-bolsista de Iniciação Científica em todas as suas modalidades e promove eventos científicos como o Salão de Iniciação Científica e o Seminário Interno de Avaliação da Iniciação Científica da PUCRS.

Bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans)

Foto: Ana Alice B. de Marques – Livro Vermelho

Tendo em vista os crescentes índices de atropelamentos de animais silvestres na região Sul da capital, o professor Júlio César Bicca-Marques, junto à turma do 7º semestre de 2017/2 do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Biociências, resolveu agir. Através do trabalho Campanha Cidadã, da disciplina de Biologia de Conservação, eles criaram uma petição alertando para as condições impróprias da rodovia ERS-118, que está localizada no extremo Sul de Porto Alegre e registra cada vez mais atropelamentos de animais como bugios, graxains, gambás, gatos-do-mato, tatus, entre outros. A iniciativa gerou uma parceria entre o Laboratório de Primatologia e o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER), que pretende tomar providências objetivas para diminuir as mortes dos animais silvestres.

Lançada no dia 17 de setembro, a petição tinha a meta de alcançar 10 mil assinaturas. Pouco mais de duas semanas depois, já haviam sido contabilizadas 25 mil. Atualmente, são mais de 44 mil assinantes das mais diversas partes do mundo – Estados Unidos, Canadá, Europa, Austrália e Japão são algumas das regiões que aparecem na lista. O plano inicial era recolher os resultados e apresentar ao DAER, mas o diretor-geral do departamento ficou sabendo da repercussão da iniciativa e entrou em contato por conta própria com o professor Bicca-Marques, dispondo-se a auxiliar.

Os desenvolvedores da ação entregaram ao DAER uma lista com dez pontos críticos, apontando o que deveria ser alterado nas estradas. Dentre os itens, sugeriram que fossem implantados redutores de velocidade: lombadas (uma eletrônica e várias tradicionais), placas sinalizadoras (a ideia é reduzir a velocidade máxima do trecho de 60km/h para 40 ou 50km/h) e pontes de corda, que ficam suspensas no ar e são utilizadas pelos animais para realizar a travessia entre as áreas de floresta.

Para Bicca-Marques, a conservação das espécies é extremamente importante para a manutenção do ecossistema. As florestas da zona sul de Porto Alegre já estão bastante fragmentadas, principalmente por terem perdido espaço para o ambiente urbano e por serem atravessadas pelas estradas. Ao tentarem chegar ao outro lado, os animais acabam sendo atropelados, o que gera uma redução significativa de suas populações. “Os bugios, por exemplo, são muito atingidos. E eles são os maiores dispersores de sementes de muitas espécies de árvores nativas da nossa região. Sem este serviço, ocorre o empobrecimento da floresta e das espécies animais que a habitam”, explica o professor. Ele espera que os resultados da iniciativa estimulem outros cursos, tanto da PUCRS quanto de outras instituições, a adotarem atividades semelhantes em seus currículos.

Campanha Cidadã

O trabalho da disciplina conduzida por Bicca-Marques consiste na criação de petições que chamem a atenção da população para a crise da biodiversidade. O objetivo é estimular a integração e cidadania ativa das turmas, além de conscientizar a população. “Isso é necessário para que os alunos sejam bons cidadãos e façam algo de fato. Assim, vão poder ter iniciativas por conta própria depois”, defende Bicca-Marques. A primeira tentativa de Campanha Cidadã, realizada no primeiro semestre de 2017, chamou atenção para o excesso de plástico utilizado na embalagem de refis de lâminas de barbear.

200 ações pelos 200 anos

O projeto com o DAER faz parte das 200 ações em comemoração ao Bicentenário Marista. Doações de sangue e de livros, revitalização de espaços públicos, aulas de português para imigrantes e visitas a pacientes internados em hospitais são apenas alguns exemplos de ações cadastradas na plataforma Maristas em Rede. O projeto já conta com mais de 150 ações – número que cresce a cada dia. A meta é que sejam atingidas as 200 iniciativas até o final de 2017, ano que marca o bicentenário marista no mundo.

Podem ser cadastrados projetos nas áreas de educação, inovação, espiritualidade, cidadania e direitos humanos, esporte, sustentabilidade, arte e cultura, que sejam desenvolvidos em locais onde a Rede Marista está presente. A comunidade é convidada a participar sugerindo novas iniciativas ou cadastrando-se como voluntária e/ou apoiadora nas ações que já estão acontecendo – basta acessar a plataforma online.