Navegar entre diferentes fotos e descrições, arrastar perfis para o lado, encontrar pessoas que frequentam espaços próximos, utilizar filtro de localização… Essas são apenas algumas das opções para quem decide dar uma chance aos aplicativos de relacionamento. As ferramentas, que já não eram novidade e chegaram a milhões de downloads nos últimos anos, tiveram um crescimento ainda maior durante a pandemia da Covid-19.
Para entender o que jovens de Porto Alegre de 18 a 25 anos pensam sobre as formas e possibilidades de se relacionar nesse período, estudantes da disciplina de Projeto de Pesquisa de Mercado em Publicidade e Propaganda da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos elaboraram um estudo que trouxe insights e descobertas interessantes.
“A ideia era entender como estava a percepção dessas pessoas sobre a pandemia e de que forma o comportamento delas mudou nesse período, e nossos resultados foram muito interessantes”, comenta Phillip Peitz, um dos realizadores da pesquisa, que complementa: “Foi legal perceber, por exemplo, que mulheres e jovens mais velhos, entre 22 e 25 anos, demonstraram uma maturidade maior em relação aos relacionamentos”.
Jovens que antes costumavam ir para bares, festas e restaurantes precisaram buscar alternativas para manter suas vidas sociais ativas durante a pandemia. Não é de se impressionar que os aplicativos de relacionamento tiveram um crescimento grande durante esse período. O Tinder, uma das plataformas mais conhecidas, teve o maior número de interações da sua história no final de março de 2020.
A maioria dos entrevistados para a pesquisa se manteve em isolamento total, saindo apenas para compromissos importantes, pelo menos nos seis primeiros meses da pandemia. Nesse período, os únicos que estiveram em contato com alguém foram os comprometidos, os quais viram seus parceiros. Entretanto, o relacionamento na pandemia seguiu um padrão diferente do habitual: eles revelaram ou passar bem mais tempo juntos ou reduzir consideravelmente as visitas.
Mas por que usar um aplicativo de relacionamento? Para a maioria dos participantes, a resposta é a carência e o desejo de solucionar a falta de conversas com pessoas devido ao isolamento social.
Quando começaram a flexibilizar a quarentena, como alternativa aos locais que costumaram frequentar, os jovens passaram a ir a postos de gasolina e realizar reuniões na casa de amigos, em sua maioria com as pessoas mais próximas, o que significou romper o contato com parte do círculo de amizades.
Para os comprometidos, ter um relacionamento na pandemia significou um maior companheirismo e parceria, enquanto poucas pessoas identificaram um aumento nos conflitos e brigas no período. A maior parte das pessoas manteve seu status de relacionamento atual.
Comunicação, confiança, compreensão, sinceridade e abertura para conversas. Essas foram as características mais apontadas sobre o que os participantes desejam em um relacionamento sério. No entanto, romantismo, cobranças e “ficar o tempo todo grudado” já não são desejados nessas relações.
“Eu não acho que seja tão importante romantismo toda hora. Se eu sei que uma pessoa gosta de mim, não vejo um porquê para que ela faça toda hora uma declaração excessiva. Não é algo que eu cobro e vejo que, no geral, é algo que incomoda muita gente”, comenta Eduarda, uma das entrevistadas para a pesquisa.
Há, no entanto, uma diferença entre gerações no que diz respeito ao que buscam em um parceiro. Enquanto o público mais jovem, de 18 a 21 anos deseja alguém parceiro, confiável e engraçado, os mais maduros querem estar mais em boa companhia do que dar risadas ao lado do companheiro.
O encontro ideal, também conhecido pelo nome em inglês, date, deve ter diversão e conversas agradáveis, trazer segurança e conforto, além de possibilitar que os jovens sejam eles mesmos. Também foi possível observar uma mudança nos locais escolhidos para essas ocasiões: 90% dos jovens que afirmaram ter participado de um encontro durante a pandemia afirmam que realizaram dates em suas casas ou na casa do parceiro.
Dos 400 respondentes da parte quantitativa da pesquisa, 71% afirmaram já ter usado algum aplicativo de relacionamento, a maior parte (98%) optou pelo Tinder. Durante a pandemia, praticamente metade do público ou manteve ou aumentou o uso desses recursos. Os principais motivos para ingressar nas plataformas são conhecer gente nova, passar o tempo, e inflar o ego ou aumentar a autoestima. Embora beijar na boca apareça em quarto lugar nas respostas gerais, é um dos três principais impulsionadores para homens utilizarem esse tipo de ferramenta.
Os principais critérios na escolha de um eventual parceiro em aplicativos de relacionamento são a aparência, os interesses em comum e as fotos. Nas entrevistas em profundidade foi possível perceber que biografias criativas ou que sejam capazes de expressar como essa pessoa é e pelo que ela se interessa são os preferidos pelos usuários. Apesar dos jovens terem se tornados mais seletivos durante a pandemia, apenas as mulheres esperam ampliar a seletividade na escolha de parceiros no pós-pandemia.
Mas o que leva alguém a usar um aplicativo de relacionamento? O conforto para conhecer pessoas novas e a facilidade para conversar foram as principais vantagens apontadas pelos usuários, enquanto não ter certeza se as pessoas expõem suas vidas reais, deixar o papo morrer e, principalmente entre as mulheres, o medo de quem está por trás dos aplicativos foram os principais receios entre os jovens.
O estudo foi elaborado pelos/as estudantes Bruna Maciel, Gabriel Teixeira, Julia de Bortoli, Maria Eduarda Diehl e Phillip Peitz, da disciplina de Projeto de Pesquisa de Mercado em Publicidade e Propaganda, ao longo do primeiro semestre de 2021 e com orientação do professor Ilton Teitelbaun.
“Essa pesquisa foi importante pois fez com que saíssemos da nossa bolha, muitos dos resultados nos surpreenderam. Algo interessante é que, nesse semestre, 2021/2, temos um projeto prático e pudemos pegar como cliente uma empresa relacionada à temática da pesquisa. Os resultados também serão entregues ao aplicativo Happn, já que uma das especialistas entrevistadas era analista de Marketing da empresa”, comenta.
Em sua etapa qualitativa, contou com sete entrevistas em profundidade, sendo três delas com especialistas e quatro com jovens de 18 a 25 anos, também foram formados dois grupos focais com oito jovens na mesma faixa etária dos entrevistados. Depois, na fase quantitativa, foram 400 respostas válidas em uma coleta feita por meio de questionário online, sendo a maioria homens e mulheres cisgêneros e heterossexuais, todos moradores de Porto Alegre ou da Região Metropolitana.
Pele hidratada, mais uma conferida no cabelo ou na maquiagem e pantufa nos pés: assim se inicia a rotina de muitas pessoas que precisaram se adaptar à pandemia da Covid-19. Mesmo com a instabilidade econômica e o distanciamento social, o mercado de beleza teve crescimento e ganhou ainda mais espaço no carrinho de compras de jovens. Isso é o que mostra a pesquisa Mercado de beleza durante a pandemia, realizada por estudantes da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS – Famecos.
“Os consumidores passaram a fazer compras mais conscientes, com marcas que dialogam com os seus valores e são ativas nas mídias sociais. Além disso, as pessoas continuaram consumindo por compreender a importância do autocuidado para a produtividade do dia a dia”, explica Vitória Petry, estudante do 8º semestre do curso de Publicidade e Propaganda que liderou a pesquisa.
Em todas as etapas do estudo a maioria dos/as participantes respondeu que considera produtos estéticos como um investimento que vai além de um mero capricho. Para o público analisado, entre 16 e 30 anos, as questões estéticas, de saúde mental e autocuidado se sobressaem. Para 83% das pessoas entrevistadas, as aquisições não são consideradas um gasto, como relatou na pesquisa Thaísa Zilli, estudante de Publicidade e Propaganda:
“Estou fazendo um curso de autoconhecimento e investindo em mim em todos os sentidos, inclusive em estética”.
As médias de frequência de compra e de valor gasto se mantiveram em comparação a antes da pandemia e também obtiveram aumentos significativos para alguns públicos. A maioria segue consumindo pelo menos uma vez por mês. Ou seja, as pessoas controlam os gastos, mas não deixam de se cuidar.
Apesar disso, o número de compras mensais caiu 12% e a quantidade de pessoas que passaram a comprar menos de uma vez por mês aumentou 16%. Já o ticket médio (valor médio de vendas no período) se manteve de R$ 50 a R$ 150.
O professor e publicitário Ilton Teitelbaum, supervisor da pesquisa, conta que o ato de comprar também é um mecanismo de recompensa. “Os consumos por autoindulgência (para compensar sentimentos negativos) e de vingança (comprar itens de desejo, em vez de produtos essenciais, para suprir o período de contenção de gastos) se concretizaram durante a pandemia”, destaca.
Mesmo com o desafio, o docente conta que as empresas ainda têm muitas oportunidades: “apesar da queda no poder aquisitivo, as marcas precisarão se adaptar aos aspectos emocionais que envolvem o processo de compra e buscar caminhos que lhes permitam seguir presentes na vida das pessoas”.
Entre as tendências, está a de seguir digital influencers. Nas entrevistas, 82% relataram que eram altamente suscetíveis a seguir recomendações feitas por microinfluenciadores. O público mais jovem, de 16 a 18 anos, é o que se mostra mais inclinado a manter os mesmos hábitos e com mais disposição para gastar mais.
É uma geração conhecida por ser crítica, exigente, dinâmica e que muda de opinião toda hora. Segundo o estudo, essas são algumas das principais implicações mercadológicas:
“As empresas que souberem se comunicar com transparência, sustentabilidade e diversidade cultural tendem a se destacar entre os jovens”.
Outra reivindicação, que não é de hoje, é a por marcas mais coerentes. O público quer que as empresas se preocupem com o meio ambiente, tragam visibilidade para homens e mulheres na indústria de cosméticos, estejam atentas aos problemas sociais, tenham mais diversidade de pessoas nas campanhas e sejam empáticas com temas sensíveis, como a pandemia.
Mesmo que muitas pessoas ainda prefiram comprar nos sites das lojas, essa é uma escolha menos frequente entre jovens, segundo dois levantamentos citados na pesquisa. A Technavio, empresa de relatórios de pesquisa de mercado, afirma que o social commerce (ou compras a partir de redes sociais) deve aumentar cerca de 34% até o final de 2021.
Já a agência Accenture prevê que esse canal deve ser um dos mais importantes para a Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010). “Dos entrevistados, 69% disseram que gostariam de comprar diretamente por meio das mídias sociais e 44% usam redes como Facebook, Instagram e Twitter para encontrar informações sobre produtos”, destaca a empresa.
Segundo o provedor de pesquisa de mercado Euromonitor International, o Brasil é o 4º maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo. O País movimenta pelo menos U$$ 30 bilhões, ficando atrás apenas do Japão, da China e dos Estados Unidos.
A supervisora de vendas de um dos maiores conglomerados de beleza do Brasil, conta no estudo que as vendas não foram impactadas pela pandemia, com exceção das lojas das cidades do interior dos estados: “vendemos até mais do que no ano passado”.
Contudo, as marcas internacionais ainda são vistas como melhores e mais consumidas. Mesmo com o alto valor de produtos do exterior, eles não deixam de estar entre os mais vendidos. A pesquisa destaca que para mostrar os seus diferenciais, é importante que as empresas nacionais invistam em tecnologias como realidade virtual, inteligência artificial e outros recursos que melhorem a experiência dos usuários.
Durante a pandemia, as vendas online alavancaram 300% para algumas lojas. Mesmo assim, consumidores/as relatam sentir falta da experiência física, enquanto outros/as dizem ter receio de voltar a experimentar algo que já foi usado, por medo de contaminações.
Depois da pandemia o comportamento all-line, hábito de consumir tanto pelos meios digitais quanto presencialmente, ganhou força. Sobre a preferência, as pessoas alegam que consomem:
A psicóloga Susana Gib explica no estudo que o público deve comprar cada vez mais em casa: “a pandemia fortaleceu a compra pelo meio digital. É claro que as pessoas ainda sentem falta de olhar o produto, tocar, comparar. Mas a tendência é essa”.
O estudo foi elaborado pelos/as estudantes Eduarda Friedrich, Larisse Alves, Tamires Fetter, Victoria Bossle e Vitória Petry, da disciplina de Projeto de Pesquisa de Mercado em Publicidade e Propaganda, de agosto a novembro de 2020.
Em sua etapa qualitativa, contou com um grupo focal com seis mulheres e oito entrevistas em profundidade com homens e mulheres. Depois, na fase quantitativa, foram 204 respostas válidas a uma coleta feita por meio de questionário online.
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Curtiu este conteúdo? Confira também os impactos da pandemia na moda e as novas formas de consumir conteúdo que ganham espaço durante o período.
Estudo, trabalho, contato com a família e amigos, entretenimento e notícias. Durante a pandemia provocada pela Covid-19, essas foram situações que se tornaram cada vez mais digitais em toda a sociedade. Em um contexto de distanciamento social, estar conectado passou a ser um dos principais recursos para realizar as atividades do dia a dia.
Entre os jovens, um dos públicos mais presentes nas redes sociais e na internet, a pandemia modificou hábitos de consumo de conteúdo. É o que aponta uma pesquisa realizada por estudantes da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, que investigou o comportamento de pessoas de 16 a 34 anos que residem em de Porto Alegre e na região metropolitana.
“O consumo de conteúdo, atualmente, ocupa uma parte fundamental no cotidiano das pessoas, especialmente as da faixa etária estudada no projeto, e as mudanças que temos passado em relação a isso são notórias”, destaca o professor Ilton Teitelbaum, que orientou a pesquisa.
Leia também: 73% dos jovens acreditam que a convergência entre virtual e físico é positiva
A aluna Rita Karasek, uma das responsáveis pelo estudo, ressalta que a investigação contribui para informar sobre as mudanças de forma simultânea à pandemia. “Estamos passando por um momento inédito e histórico para todos e por isso, ainda escasso de pesquisas. A partir dos dados, também podemos entender quais conteúdos estão sendo mais consumidos e como o isolamento está afetando outros pontos, como a saúde mental dos entrevistados”.
De acordo com a pesquisa, mais de 68% dos jovens permanecem conectados de quatro a 12 horas por dia – e 12% dos entrevistados afirmaram passar mais de 12 horas na internet diariamente. As redes sociais são responsáveis por boa parte desse tempo. Em 2020, o Brasil saltou para a segunda posição ent
re os países com a população que mais acessa esses sites e aplicativos, com média de 3h34min por dia.
Utilizar a internet para mais finalidades durante a pandemia também contribuiu para o maior consumo de conteúdos digitais. Dados do estudo realizado pela Famecos destacaram que cerca de 71% dos jovens se consideram heavy users, ou seja, usuários muito ativos. Porém, 63% dos entrevistados apontam que gostariam de consumir conteúdo com menor frequência no contexto pós-pandemia.
A perspectiva, no entanto, é de um aumento constante, com cada vez mais pessoas consumindo uma variedade maior de conteúdos digitais em diferentes formatos. Apesar dessa estimativa de crescimento, o estudo ressalta que produtores e marcas devem pensar estrategicamente no conteúdo que oferecem, pois a tendência é de um público cada vez mais crítico e seletivo.
“O digital permite escolha. E os algoritmos permitem direcionamento e customização. Isso significa que cada pessoa pode consumir o que deseja e o que gosta, na hora que melhor lhe pareça, onde se sinta mais confortável. Esse é o lado bom. O lado ruim é que isso reforça o comportamento em ilhas, o que forma bolhas e afasta cada vez mais as pessoas do convívio com o contraditório. A não ser que elas desejem e busquem saber o que acontece no mundo dos que pensam diferente delas”, comenta Teitelbaum.
Outra tendência apresentada pela pesquisa é o crescimento no consumo de vídeos, principalmente os de menor duração. O estudo demonstrou que no período de distanciamento social, os vídeos rápidos são o formato de conteúdo mais consumido por quase 45% dos jovens.
Segundo Teitelbaum, os vídeos rápidos tiveram crescimento durante a pandemia principalmente por serem uma alternativa à tensão do momento. “Uma das maiores realidades da pandemia chama-se TikTok. Ele cresceu justamente por ser ‘democrático’ e servir como um conteúdo mais leve, muito oportuno em um momento de tensão coletiva”, analisa.
Séries, filmes e vídeos também são destaque entre os conteúdos que os entrevistados desejam manter ou aumentar o hábito de consumo após a pandemia. Para atender a essa demanda, o público espera que haja um crescimento da oferta desse tipo de conteúdo entre as opções do mercado.
Um levantamento realizado durante o estudo apontou que em 2020 o uso da televisão para consumir streaming teve aumento de 33%. A Netflix se destaca dentre as plataformas com maior ascensão, com cerca de 16 milhões novos usuários.
Desde o início das medidas de distanciamento social, as lives se multiplicaram como uma alternativa de entretenimento ao vivo. O formato passou a ser um dos principais recursos para que artistas, marcas e produtores de conteúdo mantivessem o contato com o público de forma síncrona. As buscas por conteúdo ao vivo tiveram expansão de mais de 4.900% desde março de 2020.
A interatividade entre produtores de conteúdo e o público é apontada como um aspecto importante para mais de 90% dos jovens. Os entrevistados acreditam que a construção de uma relação é um diferencial para o sucesso e aproximadamente 54% dos jovens afirmaram que interagem com produtores.
Uma das razões apontadas pelo estudo para o desejo de consumir menos conteúdo é a preocupação com a saúde mental. Entre os entrevistados, 90% dos jovens afirmaram que a pandemia afetou de alguma forma seu bem-estar emocional e mental.
Apesar do crescimento no consumo de notícias – com aumento de 42% nos acessos a sites de informação –, a tendência do público jovem é consumir esse tipo de conteúdo de forma mais superficial e com menor probabilidade de pagar para receber essas informações.
A pesquisa O Universo do Consumo de Conteúdo contou com pesquisa de dados, etapa qualitativa e etapa quantitativa com mais de 200 respostas. Os dados da etapa quantitativa foram coletados de forma online, por meio de questionário, entre os dias 3 e 18 de novembro de 2020.
Coordenado pelo professor Ilton Teitelbaum, o estudo foi realizado pelos estudantes Lucas Mucke, Marina Gonçalves, Miguel Bilhar, Nicolas Lima, Patryc Pinto e Rita Karasek. O relatório da pesquisa pode ser conferido neste link.
Em celebração aos 30 anos da vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Observatório Juventudes PUCRS/Rede Marista, em conjunto com o Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente e membros da Comissão dos 30 anos do ECA/Rede Marista, promovem a mesa-redonda A promoção da vida em diálogo: uma abordagem interdisciplinar. O encontro será realizado virtualmente, pela plataforma Teams, no dia 19 de novembro, das 17h às 18h30, por meio deste link.
O evento tem como objetivo discutir, de forma interdisciplinar, a promoção das vidas juvenis diante do adoecimento mental em contextos educativos, ressaltando a vida como direito fundamental a ser garantido pela sociedade em geral. Dentre as temáticas abordadas estarão: o ambiente familiar e educativo como espaços promotores de vida, reflexões sobre os sinais de adoecimento mental apresentado pelos jovens, bem como de que forma podemos contribuir com a rede de apoio e cuidado.
O debate será mediado pela coordenadora do Observatório Juventudes PUCRS/Rede Marista, Patrícia Teixeira, e contará com a participação dos seguintes convidados: Luiz Gustavo Tessaro, assessor do Observatório Juventudes PUCRS/Rede Marista, Gibsi Maria Rocha, médica psiquiatra, professora da Escola de Medicina da PUCRS e membro da Assessoria de Proteção à Criança e ao Adolescente da Rede Marista, Marlene Rosek, professora da Escola de Humanidades da PUCRS e membro da Assessoria de Proteção à Criança e ao Adolescente de Rede Marista, Simone Martins, supervisora educacional dos Colégios e Unidades Sociais da Rede Marista e Francisco Arseli Kern, coordenador do Curso de Serviço Social e do Núcleo de Apoio Psicossocial PUCRS.
Os interessado em receber o certificado de participação (2h) devem realizar a inscrição prévia neste link.
Um estudo realizado pela União Marista do Brasil (Umbrasil) em parceria com o Observatório Juventudes PUCRS/Rede Marista e o Observatório das Juventudes PUCPR, revelou a opinião dos jovens brasileiros sobre a nova estruturação do Ensino Médio. Lançado oficialmente na noite da última quinta-feira, dia 29 de outubro, o relatório apresenta dados sobre os aspectos educativos e comportamentais dos estudantes.
A pesquisa Vamos falar sobre Ensino Médio?, coletou informações de mais de três mil jovens estudantes, de 14 a 17 anos, de diferentes regiões do Brasil que estavam cursando o último período da Educação Básica ente 2018 e 2019. A metodologia de trabalho mista – qualitativa e quantitativa – oportunizou um maior detalhamento sobre diferentes temáticas como: compreensão dos processos de construção da autonomia, protagonismo juvenil, hábitos culturais, aspectos relativos à diversidade, projeto de vida, uso das tecnologias e informação, entre outros.
O relatório demonstra o quanto os estudantes valorizam o espaço educativo como um local de partilhas e aprendizagens significativas. Entre as experiências positivas vividas na escola estão: as relações interpessoais, a possibilidade de desenvolver a expressão e o acolhimento dos professores .
“O que a pesquisa tem nos ajudado a enxergar é que estamos formando jovens para um mundo que está em constante transformação”, afirma a supervisora pedagógica da Gerência Educacional do Colégios Maristas, Camila Fabis.
Os entrevistados também destacaram o quanto a escola contribui para a construção do projeto de vida. Para 74,8% dos estudantes, o ambiente educativo tem papel fundamental nesse processo. Quando questionados sobre o futuro, os pontos que mais se destacam são o desejo de ingressar no Ensino Superior (32,78%) e trabalhar (19,42%).
A proposta principal da pesquisa é trazer elementos de escuta das juventudes para construir a nova proposta de Ensino Médio para o Brasil Marista, como explica Camila: “elaborar um novo Ensino Médio, implica investir em propostas curriculares inovadoras, com foco no pensamento crítico, na colaboração, na criatividade e na construção de conhecimentos relevantes”, avalia.
Com o refinamento dos dados, pode-se perceber pontos importantes já vinham sendo diagnosticados por acadêmicos da área pedagógica. “A proposta curricular deve privilegiar espaço para o protagonismo juvenil, para o desenvolvimento da criatividade, da capacidade para resolver problemas complexos e para aprender a pensar. Isso só é possível com um ensino consistente e aprofundado”, comenta Camila.
Dentre as áreas do conhecimento que mais se destacam na escolha dos jovens, estão Ciências da Natureza e Ciências Humanas, respectivamente. Já pensado em assuntos que eles gostariam de acrescentar no currículo estão: educação financeira, educação e sexualidade e projeto de vida e futuro.
O relatório completo da pesquisa Vamos falar sobre Ensino Médio? está disponível para donwoload gratuito no site da Umbrasil.
61% dos jovens discordam que a sociedade estará preparada para uma situação futura semelhante, no caso, em relação à pandemia da Covid-19. Este é um dos levantamentos do Jovens Quarentenados, estudo desenvolvido pelo Projeto de Pesquisa de Mercado em Publicidade e Propaganda da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS. A pesquisa completa pode ser conferida neste link.
Com a coleta de dados realizada durante o mês de junho, o estudo visa entender como o jovem de 18 a 24 anos percebe as suas principais relações no período de isolamento social e como se darão as mudanças das relações para o futuro pós-isolamento. Os temas foram divididos em rotina pessoal, trabalho e estudos, familiares e amigos e percepção de futuro.
Neste estudo participaram 250 jovens da Geração Z (nascidos entre a segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010) residentes em Porto Alegre e região metropolitana. “Foi interessante entender todas as adaptações que o isolamento social exige, como também traçar o perfil de comportamento dos jovens. Esperamos que essa pesquisa possa servir como base para que o mercado de trabalho compreenda e esteja a par da grande capacidade que o jovem tem de se adaptar”, destaca Vinicius Silveira, um dos alunos da PUCRS envolvidos no levantamento. Também participaram deste levantamento os estudantes Artur Neves, Bruna Ribeiro, Gabrhyel Torma, João Pedro Moritz, Pietro Demichei e Thiarles Muniz.
Para o professor da Universidade e orientador do estudo, Ilton Teitelbaum, essa geração apresentou uma mudança radical de rotina, tendo uma necessidade de permanecer em casa mais tempo do que costumam (ou até desejam), mesmo que sejam “nativos digitais”. “Pessoas que estão no início de suas trajetórias veem sonhos sendo adiados, têm uma sensação de ano perdido e um crescimento ainda mais acentuado das dúvidas que naturalmente povoam suas mentes sempre efervescentes. O resultado disso é um sentimento ainda maior de indefinição quanto ao futuro e uma descrença na possibilidade de que o mundo seja melhor, mais saudável ou respeitoso quando tudo isso passar”, aponta.
50% dos jovens se consideram mais “rolezeiros”, ou seja, preferem exercer atividades fora de casa. Somados com os 38%, que consideram gostar igualmente de ficar em casa e de sair, o total é de 88% de jovens que pautam as suas relações diárias em atividades externas. Apenas 11% preferem passar o seu tempo em casa.
As cinco atividades mais praticadas antes do isolamento estão: bar e restaurante (51%), festas (37%), shopping (33%), esportes (28%) e parques (25%). Já as cinco menos praticadas antes do isolamento são filmes com amigos (18%), dormir (15%), videogames (15%), museus (7%) e ler jornal e revista (3%).
75% das pessoas entrevistadas concordam que estão passando mais tempo em redes sociais. A busca por novas formas de entretenimento fez com que, além de assistir uma grande variedade de lives, muito jovens criaram contas em mídias sociais para se distrair e informar.
97% dos entrevistados exercem atividades remuneradas e precisaram se adaptar em virtude da pandemia, sendo que, destes, 95% trabalham e estudam. Esses números apontam que existe uma adaptação total na rotina, o que exige mais tempo de conexão com colegas de trabalho e faculdade.
90% dos respondentes adotaram o trabalho remoto durante o período de isolamento social. Considerando uma rotina média de seis horas de trabalho, três horas em aula e mais uma hora em estudo extraclasse, estima-se que o jovem passa, em média, 10 horas em frente ao computador.
78% dos jovens apontam instabilidade em relação a gestão de pessoas nas empresas em que trabalham. Os participantes também indicaram alguma angústia ou medo em relação ao seu desempenho profissional.
48% revelaram que a relação familiar não mudou. Mais de 30% apontaram que a convivência alterou para melhor e 16% mudou para pior.
A grande maioria dos jovens revelaram que estão passando o isolamento social em família, com pais, irmãos e outros integrantes da família. Com os pais são 79% e namorados 25%, contra 3% com amigos.
62% dos participantes responderam que a sua privacidade foi afetada no isolamento, 22% invadida de forma mediana e 16% de maneira mínima.
Mais de 60% dos jovens revelaram que a relação com os amigos continua a mesma. A falta de contato físico não afetou as amizades, já que pode ser compensado com as mídias sociais.
97% revelaram utilizar redes sociais para manter contato com seus amigos. A falta de manter contato, saber o que se passa nas vidas de seus amigos, faz com que o uso de aplicativos seja muito importante para a interação social no presente momento em que não se pode ter contato físico.
Para se comunicar, o WhatsApp, o Instagram e as videochamadas são os meios mais utilizados entre os jovens para manter o contato.
73% dos jovens acreditam que não a sociedade não sairá dessa situação da mesma forma a qual entrou. Em relação às medidas mais adotadas nesse período, com o uso do álcool gel, uso de máscaras e higienização e dos ambientes e objetos, 50% dos entrevistados acreditam que será uma herança que a pandemia irá deixar para a sociedade.
De forma geral, após a pandemia, as relações serão afetadas para melhor, com 46% concordando, 42% nem concordando e discordando e 12% discordando. O que pode significar que, independente do distanciamento social, as relações permanecem as mesmas, provavelmente pelo uso das redes sociais.
Questionados sobre o pós-pandemia, se o mundo será um lugar melhor para viver, 49% discordaram, 40% acreditam que não sofrerá alteração e 11% indicaram que haverá uma mudança positiva. Sobre a economia brasileira, 80% dos entrevistados possuem a crença de que será recuperada entre cinco a 10 anos.
A educação tem papel fundamental na formação das pessoas, tanto em aspectos técnicos, quanto emocionais, psicológicos e mentais. O guia Saúde mental de adolescentes e jovens em contextos educativos: relações de cuidado humano foi pensado e projetado buscando coerência com o que propõe. O objetivo é apresentar um olhar informativo e interventivo, dedicado ao cuidado com a vida de adolescentes e jovens que possam se sentir impactados e impactadas pelo contexto contemporâneo.
A saúde mental ainda é um tema tabu para grande parte da sociedade. Saber lidar com situações de transtornos depressivos, ansiedade e adoecimento mental é um desafio. O guia apresenta uma construção didático-pedagógica para que pessoas das áreas da educação ou que atuam com adolescentes e jovens, em diferentes realidades, possam somar esforços em redes de apoio e de cuidado.
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“Essa publicação surge a partir das pesquisas e ações realizadas com jovens. A análise do fenômeno social, somada às proposições de gestores e colaboradores dos empreendimentos maristas, evidenciavam que a contribuição de um subsídio com tom informativo e empático ofereceria mais segurança na tomada de decisões às pessoas que atuam em contextos juvenis”, explica a coordenadora do Observatório Juventudes, Patrícia Teixeira
A elaboração do material foi feita por uma equipe multidisciplinar formada por profissionais da psiquiatria, psicologia, psicopedagogia e pedagogia. A organização geral do documento foi realizada pelo Observatório Juventudes PUCRS/Rede Marista, com o apoio de profissionais da Assessoria de Proteção à Criança e ao Adolescente, Gerência Educacional dos Colégios da Rede Marista e Núcleo de Apoio Psicossocial da PUCRS.
O guia está dividido em cinco eixos temáticos que abordam propostas de forma informativa e interventiva. O eixo número quatro apresenta reflexões sobre como a pandemia está impactando na saúde mental.
Em uma situação de crise, as pessoas reagem de formas diferentes. Algumas se sentirão sobrecarregadas, confusas, desorientadas, amedrontadas, ansiosas, anestesiadas ou insensíveis. Entre os aspectos apresentados pelo guia, a proposta é que, como sociedade, seja possível olhar para as novas gerações, criando redes de apoio, entendendo a condição humana e buscando a empatia, a solidariedade e a compaixão para o cuidado com a saúde mental.
Leia também: Cuidados com a saúde mental em tempos de isolamento social
Além do lançamento do guia, a Rede Marista também apoia outras iniciativas relacionadas a valorização da vida, em especial no mês de setembro, quando diferentes iniciativas são realizadas como uma forma de prevenir o suicídio. Entre as principais ações, estão: o apoio a campanha do Centro de Valorização da Vida (CVV) com a divulgação dos canais de contato da instituição em nossos espaços de missão.
Como uma forma de trazer uma mensagem de reflexão sobre essa temática, o episódio 98 do Minuto Farol de Esperança apresenta aspectos importantes sobre saúde mental relacionando corpo, mente e espírito. Confira o áudio aqui.
Na Ilha Grande dos Marinheiros, as educandas e animadoras da Pastoral Juvenil Marista (PJM) do Centro Social Marista Aparecida das Águas conversaram com os colegas sobre a campanha Setembro Amarelo, durante a entrega de cestas básicas realizada na Escola Marista Tia Jussara. As educandas Tainá Popioleki e Mônica Brasil distribuíram máscaras personalizadas e a violeta marista, que mudou de cor este mês buscando sensibilizar a comunidade para a valorização da vida.
Além disso, a instituição também promove, ao longo do mês, webinars e podcasts para tratar da temática com os colaboradores maristas.
Se houver interesse em formações sobre o assunto entre em contato com o Observatório Juventudes PUCRS/Rede Marista pelo e-mail: [email protected].
No sábado, 16 de junho, ocorreu o primeiro encontro para universitários cristãos de 2018, na PUCRS. Organizado pelo Centro de Pastoral e Solidariedade, a atividade teve como tema Não se perturbe o vosso coração: Juventude, Inquietações e Sentido. Os jovens puderam refletir sobre as inquietações que surgem na trajetória acadêmica. Para contribuir com o diálogo, foi convidado como palestrante o professor Luciano Marques de Jesus, da Escola de Humanidades, que abordou a temática da Busca de Sentido, inspirado na vida em Viktor E. Frankl, tema do livro de sua autoria Qual é o sentido, lançado em maio, pela Edipucrs.
Durante o encontro, os participantes foram motivados a criar dicas que ajudassem a buscar sentido sem perturbar o coração. A lista resultou em dez itens:
O encontro também contou com momentos de integração, partilha e silêncio contemplativo. Ao término do encontro, foi celebrada uma missa na Igreja Universitária Cristo Mestre, da qual também participou a comunidade de irmãos maristas que residem no Campus. O segundo encontro deste ano está agendado para o 20 de outubro. Para acompanhar mais informações, siga a Pastoral no Facebook e no Instagram.
As atitudes dos jovens foram transformadas com a crise econômica e política com que o Brasil convive desde 2014. Deste modo, nota-se, de um lado, a busca por estabilidade em termos profissionais e, por outro, a ideia de que o futuro do País não passa por uma ditadura (apenas 5,9% são a favor), mas, isso sim, por uma reforma política e por um presidencialismo dotado de mais representatividade e democracia (59,8% dos jovens se manifestam neste sentido). Este estudo intitulado Modelo de País é a 4ª edição nacional do Projeto 18/34, conduzido pelo Núcleo de Tendências e Pesquisa do Espaço Experiência, vinculado à Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS.
Coordenada pelo professor Ilton Teitelbaum, a pesquisa teve início em março de 2017 com a busca de dados disponíveis e a etapa qualitativa, sendo concluída em outubro do mesmo ano. Após a coleta de dados secundários, foram realizadas cinco entrevistas com especialistas, sendo eles das áreas de administração, comunicação e psicologia. Em uma segunda etapa, dois jovens de 18 a 24 anos e quatro jovens de 25 a 34 anos participaram de entrevistas de profundidade. A etapa final e quantitativa contou com a participação de 1.620 respondentes de 18 a 34 anos, separados proporcionalmente pelas regiões brasileiras, de acordo com as estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o estudo, a estabilidade financeira é uma das ambições da juventude, trabalhar mais cedo acabou se tornando uma necessidade. Isso se deve a outros fatos demonstrados pela pesquisa: a diminuição da faixa salarial da amostra e o aumento na quantidade de jovens desempregados (que subiu 6 pontos percentuais desde a pesquisa de 2013). Assim, como o jovem precisou ir trabalhar, também, para ajudar nas contas de casa, o reflexo de tudo isso é o aumento da quantidade de jovens que trabalham e estudam em 5,7 pontos percentuais.
A crise também gera certa insegurança a respeito do futuro, fazendo com que 72,7% prefiram trabalhar com carteira assinada para garantir seus direitos. Além disso, 75% deles se sentem sobrecarregados, principalmente devido aos estudos, ao trabalho e aos projetos pessoais. E, deste modo 36% fazem ou já fizeram tratamento psicológico, enquanto outros 36% gostariam de fazê-lo. Já com relação ao uso de medicamentos, ainda que os números sejam menores, a ansiedade mostra seus efeitos: mais de 17% recorrem ou já recorreram a este recurso.
O contexto econômico atual tem forte influência neste resultado, uma vez que as dificuldades geradas pela crise de 2014 impactaram e conscientizaram os jovens. Assim, a necessidade gera mudanças e, no pós-crise, ser feliz no trabalho perdeu importância para uma ideia de trabalhar e ganhar bem. Neste sentido, é possível observar uma visão mais ampla de felicidade, com o jovem compreendendo que ela se encaixa em diversas áreas da vida e que a estabilidade financeira, por sua vez, tem grande importância, inclusive no futuro. Aliás, mais de 50% aceitam se aposentar mais tarde, mesmo renunciando a alguns direitos, para garantir a manutenção do sistema previdenciário.
Neste sentido, nota-se que mais de 80% dos jovens estão preocupados com o futuro do Brasil, e, para eles, os maiores culpados são os políticos. Para melhorar a situação do país, a reforma política imediata e o investimento em educação são vistos como fundamentais. Falando de interesses e comunicação, a política continua em terceiro lugar, com uma pequena baixa de 3 pontos percentuais de 2016 para 2017. Com base em seus interesses, os jovens buscam informações principalmente através da internet e as debatem on-line e off-line.
Outro item que chamou atenção nesta edição foi a atitude quanto às finanças pessoais – com relação às despesas, mais de 65% dos jovens se consideram moderados, alguém que equilibra os gastos e ganhos. E, ao serem questionados sobre por que economizam, dizem ser para ter uma reserva financeira no futuro, bem como para ter dinheiro para emergências e para as contas do dia a dia.
Além passarem até 8h por dia online, os “bebês digitais” estão cada vez mais realizando compras nesse meio, com um aumento de 7 pontos percentuais em relação a 2013. Os itens de consumo preferidos deles são streaming, livros e eletroeletrônicos – ficando clara a importância da tecnologia para eles.
Memória, atenção e emoção são três fatores fundamentais para aprender novos conhecimentos. Crianças com histórico de violência têm essas funções prejudicadas. A conclusão preliminar faz parte do Projeto Viva – Vida e Violência na Adolescência, conduzido pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “Quando submetido a situações de estresse, o cérebro entra em constante estado de sobrevivência. Se o jovem está sentado na sala de aula preocupado com o que os pais ficam fazendo, se terá comida, se alguém vai pegá-lo, não sobra energia para aprender. Por outro lado, caso se desligue, pode deixar de perceber pistas importantes no ambiente”, explica o professor Augusto Buchweitz, coordenador do estudo.
Dos 70 alunos de escolas públicas investigados, mais de 90% relatam algum tipo de vitimização (presenciaram ou viveram acontecimentos como roubos, maus-tratos e/ou abuso sexual). Vinte deles vieram para outras etapas do estudo no InsCer. A meta é investigar 60 jovens de 10 a 12 anos.
Leia a reportagem completa na Revista PUCRS nº 184.