Ir. Manuir Mentges, vice-reitor da PUCRS
O Rio Grande do Sul, berço de riquezas naturais e culturalmente diversificado, é vitimado por uma tragédia sem precedentes. A maior catástrofe climática registrada na história do estado não apenas deixa uma marca indelével em mais de 300 municípios, com mais de uma centena de mortos e milhares de desabrigados, como também nos instiga a refletir sobre as consequências devastadoras do aquecimento global e nossas ações de prevenção e políticas públicas para enfrentar o tema.
Enquanto os escombros ainda estão sendo removidos e as famílias tentam reconstruir suas vidas, é imperativo que olhemos para além das margens inundadas dos rios e encontremos soluções duradouras para evitar que tragédias como esta se repitam no futuro. O título deste artigo, “A Última Catástrofe Climática”, não é apenas uma expressão de esperança, mas um chamado à ação. É um lembrete de que, se nos unirmos como sociedade e investirmos em infraestrutura resiliente, podemos mudar o curso desta história. Não podemos nos dar ao luxo de sermos complacentes diante das mudanças climáticas e seus impactos cada vez mais devastadores.
Precisamos de um plano abrangente que inclua medidas de prevenção, como o manejo sustentável dos recursos hídricos, além da melhoria da infraestrutura de drenagem e a realocação de comunidades em áreas de risco. É fundamental que promovamos a conscientização sobre a urgência do problema e incentivemos práticas sustentáveis em todos os setores da sociedade. A última catástrofe não pode ser apenas um capítulo trágico na história do Rio Grande do Sul, mas um ponto de virada.
Devemos transformar essa tragédia em um catalisador para a mudança, adotando medidas concretas e urgentes para proteger nosso estado e nosso planeta para as gerações futuras. Juntos, podemos fazer da última catástrofe climática uma lembrança triste do passado, não um presságio do futuro. Podemos, no futuro, ter outras enchentes, mas elas não precisam ceifar tantas vidas e desalojar tantas pessoas. Podemos ter enchentes, mas não precisam se transformar em catástrofes. Que as políticas públicas, sob a perspectiva de planejamento, execução e monitoramento constantes, assegurem um plano de ação efetivo para enfrentarmos o problema, de modo que as futuras gerações, dentro de algumas décadas, possam dizer: “Eles fizeram o dever de casa, e por isso a última catástrofe climática no RS foi no final de abril e maio de 2024.”
O vice-reitor da PUCRS, Ir. Manuir Mentges, realizou, na última semana, uma visita a duas importantes instituições: a Pontifícia Universidade Católica do Chile, em Santiago, e a Universidade Marcelino Champagnat, localizada em Lima, no Peru, com a qual a PUCRS mantém uma relação de colaboração mútua há muitos anos. Nesta última, participou da cerimônia de outorga Doutor Honoris Causa póstuma do Ir. Marino Latorre Ariño, liderança marista que teve fundamental contribuição intelectual e pedagógica em áreas como Educação e Psicologia, especialmente nos últimos 20 anos.
A celebração contou com a participação do reitor da Universidade Marcelino Champagnat, Marcial Colonia Valenzuela, do vice-reitor, Pablo González franco, do decano César Serna, e da diretora da Escola de Pós-graduação, Mónica Del Águila Chávez, além do Ir. Manuir José Mentges, que participou como convidado especial – por sua posição aqui na Universidade e amizade com o Ir. Marino.
“O Ir. Marino foi um grande educador marista, que contribuiu muito com inúmeras obras, livros e artigos, estando presente várias vezes na PUCRS como palestrante no programa de pós-graduação em Educação”, explica o vice-reitor da PUCRS. “Ele veio a falecer em janeiro deste ano, deixando como legado sua vasta obra acadêmica e, em especial, o testemunho de um educador encantado pela ciência”, destaca.
O vice-reitor da PUCRS relembrou o rigor acadêmico, a integridade e o compromisso de Ir. Marino com o trabalho por uma educação e um mundo melhor. “Ele viveu de forma integral. Acreditava no processo educacional, quando afirmava que ‘nossa proposta educativa universitária é uma aposta por educar na união do coração e da razão’, pois como afirmou Champagnat, para bem educar é preciso amar, e educar é sempre e fundamentalmente uma tarefa do coração”, pontua Ir. Manuir.
Em Lima, no Peru, o vice-reitor também visitou unidades educativas de educação básica e unidades sociais. Na Universidade Marcelino Champagnat, foi realizada uma reunião com as lideranças da Universidade, buscando mapear possíveis linhas comuns para contribuições.
Durante a visita à Pontifícia Universidade Católica do Chile, o objetivo foi conhecer as boas práticas da instituição em relação a temáticas de inclusão e diversidade – sendo esses direcionadores estratégicos da PUCRS.
“Também aprofundamos outros temas com os quais vamos renovar nosso convênio em áreas de ensino e pesquisa, com enfoque nas áreas de saúde e tecnologias. Como instituições católicas, assumimos o compromisso com a excelência acadêmica e com a formação integral de nossos estudantes, sendo a visita oportuna para compartilhar boas experiências e fortalecer nossas relações e ações conjuntas”, finaliza.
Leia também: Reitor da PUCRS participa de evento sobre liderança nas Universidades Católicas, na República Dominicana
O presidente da Rede Marista Internacional de Instituições de Ensino Superior e vice-reitor da PUCRS, Ir. Manuir Mentges, abriu a sessão de boas-vindas da 9ª Assembleia da Rede Marista Internacional de Instituições de Educação Superior. O evento que ocorreu pela plataforma Zoom, contou com a presença de mais de 180 participantes das 27 universidades pertencentes à Rede, de lideranças, de convidados de espaços maristas no mundo e da Administração Geral do Instituto Marista.
Na ocasião, o Vigário Geral do Instituto Marista, Ir. Luiz Carlos Gutierrez agradeceu a todos os presentes por manter vivas as comunidades universitárias, mesmo em um momento turbulento, seguindo a ideia de “servir bem, servir hoje e servir primeiro”. Ele ainda recordou que as instituições de Ensino Superior maristas oferecem um serviço profundamente relevante que contribui para crescimento das sociedades contemporâneas e que isso está muito relacionado ao terceiro apelo do Capítulo Geral dos irmãos maristas, o qual convida a inspirar a criatividade para sermos construtores de pontes.
Entre os painéis apresentados, um deles, mediado pelo Ir. Roberto López, da Universidad Marista de Querétaro, no México, membro do Comitê Executivo, com a participação do professor Francisco Marmolejo, presidente da Divisão de Educação Superior no Qatar Foundation. Eles apresentaram a palestra Quais desafios e possibilidades podemos apontar num contexto pós-pandemia para Instituições de Educação Superior, por meio da qual Marmolejo apresentou possibilidades para o futuro da Educação Superior.
Para isso, o professor retomou a caminhada histórica das universidades e os obstáculos que permeiam esses espaços desde o século XX. Sua palestra foi encerrada com um convite a pensar sobre o contexto que virá no pós-pandemia: “Este é o momento para pensar e construir uma nova educação, uma educação reinventada”. Com isso, Marmolejo aponta para uma das características que são constantes na educação: a transformação.
Com mediação do Ir. Carlos Alberto Rojas, do Secretariado de Educação e Evangelização do Instituto Marista, o painel foi conduzido pelo professor Alsones Balestrin, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Ele abordou os principais pontos sobre a temática Organização em Rede para Instituições de Educação Superior.
Balestrin apresentou teorias relacionadas aos funcionamentos em rede, incluindo as cooperações na natureza, na história e nas instituições. A partir de contextos de organizações em rede, o professor ressaltou que existem três elementos fundamentais para a cooperação funcionar: “Interação, objetivos comuns e governança: esses três pontos resultam em benefícios comuns”. Eles estão relacionados com a escala e o poder de mercado, redução de custos e riscos, desenvolvimento de práticas comuns, aprendizagem coletiva e inovação colaborativa. Segundo o professor, “as organizações vão cooperar porque esperam obter algo que seria improvável de forma individual”.
No evento também foi apresentado o plano de ação do Comitê Executivo para a Rede até 2022. A proposta é dar continuidade aos trabalhos que estão sendo realizados e, na próxima Assembleia, em abril de 2022, ter a validação de projetos já em execução na rede.
A Rede Marista Internacional de Instituições de Educação Superior (IES) consiste na união de, atualmente, 27 instituições que, em sintonia com as premissas da Administração Geral do Instituto dos Irmãos Maristas, em Roma, buscam criar conexões de sinergia e atuação em seus espaços de missão.
Fundada em 2004, essa rede tem como objetivo criar oportunidades de parcerias, formação e projetos em conjunto, potencializando a atuação no ensino superior em mais de 10 países.
A Associação Columbus, rede internacional de universidades da qual a PUCRS faz parte, promoveu dois seminários internacionais nos dias 24 e 25 de junho para falar sobre as ações das instituições de ensino superior frente à pandemia da Covid-19 sobre ações de planejamento para o futuro. O Pró-Reitor de Graduação e Educação Continuada, Irmão Manuir Mentges, participou como painelista nas duas atividades, junto com vice-reitores acadêmicos de outros países.
Desde março, com a proliferação do novo coronavírus, universidades no mundo todo tiveram que adaptar seus serviços e atividades para a modalidade online. Nas conversas, com foco nos aspectos acadêmicos, Irmão Manuir compartilhou as principais medidas adotadas pela PUCRS:
Outro aspecto debatido nos eventos envolveu as condições para aprendizagem remota. Sobre isso, Irmão Manuir relatou a iniciativa da Universidade, de mapear estudantes que não contavam com infraestrutura necessária para acompanhar as aulas e partilhou todo o suporte oferecido pela Universidade. Além disso, a realidade de cada área do conhecimento foi levada em consideração para pensar a maneira mais efetiva de permitir que todos/as alunos/as acompanhassem as aulas, mesmo que de maneira assíncrona.
“Adotamos estratégias, especialmente voltadas para uma maior apropriação tecnológica e metodológica por parte dos nossos professores. Nesse sentido, somos agradecidos aos nossos professores, que diante de um cenário de incerteza, souberam atuar com grande capacidade de adaptação e compromisso com os objetivos comuns da nossa Universidade. Destaco também todo o suporte oferecido aos nossos alunos, em diferentes frentes, buscando promover o engajamento, a motivação e a participação no processo de aprendizagem. A partir de diversos espaços de escuta, seguimos aprimorando nossas práticas e processos de ensino e aprendizagem, por meio de programas de formação continuada”, conta o Irmão Manuir Mentges.
A Associação de Universidades na Europa e na América Latina tem o objetivo de promover a cooperação internacional e o desenvolvimento institucional das universidades, através da melhoria dos processos e estruturas de gestão. Para apoiar a melhoria contínua, desde 2009, a Columbus aplica a metodologia de benchmarking com mais de 80 gerentes de mais de 20 universidades em diferentes áreas.
O pró-reitor de Graduação e Educação Continuada, Ir. Manuir Mentges, foi eleito presidente do Comitê Gestor da Rede Marista Internacional de Instituições de Educação Superior. Ele representa os falantes de português, enquanto o decano da Universidade Católica da Austrália, Ir. David Hall, os de inglês, e o reitor da Universidade Marista de Querétaro (México), Ir. Roberto Méndez Lopéz, os de espanhol. A escolha, para o mandato com duração de dois anos, ocorreu durante a 8ª Assembleia da Rede Marista Internacional de IES, na Universidad Marcelino Champagnat, em Lima, no Peru, realizada de 2 a 6 de abril. No evento, a Universidade foi representada pelo reitor Ir. Evilázio Teixeira e pelo vice-reitor Jaderson Costa da Costa, além de Mentges.
Com o tema Construindo pontes em um mundo fragmentado, o encontro buscou dialogar e projetar ações conjuntas entre as instituições. O objetivo foi refletir e rever a finalidade, estrutura e modelo de funcionamento da Rede, a fim de melhorar suas possibilidades de acompanhamento em relação aos desafios enfrentados pelas instituições, para responder a alguns desafios da vida e missão maristas em diferentes partes do Instituto e também para acolher o apelo do 22º Capítulo Geral para Caminhar juntos como família global. Durante o encontro, a PUCRS foi eleita sede da próxima edição da Assembleia, que ocorrerá em 2021.
A 3ª Conferência Regional da Educação Superior da América Latina e Caribe (Cres 2018), ocorrida entre 11 e 15 de junho em Córdoba, na Argentina, apresentou como resultado das discussões a Declaração Final destacando a Educação como direito humano universal, bem público, social e dever do Estado. O documento, em espanhol, está disponível no site da Cres para download, e integra parte do conteúdo que será apresentado na Conferência Mundial de Educação Superior, em Paris, na França, no ano de 2019.
O evento reuniu reitores e demais lideranças acadêmicas e membros de organizações governamentais e não governamentais de todo o continente para, também, celebrar o 100º aniversário da Reforma Universitária de Córdoba. O reitor Ir. Evilázio Teixeira, o pró-reitor de Graduação e Educação Continuada (Prograd) Ir. Manuir Mentges, a diretora de Graduação Adriana Kampff e a professora da Escola de Humanidades Marília Morosini representaram a PUCRS.
A Carta de 3ª Cres, lida publicamente pelo reitor da Universidade Nacional de Córdoba (UNC) e presidente do Conselho Interuniversitário Nacional (CIN) da Argentina, Hugo Juri, reconhece que avanços têm sido conquistados, mas alerta que um setor importante da comunidade se encontra sem acesso a direitos básicos – água potável, saúde e educação, alertando que milhões de crianças, jovens e idosos da América Latina e Caribe vivem em estado de exclusão.
Francisco Tamarit, coordenador geral da Cres 2018, informou que além da Declaração Final outros dois documentos serão produzidos. O primeiro vai trazer as recomendações da Cres, uma espécie de plano de ação, e o segundo as proposições reunidas ao longo de toda a Conferência. O documento também conclama as universidades e instituições de ensino superior a se repensarem, seguindo os princípios da Reforma Universitária de Córdoba, de 1918, tornando-se cada vez mais democráticas, a assumirem efetivamente o papel de protagonistas na transformação social, atuando para construir sociedades igualitárias, plurais e inclusivas.
A Cres 2018 foi conduzida a partir de sete eixos temáticos, todos trabalhados ao longo Ciclo Preparatório promovido na PUCRS, entre novembro de 2017 e maio deste ano. De acordo com o Ir. Evilázio Teixeira, um dos consensos mais importantes entre líderes na Conferência foi o entendimento de que são necessários mecanismos para evitar a mercantilização da Educação Superior. “A Educação não pode ser considerada uma mercadoria. A Educação Superior, em especial, tem a prerrogativa da formação do cidadão e o compromisso com a transformação da sociedade”, destaca. A opinião dos reitores em Córdoba convergiu em relação à necessidade de regulação dos governos sobre a oferta estrangeira de Ensino Superior. “Essa questão precisa ser revista, especialmente no Brasil, gerando um marco regulatório, valorizando também a educação comunitária como um direito, visto que instituições como PUCRS são consideradas públicas não estatais. Isso é um desafio. Precisamos de sistemas mais rigorosos”, assevera o reitor, que integrou a mesa de debates durante o fórum Educación superior para el buen vivir: un desafío desde el sur al mundo, ocorrido no dia 13 de junho.
Dois temas que emergiram fortemente dos eixos apresentados foram a interculturalidade e a integração regional. De acordo com a professora Adriana Kampff, essas são marcas da Cres. “América Latina e mundo conversam nesse espaço. Para a Educação e o Ensino Superior ficam os desafios de uma internacionalização que traga uma perspectiva global e uma atuação local, voltada ao desenvolvimento social, com currículos flexíveis e adaptados aos tempos contemporâneos”, afirma a diretora de Graduação. Esse ponto também foi valorizado pelo Ir. Evilázio Teixeira, que vê a necessidade de consolidar o modelo de Ensino Superior latino-americano, buscando o fortalecimento e a cooperação regional.
Para a professora Marília Morosini, docente da Escola de Humanidades e coordenadora do Centro de Estudos em Educação Superior da PUCRS (CEES), “a Cres 2018 é extremamente importante nesse momento porque discute o pensamento da América Latina sobre Educação Superior e tem como fomentadora a Unesco, que interfere indiretamente em todas as políticas de Educação Superior no mundo e no Brasil, especialmente”, avalia. O CEES foi criado em 2009. Desde então, vem desempenhando funções que auxiliam a instituição universitária e que pensam as políticas para a Educação Superior.
A Reforma Universitária de Córdoba, o primeiro movimento estudantil da região em defesa da Educação Superior, completa 100 anos no dia 21 de junho de 2018. O movimento marcou o início do processo de luta pela construção de um modelo institucional que atribui identidade à universidade latino-americana, bem como de um modelo de ensino superior renovado. O texto inaugural do movimento é intitulado La juventud argentina de Córdoba a los hombres libres de Sud América, e foi tema de um dos sete eixos temáticos da 3ª Conferência Regional de Educação Superior, encerrada semana passada. A íntegra do documento, em espanhol, pode ser acessada neste link.
A 3ª Conferência Regional da Educação Superior da América Latina e Caribe (Cres 2018) foi organizada pelo Instituto Internacional da Unesco para a Educação Superior da América Latina e o Caribe (Unesco-Iesalc), pela Universidade Nacional de Córdoba, pelo Conselho Interuniversitário Nacional (CIN) e pela Secretaria de Políticas Universitárias (SPU) do Ministério da Educação da Argentina.
Confira a cobertura completa do evento e outras informações no site www.cres2018.org.
Pensar a universidade como espaço de formação de agentes transformadores, aplicando o conhecimento acadêmico na resolução de problemas sociais. Esse foi o foco das palestras do Marcelo Bonhemberger, diretor do Centro de Pastoral e Solidariedade, e do professor Hermílio Santos, da Escola de Humanidades, durante o segundo evento do Ciclo Preparatório PUCRS 2017-2018 para a 3ª Conferência Regional da Educação Superior da América Latina e Caribe (Cres), marcada para Córdoba (Argentina), em junho de 2018. A atividade, mediada pelo Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários Ir. Manuir Mentges, ocorreu no dia 29 de novembro, no saguão da Biblioteca Central. Participaram decanos, diretores, gestores e docentes de diversas Unidades Universitárias.
Durante sua fala, o Marcelo expôs a importância de a PUCRS ter clareza sobre a própria identidade, pautada tanto no legado do fundador São Marcelino Champagnat, quanto na necessidade permanente de atualização. Destacou documentos maristas voltados à Educação Superior, nos quais a palavra evangelização pode ser interpretada como educação “para a transformação social, científica, cultural. A educação é nossa atividade fim”, afirmou. No entendimento do Irmão, esse compromisso vai além do conhecimento, envolvendo a dimensão ética para a construção de cidadãos comprometidos e capazes de trazer transformações para a sociedade. “O aspecto do servir também deve ser destacado. Todo conhecimento aqui produzido e discutido deve estar a serviço da comunidade”, enfatizou.
Em uma chamada à reflexão, perguntou à plateia: “Como formar um ser humano moralmente bom? Quais as bondades que a Universidade irá fazer para o nosso entorno, no RS, no Brasil e além de nossas fronteiras geográficas?”, indagou. Para ele, esses são desafios que a comunidade acadêmica precisa responder. No seu entendimento, “nossa missão é resolver problemas, com uma vida de aprendizagem baseada na resolução de questões sociais. Temos esse dever”, ressaltou.
Na segunda apresentação, o professor Hermílio Santos, coordenador do Centro de Análises Econômicas e Sociais da PUCRS (Caes), apresentou características complexas das sociedades contemporâneas para introduzir o tema central de seu painel: as pesquisas sobre a violência sofrida por crianças em três grandes capitais brasileiras. Santos abordou a continuidade de heranças culturais da sociedade medieval, como os modelos de centralização da Justiça, das finanças e das forças armadas, bem como a sobrecarga das famílias. Sobre a construção de políticas públicas na atualidade, observou que deixaram de ser uma atribuição exclusiva do Estado. “São formuladas com atores dos mais distintos, como governos, partidos políticos, sindicatos, associações de empresários, ou seja, nem políticas públicas são mais exclusividade do Estado, por que o conhecimento está espraiado na sociedade, e isso é bom”, avaliou.
Na compreensão do pesquisador, o protagonismo acadêmico é fundamental para propor soluções em conjunto, desde que todos tenham consciência de seu papel nesse cenário. “A universidade não é o lugar de gente sabida, mas o lugar das pessoas que querem saber coisas”, afirmou. “O que temos de singular é nossa capacidade de trabalhar o conhecimento de maneira metódica e sistemática, de formar pessoas, fazer intervenções e propor respostas. Isso sem colocar nossas profissões de fé no lugar dos resultados de pesquisa”. Na sequência, expôs os resultados de duas pesquisas multidisciplinares e interinstitucionais do Ceas: Infância e Violência: cotidiano de crianças pequenas em favelas do Rio de Janeiro e Recife e Cotidiano de crianças em cortiços e favelas de São Paulo. Ambos estudos foram patrocinados pela Fundação Bernard van Leer (Holanda), envolvendo a PUC-SP, a PUC-Rio e Universidade Federal de Pernambuco, entre outros parceiros. Entre 2013 e 2015, professores e estudantes liderados pelo professor visitaram 15 favelas nas três cidades, utilizando metodologias inovadoras e treinando pessoas para aplicá-las junto a 3 mil crianças, adolescentes e adultos.
A partir dos dados coletados, foi possível mapear alguns fatores indutores da violência, como a frustração por ciclos de formação escolar incompletos, a falta ou a má qualidade da iluminação pública e a ausência de banheiros entre os cômodos das casas – visto que são considerados o único espaço de intimidade de uma residência nas comunidades desfavorecidas economicamente. Esse problema, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está presente em 3 milhões de habitações em todo o Brasil. Todos esses fatores, se bem interpretados, podem repercutir em novas políticas públicas, de acordo com Hermílio Santos.
Ao final, o pesquisador destacou a importância de tornar públicos os resultados de pesquisas, a fim de mostrar a universidade como parceira para a construção de novas realidades. Também foi exibido um trailer do documentário sobre os trabalhos desenvolvidos, que será disponibilizado em 2018.
O Ciclo Preparatório PUCRS conta com sete encontros, que se configuram em um espaço de reflexão na comunidade acadêmica. Cada evento busca discutir algum dos temas centrais abordados pela Cres. Ao final da programação, será elaborada uma carta manifesto sobre a Educação Superior, com as contribuições e reflexões dos representantes da Universidade. A Cres será realizada em junho, na Cidade de Córdoba (Argentina), promovido pelo Instituto Internacional da Unesco para a Educação Superior na América Latina e no Caribe (Iesalc-Unesco).
O primeiro encontro, em 16 de novembro, abordou o contexto do sistema educativo, sua relação com a qualidade e os desafios postos para fortalecer a capacidade institucional de ser responsável por aumentar os níveis de qualidade em suas funções e tarefas. A agenda completa está disponível no site do Cres.
Com a finalidade de apoiar mulheres na luta contra o câncer, o projeto Entre Laços, promovido pela PUCRS como uma das ações do Outubro Rosa, realiza ações para coleta de lenços, echarpes e bandanas. O objetivo é semear alegria e conforto emocional em mulheres que enfrentam a doença, além de reforçar a importância da realização de exames periódicos para prevenção do câncer e aumento da qualidade de vida. “Como instituição confessional católica e marista, temos o compromisso com a promoção da solidariedade em todas as suas dimensões”, lembra o Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, Ir. Manuir Mentges.
As doações serão recolhidas até 23 de outubro, em 20 varais distribuídos pelo Campus da Universidade (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre), nos Colégios e nas Unidades Sociais da Rede Marista. Os doadores também poderão escrever mensagens de apoio e incentivo na luta contra o câncer. A entrega dos itens doados ocorrerá no dia 31 de outubro, diretamente para mulheres que enfrentam a doença e também para instituições que prestam atendimento a elas.
Dois dias de descobertas de novas possibilidades para o futuro. Assim foi a edição 2017 do Open Campus PUCRS, ocorrida nos dias 21 e 22 de setembro. Um evento elaborado para acolher estudantes e suas famílias, permitindo conhecer e interagir com professores, alunos, cursos e com todos os recursos disponíveis na estrutura da Universidade. Cerca de 7mil participantes tiveram a oportunidade de participar de mais de 400 oficinas, com 20mil vagas disponibilizadas.
O Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, Ir. Manuir Mentges, avalia positivamente “a forma com que a comunidade do Estado percebe a PUCRS como uma Universidade de excelência e de extrema qualidade. O número de inscritos também traduz os importantes prêmios que recebemos nas últimas semanas e mostra a vontade das pessoas de conhecer o Campus, de viver uma experiência”. Ele credita o sucesso do evento ao relacionamento estabelecido com escolas e cursinhos pré-vestibulares e à grande participação das pessoas nas oficinas e nas visitas aos diferentes espaços como a Biblioteca Central Ir. José Otão, o Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) e o Museu de Ciências e Tecnologia.
Ir. Manuir destaca o grande engajamento da comunidade universitária “mostrando como funciona cada curso, ajudando os estudantes a discernirem sobre o que querem como escolha profissional e apresentando a Universidade, para que os futuros universitários saíssem encantados com o que viram aqui. Isso gerou um pertencimento afetivo para com a PUCRS”, argumenta.
Uma nova liderança para um novo perfil de relacionamento da PUCRS com a comunidade. Com essa proposta tomou posse nesta terça-feira, 11 de julho, Ir. Manuir Mentges como Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários. Seu objetivo na atuação à frente da Proex é “atuar com atitude de escuta, diálogo e construção coletiva”, levando em conta a missão da Universidade e a proposta da atual gestão de coerência, simplicidade e consistência. O evento ocorreu no Salão Nobre da Reitoria, com a presença de pró-reitores, decanos e gestores de unidades universitárias.
Na visão do novo Pró-Reitor, a Proex tem papel importante em processos-chave da Universidade, favorecendo experiências significativas por meio das áreas de relacionamento, social e cultural. Mentges sinalizou que pretende “fortalecer a dimensão comunitária como forma de engajamento e promover uma experiência de pertença”. Ele acrescentou que assume o cargo “traçando processos e projetos que conduzam nossos estudantes, docentes e técnicos, em todos os níveis, a realmente viver o ambiente e a experiência universitária enquanto oportunidade de formação integral e de crescimento em todos os sentidos”.
O Reitor, Ir. Evilázio Teixeira, afirmou que “em uma instituição de ensino superior, a educação se faz sempre na relação com as pessoas e para as pessoas, o que torna importante a participação, e isso exige grande solidariedade humana, uma dimensão comunitária unindo as diversas áreas do saber que compõem a Universidade”. Para ele, “essa é a missão primeira da Proex: ajudar a sermos comunidade, aprender uns com os outros, fazendo com que as nossas relações possam ser um exemplo vivo de como gostaríamos que fosse o futuro”. Teixeira também manifestou seu agradecimento ao professor Sergio Gusmão, que deixou o cargo de Pró-Reitor. “Obrigado, Gusmão, pelo aprendizado, o coleguismo, a liderança da Proex, o compromisso e a lealdade para com a Instituição”, reconheceu.
Ir. Manuir Mentges
Graduado em licenciatura e bacharelado em Filosofia pela PUCRS, Ir. Manuir tem construído sólida trajetória no campo da gestão educacional. Possui Especialização em Gestão da Educação, Mestrado em Educação e MBA em Gestão Empresarial. Também possui formação complementar na área da Teologia, Liderança e Gestão Educacional. No momento, está cursando MBA em Gestão de Projetos pela PUCRS.
Ao longo de sua trajetória, foi professor, coordenador de Pastoral Juvenil e Pastoral Escolar e diretor de Colégios Maristas. Nos últimos anos e até o momento, atua como gerente Educacional dos colégios da Rede Marista e, desde janeiro de 2017, como assessor da Reitoria da PUCRS. Também é membro do Conselho Administrativo da Rede Marista e integra instâncias decisórias na União Marista do Brasil.
Extensão na PUCRS
No ano de 1978 foram criadas as superintendências Comunitária e de Extensão, primeiras estruturas da PUCRS vinculadas à Reitoria a desenvolver e promover eventos, acompanhar projetos de formação continuada e de atenção à comunidade. O primeiro superintendente de Extensão foi o Ir. Faustino João. No ano de 1984, o órgão ganhou o nome de Pró-Reitoria de Extensão. Já a área de Assuntos Comunitários ganhou status de Pró-Reitoria em 1983. Com a sigla PRAC, foi inicialmente conduzida pelo Ir. Modesto Girotto. Recentemente, no ano de 2012, os dois segmentos foram integrados, dando origem à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Proex).