Em parceria com a Petrobras, webmap interativo reúne informações sobre fontes emissoras, reservatórios potenciais, dados de infraestrutura e logística e classificação dos recursos de armazenamento
A plataforma pode ser acessada pela internet de forma gratuita. / Foto: Giordano Toldo
O Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR), em parceria com a Petrobras, acaba de lançar a Plataforma GIS CCUS Brasil. A ferramenta consolida e integra informações nacionais sobre os principais aspectos que envolvem CCUS, abreviação da expressão em inglês Carbon Capture, Utilization and Storage, que designa um processo tecnológico que envolve a captura, utilização e armazenamento de carbono. A plataforma pode ser acessada pela internet de forma gratuita.
A GIS CCUS Brasil reúne informações de diversas fontes de dados públicos em um banco de dados robusto e integrado. Os dados vetoriais foram processados com a finalidade de exibir informações de interesse, proporcionando uma visão abrangente e detalhada para a tomada de decisões estratégicas sobre CCUS.
Em formato de webmap, a plataforma baseia-se no conceito global de source-sink matching entre fontes emissoras estacionárias de CO₂ e reservatórios potenciais em subsuperfície e integra a estes, dados de infraestrutura e logística, áreas passíveis de proteção ou restritivas e a classificação dos recursos de armazenamento, conforme a metodologia SPE Storage Resources Management System (SRMS), adaptada ao contexto brasileiro. A avaliação dos dados envolveu a compilação e manipulação de informações e a revisão da legislação pertinente.
Esta iniciativa representa um avanço significativo da tecnologia no Brasil, através de uma base sólida para decisões estratégicas que aceleram a implementação do CCUS e fortalecem a posição nacional na vanguarda das soluções globais para a mudança climática.
“A plataforma é uma ferramenta pioneira no cenário brasileiro de CCUS que, além de ser capaz de apoiar na tomada de decisões estratégicas, pode ajudar no engajamento público, promovendo a conscientização e aceitação pública da tecnologia, crucial para sua adoção bem-sucedida”, explica a coordenadora do projeto Clarissa Lovato Melo.
A tecnologia de CCUS envolve a captura de dióxido de carbono (CO2) proveniente de processos industriais, seu transporte por navios ou dutos, a possibilidade de utilizá-lo como subproduto e, finalmente, seu armazenamento em subsuperfície. Para armazenamento permanente, o CO₂ é injetado em formações geológicas profundas, como reservatórios de petróleo e gás esgotados, reservatórios salinos, camadas de carvão não mineradas e outros tipos de rochas específicas (ex. sal e basaltos). Isso garante que o carbono fique armazenado de forma segura por milhares ou até milhões de anos, evitando o aumento de CO₂ na atmosfera.
A tecnologia de CCUS pode ser aplicada a usinas de energia e outros setores industriais, permitindo que continuem operando enquanto se adaptam ao novo cenário energético global. Ela é especialmente útil para setores que dependem de matérias-primas ricas em carbono, como o setor de óleo e gás, ou que produzem altas emissões de CO₂, como as indústrias de cimento, aço e produtos químicos.
O CCUS é uma das importantes soluções tecnológicas na luta contra as mudanças climáticas, pois permite capturar e armazenar CO₂ de maneira segura e eficiente, contribuindo para a redução das emissões globais de carbono, possibilitando uma transição energética justa e ajudando a criar um futuro energético mais sustentável.
O banco de dados conta com dados de emissões de mais de 1.500 fontes de CO₂ do setor de difícil abatimento e energia. Além disso, apresenta em torno de 18.000 elementos de infraestrutura e logística e mais de 370.000 áreas restritivas ou passíveis de proteção. A análise do potencial de armazenamento geológico de CO₂ nas bacias sedimentares brasileiras integrou dados de 30.621 poços exploratórios, 14.900 levantamentos geofísicos, bem como informações geológicas e geotérmicas de 72 bacias sedimentares terrestres e marítimas, consolidando centenas de camadas que ilustram a distribuição e a espessura dos elementos dos sistemas de armazenamento de CO₂, com destaque para a capacidade volumétrica de reservatórios salinos e de hidrocarbonetos depletados.
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A Plataforma GIS CCUS Brasil, desenvolvida pelo Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) da PUCRS, em parceria com a Petrobras, foi uma das três finalistas do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2023, na categoria IV – Projetos na área de Meio Ambiente, Transição Energética e Descarbonização (exceto biocombustíveis).
O prêmio tem como objetivo reconhecer e premiar os resultados associados a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). Esses resultados devem representar inovação tecnológica para o setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis, desenvolvidos no Brasil por instituições de pesquisa credenciadas pela Agência, empresas brasileiras e empresas petrolíferas, com recursos da Cláusula de PD&I presente nos contratos de Exploração e Produção (E&P). No total, 100 projetos foram inscritos, sendo 19 deles na categoria IV.
A cerimônia de premiação ocorreu em 30 de novembro, no Rio de Janeiro, e o IPR foi representado no evento por Clarisa Melo, coordenadora de Pesquisa do projeto finalista, Daiane Cardoso, pesquisadora do projeto, e Moema Martins, interlocutora técnica da Petrobras.
“Esse projeto representa o amadurecimento de nossas pesquisas e a compreensão da urgência em consolidar informações nacionais sobre os principais aspectos que envolvem o CCUS. A plataforma foi cuidadosamente planejada, com o intuito de criar uma ferramenta prática e acessível, que possa atender a um público diversificado. Com informações atualizadas, nossa meta é efetivamente impulsionar a implementação de projetos de CCUS no Brasil. Parabéns a toda a equipe por esse reconhecimento”, celebra Clarissa.
A pesquisa do IPR desenvolveu o primeiro webmap interativo exclusivo para Tecnologias de Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono (CCUS) no Brasil, permitindo o mapeamento e a quantificação das emissões de CO₂. As CCUS se destacam como uma estratégia importante na transição para uma economia de baixo carbono. Nesse contexto, a Plataforma GIS CCUS Brasil surge como uma iniciativa inovadora e única no cenário nacional, buscando auxiliar os tomadores de decisão e a população em geral, ao permitir o acesso a dados e informações relevantes dessas tecnologias.
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A plataforma integra o sistema de classificação SRMS e dados dos projetos Reate e Promar, disponibilizados pela CPRM e ANP, possibilitando uma análise mais abrangente dos recursos de armazenamento de CO₂ presentes nas áreas estudadas. Dessa forma, a plataforma consegue contribuir para a identificação de áreas promissoras ao desenvolvimento desse setor no Brasil.
Essa abordagem preenche uma lacuna existente de informações no país sobre o assunto, e democratiza o acesso a dados e ferramentas essenciais, possibilitando que empresas, instituições de pesquisa, governo e sociedade civil desenvolvam projetos sustentáveis e efetivos para a redução das emissões de CO₂. A plataforma se destaca por apresentar a localização e quantificação dessas emissões de fontes estacionárias, identificar áreas estratégicas para a captura de dióxido de carbono. Além disso, a plataforma ajuda na implementação de projetos futuros, possibilitando a visualização geográfica da infraestrutura e dos possíveis locais para o armazenamento do CO₂ proveniente dessas fontes.
A plataforma contribui diretamente para a redução dos riscos do desenvolvimento de projetos, auxilia no planejamento e desenvolvimento sustentável de diversos setores, promove a colaboração entre diferentes atores e dissemina informações, oportunizando o avanço da tecnologia e fortalecendo a governança ambiental. A GIS CCUS Brasil é uma iniciativa que utiliza a tecnologia geoespacial para impulsionar a transição para uma economia de baixo carbono, fornecendo informações precisas e facilitando a tomada de decisões estratégicas para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
O IPR é membro do Tecnopuc desde sua criação em 2014, e o Instituto tem como objetivo fomentar, dar visibilidade e proporcionar um crescimento sustentado das ações da universidade em pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de petróleo e derivados, recursos naturais, energia e meio ambiente. O IPR conta com uma equipe multidisciplinar composta por professores, pesquisadores, auxiliares de laboratório, profissionais administrativos e alunos de graduação e pós-graduação da PUCRS. O espaço faz com que os resultados de análises, produzidos com rigor e qualidade, sejam transformados em informações estratégicas e elementos de tomada de decisão para os parceiros do instituto.
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“Os projetos desenvolvidos pelo IPR têm um grande potencial de colaboração com outros atores do ecossistema. A equipe IPR tem participado ativamente de construtivas discussões sobre novas fontes energéticas e o mercado de carbono com empresas e startups da comunidade Tecnopuc que também estão buscando ou oferecendo soluções inovadoras de eficiência energética e neutralização de emissões de carbono. Ter essa área estratégica e de extrema relevância para a Universidade e a sociedade tão próxima de outras organizações no Tecnopuc tem favorecido as trocas e identificação de sinergia que pode resultar em um impacto positivo ainda maior”, declara Daniela Carrion, líder de Comunidade do Tecnopuc.
O IPR fica localizada no prédio 96 do Parque Tecnológico e conta com compreende 5000 m². O Instituto conta com o Laboratório de Análises Químicas (LAQ), o Laboratório de Caracterização de Rochas (LCR), o Laboratório de Geoquímica e Petrofísica (LGP), o Laboratório de Isótopos e Geocronologia (LIG), Laboratório de Monitoramento Ambiental (LMA) e o Laboratório de Materiais (LMT). ,
A PUCRS, por meio do Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR), firmou um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) do governo federal. O acordo tem por objetivo promover a cooperação técnica para a produção de Materiais de Referência Certificados (MRC) de interesse mútuo.
O MRC, popularmente chamado de “padrão”, é absolutamente fundamental para análises em laboratórios. Foi para saber se um resultado está correto se não há um padrão analítico confiável, que surgiu um dos primeiros MRC desenvolvidos nesta parceria, para análises isotópicas de carbono (ensaio que é feito pelo MAPA para detectar fraudes em alimentos, por exemplo). Estes padrões também são importantes para ensaios realizados na área forense (pela polícia federal); para detectar falsificações em produtos e fornecer evidências criminais confiáveis; para testes em empresas de óleo e gás; para identificar origem de petróleo e derivados, entre outras aplicações.
O acordo entre PUCRS e MAPA, que vale até 2027, visa desenvolver MRCs que poderão ser utilizados em laboratórios públicos e privados. Esta ação é relevante para o país, visto que o MRC é um padrão escasso (precisa normalmente ser importado de países desenvolvidos) e também custa muito caro, muitas vezes inviabilizando implementação e ofertas de ensaios qualificados em laboratórios no Brasil.
Neste ano, o IPR conquistou a acreditação internacional da ANSI National Accreditation Board (ANAB), o maior órgão de acreditação da América do Norte, para as normas ISO/IEC 17025 e ISO 17034. A ISO/IEC 17025 estabelece os requisitos gerais para competência técnica de laboratórios, incluindo a gestão da qualidade, confiabilidade e rastreabilidade dos dados. Já a ISO 17034 está relacionada a produção de MRC, com os requisitos para que esses materiais sejam produzidos de forma consistente, garantindo exatidão e rastreabilidade metrológica destes padrões.
Para o diretor do IPR, Felipe Dalla Vecchia, o novo acordo representa um grande avanço no desenvolvimento de ciência e tecnologia de conteúdo nacional, com qualidade reconhecida internacionalmente.
“As colaborações e trocas de experiências entre universidades, empresas, startups e órgãos governamentais serão estratégias essenciais para encontrarmos soluções para os complexos desafios que enfrentamos atualmente, nas mais diferentes áreas. Nesse sentido, essa colaboração reforça o compromisso do IPR-PUCRS na produção de pesquisa de ponta e alto conteúdo inovativo na PUCRS, gerando transferência direta do conhecimento para a sociedade”, comenta.
Para o gerente de qualidade do Instituto, Filipe Albano, os materiais de referência serão produzidos e comercializados para laboratórios que necessitam de padrões de alta confiabilidade e que hoje sofrem com altos custos de importação e longos prazos de entrega. “Este passo é relevante para área técnica do nosso país, que pode ter MRC nacionais que atendam critérios internacionais de qualidade”, complementa.
O Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) conquistou a acreditação internacional da ANSI National Accreditation Board (ANAB), o maior órgão de acreditação da América do Norte que presta serviços em mais de 75 países.
O título foi conquistado para duas normas: a ISO/IEC 17025 que estabelece os requisitos gerais para competência técnica de laboratórios, incluindo a gestão da qualidade, confiabilidade e rastreabilidade dos dados, e a ISO 17034 que está relacionada a produção de Materiais de Referência Certificados (MRC), com os requisitos para que esses materiais sejam produzidos de forma consistente, garantindo exatidão e rastreabilidade metrológica destes padrões.
“Iniciamos nosso processo de acreditação do Instituto em meados de 2021 com a implementação do Sistema de Gestão da Qualidade, focados na qualificação de nossos processos e equipe”, comenta o diretor Felipe Dalla Vecchia. O ANAB avaliou o IPR com base nos requisitos exigidos para as duas normas, processo que foi finalizado sem nenhuma não conformidade registrada.
“A acreditação internacional do IPR evidencia nossa busca por qualidade, seja em nossos laboratórios e processos, quanto em equipe, serviços e pesquisa. Agora, os resultados emitidos pelo IPR podem ser aceitos em qualquer país do mundo, como sendo dados válidos e confiáveis”, adiciona o Gerente da Qualidade do Instituto, o Filipe Albano.
Instituto de pesquisa que desenvolve soluções de PD&I, serviços e produtos focados em óleo e gás, energia, recursos naturais e meio ambiente, foi criado em 2014 como uma extensão do Centro de Excelência em Pesquisa e Inovação em Petróleo, Recursos Minerais e Armazenamento de Carbono (Cepac). O IPR fica localizado no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc).
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Uma parceria inédita e inovadora entre a PUCRS, por meio do Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) e a empresa Repsol Sinopec Brasil (RSB), desenvolverá um novo projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) com o objetivo de remover gás carbônico já existente na atmosfera e, assim, abater emissões de CO2 que já ocorreram. Com um investimento inicial estimado em R$ 60 milhões, este será o primeiro projeto que avaliará o desempenho de uma planta em escala experimental de captura direta do ar (DAC – sigla em inglês para Direct Air Capture) na América do Sul.
Batizado de DAC.SI (sigla em inglês para Direct Air Capture System Integration), o projeto foi concebido pelo IPR em conjunto com a RSB e irá avaliar de forma integrada o processo de remoção de dióxido de carbono direto da atmosfera e posterior armazenamento do CO₂ em reservatórios geológicos. Neste caso, em rochas basálticas, como estratégia de mitigação de efeitos climáticos.
O IPR, reconhecido pela pesquisa de ponta em CCS (sigla em inglês para Carbon Capture and Storage), será responsável pela: validação do desempenho da tecnologia de captura direta do ar (DAC) em condições de temperatura e umidade brasileiras, avaliação da reatividade do CO₂ nas rochas basálticas, bem como da possibilidade/potencial de mineralização e indicação de áreas no Brasil onde esse processo poderá ser realizado de forma a ser validado como uma tecnologia de emissão negativa (NET – sigla em inglês para negative emission technology).
O novo projeto, assinado na última semana, visa um importante retorno ambiental, uma vez que atua como uma ferramenta que possibilita a neutralização de emissões já realizadas de CO2 e possibilita a descarbonização de alguns setores de mais difícil abatimento. “Atualmente, temos tecnologias e ferramentas convencionais focadas na redução da emissão, especialmente relacionadas aos métodos de CCS e mudanças sociais. Porém, os métodos convencionais de mitigação das mudanças climáticas não se mostraram suficientes para combater os impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente, sendo necessário desenvolver um conjunto complementar de tecnologias de remoção de dióxido de carbono da atmosfera (CDR – sigla em inglês para carbon dioxide removal)”, comenta o diretor do IPR Felipe Dalla Vecchia.
Nesse contexto, de acordo com Dalla Vecchia o grande diferencial deste projeto é o potencial de validação de uma tecnologia de emissão negativa, ou seja, que promove a remoção de emissões que já ocorreram. Dessa forma, ao reduzir o CO₂ na atmosfera, o projeto DAC.SI contribuirá para a redução dos impactos ambientais a partir da validação uma alternativa tecnológica NET, complementarmente às demais estratégias de abatimento de emissões de gases do efeito estufa.
Além do projeto de PD&I, também está sendo executado um projeto de infraestrutura no campus da PUCRS. O diretor do IPR conta que três obras estão em planejamento, sendo elas: 1) a preparação de uma área para receber uma planta experimental de captura direta do ar (DAC), com capacidade nominal para remoção de 300 tonelada por ano de CO2 da atmosfera, 2) a instalação de um sistema de energia solar de 10.000 kwh/mês para o fornecimento de energia de fonte renovável ao sistema DAC, evitando assim novas emissões durante o processo de remoção de CO₂ da atmosfera e 3) a implementação de um novo laboratório para a caracterização e validação de materiais para processos de captura CO₂ direto do ar (DAC). A estimativa é que a unidade de DAC esteja implementada e operacional em três anos.
Para o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da PUCRS Carlos Eduardo Lobo e Silva o novo projeto é motivo de orgulho e confirma o trabalho de qualidade que vem sendo realizado no IPR. “Este é um caso exemplar da excelência da pesquisa da PUCRS que traz melhorias diretas para a sociedade. Nossa excelência, reconhecida nacionalmente e internacionalmente, não deve ser vista como fim em si, mas como uma riqueza no melhor sentido da palavra, que deve transbordar para a sociedade e para todos os níveis de ensino da PUCRS, transformando a vida das pessoas”, adiciona.
“Este é o projeto de pesquisa e desenvolvimento mais ambicioso lançado pela Repsol Sinopec Brasil, tanto em termos econômicos, como de impacto futuro esperado, como parte do processo de transição energética”, destaca José Javier Salinero, gerente de P&D da Repsol Sinopec.
“Como acreditamos que a colaboração é essencial para a inovação, e a inovação tecnológica é um dos pilares essenciais para a transição energética, nos aliamos à PUCRS, que possuiu um longo histórico na execução de projetos de PD&I na área de CCS (Carbon Capture and Storage), profissionais com competência no assunto e uma infraestrutura excelente, além de possuir um modelo de inovação aberto e flexível que se adequa à estrutura que um projeto desse porte necessita”, complementa Cassiane Nunes, pesquisadora da Repsol Sinopec e coordenadora do projeto DAC.SI.
Sobre a Repsol Sinopec Brasil
Presente no Brasil desde 1997, a Repsol Sinopec é pioneira na abertura do mercado de E&P e na exploração no pré-sal brasileiro. Hoje, é a quarta maior produtora de petróleo e gás do país, com uma média diária de produção em torno de 80 mil barris por dia, provenientes dos campos Sapinhoá, Lapa e Albacora Leste.
A RSB também é responsável pela descoberta do campo BM-C-33, ativo com capacidade de ser uma das principais fontes de fornecimento de gás natural do país. Desde 2010, a empresa forma uma joint venture entre o Grupo espanhol Repsol (60%) e o Grupo chinês Sinopec (40%). Desta forma, é uma sociedade controlada que adota os padrões de atuação do Grupo Repsol, que opera em toda a cadeia de valor da energia.
Um ecossistema que cobre dois terços da superfície da Terra e que gera a maior parte do oxigênio que respiramos. Comemorada desde 1992, o Dia Mundial dos Oceanos tem como tema central neste ano “Revitalização: Ação Coletiva para o Oceano”.
De acordo com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, mais de um terço dos estoques de peixes são capturados a níveis insustentáveis do ponto de vista biológico. O secretário-geral também destacou que uma proporção significativa dos recifes de corais já foi destruída, ampliando a urgência de ação coletiva para revitalizar os oceanos.
De acordo com o pesquisador da PUCRS e do Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) Luiz Frederico Rodrigues, estudos apontam que as mudanças climáticas e o aquecimento global são efeitos da ação humana no meio ambiente. “Atualmente, tem-se discutido muito sobre a intensificação do aumento da temperatura média dos oceanos devido à ação do homem. Uma das linhas de pesquisa mais trabalhadas procura entender se o aquecimento oceânico é um produto direto do aquecimento global”, afirma o pesquisador.
Segundo ele, as pesquisas demonstram que o aquecimento global é consequência da emissão de gases estufas na atmosfera, os quais são provenientes da queima de combustíveis fósseis, desmatamento e processos industriais. “O acúmulo desses gases na atmosfera impede que o calor da Terra se dissipe para o espaço, assim, os níveis globais da temperatura aumenta, inclusive dos oceanos”, explica.
Rodrigues foi um dos pesquisadores da Missão Tucuxi, uma parceria entre o IPR e a empresa SeaSeep, com o objetivo de amostrar e caracterizar as possíveis áreas contendo hidratos de gás ao norte do oceano brasileiro. Durante a missão, os pesquisadores desenvolveram um estudo pioneiro sobre origem da composição dos gases na Foz do Rio Amazonas. Os resultados do trabalho foram apresentados no artigo, Molecular and Isotopic Composition of Hydrate-Bound, Dissolved and Free Gases in the Amazon Deep-Sea Fan and Slope Sediments, Brazil, publicado na revista Geosciences, da Suíça.
Os hidratos são estruturas cristalinas compostas por gelo e gás e podem ser encontrados no subsolo marinho. Devido a sua grande concentração de gás metano, os hidratos são considerados uma alternativa energética no futuro (apesar de ser um recurso natural finito). Países como os Estados Unidos, Japão e Canadá já atuam em fases pilotos para produção dessa fonte de energia. No Brasil, o Projeto Conegas (que reúne três missões oceanográficas realizadas ao Sul do país e contou com a participação de pesquisadores da PUCRS e do IPR) e Missão Tucuxi foram pioneiras na descoberta e caracterização dos reservatórios de hidratos.
Para o pesquisador do IPR, o aquecimento oceânico pode contribuir para a desestabilização dos hidratos de gás e a liberação do metano na atmosfera. Além disso, Rodrigues aponta que o aquecimento global desencadeia uma série de efeitos de grande impacto, como o aumento do nível do mar, mudanças na salinidade, bem como prejuízos à biodiversidade devido a mudança de oxigenação. O pesquisador também destaca que, em relação ao clima, poderão ocorrer interferências nos padrões de ventos e chuvas, ou então, intensificação dos episódios de clima extremo, como os tufões. “Essas consequências podem atuar em conjunto, potencializando seus efeitos e afetando todo o planeta”, declara.
Para o pesquisador, ainda é necessário ampliarmos o entendimento sobre os oceanos para que a preservação se torne mais efetiva. “O oceano, apesar da evidente importância no complexo sistema de equilíbrio da Terra, é um dos elementos menos entendidos. Portanto, conhecer sua importância na dinâmica da vida seria um dos principais sentidos da conservação da vida na Terra”, conclui.
O Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR), criado em 2014, tem por objetivo fomentar, dar visibilidade e proporcionar um crescimento sustentado das ações da universidade em pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de petróleo e recursos naturais. Constitui uma iniciativa conjunta da Petrobras e da PUCRS e representa a consolidação e ampliação do Centro de Excelência em Pesquisa e Inovação em Petróleo, Recursos Minerais e Armazenamento de Carbono (Cepac), inaugurado em 2007. Saiba mais clicando aqui.
O Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) está recebendo equipamentos adquiridos pelo projeto Geoquímica Avançada e Geocronologia (GEACRON), em colaboração com a Petrobras. O investimento foi de aproximadamente 20 milhões de reais e tem como objetivo criar um laboratório de referência no Brasil. O foco do projeto é desenvolver conhecimento em pesquisas isotópicas avançadas e geocronologia (método de datação para determinar a idade de rochas e fósseis, por exemplo), além de atender as demandas da Indústria do Petróleo e Gás, por meio de projetos de pesquisa e desenvolvimento.
Um dos equipamentos importados foi o espectrômetro de massas multicoletor de alta resolução, recebido na semana passada pelo projeto. Capaz de analisar isótopos (variantes de elementos químicos) de diferentes metais – cujos resultados poderão ser usados para a datação de rochas, por exemplo, esse equipamento será fundamental para a ampliação da capacidade analítica do Instituto.
Além disso, o equipamento irá garantir o desenvolvimento de pesquisas no Brasil que, atualmente, são realizadas apenas no exterior ou são limitadas a poucas instituições de pesquisa em nosso país. “Hoje, há um interesse nacional e internacional de como e quando o depósito do pré-sal foi formado. O pré-sal é uma das maiores reservas de petróleo do mundo e isso tornou o Brasil o centro das atenções nessa linha de pesquisa”, afirma o pesquisador Dr. Luiz Frederico Rodrigues, coordenador do Projeto Geacron.
Os novos equipamentos possibilitarão ampliar o conhecimento em técnicas analíticas não usuais no Brasil, para atender à demanda da indústria brasileira que hoje é assistida por serviços internacionais. Somado a isso, devido ao elevado número de análises químicas de rotina represadas nesta indústria, o IPR também inicia uma capacitação para atender a novos serviços com os novos equipamentos.
O Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) começa em 2021 um novo projeto de qualificação dos laboratórios para sua ampliação de serviços e para o início da produção de materiais de referência certificados (MRC).
Esses produtos são as bases para verificação da exatidão de medições analíticas, com objetivo de garantir a confiabilidade de operações que sigam a norma da ISO/IEC 17025 (que de determina os requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração).
O projeto intitulado como QualyLab-IPR tem o objetivo de habilitar dois pacotes de serviços em nível internacional, buscando acreditação de órgãos norte-americanos, com os seguintes enfoques:
Segundo Felipe Dalla Vecchia, diretor do IPR, a acreditação permitirá ampliar a atuação do Instituto no cenário internacional, além de oferecer um serviço diferenciado para empresas e instituições parceiras. “A qualificação do IPR atenderá demandas de alta complexidade do mercado nacional e internacional, além de acreditar a qualidade dos ensaios realizados e qualificar ainda mais as pesquisas que são desenvolvidas”, destaca.
Com o novo projeto o IPR busca, até 2026, “ser um dos mais importantes institutos de referência internacional em qualidade técnica em pesquisa, realização de análises laboratoriais e produção de materiais de referência certificados na área de petróleo e derivados, recursos naturais, energia e meio ambiente”, acrescenta Dalla Vecchia.
Entre os grandes diferenciais do instituto estão o amplo conhecimento técnico e científico específico, com um quadro de pesquisadores/as e técnicos/as altamente especializados/as. O IPR também conta com uma infraestrutura de ponta, equipamentos de alta complexidade e um amplo escopo nas suas áreas de atuação.
O projeto tem um cronograma previsto para os próximos cinco anos, iniciando com a qualificação dos processos e estruturas e se preparando para a acreditação do sistema. Com isso, passa a figurar como uma importante referência no mercado nacional e internacional, alinhando seus processos com exigências de multinacionais e dos melhores centros de pesquisa do mundo.
O olhar curioso e atento de crianças de 7 a 12 anos com vontade de se aventurar no mundo dos minerais, pedras, fósseis e rochas marcou a primeira tarde do curso de verão Que Pedra é Essa? Geologia para Crianças, que está acontecendo no Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais da PUCRS (IPR). A ministrante do curso, Caroline Thais Martinho Pozzoco, que coordena o Laboratório de Sedimentologia e Petrologia do IPR, conversou com os pequenos sobre as funções de um geólogo, suas missões e quais ferramentas de trabalho o profissional costuma usar. Durante o bate-papo inicial, alguns dos 12 alunos já estavam mexendo nas lupas, prontos para colocar a mão na massa.
Não demorou muito para que a professora anunciasse a tarefa: divididos em grupos de três integrantes, com cadernetas individuais de pesquisadores para realizar anotações, eles deveriam analisar algumas pedras e identificar características como o brilho, a quantidade de grãos, o tamanho e a cor. Em seguida, cada um desenhou as pedras investigadas. Para Santiago, de 7 anos, esse foi o momento mais interessante do dia, quando pode verificar a cor e o brilho do material. “Eu adorei pesquisar as pedras”, disse, sorrindo. Depois de finalizarem o trabalho, alguns alunos exploraram as descobertas no microscópio, e ficaram surpresos com o que viram: “Nossa, olha isso! Que legal”, um deles exclamou.
A outra atividade da tarde misturou estudo e lanche. Sentados numa mesa, os pequenos receberam cupcakes coloridos para que pudessem entender como é ser um geólogo. A primeira etapa foi desenhar como eles achavam que era o bolinho por dentro. Depois, com canudos, fizeram furinhos no lanche e observaram a cor da massa que saía no material para desenhar novamente como achavam que era por dentro, dessa vez com a pista do que havia ficado no canudo. No último passo, a professora cortou cada cupcake para que as crianças descobrissem quais eram as cores que estavam escondidas. Após as três etapas, eles puderam comer os bolinhos.
A tarefa foi a favorita de Cecília, de 7 anos, que gosta muito de ciências e de rochas. “Quando eu crescer, quero estudar as pedras”, contou, enquanto saboreava o bolinho colorido. A participante Sofia, de 10 anos, quer ser geóloga por que acredita que as pedras chamam atenção. “Elas têm algo especial, não sei se é a cor ou o brilho, mas têm”, explica. O curso termina nessa quarta-feira, 18 de janeiro, às 16h30min. No último dia, serão abordados fósseis e minerais, e a atividade dos cupcakes será substituída por outra com pudins. Outro curso de verão para crianças de 7 a 12 anos é o Que Bichinho é Este? Revelando a Vida Microscópica para as Crianças. As inscrições estão abertas até esta quinta-feira, 19 de janeiro, e podem ser realizadas no site educon.pucrs.br. As aulas ocorrem nos dias 19 e 20.
Crianças de 7 a 12 anos podem participar do curso de curta duração Que Pedra é Essa? Geologia para Crianças. As aulas ocorrem nos dias 17 e 18 de janeiro, das 14h às 16h30min. Os pequenos terão contato com temáticas que envolvem as definições e as diferenças entre rocha, mineral e fóssil e as atividades de um geólogo. O curso também conta com atividades práticas e lúdicas.
Já nos dias 19 e 20 de janeiro, ocorre o curso Que Bichinho é Este? A Vida Microscópica para Crianças, também voltado a crianças de 7 a 12 anos. As inscrições estão abertas até 18 de janeiro e as aulas ocorrem das 14h às 16h30min. As atividades apresentam a vida microscópica de maneira recreativa, estimulando a elaboração de modelos de microrganismos em massa de modelar. Os dois cursos são realizados pelo Instituto de Petróleo e dos Recursos Naturais da PUCRS (IPR).
As inscrições podem ser realizadas no site educon.pucrs.br ou no Centro de Educação Continuada, sala 201 do prédio 40 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). Informações adicionais no site citado ou pelo telefone (51) 3320-3727.