O último encontro da International Week, que promoveu, na semana passada, uma série de palestras sobre carreira, negócios e cultura internacional, teve o tema Quando as mulheres prosperam, as economias do mundo melhoram. O assunto foi conduzido por Delia Flores, fundadora da empresa líder em serviços alfandegários e transporte internacional de cargas Grupo Delia Flores e da GEMA – Grupo Empresarial de Mulheres Argentinas, da qual é presidente.
A argentina Delia iniciou sua fala reafirmando a sinergia que ocorre quando mulheres de todas as partes do globo compartilham dos mesmos princípios. Ao contar sua história de vida, apresentou dados que comprovam o tema da palestra. “É necessário aproximar as mulheres da ferramenta financeira. Com as mulheres no mercado de trabalho, o PIB pode crescer em até 10%”, afirmou, estabelecendo paralelos com a realidade que observa em seu trabalho. “Em 2016, 45% dos trabalhadores eram mulheres. Destas, menos de 20% eram diretoras. É preciso encorajar a inclusão feminina, contribuir para o aumento da presença delas na presidência de empresas”, defendeu. No fim da palestra, convocou as mulheres presentes a se unirem na luta para ocuparem mais espaços no mercado de trabalho.
Após, as mulheres presentes no público fizeram perguntas em torno dos desafios de conciliar a vida profissional com a pessoal, muitas vezes marcada pela maternidade. Para Delia, o maior objetivo deve ser a felicidade. O encontro chegou ao fim com uma apresentação de tango, conduzida pelo maestro Dorgel Silva e pela alumni PUCRS Rita Zanini.
A semana de atividades promovidas pela Assessoria para Assuntos Internacionais e Interinstitucionais – AAII apresentou, à comunidade universitária, experiências, benefícios, facilidades e dificuldades de vivências internacionais, bem como a importância deste tipo de experiência. Com palestrantes que passaram temporadas em países como Canadá, Alemanha, Suécia, França, Holanda e Estados Unidos, quem participou das atividades pôde esclarecer dúvidas e começar a encaminhar sua trajetória para a internacionalização. Ao longo da semana, um estande da AAII esteve presente no saguão da Biblioteca Central Irmão José Otão. Quem passava por ali podia fazer perguntas e receber dicas em relação à mobilidade acadêmica, serviço de intercâmbios oferecido pela Universidade.
No contexto globalizado em que o mundo está inserido, as organizações buscam cada vez mais a diversidade de opiniões e de vivências. Um bom caminho para atingir isto são as experiências internacionais, que expandem os horizontes e estimulam o pensamento fora do convencional. Mas, para quem tenta iniciar uma carreira internacional, é comum ter dúvidas. Como conseguir esta oportunidade? Que benefícios práticos isto traz ao profissional? Foram estas dúvidas que Sharon Treiguer, da Gerdau, e Arthur Arruda, da Ernst & Young, procuraram esclarecer a um público de graduandos e pós-graduandos, no saguão da Biblioteca Central Irmão José Otão. O evento, que faz parte da International Week, ocorreu às 18h desta quinta-feira, 28 de outubro.
Em clima de conversa, Sharon iniciou sua palestra destacando a importância do trabalho realizado pelo Escritório de Carreiras da PUCRS. Para ela, direcionar a carreira a experiências internacionais desde cedo é fundamental para quem pretende seguir este caminho. Em um breve panorama da Gerdau, onde trabalha, destacou a visão global e inovadora da empresa. “As organizações estão buscando isso cada vez mais, então se torna natural que a internacionalização vire uma prioridade. A cabeça do profissional muda completamente quando se passa um tempo no exterior”, disse.
Ao longo de sua fala, Sharon relembrou a oportunidade que teve de passar dois anos na Flórida, nos EUA. “Foi um desafio enorme. E muito bom, pois acabei vivendo situações para as quais não estava preparada, principalmente em relação ao idioma”, contou, descrevendo a vez em que seu carro foi rebocado e ela não sabia o que fazer para recuperá-lo.
Arthur Arruda, senior manager da empresa de auditoria e consultoria Ernst & Young, iniciou seu depoimento reforçando o impacto positivo que experiências internacionais causaram em sua vida, pessoal e profissionalmente. Presente em mais de 150 países no mundo, a EY prioriza muito a globalização. “Para isso, ela precisa de interação global. Não adianta ter os melhores profissionais em Porto Alegre se eles não se comunicam com o resto do mundo”, afirmou.
Arruda conta que sempre teve dois objetivos: trabalhar com negócios e conhecer outros lugares do mundo. E foi para isso que direcionou sua experiência. “Comecei a participar de auditorias com empresas internacionais. Fui vendo o quão pouco conhecia do mundo e a falta que isso fazia”. Em 2012, participou do programa global de intercâmbio da empresa. Ele não escolheu para onde ia, e foi selecionado para viajar para Milwaukee, em Wisconsin, nos EUA. A experiência o influenciou mais do que o imaginado. “Os benefícios vêm nas menores coisas. Achamos que a experiência em si vai garantir nosso currículo, mas ela acaba nos auxiliando em coisas muito menores, como a possibilidade de sair da zona de conforto e pensar fora da caixa. Isso, sim, traz benefícios para a carreira”, garante.