A desigualdade no Brasil se agravou após o período de pandemia. E, mesmo após se recuperar do pico ocorrido nos últimos três anos, a desigualdade de renda nas metrópoles brasileiras voltou a apresentar tendência de alta, conforme pesquisa realizada pela PUCRS. Neste cenário, a esperança pode parecer longínqua – mas existe, e está na educação.
“A desigualdade faz com que a gente possa entender que nem todo mundo tem o mesmo ponto de partida. Saímos de pontos muito diferentes”, comenta Gustavo Dalto, médico graduado pela PUCRS que representa o poder transformador da educação.
O jovem foi contemplado com bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni) e pelo Ciências Sem Fronteiras, o que o permitiu que, mesmo com dificuldades financeiras, estudasse em uma universidade particular e vivenciasse uma experiência no exterior. Então, ele foi selecionado para uma bolsa de PhD nos Estados Unidos. Vale a pena conhecer essa trajetória.
Gustavo é natural de Nonoai, município com menos de 15 mil habitantes que fica na fronteira do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nascido no interior e em uma família de baixa renda, ele sempre teve alguém em quem se inspirar nos estudos: sua mãe, Maria Doraci. O médico relembra o período em que a ajudava com os estudos enquanto ela realizava o supletivo para concluir o Ensino Médio. Na época, ela tinha cerca de 40 anos. Falecida aos 45, quando Gustavo tinha apenas 12 anos de idade, sonhava em ser médica.
Segundo Gustavo, ela sempre foi apaixonada por saúde: atuou como auxiliar de enfermagem e, após concluir o Ensino Básico, iniciou um curso técnico na área. Apesar de não ter se graduado, sempre incentivou os filhos a estudarem: “Para mim, a vontade dela em concluir seus estudos sempre foi uma motivação”, relembra o médico.
Gustavo acredita que as pessoas próximas são responsáveis, de certa forma, por suas conquistas: “Eu não teria chegado até aqui se não fosse por essas pessoas, e por elas eu me mantenho onde estou. Elas foram quem eu precisava ter ao meu redor”, explica.
A Síntese de Indicadores Sociais, publicada pelo IBGE, aponta que apenas 36% dos estudantes que concluem o Ensino Médio em escolas públicas ingressam no Ensino Superior. Gustavo foi exceção à regra e o que possibilitou que o jovem realizasse uma graduação foi o ProUni, pelo qual obteve bolsa integral.
À época, ele não possuía internet em casa, o que tornava difícil obter informações sobre locais em que poderia estudar:
“Até que assisti, numa sexta-feira à noite, um documentário no Globo Repórter mostrando a PUCRS e o trabalho do professor Ivan Izquierdo com a ideia de construir o Instituto do Cérebro. Foi então que eu me interessei e descobri que a Universidade oferecia vagas em Medicina pelo ProUni”, comenta.
Quando aplicou para a tão sonhada vaga, Gustavo estava no último ano da escola e sua rotina dificultava os estudos, já que ele trabalhava e estudava. O estudante tinha ajuda de Vera Rigo, uma professora de português que revisava suas redações. Fora isso, estudou por menos de um semestre em um cursinho preparatório. Apesar de ter se preparado praticamente sozinho, realizando exercícios e provas anteriores, a aprovação veio no mesmo ano.
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Ensinar também é uma forma de aprender. Por isso Gustavo realizou diversas monitorias durante sua formação. Em seguida, tornou-se bolsista de Iniciação Científica no Instituto de Toxicologia e Farmacologia da PUCRS, sob orientação da professora Maria Martha Campos, por quem o estudante nutria um grande carinho: “Ela é uma das pessoas que eu mais tenho como exemplo pessoal e profissional. Para mim é uma educadora completa, que me ensinou muito mais do que ciência e, sem dúvidas é uma das pessoas mais inteligentes que eu encontrei”, relembra.
Foi justamente por sua experiência de quase quatro anos em pesquisa que obteve sua segunda grande conquista profissional. Na época foram lançados os primeiros editais do programa Ciência sem Fronteiras, que incentivava a formação acadêmica no exterior. Como sua Iniciação Científica era em Farmacologia, ele aplicou para estudar a disciplina na Universidade de Coimbra, em Portugal, tendo sido contemplado pelo edital. Essa experiência representou um grande crescimento pessoal e profissional para o jovem, conforme explica:
“O Gustavo que saiu do Brasil em 2012 e o Gustavo que voltou para Porto Alegre em 2013 para continuar na faculdade de Medicina eram pessoas diferentes. A internacionalização moldou quem eu sou hoje.”
Após a formatura em Medicina, os diplomados podem optar por iniciar sua atuação como clínicos gerais ou ingressar na residência médica, na qual se especializam em determinada área. Por sua paixão em pesquisa, Gustavo desejava seguir no ramo acadêmico, mas não trabalhar não era uma opção para o jovem.
Foi em meio às dúvidas que surgiu a oportunidade: a professora Maria Marta sugeriu que o jovem realizasse um mestrado sob orientação da professora Nadja Schroder (que havia sido orientada pelo professor Ivan Izquierdo). Foi esse caminho que ele optou por seguir enquanto atuava como médico no Hospital São Lucas da PUCRS. Dessa forma, conseguiu se especializar sem a necessidade de deixar de trabalhar e, depois de pós-graduado, tornou-se residente em Neurologia.
Justamente por realizar essa escolha ele teve a chance de, mais uma vez, estudar no exterior: durante a pandemia, Gustavo foi selecionado para uma bolsa de PhD (o maior grau acadêmico existente) em Neurociências na Universidade de Wisconsin-Milwaukee, nos Estados Unidos. Se um dia ele sonhou em ingressar na Universidade, sob a inspiração do professor Ivan Izquierdo, agora ele segue atuando na mesma área do mestre.
Já pensou em estudar em uma Universidade em outro país? Todos os estudantes da PUCRS têm essa possibilidade através dos programas de Mobilidade Acadêmica, divulgados pelo Escritório de Cooperação Internacional. Apesar do fim do Ciência sem Fronteiras, a Universidade divulga semestralmente editais com e sem bolsa de estudos para acadêmicos que desejam vivenciar experiências internacionais.
Além disso, desde 2020 há a possibilidade de estudar em outro país sem sair de casa: com os programas de mobilidade acadêmica virtual, você pode estudar no exterior, cursando disciplinas gratuitamente e aproveitá-las na graduação. Estudantes ProUni ou com créditos educativos podem participar de todos os programas de mobilidade oferecidos pela PUCRS.
Já pensou em estudar no exterior? Esse é o último edital dos Acordos Bilaterais para início dos estudos já no próximo semestre! É possível realizar sua inscrição até às 12h desta sexta-feira, dia 15 de outubro. Ele contempla vagas em 33 instituições de ensino localizadas em 12 países diferentes. Nessa modalidade, os/as estudantes ficam isentos de taxas acadêmicas na universidade de destino, sendo necessário manter vínculo com a PUCRS. Além de uma vivência internacional, da prática de um segundo idioma e do contato com novas culturas, é possível aproveitar os créditos cursados no exterior em sua grade regular.
Os países que participam do programa de mobilidade são Alemanha, Colômbia, Coreia do Sul, Equador, Espanha, França, Israel, Itália, Japão, México, Portugal e Uruguai. As orientações e as exigências para realizar sua inscrição estão disponíveis no site da Mobilidade Acadêmica.
Não esqueça de conferir o edital antes de se inscrever, ele é importante para saber detalhes sobre o programa de mobilidade e para não esquecer de enviar nenhum documento.
Mike Steyvanne, estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS, teve a oportunidade de estudar na Universidade de Lleida, na Espanha, no primeiro semestre de 2021. A experiência foi tão legal que ele estendeu esse período para mais seis meses, ficando, ao todo, um ano no país!
Além de estudar, ele pôde estagiar e conhecer novas pessoas e conta como foi participar de tudo isso. Para explorar todo esse relato, leia também Novas vivências na Universidade de Lleida, na Espanha.
Ficou com alguma dúvida sobre a Modalidade Acadêmica? Entre em contato com o Escritório de Cooperação Internacional presencialmente de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h, pelo telefone (51) 3320-3656 ou pelo e-mail [email protected].
Viver experiências no exterior é um desejo de muitos alunos e alunas durante a sua formação. Neste semestre, a PUCRS acolhe 195 estudantes internacionais de 11 países: Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Israel, México, Moçambique, Peru e Portugal.
Integrando participantes dos programas de Mobilidade Acadêmica virtual e presencial e de Estágios Virtuais de Pesquisa, o grupo é o maior já matriculado na Universidade em um semestre. A maioria está atuando a distância, uma possibilidade que se expandiu durante a pandemia da Covid-19, totalizando 150 estudantes, 42 nos estágios de pesquisa e três estão em Porto Alegre para a modalidade presencial.
A presença da turma contribuirá ainda mais para a internacionalização da Universidade e dos aprendizados dentro e fora de sala de aula, reforçando um dos diferenciais da PUCRS, a sua atuação global, afirma Carla Cassol, coordenadora executiva do Escritório de Cooperação Internacional:
“Essas interações e trocas interculturais trazem uma perspectiva internacional à nossa comunidade, reforçando a nossa mentalidade global. O aumento do número de alunos que vem estudar conosco mostra não só a nossa atratividade para o mercado, como também evidencia o nível de excelência do que fazemos”.
Na mobilidade virtual, as disciplinas mais procuradas são Português para estrangeiros 1 e 2; Psicologia da educação: aprendizagem; Influenciadores e estratégias de marketing e Administração de pessoas. Nesse caso, os/as estudantes internacionais têm contato com colegas e momentos de integração organizados pela PUCRS, além de 18 deles/as retornam para um segundo semestre de aulas.
Já os estágios buscam promover a integração em diferentes estruturas de pesquisa da Universidade. Entre os laboratórios, núcleos e grupos que receberão os/as colegas internacionais neste semestre estão o Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física; Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa, Tecnologia e Ensino em Epidemiologia; Grupo de Pesquisa Educação, Gênero e Trabalho Artesanal e o Grupo de Pesquisas Governança e Sociedade Digital.
A equipe voluntária do Programa Amigo Universitário já está pronta para apoiar a nova turma durante o semestre. O projeto auxilia na aproximação de estudantes de outros países no cotidiano acadêmico da Universidade, contribuindo para o processo de adaptação sociocultural e integração.
No segundo semestre 43 participantes atuarão engajando em trocas interculturais, compartilhando curiosidades, informações, tradições e experiências. O novo processo seletivo para quem tiver interesse em fazer parte do projeto será aberto no mês de outubro de 2021.
Leia também: Curse disciplinas em universidades do exterior na mobilidade virtual
Quem deseja cursar disciplinas em universidades do exterior em 2022 pelo Programa de Mobilidade Virtual já pode se inscrever no novo edital do eMOVIES, que oferece diversas opções online em todas as áreas do conhecimento em instituições de ensino da América Latina. As inscrições para início dos estudos em 2022/1 vão até o dia 15 de setembro de 2021.
A mobilidade virtual é uma oportunidade de internacionalização do currículo sem necessidade de gastos com viagem, além de permitir que você siga fazendo outras disciplinas na PUCRS. O/a estudante ainda poderá ter o aproveitamento dos créditos cursados em sua grade regular.
Para saber mais sobre o processo seletivo, acesse o edital.
O Espaço de Mobilidade Virtual no Ensino Superior (eMOVIES) é uma iniciativa liderada pela Organização Universitária Interamericana (OUI), que oferece às instituições de ensino superior participantes uma alternativa aos modelos de mobilidade tradicional à promoção do intercâmbio acadêmico no ensino superior, dando aos estudantes a oportunidade de cursar matérias de modo virtual ou a distância oferecidas por outras instituições membros da OUI.
Mais informações sobre mobilidade virtual podem ser obtidas pelo e-mail [email protected], pelo telefone (51) 3320-3660 ou presencialmente no Escritório de Cooperação Internacional, que fica no prédio 1, sala 110.
A Education New Zealand (ENZ) – agência do governo neozelandês para promoção da educação internacional – fez uma criteriosa curadoria de cursos gratuitos ofertados pelas universidades do país, todas bem posicionadas nos rankings das melhores do mundo. A seleção, chamada Study in New Zealand Online, preza por conteúdos com foco em sustentabilidade e inovação, campos de liderança internacional da Nova Zelândia, e está disponível na plataforma FutureLearn.com.
Os cursos contemplam ainda setores como economia, tecnologia e o ensino da língua inglesa. Entre as opções, é possível aprender gratuitamente sobre mineração de dados – prática usada em larga escala para analisar grandes conjuntos de dados e prever resultados.
O módulo, oferecido pela Universidade de Waikato, detalha principalmente o funcionamento dos algoritmos. Quem se interessar também pode participar de um curso especial de Design Thinking, sobre tomada de decisões sustentáveis. A proposta é aprender a encontrar perspectivas pautadas nas pessoas que serão ajudadas.
Para acessar os cursos disponíveis, clique aqui.
Estão abertas as inscrições para dois programas de Mobilidade Virtual para início dos estudos em 2021/1. Ao todo, são mais de 1.600 vagas em 12 países para alunos e alunas da graduação: Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, El Salvador, Honduras, México, Panamá, Peru, República Dominicana e Venezuela. As inscrições vão até às 13h dos dias 17 de novembro (Programa Americarum) e 27 de novembro (Programa EMOVIES)
A mobilidade virtual permite que estudantes cursem disciplinas ou cursos online concomitantemente com seus estudos na PUCRS. O programa é uma oportunidade de prática de segundo idioma, contato com novas culturas e internacionalização do currículo, sem despesas com viagens. Nesta modalidade, o aluno fica isento de taxas escolares na universidade do exterior, devendo manter vínculo com a PUCRS.
O Espaço de Mobilidade Virtual no Ensino Superior (eMOVIES) é uma iniciativa liderada pela Organização Universitária Interamericana (OUI) e é um dos editais com inscrições abertas para o primeiro semestre do próximo ano. A relação de vagas pode ser consultada diretamente na plataforma EMOVIES neste link e os requisitos do edital da PUCRS pode ser acessado aqui.
Já o Programa Americarum Mobilitas consiste em um plataforma online de mobilidade estudantil entre as instituições membros da Organización de Universidades Católicas de América Latina y el Caribe (ODUCAL). A relação de vagas pode ser encontrada neste link, assim como os requisitos de seleção.
Ainda no mês de novembro, editais para estudantes de pós-graduação também serão lançados. Dúvidas e mais informações sobre o Programa de Mobilidade Virtual podem ser direcionadas para o e-mail [email protected] ou pelo telefone (51) 3320-3660.
Ter contato com novas culturas, praticar um segundo idioma e fazer novas amizades são alguns dos benefícios de participar do Programa Amigo Universitário. Promovido pelo Escritório de Cooperação Internacional da PUCRS, a iniciativa proporciona uma experiência globalizada aos alunos(as) participantes. Além de auxiliar na adaptação de estudantes de outros países em período de mobilidade acadêmica, o projeto os aproxima de colegas brasileiros antes mesmo da sua chegada ao Campus.
Aprendizado mútuo
Para Vitória Saviano, acadêmica do curso de Arquitetura da Escola Politécnica, além de conhecer novas culturas, a possibilidade de apresentar Porto Alegre para os novos colegas acaba sendo uma oportunidade para conhecer mais detalhes da cidade. “Nós deixamos passar muitas coisas bonitas e legais por estarmos acostumados”, comenta.
A estudante afirma que pretende participar do programa até o fim da graduação, especialmente pela mistura de costumes, gostos, estilos e, até mesmo, contato com outros cursos. “Além de toda a diversão, nos tornamos mais capacitados a lidar com diferenças de todos os tipos e preparados para aprender com o outro”, adiciona Vitória.
Vitor Severo, estudante de Administração, conta que a oportunidade de troca é o mais interessante do programa. “Todos nós vivemos em bolhas até certo ponto, mas a convivência com os intercambistas sempre é muito rica, porque nós sempre estamos olhando para o que é diferente em nós. Sempre estamos ouvindo algo como ‘lá no Canadá, funciona assim’, ou ‘lá no México é dessa forma’, o que aos poucos acaba se aprofundando e se transformando em uma experiência multicultural única para todos os participantes”, ele destaca.
Seja um(a) Amigo(a) Universitário(a)
Para participar do acolhimento dos novos alunos no segundo semestres de 2020, de forma voluntária, basta se inscrever no processo seletivo até o dia 14 de maio de 2020. Excepcionalmente neste semestre, as inscrições ocorrem online. Estudantes candidatos deverão enviar o formulário preenchido, juntamente com o atestado de matrícula, para o e-mail [email protected].
Para conferir as atribuições e responsabilidades dos Amigos Universitários, acesse o site. Dúvidas sobre as etapas do processo seletivo podem ser direcionadas por e-mail.
Nesta terça-feira, dia 10 de março, acontece a nova edição do Speak Out: Experiências Internacionais. O evento promovido pelo Escritório de Cooperação Internacional reúne estudantes de graduação que tenham passado pelo Programa de Mobilidade Acadêmica para compartilhar suas experiências de estudos no exterior. O encontro acontece às 18h, na Arena do Living 360º (Sala 226 do Prédio 15) e não é necessário se inscrever previamente.
A PUCRS mantém convênios de cooperação com diversas instituições espalhadas por 24 países, permitindo que os alunos estudem um semestre da graduação no exterior. Nesta modalidade, os estudantes ficam isentos de taxas escolares na universidade de destino, devendo manter vínculo apenas com a PUCRS.
Para o estudante Thales Thor Ramos Previato, do curso de Ciências Biológicas e bolsista ProUni, o interesse pela mobilidade aconteceu justamente ao escutar outros alunos falando sobre suas experiências. “Ouvindo o relato de outro aluno do ProUni, acreditei que era possível e fui atrás de mais informações”, conta. Hoje, o estudante está na Universidad de Los Andes, na Colômbia.
Já para a estudante de Administração Bruna Pereira, Portugal foi a escolha, e o País tem sido palco de muitos momentos de aprendizado. “Estou tendo contato com diversas culturas e a minha universidade aqui em Portugal recebeu neste semestre pessoas do mundo todo, com diversas atividades aos alunos internacionais. Está sendo uma experiência pessoal, profissional e acadêmica incrível”, comemora.
O evento promove o Edital 2 do Programa de Mobilidade Acadêmica, com inscrições até o dia 25 de março de 2020. São mais de 180 vagas em 46 instituições conveniadas à PUCRS para escolher. Mais informações no site.
O Edital 2 do Programa de Mobilidade Acadêmica está com inscrições abertas até às 13h do dia 25 de março de 2020. Na nova chamada, são mais de 180 vagas para estudar em universidades conveniadas à PUCRS em 14 países: Alemanha, Argentina, Áustria, Canadá, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, França, Itália, México, Portugal, Reino Unido e Uruguai. Todos os cursos de graduação são contemplados. A lista de vagas pode ser acessada neste link.
Além de vivenciar uma experiência internacional, no programa, os alunos selecionados ficam isentos das taxas escolares na universidade de destino, devendo manter vínculo apenas com a PUCRS. Além disso, as disciplinas cursadas no exterior podem ter os créditos aproveitados na grade regular do curso.
Para quem tem interesse em saber mais sobre o Programa de Mobilidade Acadêmica, no dia 10 de março de 2020, às 18h, o evento Speak Out: Experiências internacionais reunirá estudantes que já passaram pelo programa em um bate-papo sobre estudos no exterior. O encontro será na Arena do Living 360º (Sala 226 do Prédio 15 do Campus – av. Ipiranga 6681 – Porto Alegre). Sem necessidade de inscrição prévia.
Vivenciar novas experiências é sempre enriquecedor. Ter a oportunidade de conhecer realidades diferentes e, ao mesmo tempo, aprender e desenvolver habilidades é algo que não só valoriza o currículo como também muda visões de mundo e deixa marcas para toda a vida. Em janeiro deste ano, três doutorandos da Escola de Medicina puderam vivenciar um pouco disso. Durante intercâmbio realizado em Moçambique, na África, Mathias Kunde, Julia Monteiro de Oliveira e Paula Bastos atuaram na enfermaria do Hospital Central de Maputo (HCM).
De acordo com o professor Leonardo Araújo Pinto, coordenador do Núcleo de Pediatria da Escola, é importante que os alunos possam ter a experiência de conviver e trabalhar em locais de realidades diferentes. “O Brasil é um país rico em diversos cenários. Porém, quando vamos para longe, sempre existem rotinas de trabalho e costumes que são distintos, gerando aprendizado profissional e pessoal”, afirma.
Alguns dos problemas relacionados à saúde encontrados pelos doutorandos no país africano também se diferem daqueles com os quais estão mais acostumados a ver em seu dia a dia profissional. A desnutrição, que atinge 821 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), é um deles. “Este é um problema relevante em Moçambique e incomum no Sul do Brasil. Além disso, a elevada incidência de HIV e tuberculose em crianças também torna a realidade diferente, o que multiplica as possibilidades de auxílio e de aprendizado”, diz Pinto.
O professor ressalta que essa é uma cooperação tripla, que inclui a PUCRS; a Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla), nos Estados Unidos; e o HCM, em Moçambique. “Tudo começou com a parceria com Christopher Buck, que é professor da Ucla, infecto pediatra e trabalha em um projeto de auxílio e ensino da universidade no HCM. Isso tem ajudado na possibilidade de intercâmbio com Moçambique e também com a Ucla”, conta Pinto. Alunos que tenham interesse em fazer intercâmbio no HCM podem entrar em contato pelo e-mail [email protected].
Um povo acolhedor, receptivo e sempre disposto a ajudar. Essa foi a descrição dos moçambicanos feita pelos doutorandos da Escola de Medicina que estiveram no país. Segundo Julia Monteiro, foi lindo ver a alegria deles, apesar de tantas dificuldades e privações. “Eles têm uma energia única, sorriso sincero e coração puro”, conta.
Para Mathias Kunde, passar um mês no HCM proporcionou uma vivência acadêmica engrandecedora. “Tive a oportunidade de acompanhar uma equipe médica que realiza atendimento voluntário em um orfanato que fica no interior de um dos bairros mais pobres de Maputo”, lembra. Todos os residentes têm histórias de vida associadas a extrema pobreza, doenças infecciosas (particularmente HIV), deficiências físicas e/ou metais, abandono e mendicidade. “Para mim, foi o momento mais marcante. Senti que tinha muito na vida”, afirma.
De acordo com Paula Bastos, a experiência de aprender na prática a rotina médica em pediatria em um hospital grande foi memorável. “Aprendi sobre outras doenças, que são raras no Brasil ou que, pelo menos, não existem na nossa região, como a Malária; e algumas que já são pouco incidentes no Brasil devido a avanços na saúde, como as síndromes de desnutrição infantil e a Aids em crianças, que é muito prevalente. Sem dúvidas me ajudou a crescer muito como profissional”, afirma.
Para Mathias Kunde, o intercâmbio ampliou seus conhecimentos culturais. Volto para casa trazendo na mala a sensação de não só ter evoluído como estudante, mas também como humano”, afirma o doutorando.
Com uma grande parte da população de Moçambique em extrema pobreza, Paula trouxe consigo um melhor olhar sobre o aspecto social que está por trás de cada paciente. “Lá, muitos estão em situação precária, e isso, somado à cultura e alguns tabus existentes, contribui para o adoecimento ou para o curso que a doença vai tomar, que geralmente é uma progressão até que se procure assistência médica”, explica.
Para Julia, esse intercâmbio aumentou sua bagagem cultural e o conhecimento médico. Alguns detalhes curiosos e bem regionais também chamaram a atenção da estudante, como a forma de lidar com a doença para o povo moçambicano. “Muitos buscam os curandeiros antes de procurar o médico. Tive várias experiências memoráveis”, comenta.
A moçambicana Yolanda Monteiro fez o inverso dos três estudantes. Em abril de 2019, veio de Moçambique para Porto Alegre, onde realiza estágio na área de gastropediatria do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL). “Fui recebida muito bem. Os preceptores estão sempre dispostos a ensinar e nos guiar, e a relação e o trabalho com os residentes também é excelente. Esse período aqui no Brasil está sendo muito bom, conheci pessoas, fiz amizades, visitei lugares novos e aprendi um pouco da cultura do Rio Grande do Sul”, destaca. Yolanda retorna a Maputo na última semana de março.