Como médico, posso afirmar que não existe nada mais difícil do que dizer a um paciente que não tenho resposta para seu caso. Foi com essa visão que, em 2004, esboçamos uma primeira ideia do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer-PUCRS). Desse ano em diante, com apoio da Universidade e do governo, o rascunho feito em um guardanapo começou a se tornar realidade.
Há 10 anos, o InsCer iniciava suas atividades num formato inédito no Brasil, reunindo pesquisa, inovação e desenvolvimento de produtos direcionados ao atendimento dos pacientes, fechando o ciclo do que chamamos de pesquisa translacional – que tem o objetivo de oferecer uma solução a um problema da sociedade.
O que era um sonho – e até uma incerteza para alguns – ganhou vida no dia 6 de junho de 2012, quando entregamos à comunidade um espaço superior a 2,5 mil metros quadrados, capaz de atender a população e gerar conhecimento.
Iniciamos a produção de radiofármacos importantes, como o 18F-FDG, usado em exames para avaliar o metabolismo do cérebro e para o diagnóstico de câncer. Em nossa trajetória de comprometimento com a sociedade e a ciência, em 2016 realizamos o Projeto Zika Vírus, que avaliou dezenas de crianças com microcefalia, consequência do surto do vírus no País. No momento em que faltavam insumos durante a pandemia de Covid-19, desenvolvemos in house um teste de diagnóstico por PCR.
Em 2020, concluímos a ampliação da estrutura prevista no plano inicial: com mais de 9,3 mil m², o InsCer virou a casa de neurocientistas empenhados em trazer respostas às preocupações da sociedade. Neste ano em que completamos 10 anos, avançamos mais uma vez ao fabricar e disponibilizar o Floberbetabeno, radiofármaco para diagnóstico da Doença de Alzheimer, o que nos habilita a cooperações internacionais para avaliar potenciais tratamentos.
Seguimos com orgulho da história que construímos e com a missão de manter a nossa essência: inquieta e apaixonada por ciência que traga benefício para a sociedade.
Apesar de a previsão de que toda a população acima de 18 anos no Rio Grande do Sul receba a primeira dose da vacina contra a Covid-19 ao longo dos próximos meses ser animadora, ainda é necessário manter os cuidados de segurança e higiene, assim como o distanciamento social. Um dos serviços disponíveis que auxiliam empresas e organizações que estão atuando em um modelo híbrido e flexível nessa questão é a testagem de equipes para a identificação do coronavírus.
O exame RT-PCR disponibilizado pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) é classificado como Padrão Ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e identifica se há presença do vírus ativo com alta taxa de precisão.
O diagnóstico pela técnica conhecida como PCR (Polymerase Chain Reaction) consiste em coletar pequenas frações do vírus, gerar cópias de diferentes regiões e detectar a emissão de um sinal relativo à geração das cópias dessas partículas virais. Daniel Marinowic, pesquisador do InsCer, explica os diferentes tipos de testes para Covid-19.
Com a premissa de seguir cuidando das comunidades escolares, em uma ação conjunta com o InsCer, os/as colaboradores/as dos Colégios Maristas do Rio Grande do Sul, das Unidades Sociais Maristas, da Estrutura Executiva e das Instâncias Corporativa e Canônica da Rede Marista realizaram no mês de junho o exame RT-PCR, que identifica a presença do novo coronavírus por meio das vias respiratórias.
Para o gerente educacional dos Colégios da Rede Marista e coordenador do Centro Operações de Emergências do Empreendimento (COE-Saúde Marista), Luciano Centenaro, a operação proporciona segurança para as famílias, estudantes e colaborares/as: “Trata-se de um benefício para os colaboradores que pode ser adicionado aos cuidados protocolares que estamos tendo. Isso, junto à aplicação rigorosa de nossos protocolos, demonstra o quanto primamos pela saúde de nossos colaboradores” aponta.
O InsCer é referência nacional e internacional em pesquisa, desenvolvimento e assistência. Você encontra qualidade, tecnologia e agilidade com testes de alta precisão e laudos emitidos em português, inglês e espanhol para os seguintes exames:
Saiba mais informações pelo telefone (51) 3320-5900.
Os institutos da PUCRS geram impacto e beneficiam diferentes setores da sociedade com ações, projetos e serviços. Entre eles estão o Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) e o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), que durante a pandemia ocasionada pela Covid-19 tiveram uma atuação marcante. Mais uma vez, a Universidade mostra sua relevância em momentos de crise, buscando soluções para problemas complexos. Conheça algumas iniciativas dos Institutos da PUCRS no combate à pandemia.
O Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS (IGG) se dedica a ações interdisciplinares relacionadas ao envelhecimento humano. Para isso, são realizadas pesquisas que contam com laboratórios e com um corpo docente altamente qualificado. A Universidade Aberta para Terceira Idade (Unati), que busca promover o envelhecimento saudável e com autonomia, também faz parte do IGG. Foi nessas duas frentes que esse instituto atuou diante os desafios pandêmicos.
Visando acompanhar, durante o período de um ano, idosos em idade avançada e com saúde vulnerável provenientes do SUS, o IGG está desenvolvendo a pesquisa Marcadores sociodemográficos, comportamentais, clínicos e moleculares para a identificação de idosos com risco de infecções graves pela Covid-19. Coordenada pelo diretor da instituição, Douglas Kazutoshi Sato, ela foi contemplada pelo edital PPSUS da Fapergs e é realizada em parceria com o Hospital São Lucas.
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Com esse estudo, a instituição espera compreender de que forma esses idosos são afetados pela Covid-19, como o sistema imunológico deles responde às vacinas e à infecção pelo vírus e identificar marcadores para outras infecções. A partir dos resultados dessas análises poderão ser realizadas ações de combate ao coronavírus, como a criação de protocolos clínicos específicos para o manejo da doença nessa população, o incentivo para a criação de políticas públicas de saúde voltadas à proteção do idoso no SUS, especialmente os que estão sujeitos a quadros mais graves da doença, e contribuições com o plano nacional de prevenção de infecções e vacinação em idosos.
Outra pesquisa de destaque também foi realizada pelo professor Sato, em parceria com a Universidade de Keio, em Tóquio. Denominado Hábitos comportamentais de japoneses, descendentes e não descendentes de japoneses diante da pandemia pela Covid-19, o projeto está tendo seus dados analisados, mas indica que diferenças comportamentais e culturais podem ter contribuído para a discrepância no número de contaminações ao comparar ambas as populações. O estudo foi realizado por meio de um levantamento de dados pela plataforma Qualtrics e participaram dele 4.704 indivíduos, 2.685 do Brasil e 2.019 do Japão. O objetivo é de que essa pesquisa possa auxiliar na revisão das medidas profiláticas adotadas em pandemias, identificando hábitos comportamentais preventivos que contribuem para a preservar a saúde.
Além disso, através da Unati, o IGG promoveu conteúdos, lives e cursos voltados aos idosos, incluindo eventos gratuitos. Essa é uma maneira de fornecer conhecimento a esse público, além de facilitar a interação com outras pessoas da mesma faixa etária, o que é de extrema importância durante a pandemia para auxiliar no cuidado à saúde mental do idoso.
Já o InsCer atua em duas frentes: na pesquisa e na assistência. Para oferecer o melhor resultado à população em cada uma delas, conta com um time de neurocientistas renomados internacionalmente e oferece exames de imagem com tecnologia de alto nível. Suas ações durante a pandemia foram voltadas, principalmente, a problemas cotidianos, como as dificuldades de aprendizado de crianças em idade de alfabetização sem atividades presenciais nas escolas, diagnósticos de casos suspeitos de Covid-19 e alterações neurológicas e psicológicas causadas tanto pelo isolamento social quanto pela contaminação pelo coronavírus.
Já no começo da pandemia no Brasil, em abril de 2020 o Laboratório de Biologia Molecular e Imunologia do InsCer passou a oferecer exames RT-PCR – responsáveis por detectar a infecção pela Covid-19 durante o período sintomático da doença – com resultado em 24h para empresas, escolas e pessoas físicas. Mais tarde, disponibilizou o teste RT-PCR Fast, com resultados que saem em 4h, de acordo com janelas específicas durante o dia. Todos os laudos são emitidos em português, inglês e espanhol. Além disso, também foi oferecida a coleta domiciliar do exame, no intuito de auxiliar no diagnóstico de quem não tem a possibilidade de sair de casa, como idosos acamados, por exemplo.
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Enquanto isso, pensando na realidade de ensino remoto, a qual impediu crianças de frequentarem presencialmente instituições de ensino, o Instituto desenvolveu o aplicativo Graphogame, um jogo educacional que tem como objetivo auxiliar crianças de 4 a 9 anos no processo de alfabetização. Ele chegou no Brasil por meio do Ministério de Educação, em iniciativa conduzida pelo pesquisador do InsCer, Augusto Buchweitz.
Por fim, o Instituto do Cérebro, que é referência em pesquisas sobre questões relacionadas à Neurociência, também se destacou na área durante a pandemia, liderando três importantes estudos sobre o assunto:
Além disso, pesquisas relacionadas ao coronavírus realizadas pela instituição foram publicadas em revistas internacionais.
Essa é a última de uma série de matérias que compilam ações da Universidade no combate à pandemia.
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Neste ano, a ONU Mulheres destacou como tema para o dia 8 de março Mulheres na liderança: alcançando um futuro igual em um mundo de Covid-19. A iniciativa ressalta a atuação na linha de frente em diversas áreas e a importância da ampla participação delas para a recuperação diante da pandemia.
Segundo a ONU, os países de maior sucesso no combate à Covid-19 são chefiados por mulheres. São exemplos desse combate nações como Dinamarca, Etiópia, Finlândia, Alemanha, Islândia, Nova Zelândia e Eslováquia. As governantes desses países foram reconhecidas pela eficácia na resposta à sua saúde e aos impactos socioeconômicos causados pela pandemia, além de transmitirem para a população informações de baseadas na ciência. Porém, apenas 20 países em todo o mundo são governados por mulheres, o que representa cerca de 10% das nações.
Vice-diretora do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) e professora da Escola de Medicina da PUCRS, a médica Magda Nunes lidera um estudo sobre os impactos do confinamento domiciliar no sono de crianças e adultos. A pesquisa faz parte de uma força-tarefa multidisciplinar da Universidade para o enfrentamento da Covid-19, que reúne mais de 50 profissionais e pesquisadores de diversas áreas na busca por soluções envolvendo a pandemia.
De acordo com o estudo conduzido por ela, cerca de 50% das crianças de 0 a 3 anos e 27% das crianças de 4 a 12 anos apresentaram alterações no sono durante a pandemia, como dificuldades para dormir ou permanecer dormindo. Iniciada em abril de 2020, a pesquisa segue em andamento e está analisando os dados de outras faixas etárias.
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“Eu acho que a melhor maneira de incentivar outras mulheres é através do exemplo de ética e de integridade na profissão”, destaca Magda, que também é membro do Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), atuando nas áreas de Neurologia Infantil e Neurofisiologia Clínica-Medicina do Sono.
Médica, pesquisadora, professora e vice-diretora do InsCer, Magda aponta que as mulheres podem ocupar diversos espaços e conquistarem seus sonhos. “Vocês têm que sonhar, sonhar muito, mas também correr atrás dos seus sonhos para que eles se transformem em realidade”, comenta.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), durante o confinamento domiciliar causado pela pandemia de Covid-19 houve aumento no número de casos de violência contra crianças, adolescentes e mulheres em vários países.
Coordenado por Luísa Habigzang, professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, o grupo de pesquisa em Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas (GPeVViC) lançou em abril de 2020 a cartilha de orientação Isolamento durante a Covid-19 e violência dentro de casa.
A professora aponta que o objetivo da cartilha é auxiliar as pessoas a identificar situações de violência, compreender os efeitos para saúde e qualidade de vida e acessar serviços que possam auxiliar em termos de proteção e atendimento.
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“Nós, mulheres da PUCRS, sabemos bem do nosso compromisso científico e social e estamos engajadas em romper estigmas e estereótipos que possam de alguma forma limitar a liberdade e a dignidade de meninas e mulheres em toda sua diversidade, considerando identidade de gênero, orientação sexual, raça, idade, escolaridade ou nível socioeconômico. Nosso trabalho deve contribuir para transformar a vida de todas nós”, ressalta Luísa.
Para ela, existem diversas frentes pelas quais é possível atuar para tornar a sociedade um espaço melhor para as meninas e mulheres. A professora também destaca a importância da pesquisa como uma entrega social. “Nossas pesquisas podem subsidiar políticas públicas para promover a garantia de direitos, a equidade de gênero e o enfrentamento efetivo de qualquer tipo de discriminação ou violência baseada em gênero”.
Com o propósito de melhorar a qualidade de vida de mulheres durante a gravidez, a startup 9 Ciclos busca ampliar o vínculo entre os profissionais da saúde e as gestantes, favorecendo a adesão ao pré-natal e tornando o processo da anamnese gestacional (exame que avalia a evolução da gravidez) mais confortável e menos intrusivo. Desenvolvida por Débora dos Santos, estudante do curso de Enfermagem da PUCRS, a startup foi um dos destaques do Torneio Empreendedor 2019, realizado pelo Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS (Idear).
“As mulheres podem e devem desenvolver suas ideias e projetos, pois a PUCRS tem um ecossistema que apoia esse desenvolvimento. Empatia e humanidade são fundamentais para fazer a diferença na sociedade e, ao expressarmos essas características, se torna natural a transformação e inspiração na realidade de outras mulheres”, comenta Débora.
Entre as motivações para a criação da 9 Ciclos, estão os números ligados à gravidez. Dados divulgados pela OMS apontam que diariamente cerca de 830 mulheres morrem no mundo por causas evitáveis relacionadas à gestação e ao parto. A Organização Mundial da Saúde também estima que, anualmente, aproximadamente 30 milhões de bebês nascem prematuros, com baixo peso ou adoecem nos primeiros dias de vida. No Brasil, os dados mais recentes revelam que quase um terço das gestantes (32,2%) não tiveram a quantidade mínima de consultas pré-natais recomendadas pelo Ministério da Saúde.
Ao longo de março, em comemoração ao Mês Mulher, uma série de reportagens está ressaltando a trajetória e as contribuições de algumas das mulheres que fazem parte da PUCRS. Leia mais sobre a participação delas na pesquisa científica e na cultura.
Independente da forma de atuação, o nosso respeito, carinho e agradecimento são direcionados para todas as diversas mulheres da Universidade. Você também pode contribuir para homenageá-las deixando sua mensagem na caixinha dos stories do perfil da PUCRS no Instagram (@pucrs).
O Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) passou a produzir oficialmente o radiofármaco Neuraceq neste mês. A substância, que nunca foi utilizada no Brasil, auxilia no diagnóstico de pacientes com comprometimento cognitivo e que apresentem quadros da doença de Alzheimer. A produção experimental do radiotraçador, realizada no final de 2020, ocorreu com sucesso.
Jaderson da Costa, diretor do InsCer, foi o anfitrião da reunião de abertura do projeto de Avaliação de neuroimagem estrutural e molecular em síndromes demenciais, que aconteceu no começo de março. O encontro virtual oficializou a produção do Neuraceq no País e contou com a presença de instituições parceiras, como UFPR/CETAC, DASA, Instituto de Pesquisa D’Or, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, United Health Group Brasil, UNICAMP e Hospital Albert Einstein.
Para a produção do radiofármaco está sendo utilizado o equipamento Synthera +, da empresa IBA, instalado no InsCer. Após o período de desenvolvimento do projeto a máquina permanecerá no Brasil para dar continuidade à iniciativa, fruto da colaboração entre InsCer, grupo R2IBF e a empresa Life Molecular Imaging, desenvolvedora do produto.
Segundo Louise Hartmann, coordenadora do Centro de Produção de Radiofármacos do InsCer, a colaboração por parte das instituições foi de suma importância para a implementação da iniciativa: “Com essa união vamos conseguir incluir um número maior de pacientes no estudo em um curto período de tempo. O desafio será a logística de distribuição, pois o produto deve ser aplicado no mesmo dia de fabricação, pois não é possível estocar este tipo de produto”.
O Neuraceq identifica a existência de placas beta-amilóides no cérebro de pacientes (placas características do Alzheimer), sendo um marcador assertivo no diagnóstico para esta doença progressiva que destrói a memória e outras funções mentais importantes.
Segundo o Ministério da Saúde, 11,5% das pessoas com 65 anos ou mais são acometidas no País pela doença , que também atinge 1,2 milhões de brasileiros e brasileiras, conforme informações da Associação Brasileira de Alzheimer. Este número tende ainda a aumentar, como um dos efeitos do envelhecimento da população.
Em 9 de novembro, data do aniversário de 72 anos da PUCRS, entregamos à sociedade o novo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul, agora completo em sua estrutura física de 9.335 m2, ambiente propício à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação, com novos laboratórios, centro de pesquisa clínica, espaços colaborativos e destinados a networking e tecnologia de ponta. O InsCer, inaugurado em 2012, é parte do Campus da Saúde da PUCRS, direcionado à busca de soluções em benefício do paciente e promoção da vida.
Historicamente, a proposta de criar o InsCer foi motivada pelos dados epidemiológicos que evidenciam aumento da expectativa de vida da população brasileira e do preocupante crescimento das doenças neurológicas neurodegenerativas como a demência de Alzheimer, das doenças cerebrovasculares e das doenças oncológicas. A população está envelhecendo, a carga da doença e a demanda por cuidados de saúde estão aumentando, enfrentamos a ameaça de doenças infecciosas emergentes e lutamos com os desafios para prover acesso universal ao atendimento em saúde de qualidade.
Na universidade, ambiente propício à inovação pela concentração de conhecimento e de capital intelectual, buscamos os pesquisadores e recrutamos os jovens talentos – os cérebros. A proposta do InsCer destaca-se pela sua abordagem translacional visando estabelecer a relação entre a pesquisa pré-clínica, a pesquisa clínica e sua aplicação, direcionada para a assistência ao paciente e fundamentada no conhecimento multidisciplinar, no saber e no fazer, na pesquisa e na inovação que geram conhecimento e produto.
No País há uma grande necessidade da incorporar o saber científico em inovação tecnológica que resulte em novos produtos e na inovação que gera valor social. Precisamos rejeitar o status quo e vislumbrar um futuro diferente — um que seja próspero, sustentável e alicerçado na longevidade saudável.
Os estudantes Francisco Lumertz, aluno da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, e Lucca Pizzato Tondo, graduando da Escola de Medicina, estão entre os vencedores do Prêmio Jovem Neurocientista Raymundo Francisco Bernardes. A premiação é promovida pela Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNEC), a mais importante sociedade científica da área do País, e seleciona estudantes de graduação que desenvolveram estudos sobre temas de Neurociências e Comportamento.
Os estudantes da PUCRS também são vinculados ao Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) e foram orientados pelo professor da Escola de Medicina e pesquisador do InsCer, Rodrigo Grassi.
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A pesquisa Early environmental enrichment rescues memory impairments provoked by mild neonatal hypoxia-ischemia in adolescent mice, desenvolvida Francisco Lumertz, estudante do 10˚ semestre do curso Psicologia da PUCRS, investigou, por meio de experimentos pré-clínicos, se animais que passaram por hipóxia-isquêmia leve na infância conseguiriam recuperar os danos causados na memória ao passarem por um protocolo de enriquecimento ambiental na adolescência.
A hipóxia-isquêmia neonatal (falta de oxigenação no cérebro) é responsável por uma parte significativa dos casos de paralisia cerebral em recém-nascidos. Durante a pesquisa, o teste feito por Lumertz buscou verificar se o enriquecimento ambiental – basicamente ferramentas à disposição do animal para que ele possa explorar o ambiente – seria capaz de recuperar perdas do volume do hipocampo. “Nós observamos que os animais que passaram pela hipóxia-isquêmia e depois pelo enriquecimento ambiental conseguiram resgatar os prejuízos de memória”, avalia o estudante.
Lumertz conta que conquistar o prêmio foi algo inesperado e reforçou a sua vontade de seguir na área de pesquisa, principalmente por ser aluno de iniciação científica. “O resultado é reflexo da orientação e apoio que o professor Rodrigo e o grupo todo me deram ao longo da graduação”, considera.
A outra pesquisa premiada foi a Diffusion Neuroimaging Evidence for White Matter Impairment in Cocaine Use Disorder, realizada pelo aluno de 8˚ semestre de Medicina Lucca Pizzato Tondo. O trabalho é parte de um estudo maior, realizado pelo grupo de pesquisa Neurociência Cognitiva do Desenvolvimento (DCNL), coordenado pelo professor Rodrigo Grassi. O estudo de Tondo considerou um assunto específico dentro da área de neuroimagem, levando em conta o comprometimento da substância branca por usuários de cocaína.
A substância branca é a parte do cérebro responsável por conectar todas as regiões cerebrais. O estudante explica que os usuários participantes da pesquisa fizeram o exame de ressonância magnética no InsCer e, a partir dele, foi feita uma sequência específica que permite avaliar como está a integridade dessa substância branca. Entre os resultados encontrados, está a avaliação de que os usuários de crack possuem um comprometimento difuso de todos os principais tratos de substâncias brancas no cérebro.
“Foi um grande privilégio apresentar esses dados diante de importantes neurocientistas brasileiros”, contou Tondo. O estudante ainda reforçou que é uma grande oportunidade para alunos de graduação poderem mostrar seus trabalhos em um evento científico de tamanha relevância no País.
O aluno da Escola de Medicina ressaltou a grata surpresa de ter sido agraciado com o prêmio, principalmente por ser relacionado a um estudo em desenvolvimento desde 2018. “Fiquei muito feliz de ver esse trabalho de dois anos sendo recompensado, ainda mais como estudante de iniciação científica. Eu tenho muito interesse na área de neurociência e na carreira científica e acadêmica, então foi um super estímulo”, concluiu Tondo.
O Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul atua no desenvolvimento de estudos multidisciplinares e soluções na área da neurociência. Localizado no Campus da Saúde da PUCRS, o InsCer inaugura a obra de ampliação no dia 9 de novembro, data em que a Universidade completa 72 anos, reforçando e expandindo a atuação da PUCRS em benefício da sociedade. Saiba mais sobre o evento de inauguração clicando aqui.
Ter como missão o cuidado com a vida, atuando por meio da pesquisa, assistência e inovação. Esse é o objetivo do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), entidade filantrópica que reúne pesquisadores e pesquisadoras para o desenvolvimento de estudos multidisciplinares e soluções na área da neurociência. Localizado no Campus da Saúde da PUCRS, o InsCer inaugura a obra de ampliação no início de novembro, reforçando e expandindo a atuação do Instituto em benefício da sociedade.
“Vivemos momentos de despertar e de esperança. Despertar para novos conhecimentos, novas possibilidades e esperança em novas descobertas e em possíveis curas. Queremos levar cada vez mais para a sociedade os nossos estudos e pesquisas. O InsCer se legitima na sua determinação de atender às expectativas de sua comunidade e no comprometimento de buscar o conhecimento e descobertas que aliviem o sofrimento dos pacientes”, destaca o vice-reitor da PUCRS e diretor do InsCer, Jaderson Costa da Costa.
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Entre os estudos mais recentes realizados no Instituto está a pesquisa Estresse, trauma e percepção de risco durante e após a pandemia, que busca entender o impacto traumático da pandemia do novo coronavírus na população brasileira. Outra pesquisa, liderada pela vice-diretora do Instituto do Cérebro e professora na Escola de Medicina da PUCRS, Magda Lahorgue Nunes, está analisando os efeitos do confinamento domiciliar na qualidade do sono de adultos e de seus filhos/as. Os estudos são resultados da força-tarefa multidisciplinar criada pela PUCRS, que conta com a participação do InsCer, na busca de soluções para as diferentes questões que envolvem a Covid-19.
No Instituto do Cérebro do RS também foram desenvolvidas pesquisas como o projeto Superidosos, que estudou o cérebro de idosos acima de 80 anos para descobrir as razões pelas quais algumas pessoas conseguem atingir idades longevas sem ter nenhum comprometimento neurológico; e o estudo sobre Zika Vírus, que acompanhou crianças com microcefalia cujas mães foram infectadas pelo Zika durante a gestação. Todas as pesquisas têm em comum o objetivo primeiro de desenvolver uma base científica em prol da população.
Estudantes de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado da PUCRS também podem desenvolver seus projetos de pesquisa nos laboratórios do Instituto do Cérebro dedicados às pesquisas pré-clínica e clínica.
A nova estrutura do InsCer conta com modernos equipamentos e melhorias no Centro de Pesquisa e Investigação Clínica e no Centro de Imagem Molecular, duplicando os exames já tradicionais feitos na Instituição.
A recepção foi ampliada e conta com um bistrô de alimentação, além de um auditório moderno para uso da comunidade científica, acadêmica e da população. O Centro de Produção de Radiofármacos também teve sua capacidade de desenvolvimento ampliada e agora todo o processo de produção destas novas substâncias vai ocorrer dentro do InsCer, desde a pesquisa básica para descobrir novos biomarcadores, até a aplicação em pacientes.
No dia 9 de novembro, data em que a PUCRS completa 72 anos, o espaço será inaugurado com a presença da comunidade acadêmica e autoridades. Saiba mais sobre o evento clicando aqui.
Entender o impacto traumático da pandemia do novo coronavírus é o objetivo principal de uma pesquisa desenvolvida por profissionais da PUCRS. A iniciativa surgiu a partir de integrantes da força-tarefa multidisciplinar criada pela Universidade para buscar soluções para as diferentes questões que envolvem a Covid-19. O professor da Escola de Medicina e pesquisador do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) Rodrigo Grassi de Oliveira é um dos nomes que compõem o grupo de saúde mental da força-tarefa e que está por trás desse estudo. Segundo ele, a ideia é fazer um mapeamento e um monitoramento das questões relacionadas a estresse e trauma na população brasileira durante e após a pandemia.
Grassi explica que o grupo percebeu a necessidade de se realizar uma pesquisa nesse sentido em função das preocupações que o contexto atual pode gerar, como medo da morte, incerteza sobre o futuro e distanciamento social. Conforme o professor, essas questões podem ser muito estressantes e contribuir para o aparecimento ou piora de transtornos metais, principalmente ansiedade e depressão.
Uma das possíveis explicações para um aumento do estresse nesse período pode ser justamente a rápida disseminação das informações associadas à pandemia. Número de casos confirmados, óbitos, modo e taxa de transmissão podem ser facilmente monitorados por todas as pessoas com acesso à televisão ou à internet – além dos problemas socioeconômicos consequentes do distanciamento social. “Essa ampla cobertura da mídia pode influenciar a percepção cognitiva da população em relação à ameaça da doença, levando a uma maior ou menor proliferação de medo. A partir disso, começam a emergir questões importantes acerca dos impactos que a pandemia pode ter na saúde mental”, aponta.
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Para que a pesquisa possa atingir o maior número possível de pessoas em todo o Brasil, ela foi desenvolvida para que pudesse ser respondida de forma online e anônima – o que exige uma série de cuidados metodológicos. Ao longo de toda a entrevista, são coletadas informações relacionadas a sintomas de estresse, ansiedade e depressão, além de outros dados que, de alguma forma, possam estar afetando as pessoas, como o uso de mídias sociais e o quanto seu uso influencia ou não no estresse.
A ideia é que o questionário permaneça aberto ao longo de todo o período da pandemia e também no pós-pandêmico. Outro ponto relevante é que a mesma pessoa pode responder a pesquisa quantas vezes quiser, ao longo dos diferentes meses – lembrando sempre de sinalizar, no começo, que já respondeu às perguntas antes. Para se ter esse controle, cada pessoa tem um identificador (CEP e últimos quatro dígitos do celular, únicas informações solicitadas aos participantes).”Assim, teremos como saber quantas vezes alguém respondeu a pesquisa. Além de fazer esse mapeamento transversal, conseguiremos ter diferentes fotografias da população brasileira ao longo do ano”, pontua Grassi.
A meta é que pelo menos 9 mil pessoas respondam à pesquisa nessa primeira onda de coletas e, se possível, que voltem a responder nos próximos meses. “É um desafio a gente conseguir isso. Estamos pedindo para todo participante que nos siga nas redes sociais, pois será lá que faremos o anúncio público da segunda onda de coletas. Mesmo que essas pessoas não voltem a responder, tendo 9 mil respondendo agora, 9 mil daqui a três meses e mais 9 mil daqui a seis meses, a gente consegue generalizar estatisticamente esse diagnóstico do mapeamento de sintomas estressantes e traumáticos”, destaca.
Ao fim da pesquisa, os participantes têm acesso a um feedback baseado nas suas respostas. Aqueles que manifestaram estar sofrendo com a pandemia recebem orientações sobre como podem buscar ajuda. Se alguém expressar algum tipo de pensamento relacionado à morte ou a suicídio, automaticamente a pesquisa abre uma tela, instrui essa pessoa a ligar para o Centro e Valorização da Vida (CVV) e explica que há como essa pessoa ser ajudada, que o serviço não tem custo. “Tivemos uma preocupação com a pessoa que está respondendo a pesquisa, de forma que ela também seja psicoeducada por onde buscar ajuda”, completa Grassi.
O professor destaca que qualquer intervenção de saúde precisa ter base científica e que, como essa pandemia se desenvolveu de forma veloz, é preciso ser igualmente rápido para gerar bases de dados científicos e, a partir deles, estruturar políticas de intervenção, principalmente de saúde pública. “Investigar trauma ou estresse é importante porque a gente sabe que quanto mais cedo for a intervenção, melhor do ponto de vista de não deixar um adoecimento efetivamente se estabelecer”, reforça.
Outro ponto importante em relação a esse mapeamento é o fato de um aumento do adoecimento mental, em especial da depressão, gerar também questões econômicas importantes: “Uma das maiores causas de afastamento do trabalho é doença mental. Se a gente espera que, após esse período de recessão, o número de doenças mentais aumente, também tem que ficar preparado para tentar prevenir ou contornar essa situação, porque esse eco pós pandemia continuará corroendo a estrutura econômica”.
Grassi relata que o momento atual também é difícil para a ciência, uma vez que cada um está em sua casa e que uma série de materiais de pesquisa não estão podendo ser utilizados nesse momento. Por isso, chama a atenção para a importância de que as pessoas entendam que a ciência não é feita só pelo cientista: “Quem se voluntariar e dedicar de 10 a 15 minutos do seu dia respondendo essa pesquisa, vai estar ajudando a produzir ciência de qualidade no País. E isso é importante para mostrar como está sendo essa experiência de pandemia para o Brasil. A gente precisa medir, mensurar, registrar. É isso que um cientista faz”.
Além de Grassi, integram a equipe de desenvolvimento da pesquisa o vice-reitor da PUCRS e diretor do InsCer, Jaderson Costa da Costa; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, professora Carla Bonan; os professores da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Christian Kristensen e Thiago Viola (também professor da Escola de Medicina); e o professor da Escola Politécnica Felipe Meneguzzi, além do pós-doutorando Bruno Kluwe-Schiavon, bolsista do Projeto Institucional de Internacionalização (PUCRS-PrInt) na modalidade Jovem Talento com Experiência no Exterior, e do aluno de Doutorado em Psicologia Lucas Bandinelli.
A pesquisa está disponível neste link.
A Universidade lançou nesta quinta-feira, 10 de outubro, o BioHub PUCRS, que tem o objetivo de criar negócios inovadores que gerem impacto na área da saúde. O evento ocorreu dentro da programação do Tecnopuc Experience, e contou com a presença do Reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, do Vice-Reitor, Jaderson Costa da Costa, prefeito Nelson Marchezan Jr e do secretário Estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luis Lamb. O hub consolida, de forma inédita no Brasil, um ecossistema que reúne toda a expertise da PUCRS nas áreas de saúde, tecnologia e inovação, envolvendo as Escolas da Universidade, Hospital São Lucas, Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) e Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer).
Durante o evento de lançamento, o Reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, afirmou que a PUCRS está dando um passo decisivo e transformador ao priorizar a inovação em saúde. “Nosso propósito é ir além do BioHub. Estamos gestando um polo de inteligência artificial em saúde no Rio Grande do Sul, também unindo PUCRS e suas Escolas de Medicina e Ciências da Saúde e da Vida, Tecnopuc, Hospital São Lucas e Instituto do Cérebro”, ressaltou. Para ele, trata-se de um conjunto de iniciativas disruptivas que colocam a inteligência artificial a serviço da promoção, proteção e recuperação da saúde: “Nesse contexto, o BioHub exercerá papel fundamental ao buscar soluções robustas, sistêmicas e estruturantes por meio da tecnologia de ponta e da excelência humana”.
Luís Lamb, secretário Estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia afirmou que os inovadores precisam ter muita audácia persistência: “Temos sempre que achar uma solução inovadora. Precisamos acordar para a nova economia antes que seja tarde. Ou fazemos isso ou não teremos outras oportunidades”, alertou.
Sobre o BioHub
A iniciativa busca impulsionar soluções e startups originados, estimular a cultura do empreendedorismo entre profissionais da saúde e promover conexões entre diversos atores. O BioHub se configura num ecossistema único no país, formado por mais de 80 laboratórios, 100 grupos de pesquisa, as Escolas da PUCRS, o Hospital São Lucas da PUCRS, um dos principais hospitais do Estado, o Tecnopuc, um dos melhores Parque Científicos e Tecnológicos da América Latina, com mais de 170 empresas, entre elas mais de 20 são da área da saúde, e o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), espaço que associa tecnologia de ponta e pesquisa aplicada em neurologia, com um time de neurocientistas renomados mundialmente.
Primeira ação: Health Plus Innovation Center
A primeira ação do BioHub é o Health Plus Innovation Center, um espaço de coworking que irá conectar startups de HealthTech com hospitais, profissionais, empresas e operadoras de saúde. A iniciativa é uma parceria da Grow+ e da PUCRS. Serão 120 posições de trabalho no espaço de coworking, com 600m² de área útil, que contará com um programa de aceleração e a locação de espaços. “Aqui teremos startups criando soluções para a saúde e inovação nessa área. Saúde é algo que impacta em cada um de nós e é nesse mercado que queremos cada vez mais atuar e fazer a diferença”, relatou Cristiano Engler, Head do Health Plus.