O Coral da PUCRS foi reconhecido, no dia 18 de dezembro de 2018, como de relevante interesse para a arte e cultura do Estado. A homenagem aconteceu através do Projeto de Lei PL169/2016, que visa difundir, apoiar e incentivar a produção cultural no Rio Grande do Sul. O projeto é de autoria do deputado Adilson Troca e foi aprovado pela Assembleia Legislativa por unanimidade.
No texto apresentado à Assembleia, o deputado destaca a ligação estabelecida entre a PUCRS e a comunidade através do Coral. “O Coral congrega pessoas da Universidade e da comunidade, sendo formado por dezenas de vozes e vontades”, escreve. De acordo com Troca, o grupo exemplifica de forma positiva a força da união. “A verdadeira força está no conjunto. Ao somarmos nossos talentos, tanto na comunidade quanto no coral, atingimos os melhores resultados”, completa.
Para o regente Marcio Buzatto, a honraria possui valor inestimável. “Não há registro de nenhum outro grupo de voz que tenha algum reconhecimento parecido no Estado, somos os primeiros”, comemora. Segundo Buzatto, os 38 coristas celebraram a aprovação do Projeto não só como uma vitória para a Universidade, mas também para a arte gaúcha. “Para quem trabalha com música, essas ações são muito importantes, já que o segmento de cultura ainda é muito frágil”, pontua.
25 de Janeiro – PUCRS Cultura: Apresentação dos coristas e oficina vocal
1 de Março – Início dos Ensaios do primeiro semestre
28 de Abril – “Festarau” do Coral da PUCRS
18 de Junho – Lançamento da Unati: Flashmob
19 de Junho – Recital de Outono
13 de Julho – Missa da Coração (W. A. Mozart)
17 de Junho – Início dos Ensaios do segundo semestre
14 de Agosto – Confraternização Instituto de Cultura
18 de Agosto – 14º Cantando Herval
24 a 26 de Agosto – Festival Internacional de Coros de Santa Maria
1 de Setembro – Rock Festival
22 de Setembro – Oficina de Máscaras
28 de Setembro – Concerto Binacional: Brasil e Uruguai
29 de Setembro – Recital “Missas de Mozart”
17 de Outubro – Da Capo Coro Gubernamental de Itapúa
27 de Outubro – 53º Festival de Coros do Rio Grande do Sul
7 de Novembro – Festival Vivaldi
9 de Novembro – Feira do Livro: Coral da PUCRS e Nani Medeiros
12 de Novembro – Musica Dei
28 de Novembro – Comemoração aos 130 anos da Cúria Metropolitana de Porto Alegre
29 de Novembro – Rio Iluminado
8 de Dezembro – Confraternização de Fim de Ano
11 de Dezembro – Encontro com a Reitoria
14 de Dezembro – Concerto de Final de Ano: Uma tal Maria
19 de Dezembro – PUCRS Piano e Vozes
Em 1946 surgia, na então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da PUCRS, o Clube de Línguas Vivas, com a proposta de reunir estudantes que desejassem praticar idiomas estrangeiros. O treino por meio do canto conquistou o grupo, que trabalhava principalmente canções do folclore internacional. Com o crescimento do número de apresentações no Campus e na comunidade externa, o Coral do Clube de Línguas Vivas abriu portas para alunos de outros cursos, adotando o nome de Coral da PUCRS.
Ao longo dos últimos 60 anos, o grupo realizou concertos, óperas, oratórios, cantatas e missas, sob a regência de Ernesto Dewes, Dinah Nery Pereira, Charlotte Kahle, Frederico Gerling Júnior e Marcio Buzatto. Atualmente, o Coral faz parte do Instituto de Cultura, o qual tem o objetivo de ampliar e consolidar o papel cultural da Universidade, nas áreas do cinema, literatura, teatro, música e dança. Os participantes do coral integram a comunidade universitária e externa, atuando de forma voluntária.
Na sexta-feira, 14 de dezembro, a PUCRS recebeu o Prêmio Eva Sopher pela Fundação Theatro São Pedro, no Memorial da instituição. Concedida pela primeira vez, a distinção foi destinada também à Câmara Riograndense do Livro, ao Serviço Social do Comércio e a quatro personalidades – o médico Gilberto Schwartsmann, diretor-presidente da Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul; o professor Carlos Jorge Appel, primeiro secretário de Estado da Cultura; e os diretores de teatro Luciano Alabarse, secretário municipal da Cultura, idealizador do festival Porto Alegre Em Cena; e Maria Helena Lopes, ex-professora de Artes Dramáticas da UFRGS. O prêmio leva o nome da ex-presidente da Fundação, que assumiu a direção do teatro em 1975 e por ele trabalhou até sua morte, em fevereiro de 2018.
O vice-reitor Jaderson Costa da Costa destacou ser “uma honra receber uma homenagem tão especial, um prêmio que leva o nome de dona Eva, e ainda mais das mãos de sua filha, em um ano também especial em que o Theatro São Pedro completa 160 anos e a PUCRS 70 anos”.
O diretor do Instituto de Cultura da PUCRS, Ricardo Barberena, relatou que, só em 2018, foram realizadas mais de 80 atividades culturais na Universidade, que receberam 243 artistas da música e do teatro, 47 escritores e 184 pesquisadores e alunos, dirigidas a um público de mais de 15 mil pessoas. “A cultura pulsa na PUCRS.”
Depois da cerimônia de premiação, os convidados assistiram à Peça do Casamento, com Eliane Giardini e Antônio Gonzalez, dirigido por Guilherme Weber, no palco principal do Theatro São Pedro. A apresentação, de sexta a domingo, contou com apoio da PUCRS.
Confira outras fotos da homenagem:
O perfil individualista das novas gerações norte-americanas, que não se engajam em causas coletivas ou na política e não se veem como cidadãos, preocupa o cientista político norte-americano Mark Lilla. A democracia em tempos de algoritmos nas mídias sociais, que tendem a mostrar candidatos nas eleições como produtos a serem consumidos por eleitores que só querem ouvir o que lhes agrada é alvo de crítica do filósofo brasileiro Luiz Felipe Pondé. Essas manifestações estiveram presentes nas falas dos dois conferencistas que fecharam o ciclo 2018 do Fronteiras do Pensamento, que em 2018 foi pautado pelo tema central O Mundo em Desacordo: Democracia e Guerras Culturais.
A noite de 19 de novembro foi dedicada à PUCRS, apoiadora cultural do projeto. Antes e após a conferência foram promovidas ações de relacionamento no Salão de Atos da UFRGS. A saudação musical foi oferecida pelo Instituto de Cultura, com a exibição da pianista Mari Kerber e do músico Ale Ravanello, diplomado em Direito pela PUCRS. Houve também a exibição do vídeo Histórias de Transformação PUCRS e, ao final, os participantes receberam a edição especial da Revista PUCRS, comemorativa aos 70 anos da Universidade. A atividade foi prestigiada pelo reitor, Ir. Evilázio Texeira, o pró-reitor de Graduação e Educação Continuada, Ir. Manuir Mentges, o pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, Marcelo Bonhemberger e assessores da Reitora.
Em sua primeira passagem pelo Brasil, Lilla abriu sua apresentação traçando um histórico dos principais fatos que impactaram o mundo no século 20 e como repercutiram na democracia contemporânea. O cientista político destacou que normalmente são recordados fatos negativos, como as duas grandes guerras e as consequências. No entanto, sinalizou com questões positivas como o movimento de solidariedade a partir dos anos 1950, inspirados nas falas do presidente dos EUA Franklin Roosevelt. Isso, segundo Lilla, durou até a década de 1990, acompanhado de uma mentalidade centrada em uma teoria mais liberal, tendo como ícones Ronald Reagan e Margareth Thatcher. “Nos anos 90, o neoliberalismo fazia muito sentido para países como os EUA e a Grã-Bretanha. Esse comportamento gerou uma atomização da sociedade”, apontou.
Lilla destacou um saudosismo em relação às causas que mobilizaram a segunda metade do século passado. “Considero a luta pelos direitos de negros e gays um dos melhores momentos da história da América. Eles tiveram de convencer uma América branca e masculina a aderir às suas propostas”. Após isso, houve um deslocamento do sentido de solidariedade para a autodefinição, refletiu. O conferencista crê que a mudança de pensamento gerou um neoliberalismo social, afetando o comportamento de jovens. “Temos hoje uma esquerda radical americana, que se opõe ao neoliberalismo tradicional e cria o neoliberalismo social”. Ele criticou que as novas gerações são mais isoladas, egoístas, não se casam e pensam apenas nos próprios problemas. “Estamos nos tornando partículas elementares”, citando Michel Houellebecq.
Para superar, Lilla propôs: “Precisamos redescobrir as virtudes da cidadania. Existe o bem que precisa ser protegido. A única coisa que compartilhamos é a cidadania. Por isso, devemos ser vistos como iguais e enfrentar as forças históricas que minaram a sociedade”, destacou. Ao encerrar sua manifestação, enfatizou: “Democracias sem democratas não duram. Elas decaem para regimes totalitários. Me entristece que o Brasil possa sofrer das mesmas patologias que meu país vive hoje”.
Na sequência do norte-americano, o filósofo brasileiro Pondé destacou que “o mais importante do poder é limitar o poder. Nesse sentido, a democracia é o melhor regime”. Ele analisou o cenário atual com base em pesquisa realizada nos EUA mostrando que as pessoas mais politizadas e engajadas tendem a ser as mais intolerantes, diferentemente do que se pode imaginar. Também citou que grande parte dos eleitores pouco pesquisam sobre os candidatos, mesmo com alto grau de instrução. Esse comportamento se reflete nas mídias sociais, onde se proliferam respostas simples para questões complexas. “As pessoas têm praticado política por ressentimento,” lamentou.
Um dos pontos enfatizados por Pondé é a democracia condicionada aos algoritmos. Ela começa a ficar condicionada à análise dos desejos do eleitor, como produtos comerciais. O filósofo conclui mencionando experimentos para “atenuar os impactos da participação do eleitor”. Citou um recente referendo na Grécia, sobre a situação a adesão ao pacote econômico, no qual a população votou negativamente. No entanto, a Comunidade Europeia relativizou a opinião popular, levando a compreender que a população não entende de economia e, por isso, não é capaz de tratar do tema. No caso do Brasil, referiu a tendência de o Supremo Tribunal Federal legislar, sem que seja um poder representativo. Essa seria uma forma nacional de atenuar a democracia, segundo Pondé, citando o fenômeno chamado de folk theory of democracy, ou mito da democracia.
No encerramento do evento, ao ser questionado sobre o papel da imprensa na atualidade, o filósofo defendeu que “o papel da mídia é de vigilância da liberdade de expressão, de observar as realidades, ser gatekeeper, fazer o filtro. Esse papel fica prejudicado quando ela tenta fazer pregação social e moral”, concluiu.
Estão abertas, a partir desta sexta-feira (dia 5 de outubro), as inscrições para oficinas gratuitas de teatro oferecidas pelo Instituto de Cultura em parceria com a Fundação Theatro São Pedro. As primeiras atividades serão ministradas em outubro por integrantes de companhias teatrais que se apresentam no Theatro São Pedro em programação que valoriza os grupos locais – Teatro Hoje.
No dia 18, às 16h, ocorre o Laboratório de Percepção, com o Coletivo Errática, na sala de ensaios do Salão de Atos (3° andar, acesso lateral direito). O objetivo é oportunizar a descoberta do teatro como espaço fértil para o reconhecimento do outro e de si como agente criativo. Ministrada pelos professores Guega Peixoto, Gustavo Dienstmann e Nina Picoli, o exercício ocorre a partir de atividades coletivas, jogos de improvisação e procedimentos utilizados nos processos de criação do Errática.
A Oficina de Máscaras Básicas da Desmond School, ministrada pela atriz, produtora e diretora Liane Venturella, da Companhia In.Co.Mo.De-Te, será no dia 25, às 14h, também na sala de ensaios do Salão de Atos. O curso propõe a consciência do corpo na busca para alcançar precisão, economia e limpeza em movimentos cênicos. A máscara é o instrumento utilizado para atingir esses objetivos por meio de jogos, técnicas e domínio do corpo cênico e do jogo teatral.
Em 30 de outubro, às 14h, será a vez de O Ator em Jogo, com a atriz e professora Adriane Mottola e a Cia. Stravaganza, no palco do teatro do prédio 40. A oficina é uma introdução à poética da cena teatral, desenvolvida pela Cia. Stravaganza. O treinamento se dá através de jogos estilizados como o das máscaras, da commedia dell’arte e do clown. A ênfase é no cômico e na relação direta entre ator e espectador. A aproximação ocorre pela fantasia, imaginação, lirismo, absurdo, nonsense e do sentido de improvisação (elemento lúdico fundamental para a construção de energias eternamente em movimento entre ator-palco-plateia).
As inscrições, voltadas ao público em geral, estão abertas pelo [email protected]. As vagas são limitadas.
O Instituto de Cultura e a Fundação Theatro São Pedro são parceiros na promoção de espetáculos artísticos e eventos variados, movimentando a cena cultural de Porto Alegre. Na primeira atividade conjunta, em agosto, a PUCRS levou ao Multipalco o documentário Minha Avó Era Palhaço, sobre a primeira palhaço negra do Brasil, Maria Eliza Alves dos Reis, que atuou nas décadas de 1940 a 1960. Após, houve debate com Daise Gabriel, filha da artista, e Marina Gabriel, neta e uma das diretoras do filme.
A véspera do 70º aniversário do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, celebrado neste dia 12 de setembro, foi a data escolhida para recordar a sua obra e legado à cultura com a peça Caio do Céu. O espetáculo, com direção de Luís Artur Nunes, foi encenado por Deborah Finocchiaro e Gustavo Petry, lotando o Teatro do prédio 40 do Campus e emocionando a plateia que, ao final, aplaudiu em pé a sensibilidade e intensidade que a atriz levou para o palco na sua interpretação. O evento marcou o retorno do teatro profissional à Universidade, que até o início dos anos 2000 contava com o PUCRS Em Cena. A iniciativa integrou a programação da Semana de Letras e Escrita Criativa da Escola de Humanidades. O ingresso solidário garantiu a arrecadação de mais de 400kg de alimentos na parceria estabelecida entre o Instituto de Cultura e o Centro de Pastoral e Solidariedade.
O universo de Caio F. foi exposto com menção às suas obras que tratavam com irreverência a condição humana e a reflexão sobre as relações entre as pessoas. Apesar de ser conhecido por dar um tom mais introspectivo e melancólico a muitas das suas produções, como crônicas, cartas, contos, poemas e textos teatrais, a encenação da peça trouxe seu lado mais vibrante e questionador da sociedade. A música ao vivo, os vídeos projetados e as interações com vídeos e entrevistas contribuíram para aproximar ainda mais o público da história do autor santiaguense, reconhecido internacionalmente pela profundidade de seu trabalho.
O espetáculo foi seguido de um debate mediado pelo diretor do Instituto de Cultura Ricardo Barberena, com quatro especialistas e estudiosos da obra de Caio Fernando Abreu. Além de Deborah, participaram da roda de conversa Luis Felipe Abreu, doutorando em Comunicação e Informação na UFRGS e sobrinho de Caio F., Amanda Costa, doutora em Estudos de Literatura pela UFRGS, e Fernanda Pinto, doutora em Linguística e Letras – Teoria da Literatura pela PUCRS. Barberena fez algumas provocações aos debatedores solicitando, por exemplo, que procurassem interpretar os dias de hoje pelo olhar de Caio. O sobrinho do autor leu um trecho do conto Aqueles dois, no qual é descrita a relação de grande proximidade entre dois homens no ambiente de trabalho. Eles são expulsos da repartição pública na qual atuam pela intolerância dos colegas, que desejavam ser mais felizes com a ausência de ambos, o que não se confirma. O alerta de Abreu (sobrinho) foi para a necessidade de empatia, pouco vista na atualidade. “Precisamos aprender a aceitar o outro, agir contra as micropolíticas de opressão e discriminação”, asseverou.
Um dos pontos mais valorizados pelos especialistas foi o fato de os concursos vestibulares solicitarem a leitura de obras como Morangos Mofados, um clássico de Caio. Para eles, isso aproxima novas gerações das produções literárias e jornalísticas do autor. “Caio tem uma obra pop, acessível, ideal para a formação de novos leitores”, afirmou Amanda Costa. Já Fernanda Pinto recordou que “Caio tem humor, melancolia e profundidade. Serve para leitores de todas as idades, incentivando debates literários sobre temas de incentivo à diversidade”.
Caio Fernando Abreu (1948 – 1996) é apontado com um dos expoentes da sua geração, foi jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro. Seu primeiro conto, O Príncipe Sapo, 1963, foi publicado três anos mais tarde na revista Claudia. Em 1973, se exilou na Europa, onde ficou até 1974, ano em que começou sua prolixa criação literária de mais de 28 livros publicados nas formas de contos, crônicas, romances e antologias. Entre eles, destacam-se Morangos Mofados (1982) e os Dragões Não Conhecem o Paraíso (1988). Seu último romance, Onde andará Dulce Veiga?, 1990, foi adaptado para o cinema pelo diretor Guilherme de Almeida Prado.
Caio ficou popular por seus temas em que fala sobre sexo, medo, morte e, principalmente, solidão. Através de problemas pessoais e situações cotidianas, contestou valores que na época eram pouco discutidos, como aids, homossexualidade e espiritualidade. No acervo digital do Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS, é possível encontrar diversos objetos, livros, escritos e datiloscritos do autor.
Confira a galeria de fotos:
O espetáculo Caio do Céu, realizado em homenagem ao artista Caio Fernando de Abreu que estaria completando 70 anos , tem distribuição de ingressos, de 3 a 6 de setembro , das 9h às 12h e das 13h30min às 20h, na Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Proex), na sala 109 do prédio 1, mediante a doação de 1kg de alimento não perecível. A peça, promovida pelo Instituto de Cultura da PUCRS, ocorre no dia no dia 11 de setembro, às 20h, no Teatro da PUCRS do prédio 40 do Campus (Av. Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). Com direção de Luís Artur Nunes, a peça traz o universo do autor com música ao vivo, imagens projetadas e a interpretação da prestigiada atriz Deborah Finocchiaro, que divide o palco com Gustavo Petry.
O evento, que é aberto ao público, integra a programação da Semana de Letras e Escrita Criativa da Escola de Humanidades da PUCRS. Após a apresentação do espetáculo, haverá debate com a presença de convidados especiais e o lançamento do livro Contos Completos de Caio Fernando de Abreu, publicado pela editora Companhia das Letras.
Caio do Céu
O roteiro, concebido por Deborah Finocchiaro, é baseado em contos, crônicas, poemas, trechos de cartas, textos teatrais e entrevistas com o autor. No palco, os atores misturam literatura, música, cinema e teatro para questionar os valores da sociedade, nossos tabus e questões da alma humana. Além da encenação de seus textos, Caio aparece no decorrer do espetáculo por meio de vídeos com trechos de suas entrevistas.
Sobre Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu (1948 – 1996) é apontado com um dos expoentes da sua geração, foi jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro. Seu primeiro conto, O Príncipe Sapo, 1963, foi publicado três anos mais tarde na revista Claudia. Em 1973, se exilou na Europa, onde ficou até 1974, ano em que começou sua prolixa criação literária de mais de 28 livros publicados nas formas de contos, crônicas, romances e antologias. Entre eles, destacam-se Morangos Mofados (1982) e os Dragões Não Conhecem o Paraíso (1988). Seu último romance, Onde andará Dulce Veiga?, 1990, foi adaptado para o cinema pelo diretor Guilherme de Almeida Prado.
Caio ficou popular por seus temas em que fala sobre sexo, medo, morte e, principalmente, solidão. Através de problemas pessoais e situações cotidianas, contestou valores que na época eram pouco discutidos, como aids, homossexualidade e espiritualidade. No acervo digital do Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS, é possível encontrar diversos objetos, livros, escritos e datiloscritos do autor.
Após o sucesso da primeira edição, o 2º Rock Festival traz novamente grupos vocais e corais para fazer releituras deste ritmo musical. Promovido pelo Instituto de Cultura da PUCRS, o evento acontece no dia 1º de setembro, das 18h às 20h. Aberto ao público, o encontro é gratuito e com vagas limitadas. As inscrições podem ser feitas pelo link bit.ly/rockfestivalpucrs (é necessário apresentar o voucher na entrada). A atividade acontece no teatro do prédio 40 da PUCRS (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).
Neste evento, o público vai assistir o desafio de transportar os sons da guitarra, baixo, bateria e teclados para arranjos vocais e dar nova vida a clássicos consagrados da música nacional e internacional. Além dos grupos participantes, estarão presentes Cíntia de los Santos (preparação vocal), Mariane Kerber (piano), Marcio Buzatto (regência), além do Coral da PUCRS. Outras informações pelo telefone (51) 3320-3582.
Confira os grupos participantes:
O escritor cearense Ronaldo Correia de Brito participará de palestras sobre escrita criativa e lançará seu novo livro, Dora Sem Véu, na PUCRS. As atividades terão mediação do professor da PUCRS e escritor Altair Martins. A programação, com entrada franca e aberta ao público, ocorre nos dias 22, 23 e 24 de agosto no Instituto de Cultura, localizado no 7º andar da Biblioteca Central da PUCRS. Para participar, é necessário se inscrever pelo link http://bit.ly/RonaldoCorreiadeBrito.
No dia 22 de agosto, às 19h30min, o bate-papo será sobre A arqueologia do romance Dora Sem Véu e, na sequência, ocorre a sessão de autógrafos do romance. Já no dia 23, no mesmo horário, a conversa gira em torno do tema Tramas do falar ao escrever. No último dia, 24 de agosto, também às 19h30min, a pergunta que norteará a discussão será O conto possui tamanho?
Autor de 11 livros, o escritor recebeu o prêmio São Paulo de Literatura, em 2009, pelo romance Galileia. Após, mais dois romances foram publicados: Estive Lá Fora, em 2012, e agora, Dora Sem Véu, livro no qual o autor volta ao agreste, universo de seus primeiros contos Faca (2003) e Livro dos Homens (2005).
Em Dora Sem Véu, Ronaldo retoma não exatamente o caminho da literatura regionalista da primeira metade do século passado, pois elege uma nova trilha, a do drama contemporâneo, recorrendo aos elementos formais da tragédia clássica para espelhar uma sociedade mítica, a sertaneja, em confronto com a modernidade laica.
Com traços dostoievskianos, em Dora Sem Véu, o escritor cria uma narrativa emocionante e multifacetada sobre o amor e a culpa. Sua personagem principal, Francisca, é uma mulher de meia-idade que vai com o marido explorar seu passado obscuro em busca da avó Dora que nunca conheceu. Nessa viagem reveladora, ambos irão enfrentar o amor, as suspeitas e a morte.
O documentário Minha Avó era Palhaço inaugura, no dia 17 de agosto, às 19h, a parceria do Instituto de Cultura da PUCRS com o Theatro São Pedro – Multipalco Eva Sopher. A exibição terá a presença de Mariana e Daise Gabriel, neta e filha da palhaço biografada. Após a sessão, ambas participarão de um bate-papo sobre as diversas questões abordadas no filme. Com duração de 52 minutos, a obra é resultado de entrevistas, consultas no acervo do Centro de Memória do Circo, leituras de teses nacionais e internacionais, sites variados e bibliografia de temas relevantes.
Dirigido por Ana Minehira e Mariana Gabriel, o filme destaca a influência dos negros no espetáculo circense e o preconceito que sofriam nesse meio, a partir da história de Maria Eliza ou “Xamego”, a palhaço que, no início da década de 40 e 60, era a grande atração do Circo Guarany. Para a realização do filme, uma equipe se dedicou por dois anos a resgatar a história dessa palhaço-mulher que, no camarim, amamentava os filhos e, no picadeiro, alegrava e seduzia a plateia com seus chistes, pilhérias, musicais hilários, cachorros e gatos amestrados.
Com vagas limitadas, a entrada é gratuita. Das 13h às 18h30, as senhas podem ser retiradas na bilheteria do Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/n° – Centro Histórico). A exibição do documentário acontece na Sala da Música – Multipalco. Mais informações pelos telefones (51) 3227.5100 ou 3227.5300.
O Instituto de Cultura da PUCRS e a Fundação Theatro São Pedro (TSP) pretendem criar uma programação unificada, com trocas de contatos entre a Universidade e a Fundação, com o intuito de atrair mais arte para Porto Alegre. Entre as várias possibilidades, a união pretende promover pocket shows, estreias e oficinas na Universidade para que o público possa, posteriormente, ir ao espetáculo no Theatro. Além disso, dependendo da dimensão da atração cultural, a mesma poderá ser realizada na PUCRS ou no TSP.
Para as apresentações, são muitas opções de espaços físicos disponíveis. A Fundação possui o Theatro São Pedro e o Multipalco e a PUCRS oferece a Rua da Cultura, o Centro de Eventos, o Salão de Atos, o Teatro, entre vários auditórios e ambientes.
Horas antes de se apresentar no Fronteiras do Pensamento, a atriz e escritora Fernanda Torres fez um bate-papo com a comunidade acadêmica no saguão da Biblioteca Central, onde, com bom humor, leveza e inteligência, comentou sobre o momento atual, interpretado por ela como “de total absurdo”, e exaltou o papel da arte para além do engajamento político. “Nietzsche dizia que só a arte pode dar conta do absurdo. A humanidade sempre se representou desde a caverna. Quando alguém diz que a história acabou e a arte também, é seu desejo de que nada ande depois dele. Hoje é difícil. A tecnologia nos atropelou a todos. Estamos vivendo outra revolução de Gutenberg. Não sabemos os valores que virão, se haverá emprego ou casa própria. Cada um que se agarra na esquerda ou direita cairá numa falácia”, avaliou a atriz e escritora em resposta ao questionamento do diretor do Instituto de Cultura, professor Ricardo Barberena, sobre o papel da literatura em tempos coléricos.Também participou da mediação a escritora Carol Bensimon (mestre em Escrita Criativa pela PUCRS). O reitor, Ir. Evilázio Teixeira, e o vice, Jaderson Costa da Costa, prestigiaram o evento.
Mais de uma vez Fernanda se perguntou que arte é possível fazer sem ser militante, lembrando que cresceu vendo Caetano Veloso e Gilberto Gil voltando do exílio e Fernando Gabeira de sunga falando em liberdade sexual e ecologia. “Problemas graves não foram resolvidos. Voltamos à Guerra Fria e ao mundo como conheci.”
O que vislumbra de diferentes entre as duas épocas é que antes havia a ideia paternal de povo como uma entidade sofrida e passiva. “Cabia ao líder e ao intelectual conscientizá-la.” Hoje os grupos identitários podem se expressar, e Fernanda acredita que eles não querem mais que outros falem por eles. Precisam produzir seu próprio material de representação.
Fernanda Torres fala através dos seus personagens literários. No livro A glória e seu cortejo de horrores, aborda a decadência do ator Mario Cardoso, do Brasil e, em especial, do Rio de Janeiro. Ele se pergunta quem lê Tchecov ou Shakespeare andando pelo Centro e tentando salvar seu celular do pivete. “A cultura de massa venceu. Nos anos 70, um filme mainstream era Apocalipse now. Agora é Thor. Sensacional! A gente ia no cinema como lia um livro. Era Bergman, Fellini e Truffaut. Hoje são as séries.”
Carol Bensimon quis saber como é escrever crônica hoje no Brasil em comparação a 2006, quando começou. Antes Fernanda Torres não tinha medo da repercussão. Hoje pensa “50 vezes” antes de publicar se alguém não ficará ofendido. “Escrevia de forma mais livre. Agora as colunas falam mais sobre o que estamos vivendo.” E voltou a pronunciar a palavra “absurdo” para resumir a realidade.
Diferentemente do texto de jornal ou revista, o livro “quase se escreve por ele”, na sua experiência. “É uma maratona longa. A gente tem que deixar o assunto morrer para e ir ao outro lado. Quando vemos, estamos no mesmo caminho.”
Ao identificar a literatura contemporânea como “mal-humorada”, Barberena exalta a comicidade da obra de Fernanda. Mas, para ela, ser somente cômico é cair no vazio. “Meus textos são tragicômicos. Terminam numa depressão horrorosa. Sou marcada pelo Nelson Rodrigues.”
Sem curso universitário, diz que se sente um “queijo suíço”. “De vez em quando fecho umas lacunas.” Para isso se serve de autores como Flaubert, Machado de Assis, Thomas Mann e Dostoiévski.
O teatro do improviso, com o grupo Asdrúbal, integrado por Regina Casé, e os ensaios em casa dos pais atores Fernanda Montenegro e Fernando Torres foram as primeiras influências de Fernanda Torres na literatura. Com a retomada do cinema nacional, acabou escrevendo o roteiro do filme Redentor. A partir do monólogo A casa dos budas ditosos, em 2003, teve que introjetar a obra de João Ubaldo Ribeiro. “Comecei a perceber a música que o livro tinha, onde ele mudava de parágrafo ou de capítulo. Absorvi tudo na minha pele.” Então vieram os artigos e colunas em jornais e revistas. Aprendeu como reduzir as ideias. “Nunca me imaginei, achava que não tinha o direito de pensar em literatura”, confessa.
Queria lançar o livro de crônicas e pediu indicação de editora para Ubaldo. E ele:
– O meio literário é muito violento.
Então Fernando Meirelles lhe pediu que escrevesse sobre a terceira idade para a TV e entrou em contato com a Companhia das Letras, sua atual editora. Luiz Schwarcz leu um conto que viria a ser o primeiro capítulo de Fim e sugeriu que renderia um romance. O que acabou se concretizando na história de cinco amigos cariocas que relembram fases marcantes de suas vidas e acabam morrendo.
Às 19h45min desta segunda-feira, Fernanda Torres participará de debate especial no Fronteiras do Pensamento com o artista plástico brasileiro Vik Muniz. A programação ocorre no Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110). O mundo em desacordo: democracia e guerras culturais é o tema da temporada de 2018. Depois de Fernanda Torres e Vik Muniz, até novembro, participarão outros nove conferencistas reconhecidos internacionalmente.
Fernanda Torres é uma das mais originais e reconhecidas atrizes do teatro, do cinema e da televisão no Brasil. Com formação na escola de atores O Tablado, fez sua estreia na peça Um tango argentino, da dramaturga Maria Clara Machado, e atuou em novelas a partir da década de 1980. Em 1986, recebeu a Palma de Ouro de Melhor Atriz no Festival de Cannes pelo filme Eu sei que vou te amar, do cineasta Arnaldo Jabor. No cinema, destacou-se em Terra Estrangeira, de Walter Salles Jr. e Daniela Thomas, O que é isso, companheiro?, de Bruno Barreto, e Casa de areia, de Andrucha Waddington. Desde 2003, encena o monólogo A casa dos budas ditosos, com texto de João Ubaldo Ribeiro e direção de Domingos de Oliveira. Na televisão, com exceção de Luna caliente, adaptação do romance de Mempo Giardinelli, a maioria dos seus trabalhos foi pautada pelo humor. Em 2013, ela publicou seu primeiro romance, Fim, que vendeu mais de 150 mil exemplares e foi lançado em países como França, Holanda, Itália e Portugal. No ano seguinte, reuniu crônicas veiculadas na imprensa no livro Sete anos. E, no final de 2017, lançou o romance A glória e seu cortejo de horrores.