O ministro da Educação Rossieli Soares da Silva esteve na PUCRS no início da noite desta quinta-feira, 19 de julho. Em sua primeira passagem pela Universidade como ministro de Estado, acompanhado do deputado federal Osmar Terra, foi recebido pelo vice-reitor e diretor do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), Jaderson Costa da Costa, o assessor da Reitoria, Solimar Amaro, a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Carla Bonan, e o chefe de Gabinete, Alexander Goulart. Durante a visita, conheceu estruturas do Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) e do InsCer.
No Parque, conduzido pelo diretor Rafael Prikladnicki, visitou o Global Tecnopuc, a Linha do Tempo, o Laboratório de Criatividade (Crialab), o espaço de Coworking e o Freezone. No InsCer, as instalações foram o Centro de Produção de Radiofármacos – onde são produzidos os radiofármacos posteriormente injetados em pacientes para a realização de determinados exames de imagem – e a área de assistência da Instituição. Também ficou a par das pesquisas realizadas no campo do aprendizado com crianças e adolescentes, especialmente os projetos Acerta e Viva, ambos apresentados pelo coordenador Augusto Buchweitz.
Soares da Silva, surpreendeu-se positivamente com as duas estruturas. “O Instituto do Cérebro faz um trabalho de pesquisa importante, desde a Educação Básica até as situações de saúde que requerem tratamento de origem radioativa, o que é fundamental e raro, desenvolvendo medicamentos especiais para as pessoas sem interesse comercial. Ao mesmo tempo há pesquisas sobre o processo de alfabetização de uma criança, como o cérebro se comporta. Isso deve nortear nossas políticas públicas educacionais nacionalmente”, projetou o ministro.
Sobre o Tecnopuc, avaliou como “uma visita instigante e curiosa, em um ambiente de empreendedorismo, de criação e desenvolvimento de ideias com parceria de empresas, da academia e juntando todos os pilares num espaço totalmente inovador. Começamos até a discutir projetos possíveis envolvendo escolas públicas. Espero, junto com a Capes, que possamos continuar estabelecendo parcerias”, afirmou Soares da Silva
O vice-reitor destacou a importância da presença do ministro no Campus, afirmando que “tivemos a oportunidade de apresentar o Tecnopuc e suas várias inserções, não somente na área tecnológica, mas sua relação com a sociedade e o ensino, não apenas o Superior, mas também o Ensino Médio. Mostramos que aqui nós oportunizamos a todos os estudantes da rede pública desenvolver empreendedorismo e novos aprendizados. Uma das áreas fortes, e pela qual o ministro se encantou, por representar o DNA do Ministério da Educação, foi a pesquisa voltada ao desenvolvimento do aprendizado, mostrando como as crianças aprendem a ler, porque apresentam dificuldades e qual a influência da violência”, concluiu Costa da Costa.
O vice-reitor da PUCRS e diretor do Instituto do Cérebro (InsCer), Jaderson Costa da Costa, é um dos homenageados no maior congresso brasileiro sobre neurociência: Cérebro – Comportamento e Emoções (Brain – Behavior and Emotions). O evento acontece entre os dias 20 e 23 de junho, em Gramado, na Serra Gaúcha. Na solenidade, estiveram presentes o reitor da Universidade Ir. Evilázio Texeira, o assessor da Reitoria, Solimar Amaro e a professora da Escola de Medicina e pesquisadora do InsCer, Mirna Portuguez.
Todos os anos, o congresso tem a tradição de homenagear grandes personagens da neurociência do país. A escolha do homenageado se dá em função da representatividade na sua área de atuação (publicações científicas, atuação clínica, liderança) e a decisão de quem será homenageado é submetida ao Board do Brain, que conta com treze profissionais de diversos estados e especialidades, na maioria professores titulares em suas universidades, que homologa os nomes escolhidos.
O homenageado recebeu um troféu do evento e apresentou uma conferência com o tema A maravilha de ser humano. “Fiquei extremamente lisonjeado com a minha escolha. Ela foi motivada não só pela produção na área da neurociência, ou no meu papel de gestor, ou assistencial como neurologista, mas muito em função do grupo de jovens pesquisadores que consegui estimular para que continuem trabalhando nesta área, que possam aprofundar seus conhecimentos e sejam sempre melhores. É um legado que deixo por meio deles que inclui a própria idealização e construção do InsCer, um centro de referência que vai dar continuidade a todo este trabalho já iniciado. Esse reconhecimento fortalece o fato de que a decisão tomada muitos anos atrás foi a mais adequada, me dá a certeza de que as escolhas feitas foram as mais corretas”, afirmou Costa da Costa.
A PUCRS recebeu na tarde desta terça-feira, dia 19 de junho, o cônsul-geral do Paraguai em Porto Alegre, embaixador José Martínez Lezcano. À frente do Consulado desde 2017, Lezcano foi recebido no Salão Nobre da Reitoria pelo reitor Ir. Evilázio Teixeira. A autoridade paraguaia destacou o interesse de aproximação com o Estado do Rio Grande do Sul, especialmente em movimentos ligados à Educação Superior via mobilidade acadêmica entre universitários dos dois países.
Durante a visita, Teixeira falou sobre sua recente participação na 3ª Conferência Regional da Educação Superior da América Latina e Caribe (Cres 2018), onde diversas autoridades da América Latina se reuniram em Córdoba, na Argentina. De acordo com o reitor, as temáticas apresentadas na ocasião reforçaram a necessidade de cooperação urgente e emergente entre os países latino-americanos. Além disso, reafirmou o desejo de aproximação com países da América Latina, buscando união e soluções conjuntas.
Além da recepção no Salão Nobre, o embaixador também visitou o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul, onde conheceu a estrutura e as pesquisas desenvolvidas no local, incluindo o Centro de Produção de Radiofármacos, onde viu de perto a produção de substâncias utilizadas nos exames de imagem feitos no próprio InsCer. Lezcano foi recebido pela enfermeira e supervisora administrativa e assistencial do Instituto, Cristina Friedrich.
O encontro na Reitoria também contou com a presença da assessora-chefe da Assessoria de Cooperação Internacional, Heloísa Orsi Koch Delgado, e do chefe do gabinete da Reitoria, Alexander Goulart.
A data de 30 de maio marca o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, doença que atinge cerca de 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, são 30 mil pessoas portadoras da doença, que é autoimune e ataca a mielina (proteína que reveste os neurônios e facilita a condução dos impulsos nervosos), provocando inflamações no cérebro e na medula. Dentro da programação do evento InsCer para a Comunidade, o neurologista e pesquisador do Instituto do Cérebro do RS (InsCer) Douglas Sato fará uma palestra para o público leigo sobre o tema. A apresentação ocorre no dia 6 de junho, às 16h45min, no anfiteatro Irmão José Otão, no Hospital São Lucas da PUCRS (Av. Ipiranga, 6690). A programação completa, com todos os assuntos abordados, pode ser conferida neste link.
Os sintomas da esclerose múltipla podem variar dependendo da região afetada, e incluem visão dupla, dificuldade para andar, fadiga crônica, falta de coordenação motora, tremor nos movimentos, perda do equilíbrio, comprometimento da visão, da fala e do funcionamento da memória, além de problemas no sistema urinário, entre outros. Essas manifestações neurológicas agudas e bem definidas são intercaladas com períodos de estabilidade. “A esclerose múltipla precisa ser diagnosticada o quanto antes, pois temos tratamentos para controlar a doença. Um dos grandes desafios é o acesso à informação de qualidade. Por isso, precisamos aumentar a disseminação de conhecimento para a população em geral”, salienta o pesquisador Douglas Sato.
A Federação Internacional de Esclerose Múltipla lança a cada ano, desde 2009, uma campanha diferente para conscientizar a população sobre a doença. Em 2018, o tema é Bringing us closer (Vamos nos aproximar, em tradução livre), com o intuito de informar a população a respeito desta enfermidade que precisa ser conhecida para que possa ser melhor administrada.
O Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer-RS) esteve movimentado na tarde de 16 de maio por uma turma de pequenos visitantes. Dezessete crianças de 5 e 6 anos de idade do Colégio Marista Rosário fizeram uma visita especial ao local, onde foram recebidas pelo pesquisador Augusto Buchweitz e pela enfermeira Cristina Appel Friedrich. Além de conhecerem mais sobre a memória e o funcionamento do cérebro, estiveram no Centro de Pesquisa Pré-Clínica e, ao final, receberam um Certificado de Bravura pela experiência de participarem de uma simulação de exame em um aparelho, inoperante, especificamente adaptado para as crianças.
A ideia de conhecer o InsCer-RS surgiu após a contação da história Guilherme Augusto Araújo Fernandes, da autora Mem Fox, sobre um menino que tenta resgatar a memória de uma senhora que já a perdera. A partir daí, surgiram as perguntas dos estudantes: O que é a memória? Onde fica a memória? É dentro do cérebro ou não? Do que é feita a memória? As memórias felizes e tristes ficam guardadas juntas ou separadas?
A partir dos questionamentos, diversas atividades foram construídas ao redor do tema. Os estudantes do Colégio Marista Rosário conversaram com um psiquiatra, trabalharam as memórias felizes e tristes, a árvore genealógica, fizeram a visita ao InsCer-RS e, agora, devem aprender sobre os alimentos que fazem bem ao cérebro.
“A visita foi fantástica. Enriqueceu nosso estudo, as crianças ficaram felizes e mais instigadas. Essas oportunidades promovem o aprendizado além dos muros do colégio, permitindo que as crianças levantem hipóteses, descubram novos conhecimentos e vivenciem novas experiências”, ressalta a professora Bruna Knecht da Silva.
Para os profissionais do InsCer-RS, foi considerado um grande desafio traduzir para as crianças, de forma lúdica, algo tão complexo como o cérebro humano. “As crianças demonstraram que têm curiosidade e interesse por um tema que eu achei que fosse só do interesse de adultos. Fiquei muito feliz e surpresa ao ouvi-las falando de memória de curto e de longo prazo. Foi um desafio e uma troca incríveis”, avalia a enfermeira Cristina.
A PUCRS e o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul assinaram um acordo de cooperação internacional com a Universidade do Texas – Health Science Center at Houston (EUA) para um estudo inédito sobre dependência à cocaína tipo crack. Coordenado pelo pesquisador do InsCer e professor da Escola de Humanidades da PUCRS Rodrigo Grassi-Oliveira e pelas pesquisadoras Joy Schimitz e Consuelo Walss-Bass, da UTHealth, o estudo terá duração de cinco anos e possui três objetivos principais: promover o mapeamento genético de 1.000 usuários de crack e 1.000 controles (não usuários); avaliar o impacto da exposição à violência/estresse e como isso poderia “marcar” o DNA; e verificar se o vírus HIV poderia modificar o DNA dos usuários em regiões importantes para o funcionamento cognitivo e comportamental.
O orçamento é de 2,6 milhões de dólares e é proveniente do National Institute of Health (NIH) dos Estados Unidos. O InsCer e a PUCRS passam a ser uma das poucas instituições a contar com um investigador principal (PI) responsável por um grant R01 fora do solo americano. O R01 um dos mecanismos mais tradicionais utilizados pelo NIH para dar suporte a pesquisas inovadoras para promover a melhora da saúde humana.
De acordo com Grassi-Oliveira, o Developmental Cognitive Neuroscience Lab (laboratório que coordena) vem coletando sangue de usuários de cocaína tipo crack que se voluntariaram a ceder suas amostras para a criação de um grande biorepositório, contendo as duas mil amostras que serão avaliadas (incluindo controles). Na primeira etapa da pesquisa, o DNA inteiro de cada amostra de sangue será completamente “escaneado” em busca de alterações genéticas que possam estar associadas ao consumo de crack.
Na segunda parte, os pesquisadores partem em busca de marcas no DNA associadas com a exposição à violência e estresse ao longo da vida do usuário. Cada análise possibilitará a investigação de aproximadamente 2,5 milhões de regiões no DNA de cada participante. Na terceira etapa, partindo do mesmo pressuposto das marcas do DNA pela violência ou pelo uso da droga, os pesquisadores contam com um percentual de usuários portadores do vírus HIV, cujas amostras estão no mesmo biorepositório. Neste processo, o objetivo é identificar se a presença do vírus pode, de alguma forma, prejudicar os mecanismos de controle de consumo, dificultando os tratamentos.
O pesquisador ressalta que um dos principais ganhos do estudo é o de revelar novos alvos de intervenção que promovam meios de auxiliar o tratamento do usuário de crack. “Este é um projeto de descobertas e não necessariamente testar alvos pré-definidos. Queremos usar a alta tecnologia que dispomos nas duas universidades para investigar detalhadamente essas informações no DNA dos usuários e controles”, revela. Com os resultados, Grassi e sua equipe esperam apontar para o desenvolvimento de novas drogas ou tecnologias, implicando, inclusive, em políticas de prevenção. “O que vemos, em geral, é uma busca por tratamento quando o uso já está praticamente fora de controle. O trabalho incessante deve ser feito quando a dependência está se desenvolvendo, ou melhor, antes mesmo de aparecer”. O grupo ainda conta com pesquisadores da UFRGS, da UTHealth e os alunos de doutorado da PUCRS Breno Sanvicente-Vieira e Thiago Wendt Viola.
Contexto Brasil – EUA
Segundo o último Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), realizado em 2012 em todo o território nacional, mais de dois milhões de brasileiros são usuários de crack/cocaína ou já consumiram a droga pelo menos uma vez na vida. Isso coloca o Brasil em uma posição bastante preocupante, representando 20% do consumo mundial. Um dos fatores mais impactantes é que apenas 1% destes usuários procura tratamento. No mesmo ano, o Instituto Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgou que os Estados Unidos possuem 4,1 milhões de usuários. Números que preocupam os pesquisadores, que uniram esforços a fim de conhecer mais a fundo as interações entre os fatores genéticos e ambientais envolvidos no consumo de crack nos dois países.
Muitas famílias passam por dificuldades para tratar bebês com microcefalia no Brasil. Mas, no caso da Alexia Annelycia Amaral, 20 anos, mãe de Henri, quando soube do projeto Zika firmado entre o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul – PUCRS (InsCer) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), por meio do Hospital Escola Dr. Hélvio Auto, veio a esperança. Juntamente com o seu marido Carlos Eugênio Bezerra, 23 anos, o casal se deslocou de Maceió a Porto Alegre para realizar este tratamento em seu filho. A mãe considera o projeto inovador e acredita que fará uma grande diferença para bebês com estão na mesma situação. “Estou aguardando com ansiedade os resultados desses exames. Sei que vai mudar bastante saber quais as áreas do cérebro estão mais ativas. Estou muito feliz”, diz.
Assim como Henri, 50 bebês virão de Alagoas para serem avaliados em um protocolo de pesquisa que inclui ressonância magnética de altíssimo campo, avaliação neuropsicológica e polissonografia, coordenado por um time multidisciplinar no Instituto. Os resultados servirão de base para tratamentos futuros em Alagoas e em todo o Brasil, com transferência de tecnologia e conhecimento. A pesquisa se iniciou na última quarta-feira (8 de novembro), e segue por mais dois anos com o financiamento de R$ 2,7 milhões oriundos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Após os primeiros exames, o neuropediatra do InsCer, Felipe Kalil ressalta que, à medida em que houver o desenvolvimento da criança associado aos resultados, os pesquisadores poderão ajudar na reabilitação neurológica desses pacientes. “Assim, eles serão corretamente estimulados para em um futuro próximo falar e caminhar, por exemplo”, comenta.
Integrante da pesquisa, o neurorradiologista do InsCer, Ricardo Soder afirma que são realizados principalmente exames de ressonância magnética estrutural e funcional nos bebês. Os objetivos principais são de contribuir na construção do conhecimento e entendimento da microcefalia congênita associada ao Zika e de desenvolver um conjunto de atividades e processos de tecnologia da informação para solidificar a rede Nordeste-Sul. “A ideia é ajudar a entender essa infecção dos recém-nascidos, acompanhando essas crianças com exames avançados para, quem sabe, encontrarmos uma maneira de evitar essas sequelas”, analisa.
Uma das coordenadoras deste projeto, a pesquisadora Graciane Radaelli afirma que, como integrante de um centro de referência no país, a contribuição entre as instituições é bastante importante. “Os resultados publicados permitirão termos mais certezas sobre terapias e tratamentos”, relata. A intenção do projeto é criar um Centro de Alta Tecnologia em Alagoas (através da formação de recursos humanos, transferência de tecnologia e compartilhamento de equipamentos), com o intuito de melhor atender estas crianças dentro de um projeto de grande dimensão social.
Com o projeto em andamento e todas as etapas cumpridas, a família retornou nesta quinta-feira (9 de novembro) a Maceió. Alexia leva na bagagem a esperança renovada e revela os sonhos que têm para o filho. “O meu grande sonho é que ele consiga o máximo que ele puder. Se o máximo dele for sentar, ou for interagir com a gente, eu ficarei muito feliz e esse vai ser meu grande sonho. Estou fazendo meu máximo e quero ver ele bem”, diz a mãe.
Em 18 de fevereiro de 2016, Alexia deu entrada no Hospital Regional de Arapiraca (AL) para dar à luz ao primeiro filho. Na hora do parto, ouviu o choro de Henri pela primeira vez e, ansiosa, aguardava para pegar o bebê nos braços quando percebeu uma movimentação diferente no bloco cirúrgico. Depois de uma gravidez tranquila, sem qualquer sintoma do Zika vírus, com todos os exames pré-natais em dia, a jovem viu o médico confirmar a outro algo sobre o recém-nascido. Enquanto esperava, os médicos mediam o perímetro cefálico e pesavam o bebê. Depois disso, Alexia viu o filho pela primeira vez. O pediatra conversou com ela e, quando ouviu o diagnóstico de microcefalia, uma síndrome que já atingiu quase 3 mil bebês no Brasil, lembra que se sentiu no chão. “Não era a questão de gostar ou não dele, mas a gente sonha muitas coisas para o nosso filho. Quando isso aconteceu, me perguntei: como vai ser minha vida? Como vou cuidar dele?”, lembra.
A jovem estudante de odontologia afirma que sentiu medo de não poder suprir as necessidades da criança, mas com o tempo percebeu que, ao adquirir experiência, a situação não era uma sentença e sim um desafio. “Aprendi a ter paciência, a esperar o tempo dele”, enfatiza. Atualmente, o bebê está sendo acompanhado em Alagoas com tratamento no Instituto Pestalozzi e a mãe mantém contato direto com as mães de outras crianças com microcefalia.
Henri possui uma conta no Instagram com mais de 100 mil seguidores. Por meio do canal, Alexia conta detalhes da rotina do bebê e interage com muitas outras mães todos os dias.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de registrar o radiofármaco Fludesoxiglicose (18F), produzido no Centro de Produção de Radiofármacos (CPR) do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul – PUCRS (InsCer). O produto passa a se chamar Glicocer e é utilizado em exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET), em diagnósticos nas áreas de oncologia, cardiologia e neurologia. O Glicocer é um radiofármaco, ou seja, um medicamento radioativo. O InsCer possui um acelerador de partículas – o cíclotron – que produz a radiação necessária para a fabricação do radiofármaco.
De uso exclusivo em exames de imagem, o radiofármaco já vem sendo produzido no instituto desde 2014 com a permissão da Anvisa, conforme o disposto na Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 66 de 09 de dezembro de 2011 e na Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 70 de 23 de dezembro de 2014. Foram registradas 11 apresentações do Glicocer, que variam de uma a onze doses do medicamento. De acordo com a coordenadora do Centro de Produção de Radiofármacos, Louise Hartmann, o registro é um atestado da Anvisa para a qualidade, eficácia e segurança do medicamento produzido no InsCer. “Antes disso, é importante ressaltar que o CPR possui um Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF), também expedido pela agência, o que reitera a qualidade dos nossos processos e produtos”, afirma.
O Glicocer é o sexto medicamento que contém como princípio ativo o Fludesoxiglicose (18 F) a possuir registro no Brasil. Além de contar com um centro de produção de radiofármacos regulamentado pela Anvisa, o instituto possui um Centro de Imagem com a tecnologia PET disponível para a realização dos exames na área de medicina nuclear. “Os radiofármacos produzidos no CPR podem ser utilizados no Centro de Imagem do próprio Instituto, permitindo ainda que nossa equipe de pesquisadores possa estudar mais a fundo doenças como Alzheimer e Epilepsia. Além disso, também estamos trabalhando no desenvolvimento de novos radiofármacos para diagnóstico de doenças como o câncer de próstata”, adianta Louise.
Memória, atenção e emoção são três fatores fundamentais para aprender novos conhecimentos. Crianças com histórico de violência têm essas funções prejudicadas. A conclusão preliminar faz parte do Projeto Viva – Vida e Violência na Adolescência, conduzido pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “Quando submetido a situações de estresse, o cérebro entra em constante estado de sobrevivência. Se o jovem está sentado na sala de aula preocupado com o que os pais ficam fazendo, se terá comida, se alguém vai pegá-lo, não sobra energia para aprender. Por outro lado, caso se desligue, pode deixar de perceber pistas importantes no ambiente”, explica o professor Augusto Buchweitz, coordenador do estudo.
Dos 70 alunos de escolas públicas investigados, mais de 90% relatam algum tipo de vitimização (presenciaram ou viveram acontecimentos como roubos, maus-tratos e/ou abuso sexual). Vinte deles vieram para outras etapas do estudo no InsCer. A meta é investigar 60 jovens de 10 a 12 anos.
Leia a reportagem completa na Revista PUCRS nº 184.
Uma pesquisa realizada por uma aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde da PUCRS busca voluntários com 18 anos ou mais que tenham passado recentemente por algum acontecimento traumático e tenham interesse em participar do estudo. Para isso, basta enviar um e-mail para [email protected]. A pesquisa é desenvolvida pela doutoranda Letícia Leite que, após o recebimento dos e-mails dos interessados, entrará em contato para explicar os procedimentos do estudo. Os pacientes selecionados passarão por exames de neuroimagem no Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul – PUCRS (InsCer), onde parte da pesquisa é desenvolvida com acompanhamento dos pesquisadores. O trabalho é orientado pelo professor Augusto Buchweitz e co-orientado pelo professor Diogo Lara.
O objetivo do estudo é avaliar um tratamento baseado em técnicas autoaplicáveis para pessoas que tenham desenvolvido Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Segundo Letícia, a abordagem torna-se particularmente importante “pois as pessoas que sofrem com o Transtorno de Estresse Pós-Traumático e/ou com traumas emocionais poderão ter benefícios em contar com uma técnica autoaplicável para recuperação de sua saúde mental, com acesso facilitado e redução de custos com tratamentos psicoterápicos”. O estudo é desenvolvido com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Diariamente, eventos traumáticos afetam milhões de pessoas em todo o mundo, a partir da exposição a agressão física, assalto, violência sexual, homicídio, sequestro, desastres naturais (ou provocados pelo homem), acidentes automobilísticos e/ou aéreos. Algumas pessoas, após vivenciarem este tipo de situação, podem desenvolver um diagnóstico chamado Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), apresentando memórias angustiantes ou sonhos sobre o evento traumático, flashbacks, sofrimento psicológico, reações fisiológicas, tentativa de fugir dos estímulos associados ao trauma, alterações significativas no humor e no conteúdo dos pensamentos. Além disso, estudos de neuroimagem têm fornecido evidências a respeito de alterações estruturais e funcionais em várias regiões do cérebro de pessoas com TEPT. Esta síntese torna o quadro um importante problema de saúde púbica, em especial no Estado do Rio Grande do Sul, considerando os altos índices de criminalidade, bem como a presença de desastres naturais – com as fortes chuvas, tempestades e inundações.