Oito alunos das Escolas de Medicina e de Ciências da saúde em frente ao Instituto do Cérebro

Oito dos contemplados: À frente, a partir da esquerda: Nathalia Esper, Isadora Ghilardi, Gabriele Zanirati, Pamella Azevedo e Fernanda Majolo. Ao fundo: Eduardo Leal, Lucco Tondo e Felipe Rodrigues / Foto: Flávia Polo

Onze acadêmicos vinculados ao Instituto do Cérebro da PUCRS conquistaram o Prêmio Jovem Pesquisador promovido pelo Congresso Brain 2019. O evento reuniu profissionais e pesquisadores da neurociência em Brasília, em junho, para compartilhar conhecimentos e debater avanços na área. O tema deste ano, Behaviour and Emotion, trouxe a ligação entre neuroquímica e comportamento humano para o centro das discussões. Além de palestras de convidados nacionais e internacionais, o Congresso apresentou trabalhos desenvolvidos por estudantes e gratificou as melhores produções, incluindo as dos estudantes das Escolas de Medicina e de Ciências da Saúde da PUCRS, com bolsas de participação para edição de 2020.

Conheça os trabalhos e autores contemplados:

ESCOLA DE MEDICINA

 

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Pesquisador Rodrigo Grassi-Oliveria, em pé, com microfone na mão, junto a uma bancada de madeira, apresenta pesquisa sobre crack

Pesquisador Rodrigo Grassi-Oliveria apresentou pesquisa em Brasília / Foto: Arquivo Pessoal

O estudo Alvos de proteção à mulher usuária, realizado desde 2010 pelo grupo interdisciplinar de Neurociência Cognitiva do Desenvolvimento (DCNL), da Escola de Medicina da PUCRS, mostra dados coletados com 1.344 usuários de droga, no Rio Grande do Sul. Destes, 546 eram mulheres consumidoras de crack. Elas apresentaram uma taxa de HIV de 20%, percentual consideravelmente mais alto que a média da população geral, que é de 0,8%. Os resultados foram apresentados, no início de junho, pelo professor do curso de Medicina e pesquisador do Instituto do Cérebro do RS, Rodrigo Grassi-Oliveira, que foi convidado a participar do Seminário Intersetorial de Políticas Sobre Drogas, no Ministério da Cidadania, em Brasília.

Conforme Grassi-Oliveira, “a rede precisa levar em consideração que a doença da dependência química é mais grave nas mulheres porque, de acordo com o estudo, elas consomem mais pedras por dia, sofrem mais na desintoxicação, geralmente são vítimas de abusos sexuais e carecem de estratégias de planejamento familiar e serviços específicos”, destacou.

Cada uma das mulheres tem de dois a três filhos, e essas crianças que se desenvolvem nesse contexto vulnerável também são alvo da preocupação dos pesquisadores. “Com as crianças se desenvolvendo nesse contexto, estimamos que eles sofram maus tratos, como negligência na primeira infância. Para evitar que eles virem os próximos usuários, é preciso focar em prevenção”, enfatizou.

Sinalização para políticas públicas

Ao fim do painel, o secretário de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania, Quirino Cordeiro Júnior, que estava mediando o painel, ressaltou o nível elevado do debate ao unir pesquisas com práticas clínicas – importante para a implementação de políticas públicas. “Quanto mais dados, melhor para entendermos as necessidades, para fortalecer o trabalho e para a busca por alternativas concretas para enfrentar essas questões e melhorar os cuidados e os tratamentos”, concluiu.

O Seminário Intersetorial de Prevenção, Conscientização e Combate às Drogas contou com a participação do secretário executivo adjunto do Ministério da Saúde e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Erno Harzheim, gestor geral da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas, Pablo Kurlander. O evento foi realizado em parceria com os ministérios da Justiça e Segurança Pública, Defesa, Infraestrutura, Educação, Saúde e Mulher, Família e Direitos Humanos.

 

 

Ao longo do ano de 2018, mais de 830 mil pessoas foram beneficiadas pelas ações da extensão universitária promovidas pela Universidade, como assistência à saúde, voluntariado, cursos e espetáculos culturais. Os programas próprios de bolsas e crédito educativo permitiram a 5,7 mil estudantes aproveitarem as oportunidades de uma educação transformadora, solidária e empreendedora. Na área da pesquisa, cerca de 2,5 mil universitários contribuíram para a ciência por meio de bolsas de Pós-Graduação e de Iniciação científica. Esses são apenas alguns dos principais resultados de impacto social apresentados na mais recente edição o Relatório Social PUCRS, Hospital São Lucas (HSL) e Instituto do Cérebro do RS (InsCer). Acesse todas as realizações neste link.

Nos dados sobre as três instituições, foi apurado que a presença feminina é predominante entre os 6.826 colaboradores, correspondendo a 59% dos profissionais e aprendizes. O aprimoramento das equipes recebe atenção permanente por meio de capacitações que alcançaram 1.076 pessoas.

No campo da internacionalização das investigações científicas, o PUCRS PrInt conta com 14 projetos de cooperação com instituições estrangeiras, envolvendo 23 programas de Pós-Graduação. Na área da saúde, além de serem referência em assistência, ensino e pesquisa, HSL e InsCer destacam-se também pela humanização das relações com os pacientes. No Hospital, o voluntariado dedicou 10 mil horas ao atendimento de 69 mil pessoas. Já o InsCer beneficiou mais de 400 pessoas com projetos comunitários e promoveu atendimento gratuito a 300 pacientes do Sistema Único de Saúde.

Saiba mais.

2019_06_07-Solidariedade(907x550)A série de matérias especiais abordando os valores maristas e como eles estão presentes no cotidiano da PUCRS, do Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc), do Hospital São Lucas e do Instituto do Cérebro do RS, é concluída com a Solidariedade. Este valor sintetiza o comprometimento e a perseverança na busca do bem comum, na promoção e defesa dos direitos. Por isso, os projetos desenvolvidos buscam estar a serviço dos pobres e excluídos que vivem em situações de fronteira, criando laços de responsabilidade recíproca e equânime na construção da paz e da justiça sendo sinal de esperança no mundo.

Na semana dedicada a São Marcelino Champagnat, a homenagem ao legado do criador do Instituto Marista, há 200 anos, foi lançada a campanha Sinal de Luz, convidando estudantes, docentes e técnicos administrativos a responderem à pergunta Quem é luz na sua vida?, por meio deste link. Todas as homenagens estão no site diadechampagnat.com.br

Unidade Vila Fátima

Coordenada pelo Hospital São Lucas da PUCRS, a Unidade Vila Fátima leva aos moradores dessa comunidade na região leste de Porto Alegre, próxima aos Bairros Jardim do Salso e Bom Jesus, serviços de qualidade nas áreas de educação, direito, saúde e assistência e desenvolvimento social, ao mesmo tempo em que oferece aos universitários estágios eminentemente práticos. São promovidas ações de prevenção, tratamento, reabilitação e recuperação da saúde, aliando o reconhecido vínculo com a população local com a excelência acadêmica e o trabalho com enfoque multidisciplinar. Mais de 41 mil pessoas foram beneficiadas por esses atendimentos no último ano.

Voluntariado / Foto: Bruno Todeschini

Voluntariado / Foto: Bruno Todeschini

Voluntariado

Cuidado, carinho e atenção são essenciais para quem passa muito tempo dentro de um hospital. Receber um abraço, aprender algo novo, dar uma boa gargalhada ou apenas conversar pode transformar um momento difícil. Trazer esse conforto é o objetivo do Voluntariado no Hospital São Lucas da PUCRS. A iniciativa conta com aproximadamente 100 participantes distribuídos em 19 projetos na Instituição. Além de exercer a solidariedade através da doação de tempo, atenção e afeto, eles buscam outras formas de colaborar. O grupo fornece refeições, enxovais, próteses, perucas e outros artigos para os mais carentes. Em 2018, foram distribuídos 78 mil itens que serviram para ajudar diversos pacientes.

Muitos dos integrantes dessas ações são alunos, diplomados ou colaboradores da PUCRS. Eles chegam até o Hospital por meio do Centro de Pastoral e Solidariedade que, com o apoio da Associação do Voluntariado e da Solidariedade (Avesol), articula o Programa de Voluntariado da Rede Marista. Estão contempladas as áreas de saúde, educação, assistência social e direitos humanos, através de projetos destinados às crianças, adolescentes, adultos, famílias, idosos, pessoas com necessidades especiais e famílias em situação de vulnerabilidade social. Os mais de 300 voluntários estiveram presentes em 39 instituições no ano de 2018, formando uma rede do bem que beneficiou mais de 30 mil pessoas.

Tecnologia para a inclusão

Facilitar o acesso ao mercado de trabalho utilizando a tecnologia como ferramenta para construção de uma sociedade mais igual. Assim funciona o aplicativo TriFácil, da startup de mesmo nome instalada no Tecnopuc. A iniciativa permite ao usuário se conectar com prestadores de serviços em diversas áreas, como informática, instalação de móveis, fretes, hidráulica, elétrica, etc. Em parceria com a Fundação Pão dos Pobres, a proposta é que os egressos dos cursos de profissionalização da instituição sejam cadastrados na plataforma do app. A primeira seleção envolveu 30 egressos das capacitações. Eles participarão de workshops de boas práticas, apresentação, qualidade e outros temas da rotina de trabalho dos prestadores.

Rede Marista, infanto-juvenil

Rede Marista, infanto-juvenil

Defesa dos direitos da criança

Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, lançado em 2018, com sede na Fundação Irmão José Otão (Fijo), no prédio 2 do Campus (Av. Ipiranga, 6681 – Porto Alegre), tem como objetivo a garantia os direitos da criança e do adolescente e a capacitação de profissionais e da comunidade em geral para que se engajem no cuidado integral da infância. Recentemente, em 31 de maio, o Centro e a Escola de Direito promoveram a 1ª Conferência Marista sobre Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil. O evento reuniu centenas de especialistas na plateia e contou com palestras de psiquiatras, policiais, juristas e outros profissionais, abordando desde o perfil dos agressores aos impactos na saúde mental de quem sofre esse tipo de abuso, além do sistema de acolhimento às vítimas. As políticas institucionais de proteção integral à criança e aos jovens embasam a atuação dos profissionais dos empreendimentos maristas – como Colégios, PUCRS, Hospital São LucasInstituto do Cérebro – e unidades sociais.

 Valores Maristas

Ao longo dessa semana, entre 3 e 7 de junho, os valores Amor ao Trabalho, Audácia, Espírito de Família, Espiritualidade, Presença, Simplicidade e Solidariedade foram evidenciados em alguns dos muitos exemplos de pessoas, projetos e ações maristas. Você pode ler todas as matérias neste link.

Sinal de Luz

A proposta da ação motivada pela pergunta Quem é luz na sua vida? foi estimular que a comunidade acadêmica homenageasse as pessoas que são importantes na sua trajetória e que, assim como Champagnat, são sinais de luz. Confira as respostas aqui.

 

 

capa_relatorio_social_2018Ao longo do ano de 2018, mais de 830 mil pessoas foram beneficiadas pelas ações da extensão universitária promovidas pela Universidade, como assistência à saúde, voluntariado, cursos e espetáculos culturais.  Os programas próprios de bolsas e crédito educativo permitiram a 5,7 mil estudantes aproveitarem as oportunidades de uma educação transformadora, solidária e empreendedora. Na área da pesquisa, cerca de 2,5 mil universitários contribuíram para a ciência por meio de bolsas de Pós-Graduação e de Iniciação científica. Esses são apenas alguns dos principais resultados de impacto social apresentados na mais recente edição o Relatório Social PUCRS, HSL e InsCer. Acesse todas as realizações neste link.

INSCER,Esclerose MúltiplaA data de 30 de maio marca O Dia Mundial da Esclerose Múltipla, enfermidade que atinge cerca de 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, são 30 mil portadores da doença, que é autoimune e ataca a mielina (proteína que reveste os neurônios e facilita a condução dos impulsos nervosos), provocando inflamações no cérebro e na medula. Para esclarecer a comunidade sobre o tema, o Instituto do Cérebro organiza o Ciclo de Palestras Um olhar multidisciplinar sobre a Esclerose Múltipla. O evento, gratuito, ocorre a partir das 17h30min no anfiteatro Irmão José Otão, no Hospital São Lucas da PUCRS (Av. Ipiranga, 6690 – Porto Alegre), e terá a mediação da jornalista especializada em saúde Laura Medina.

Diagnóstico precoce facilita tratamento

Os sintomas podem variar dependendo da região afetada e incluem visão dupla, dificuldade para andar, fadiga crônica, falta de coordenação motora, tremor no movimento, perda do equilíbrio, comprometimento da visão, da fala e do funcionamento da memória e problemas no sistema urinário, entre outros. Essas manifestações neurológicas agudas e bem definidas são intercaladas com períodos de estabilidade. “A esclerose múltipla precisa ser diagnosticada o quanto antes, pois temos tratamentos para controlar a doença. Um dos grandes desafios é o acesso à informação de qualidade, precisamos aumentar a disseminação de conhecimento para a população em geral” afirma o neurologista e pesquisador do Instituto do Cérebro, Douglas Sato.

Sobre a campanha

A cada ano, desde 2009, Federação Internacional de Esclerose Múltipla lança uma campanha diferente para conscientizar a população sobre a doença. Em 2019, o tema é a visibilidade e o nome da campanha é My invisible MS (Minha Esclerose Múltipla Invisível). O intuito é sensibilizar as pessoas para os sintomas invisíveis da EM e para o impacto não visto na qualidade de vida.

Confira a lista de palestrantes:

– Douglas Sato, Neurologista

– Luciana Azambuja, Neuropsicóloga

– Régis Mestriner, Fisioterapeuta

-Patrícia Weber, Relato pessoal

INSCER_Esclerose Múltipla - Post-01A data do dia 30 de maio marca O Dia Mundial da Esclerose Múltipla que atinge cerca de 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, são 30 mil pessoas portadoras da doença, que é autoimune e ataca a mielina (proteína que reveste os neurônios e facilita a condução dos impulsos nervosos), provocando inflamações no cérebro e na medula. Para marcar o dia, o Instituto do Cérebro organiza o Ciclo de Palestras gratuito, Um olhar multidisciplinar sobre a Esclerose Múltipla. O evento ocorre a partir das 17h30min no anfiteatro Irmão José Otão, no Hospital São Lucas da PUCRS (Av. Ipiranga, 6690) e vai contar com a mediação da jornalista especializada em saúde, Laura Medina.

Diagnóstico precoce facilita tratamento

Os sintomas podem variar dependendo da região afetada e incluem visão dupla, dificuldade para andar, fadiga crônica, falta de coordenação motora, tremor no movimento, perda do equilíbrio, comprometimento da visão, da fala e do funcionamento da memória e problemas no sistema urinário, entre outros. Essas manifestações neurológicas agudas e bem definidas são intercaladas com períodos de estabilidade. “A esclerose múltipla precisa ser diagnosticada o quanto antes, pois temos tratamentos para controlar a doença. Um dos grandes desafios é o acesso à informação de qualidade, precisamos aumentar a disseminação de conhecimento para a população em geral” afirma o neurologista e pesquisador do Instituto do Cérebro,  Douglas Sato.

Sobre a campanha

A cada ano, desde 2009, Federação Internacional de Esclerose Múltipla lança uma campanha diferente para conscientizar a população sobre a doença. Em 2019, o tema é a visibilidade e o nome da campanha é My invisible MS (Minha Esclerose Múltipla Invisível). O intuito é sensibilizar as pessoas para os sintomas invisíveis da EM e para o impacto não visto na qualidade de vida.

Confira a lista de palestrantes:

Hanz Pappe, Humboldt-Kolleg

Abertura do evento, com reitores, pró-reitores e convidados internacionais / Foto: Camila Cunha

Iniciou nesta quarta-feira, dia 15 de maio, o Humboldt-Kolleg, conferência regional e interdisciplinar organizada pela Fundação Alexander von Humboldt, da Alemanha. No evento de três dias realizado no auditório do Living 360º (prédio 15 do Campus), o tema escolhido foi Neurociências e ciências humanas: É possível um aprendizado mútuo? O encontro, com duração até sexta-feira, 17, reúne bolsistas e ex-bolsistas brasileiros da Fundação, pesquisadores e representantes de importantes instituições com objetivo estreitar redes de cooperação interdisciplinares e criar novas formas de aproximação científicas.

A cerimônia de abertura contou com a presença do presidente da Fundação Alexander von Humboldt, Hans-Christian Pape, do reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Borges Teixeira, do vice-reitor Jaderson Costa da Costa, do reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rui Oppermann, do pró-reitor de Planejamento e Administração da Ulbra, José Paulinho Brand, do cônsul-geral da Alemanha em Porto Alegre, Thomas Schmitt, e do presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Luiz Roberto Liza Curi. O evento foi organizado em parceria com o Centro de Estudos Europeus e Alemães (CDEA).

Na ocasião, o reitor da PUCRS destacou o momento atual que a Universidade vive com a necessidade de novas interfaces com a sociedade. Teixeira ressaltou também a importância da temática escolhida para o evento, conectando áreas diversas e propondo discussões interdisciplinares importantes para o futuro.

Emoções e neurociência

Hanz Pappe, Humboldt-Kolleg

Presidente da Fundação Alexander von Humboldt, Hans-Christian Pape / Foto: Camila Cunha

Professor da Universidade de Münster, Hans-Christian Pape proferiu a conferência de abertura intitulada Rhythms of Fear in the Brain. Mechanisms and Impact of an Emotion (Ritmos de Medo no Cérebro. Mecanismos e Impacto de uma Emoção). Pape é um dos principais especialistas nos fundamentos neurofisiológicos do comportamento emocional. Ele ganhou uma reputação especial por sua pesquisa sobre transtornos relacionados à ansiedade, medo e memória do medo, bem como os processos que regulam o sono e a vigília. Na apresentação na PUCRS, o pesquisador abordou a organização da montagem neuronal para processamento cognitivo complexo e armazenamento de memória e suas relações com a formação de memória de medo.

Visita ao InsCer

No período da tarde, Pape visitou o Instituto do Cérebro do RS (InsCer). Recebido pelo diretor e vice-reitor da PUCRS, Jaderson Costa da Costa, e pela vice-diretora Magda Lahorgue Nunes, o presidente da Fundação Humboldt conheceu a infraestrutura do InsCer e conversou com os pesquisadores associados ao Instituto. No encontro, cada um deles expôs suas linhas de pesquisa, que abrangem todas as faixas etárias, desde o neurodesenvolvimento infantil até o do idoso, passando por esclerose múltipla, epilepsia, células-tronco, sono, violência em adolescentes, memória e depressão.

Pape também ficou a par das obras de ampliação que estavam previstas no projeto original do InsCer, que deve triplicar o tamanho da atual estrutura, com a colocação de sete laboratórios altamente equipados e nove espaços de ambulatório de pesquisa, além da aquisição de outro equipamento de ressonância magnética e de tomografia computadorizada.

Por último, o visitante conheceu o Centro de Produção de Radiofármacos, onde são produzidos radiofármacos injetados em pacientes oncológicos para a melhor aquisição dos exames de imagem, o Centro de Pesquisa Pré-Clínica, onde ocorrem as pesquisas experimentais no equipamento específico para animais, o microPET/CT, além de visitar os laboratórios de neurociência que estão localizados dentro do Hospital São Lucas da PUCRS.

Como o cérebro se reorganiza?

Na quinta-feira, dia 16, o vice-reitor da PUCRS e diretor do InsCer, Jaderson Costa da Costa, apresentou a conferência intitulada The Brain that Reorganize itself. Costa expôs evidências empíricas sobre a capacidade do cérebro em mobilizar células e fatores de proteção para curar e/ou minimizar as lesões cerebrais. O palestrante sugeriu reflexão envolvendo os neurocientistas e filósofos sobre o impacto do processo de reorganização do cérebro no nosso “self”.

Sobre Fundação Alexander von Humboldt

A Fundação Alexander von Humboldt tem como objetivo promover a cooperação científica entre pesquisadores de excelência da Alemanha e de outros países. Atualmente, ela concede mais de 700 bolsas e prêmios para que os estudiosos ao redor do mundo possam realizar projetos de pesquisa que mais os interessem. No Brasil, a fundação já fomentou mais de 350 projetos e atua em parceria com a Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Confira a galeria completa da visita:

foto dos pesquisadores do inscer envolvidos em pesquisa sobre epilepsia e depressão

Pesquisadores no InsCer (da esquerda para a direita): Gabriele Zanirati, Gianina Venturin, Samuel Greggio e Pamella Azevedo / Foto: Bruno Todeschini

Integrantes do Laboratório de Neurociências do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) fizeram um estudo mostrando que, quando a depressão está associada à epilepsia, acaba contribuindo para a piora do quadro em um modelo experimental. Animais com as duas doenças tiveram maior redução do metabolismo cerebral, ou seja, da atividade do cérebro, quando comparados a animais epilépticos sem depressão. Também apresentaram um maior número de conexões anormais na rede metabólica cerebral entre regiões envolvidas com ambas as patologias.

A partir dos resultados, o grupo busca novas estratégias eficazes e seguras para prevenção e tratamento. O projeto abre caminho para estudos de redes metabólicas em portadores de epilepsia e depressão, com potencial não só para diagnóstico mais preciso, mas também para escolha e avaliação da terapêutica”, destaca o coordenador da pesquisa, diretor do InsCer e professor da Escola de Medicina, Jaderson Costa da Costa. A ideia é mais adiante realizar um estudo clínico, envolvendo pacientes.

Saiba mais na Edição 188 da Revista PUCRS.

 

Imagem adolescente triste

Foto: Piaxabay / sasint

Os impactos da violência no aprendizado e no desenvolvimento do cérebro de jovens brasileiros. Este é o conteúdo da pesquisa conduzida por Augusto Buchweitz, professor da Escola de Ciências da Saúde da PUCRS e pesquisador Instituto do Cérebro do RS (InsCer), e equipe, que faz parte do projeto VIVA – Vida e Violência na Adolescência. É a primeira vez que um estudo de neuroimagem analisa como a violência afeta o cérebro de adolescentes latino-americanos. Essa pesquisa foi publicada na revista científica internacional Developmental Science.

Para entender os impactos associados com a violência no funcionamento do cérebro de adolescentes, foram feitos convites e triagens em escolas em Porto Alegre, algumas das quais se situam em bairros com os maiores índices de violência e vulnerabilidade. Aplicou-se o Questionário de Vitimização de Adolescentes (JVQ – Juvenile Victimization Questionnaire, na sigla em inglês) e selecionaram-se estudantes para participarem das etapas seguintes do projeto no InsCer. Na Instituição, obtiveram-se amostras de cabelo, para medir o nível de cortisol (hormônio do estresse). Também foram realizados exames de ressonância magnética funcional em uma tarefa que investiga a percepção social: pares de olhos são mostrados durante o exame, e os adolescentes tinham de decidir o estado mental daquela pessoa na foto (feliz, triste e cansada).  Os resultados obtidos indicam que:

A adolescência é um período da vida em que se está extremamente suscetível ao meio. O estudo sugere que a violência pode estar afetando a cognição social dos adolescentes. “Cognição social envolve várias sub-habilidades importantes para a convivência, como a empatia. O que o estudo sugere é que as redes neurais que fazem esta percepção social estão menos ativadas nos adolescentes mais expostos à violência”, afirma Buchweitz.

“Não se pode dizer se isso vai ter efeitos futuros, mas estudos mostram que este tipo de funcionamento atípico pode aumentar o risco para transtornos de humor, por exemplo”, complementa o pesquisador.