Essencial para uma vida saudável, o sono é responsável pelo descanso do corpo e pela reposição de energias. Dormir bem também auxilia a manter a saúde mental, fortalecer o sistema imunológico, regular o metabolismo e prevenir doenças. Porém, durante a pandemia provocada pela Covid-19, dificuldades para dormir e mudanças no sono têm afetado uma boa parte da população.
De acordo com a professora da Escola de Medicina da PUCRS e vice-diretora do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) Magda Lahorgue Nunes, as mudanças na rotina podem ser um dos causadores desses problemas. “Queixas de insônia estão sendo muito frequentes durante a quarentena. Isso certamente é decorrente de quebras nas rotinas, da falta de necessidade de cumprir horários, além do relaxamento nos aspectos de higiene do sono, como variações no horário de dormir e de acordar e o uso excessivo de telas”, afirma.
A professora coordena um estudo que investiga os impactos do confinamento no sono durante a pandemia de Covid-19. Iniciada em abril de 2020, a pesquisa busca identificar possíveis efeitos regionais do confinamento domiciliar e avaliar se, nos casos em que os indivíduos respondentes sinalizarem uma piora da qualidade do sono durante o confinamento, se estas são modificações permanentes ou transitórias.
Esses dados partem de uma iniciativa mais ampla que pretende, também, estudar o impacto da Covid-19 e da quarentena em aspectos cognitivos e comportamentais das crianças, com especial interesse nas crianças com transtornos do desenvolvimento, durante e após a pandemia. O estudo faz parte de uma força-tarefa multidisciplinar da PUCRS que reúne mais de 50 profissionais e pesquisadores, de diversas áreas, na busca por soluções envolvendo a pandemia.
Em comemoração à Semana Mundial do Sono, de 15 a 21 de março, o InsCer promove um evento online e gratuito, aberto para toda a comunidade, com dicas sobre como dormir melhor. O evento acontece no dia 18 de março, quinta-feira, das 15h às 16h, pela plataforma Zoom. Para participar basta acessar este link na data.
Durante o evento serão apresentadas duas palestras e uma meditação guiada para você aprender, na teoria e na prática, técnicas de relaxamento e a importância de manter uma boa qualidade do sono.
15h – Dra. Magda Lahorgue Nunes, vice-diretora do InsCer
Palestra Você sabe o que é a higiene do sono?
15h20 – Dra. Luciana Abarno da Costa, médica e terapeuta ayurvédica
Palestra Ayurveda e Yoga para dormir melhor
15h40 – Malone Rodrigues, especialista em Psicologia Positiva e Ciência do Bem-Estar
Meditação guiada com técnicas de relaxamento
Um dos maiores dilemas enfrentados por boa parte da população durante a pandemia de Covid-19 tem sido como conciliar a necessidade de sair de casa para trabalhar e a preocupação com a exposição ao risco de contaminação pelo vírus. Para entender como as condições econômicas afetam a percepção das pessoas sobre a severidade do coronavírus, pesquisadores do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) realizaram um estudo que analisa a aversão ao risco.
Segundo dados da pesquisa, o máximo de risco de contaminação pela Covid-19 tolerado pela população para sair de casa é de 38%. Ou seja, apenas quando a chance de se contaminar é de 38 em 100 as pessoas decidem finalmente ficar em casa. No entanto, quando há chance de ficar gravemente doente caso seja contaminado, a tolerância ao risco é de apenas 13%. O estudo foi realizado por meio de um questionário online, com a participação de mais de 8 mil respondentes.
“Sabemos que a escolha de sair ou não de casa vai muito além do salário, por isso perguntamos às pessoas também sobre saúde financeira, qual a chance percebida de precisar de cuidados médicos intensivos caso infectadas pelo vírus, idade, sexo, se estavam empregas e qual a área, escolaridade, se eram parte do grupo de risco, entre outras coisas”, destaca o pós-doutorando Bruno Schiavon, responsável pelo estudo e integrante o Grupo de Pesquisa em Neurociência Cognitiva do Desenvolvimento do InsCer. A pesquisa teve a orientação do professor Rodrigo Grassi, docente da Escola de Medicina da PUCRS e pesquisador do Instituto do Cérebro.
Alumni do curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Schiavon aponta que a pesquisa engloba conceitos da economia comportamental, campo que estuda os fatores psicológicos (cognitivos e emocionais), culturais e sociais que afetam as decisões dos indivíduos. Para analisar os dados, os pesquisadores combinaram diversos tipos de métodos estatísticos que permitiram identificar e predizer como todas as características combinadas aumentam ou diminuem a chance de alguém querer sair de casa para manter o seu salário.
De acordo com o levantamento da pesquisa, pessoas com uma renda maior, com uma situação financeira confortável e mais novas são as que possuem mais tendência a querer sair de casa. “No início da pandemia havia uma ideia de que as pessoas com baixo nível socioeconômico tenderiam a ignorar as recomendações de distanciamento social devido a questões econômicas e pessoais, mas vimos o contrário”, comenta o pós-doutorando.
Porém, o pesquisador salienta que fatores como melhor acesso à saúde, não precisar utilizar o transporte público ou ser dono de estabelecimentos com funcionários são aspectos que podem influenciar as opiniões e percepções acerca da pandemia. “É muito importante acrescentar que este estudo tem suas limitações e que nossa intenção não é resumir um comportamento complexo a um fator apenas. Ou seja, não estamos apontando a causa única da decisão de querer ou não atender às medidas de distanciamento social”, conclui Schiavon.
De acordo com dados de 2016 da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), 54,73% dos estudantes brasileiros que concluem o 3º ano do ensino fundamental apresentaram desempenho insuficiente no exame de proficiência em leitura. O relatório também concluiu que 33,95% dos alunos e alunas tiveram níveis insuficientes em escrita.
Para tentar mudar esse cenário, pesquisadores do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), localizado no Campus da Saúde da PUCRS, lideram uma rede de pesquisa para o desenvolvimento da versão em português do jogo GraphoGame. Criado a partir de estudos com crianças em idade de alfabetização na Finlândia, o jogo será implementado pelo Ministério da Educação (MEC) como parte da Política Nacional de Alfabetização. Foram investidos R$ 100,5 mil pelo MEC para a adaptação do jogo feita pelo InsCer.
Segundo o professor da PUCRS e pesquisador do InsCer Augusto Buchweitz, que lidera os estudos, a metodologia do GraphoGame abrange o desenvolvimento de fundamentos da consciência fonológica (a habilidade de identificar e associar os sons da língua) e o conhecimento alfabético, que envolve reconhecer, escrever letras e identificar seus sons. “Esses fundamentos são trabalhados em um ambiente de jogo muito divertido e atrativo. A mera exposição a palavras escritas e textos não leva à aprendizagem alguma a não ser que a criança seja, explicita e simultaneamente, ensinada sobre o que são letras e palavras escritas e sua relação com os sons. Trata-se de um jogo que ajuda nessa sistematicidade e, portanto, auxilia a desenvolver conhecimento e aquisição de familiaridade com o sistema alfabético”, explica Buchweitz.
Leia também: Leitura na infância auxilia o desenvolvimento cognitivo e socioemocional
Gratuito e utilizado sem a necessidade de conexão com a internet, o GraphoGame também visa contribuir para reduzir as dificuldades de ensino e alfabetização de crianças durante o período da pandemia de Covid-19, principalmente àquelas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. “Esta ferramenta é importante pois o Brasil tem uma dificuldade imensa de alfabetizar suas crianças, principalmente as mais desfavorecidas socioeconomicamente. Alfabetizamos muito mal, mas as crianças de classe média e alta têm recursos adicionais e as escolas, prontamente, direcionam essas crianças com dificuldades para o atendimento especializado. Já as famílias mais pobres dificilmente têm opção fora da escola, e como a educação patina na alfabetização, essa criança perde a sua melhor e talvez única oportunidade de aprender a ler”, salienta o pesquisador do InsCer.
Buchweitz destaca que o jogo não substitui o papel dos professores, mas que possui caráter de apoio à alfabetização. “Sozinho o GraphoGame não irá alfabetizar a criança e não resolve esse imenso problema; não é esse o objetivo e nem poderia ser. Mas ele pode ser uma ferramenta muito útil para ajudar os professores e as famílias, e tem se mostrado eficaz no apoio à alfabetização em estudos em diferentes idiomas”, comenta.
Presente em diversos países, a adaptação do GraphoGame para novos idiomas é realizada em colaboração entre os cientistas finlandeses e universidades parceiras, como a PUCRS. “A parceria com a GraphoGame não foi por acaso. Desde 2013 o estudo da neurociência da aprendizagem da alfabetização faz parte do DNA das pesquisas do InsCer, com o projeto ACERTA e seus desmembramentos”, conta Buchweitz. Os pesquisadores do InsCer também integram de uma rede de cientistas da leitura do mundo todo, a Haskins Global Literacy Hub.
O Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul, InsCer, irá produzir e fornecer radiofármacos para os clientes da empresa R2IBF. São hospitais e clínicas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina que necessitam da substância para a realização do PET/CT – exame de diagnóstico por imagem.
A iniciativa em conjunto passa a valer a partir de março de 2021, e é fruto da parceria firmada entre o InsCer e o grupo R2IBF no último dia 9 de novembro. A R2IBF faz a comercialização e logística de radiofármacos para hospitais e clínicas que operam com medicina nuclear.
O InsCer produz radiofármacos desde 2012 e conta com um sólido Grupo de Pesquisa para o desenvolvimento de novos radiofármacos utilizdos em pacientes com doenças neurodegenerativas e oncológicas.
Estavam presentes no ato de assinatura de contrato entre InsCer e o o grupo R2IBF o Ir. Evilázio Teixeira, reitor da PUCRS; Dr. Jaderson Costa da Costa, diretor do InsCer; José Martins, Presidente do Conselho Administrativo do Grupo R2IBF; Alberto Martins, Diretor Presidente do Grupo R2IBF, Dr. Paulo Togni, Diretor Presidente da IBF , Roberto Vieira, Diretor Executivo do Grupo R2IBF e Alexandre Tavares, Diretor Executivo da R2.
“Muito obrigado Dr. Jaderson, este reconhecimento significa muito para a gente”, expôs, emocionado, o pró-reitor de Administração e Finanças da PUCRS, Alam de Oliveira Casartelli, em um momento de agradecimento ocorrido, de forma inédita, no dia seguinte ao lançamento da ampliação Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul, InsCer. Com a presença de todos os que trabalharam nos bastidores da obra de ampliação do empreendimento, foi feito evento conduzido pelo diretor do InsCer, Dr. Jaderson Costa da Costa. “Sem vocês nada disso aqui teria acontecido. Vocês conhecem o projeto mais do que ninguém, desde quando ele estava lá na planta, até o final. Este é um momento de gratidão, um momento do coração”.
Dr. Jaderson ressaltou a importância do trabalho de uma equipe comprometida e harmônica, que foi incansável no dia a dia para entregar o empreendimento ainda em 2020. “Obstáculos todos têm, mas com determinação e empenho conseguimos nos superar e erguer este prédio. Muito obrigado”. E continuou dizendo que este é um legado que ele deixa para a sociedade. “É ingenuidade pensar que idealizei este Instituto para mim. Com a minha idade, este é um projeto que deixo como legado à sociedade e aos pesquisadores”.
Ao subir ao palco, com a voz embargada, Casartelli contou um pouco da história do projeto e chamou os colegas Mauricio Gregianin Testa, Diretor Administrativo-Financeiro, Carlos Eduardo Lobo e Silva, Diretor Administrativo de Desenvolvimento Institucional e Milton André Stella, Diretor Administrativo de Qualidade de Serviços e Operações, que citaram todas as equipes que trabalharam no projeto, pedindo para que se levantassem e recebessem os aplausos de todos.
Leia ainda: Inaugurada a ampliação, InsCer começa a “pensar” com estrutura completa
Em 9 de novembro, data do aniversário de 72 anos da PUCRS, entregamos à sociedade o novo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul, agora completo em sua estrutura física de 9.335 m2, ambiente propício à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação, com novos laboratórios, centro de pesquisa clínica, espaços colaborativos e destinados a networking e tecnologia de ponta. O InsCer, inaugurado em 2012, é parte do Campus da Saúde da PUCRS, direcionado à busca de soluções em benefício do paciente e promoção da vida.
Historicamente, a proposta de criar o InsCer foi motivada pelos dados epidemiológicos que evidenciam aumento da expectativa de vida da população brasileira e do preocupante crescimento das doenças neurológicas neurodegenerativas como a demência de Alzheimer, das doenças cerebrovasculares e das doenças oncológicas. A população está envelhecendo, a carga da doença e a demanda por cuidados de saúde estão aumentando, enfrentamos a ameaça de doenças infecciosas emergentes e lutamos com os desafios para prover acesso universal ao atendimento em saúde de qualidade.
Na universidade, ambiente propício à inovação pela concentração de conhecimento e de capital intelectual, buscamos os pesquisadores e recrutamos os jovens talentos – os cérebros. A proposta do InsCer destaca-se pela sua abordagem translacional visando estabelecer a relação entre a pesquisa pré-clínica, a pesquisa clínica e sua aplicação, direcionada para a assistência ao paciente e fundamentada no conhecimento multidisciplinar, no saber e no fazer, na pesquisa e na inovação que geram conhecimento e produto.
No País há uma grande necessidade da incorporar o saber científico em inovação tecnológica que resulte em novos produtos e na inovação que gera valor social. Precisamos rejeitar o status quo e vislumbrar um futuro diferente — um que seja próspero, sustentável e alicerçado na longevidade saudável.
“É muita emoção!”. Essas foram as primeiras palavras – que demonstram sentimento, que só o cérebro é capaz de transmitir –, anunciadas no discurso do vice-reitor da PUCRS e diretor do Instituto do Cérebro (InsCer), Jaderson Costa da Costa, durante a cerimônia de ampliação do empreendimento. O evento, que contou com a presença de representantes de diversos segmentos, ocorreu no novo auditório do InsCer na manhã desta segunda-feira, dia 9 de novembro, data em que a PUCRS celebra 72 anos de história.
Costa da Costa recordou que, em 2012, o InsCer foi criado a partir de dados epidemiológicos que indicavam aumento da expectativa de vida, mas também em meio ao crescimento de doenças neurológicas degenerativas, cérebro–vasculares e oncológicas. “A população está envelhecendo e a carga da doença e a demanda por cuidados da saúde estão aumentando. Enfrentamos também doenças infecciosas emergentes. Lutamos para prover o acesso universal ao atendimento de saúde de qualidade”, frisou.
O diretor do Instituto reforçou que o InsCer não é meramente uma estrutura física, mas construído por pessoas dotadas de razão e afeto, de humanidade. “A proposta do Instituto é ter uma abordagem translacional, visando estabelecer a relação da pesquisa pré-clínica, clínica e a sua aplicação, direcionados à assistência ao paciente, fundamentada no conhecimento interdisciplinar. No saber, no fazer. Na pesquisa e inovação, gerando conhecimento e produto. Precisamos vislumbrar um futuro próspero, sustentável e de longevidade saudável”, salientou.
O reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, recordou o ano de 2018, durante a celebração dos 70 anos da Universidade, oportunidade em que foi anunciado à sociedade um conjunto de projetos e entregas de vulto a serem realizadas nos anos vindouros. “Pois aqui estamos para a inauguração das obras de ampliação do InsCer. Estaremos desenhando o futuro com projetos concretos e efetivos ancorados no presente, tornando o lugar onde vivemos melhor a partir do cuidado, desde a prevenção, diagnóstico, tratamento e pesquisa de ponta em saúde, tendo a integralidade do ser humano como eixo essencial nesse trabalho”, destacou.
Com esta ampliação do Instituto, o reitor anunciou que Jaderson Costa da Costa se dedicará integralmente à direção do InsCer a partir do ano de 2021. “Faço questão de expressar minha admiração e o meu muito obrigado por estar ao meu lado nesse quadriênio tão intenso e ao mesmo tempo gratificante. Conto contigo para, junto à Reitoria, implementarmos plenamente nos próximos quatro anos o Campus da Saúde”, enfatizou.
Mesmo de forma remota na cerimônia, o Ministro de Estado da Educação, Milton Ribeiro, comentou que o seu cargo lhe permite se surpreender com momentos muitos felizes, nos quais pode conhecer entidades, organizações e pessoas que fazem a diferença. “Estamos vivendo em um ano de turbulência, um momento de unirmos forças em torno da solução que envolva a pandemia. Nunca a pesquisa teve uma posição assertiva”, declarou. Mostrando a admiração pelas estruturas, o ministro ainda projetou: “ainda quero conhecer pessoalmente as instalações do InsCer e do Tecnopuc”.
Representando o Governador do Estado, o secretário de Ciência e Tecnologia, Luis Lamb, destacou que este lançamento foi uma grande realização, fruto de uma gestão visionária, audaz e inovadora. “O Instituto representa um grande conjunto de pesquisas, para entender o cérebro humano. São pesquisadores que trabalham em benefício da sociedade. Cada vez mais, o foco nos nossos investimentos e prioridades tem de ser no entendimento da mente humana”, frisou.
A Prefeitura de Porto Alegre foi representada pelo secretário Municipal de Saúde, Pablo Stürmer, que ressaltou que a pandemia foi desafiadora para a gestão pública, mas lhe conforta e dá forças contar com serviços de excelência como o do InsCer. “É um orgulho termos na nossa capital uma estrutura como essa. É preciso darmos atenção especial aos mais vulneráveis e esse conhecimento temos aqui no Instituto”, complementou.
Segundo o presidente da Rede Marista, Ir. Inacio Etges, mesmo em um momento sensível que todos estão vivendo, a inauguração é um momento de festa. “É impressionante como coincide com as escritas e falas do Papa Francisco que diz que é preciso conversar, ter a consciência forte e cultura do cuidado. Creio que é isso, de fato, que o InsCer tem como proposta. É uma iniciativa diferenciada, que integra o Campus da Saúde da PUCRS, ampliando estudos de neurociência e produção de rádiofarmacos”, enfatizou.
No encerramento da cerimônia, a bênção para este novo momento do InsCer foi conduzida pelo chanceler da PUCRS e arcebispo metropolitano, Dom Jaime Spengler. “É indiscutível a dignidade do trabalho em favor da vida e saúde humana desenvolvidas pelo Instituto. A determinação e a integridade que nele atuam, recordam a necessidade ter sempre termos presente a essência e a destinação do ser humano”, disse.
O arcebispo acredita que, em tempos complexos desafiadores, como o da pandemia, é preciso ter sensibilidade humana, reciprocidade, sabedoria e discernimento. “Que Deus nos ajude e abençoe que mantenhamos sempre entre nós isso que, durante a pandemia, fomos convidados a desenvolver, a obra do cuidado. O cuidado conosco, uns para os outros e nos deixamos sermos cuidados pelos outros”, finalizou.
Em 2020 enfrentamos e superamos desafios. Nos reinventamos. Flexibilizamos. Reaprendemos. E, neste dia 9 de novembro, a PUCRS completa 72 anos de história e reforça o seu compromisso de continuar, de seguir junto da comunidade acadêmica e da sociedade criando novos futuros.
“Nestas duas primeiras décadas do século 21, vivemos um cenário de permanentes e aceleradas transformações econômicas, políticas, culturais e sociais. A pandemia trouxe ainda novos desafios em escala mundial e, mais do que nunca, assumimos em comunidade o protagonismo frente às necessidades desse momento, atuando como impulsionadores para o desenvolvimento de uma sociedade melhor, de uma humanidade mais fraterna. Em meio a isso tudo, tivemos muitas conquistas que devem ser celebradas e reconhecidas”, ressalta o reitor, Ir. Evilázio Teixeira.
Ao longo do mês de novembro, uma série de eventos irão celebrar a história da universidade e marcar importantes passos do que ainda virá. Conheça a programação e agende-se:
Inauguração da 2ª fase do InsCer
Lançamento da Associação Ir. Norberto Rauch
Lançamento do novo portfólio de cursos da Pós PUCRS 2021 – Lato Sensu
Medalha Irmão Afonso
Assista ao vídeo produzido especialmente para essa comemoração:
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Confira na AGENDA todas as ações e atividades previstas para novembro: https://www.pucrs.br/agenda/.
No dia 9 de novembro, data em que a PUCRS comemora 72 anos, o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) inaugura a expansão de sua estrutura para oferecer mais exames e serviços à população e empresas de todo o País, além de ampliar o desenvolvimento de pesquisa de ponta com foco no diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças do cérebro. Conduzido por um time de neurocientistas renomados, é uma iniciativa com oito anos de atuação que coloca o Estado como referência nacional e internacional no tema.
O InsCer se consolida como um polo de desenvolvimento, pesquisa e inovação na busca de soluções às doenças que acometem o cérebro e orientado às demandas do paciente e sociedade. Somos uma referência nacional e internacional que une assistência, pesquisa e inovação em um só lugar, um projeto idealizado e desenvolvido de maneira integrada e multidisciplinar. Estamos ajudando a construir o futuro da saúde e da ciência mundial”, ressalta o neurologista e neurocientista Jaderson Costa da Costa, diretor do Instituto.
Com dois anos de duração, as obras iniciaram em outubro de 2018 e triplicaram a atual estrutura de tamanho, passando de 2.549 para 9.335 metros quadrados, contemplando o que foi planejado no projeto original. O investimento total, com aporte da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), é de R$ 66.837 milhões.
A ampliação do InsCer faz parte de um conjunto de iniciativas que compõem o Campus da Saúde da PUCRS, um lugar que foi projetado para reunir tudo o que é preciso para cuidar da vida de maneira integral.
“Não se trata apenas de uma ampliação de espaço físico, representa um marco histórico para a PUCRS, pois por meio de iniciativas inovadoras que serão desenvolvidos pelo InsCer, estaremos desenhando o futuro com projetos concretos e efetivos ancorados no presente, tornando o lugar onde vivemos melhor a partir do cuidado, desde a prevenção, diagnóstico, tratamento e pesquisa de ponta em saúde”, afirma o reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira.
O evento de inauguração acontece a partir das 10h, com transmissão pelo canal da PUCRS no YouTube e pode ser acompanhada neste link.
Diferente de outros institutos que existem no País, as pesquisas desenvolvidas no InsCer têm foco no paciente, e a estrutura reúne centro clínico, ambulatório e produção de radiofármacos. É por isso que a ampliação não é apenas uma entrega de estrutura e sim um investimento para resolver problemas centrados nas pessoas, com novas tecnologias, maiores possibilidades de trazer profissionais de pesquisa da área de Medicina e, por fim, prevenir e colaborar para tratamentos que possam salvar vidas.
A nova estrutura conta com sete laboratórios altamente equipados que foram construídos e representam um avanço para as pesquisas translacionais, com espaços que favorecem a interação entre cientistas. Esses ambientes são dedicados exclusivamente aos estudos pré-clínicos do cérebro. O Centro de Pesquisa e Investigação Clínica, organizado em nove ambientes inclui espaço diferenciado para registros de polissonografia e moderno simulador de exame de ressonância magnética para que o paciente se familiarize com o procedimento.
Novos exames e tecnologia de diagnóstico e reabilitação serão oferecidos à população, como a estimulação magnética transcraniana e as avaliações neuropsicológicas e multidisciplinares. A ampliação da Centro de Imagem Molecular com a aquisição do estado da arte em ressonância magnética permitirá maior precisão diagnóstica e estudos funcionais qualificados oferecidos à comunidade. A síntese e produção de novos radiofármacos voltados às doenças neurodegenerativas e oncológicas vai ser ampliada e intensificada.
A recepção também foi renovada para oferecer maior conforto aos clientes. Um bistrô para alimentação e um moderno auditório com 240 lugares para uso da comunidade científica, acadêmica e da população compõem a estrutura.
Com a nova estrutura, o Centro de Produção de Radiofármacos também teve sua capacidade de desenvolvimento ampliada. Agora, todo o processo de produção destas novas substâncias vai ocorrer dentro do InsCer, desde a pesquisa básica para descobrir novos biomarcadores, até a aplicação em pacientes.
Denominado de Pesquisa Translacional, este ciclo vai se dar em uma nova e ampla estrutura, totalmente focada nas pesquisas e no atendimento ao paciente. Os radiofármacos são substâncias utilizadas em doenças neurodegenerativas e oncológicas e têm despertado grande interesse no mundo inteiro em função da expressiva ocorrência na população.
A expansão do InsCer custou um total de R$ 66.837 milhões. Destes, R$ 60.154 milhões são advindos de empréstimo da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) - o primeiro a ser enquadrado na linha de financiamento Inovação Crítica da Finep, em 2018. A linha é destinada a propostas que expressem a necessidade de desenvolvimento tecnológico para atendimento a prioridades nacionais de interesse estratégico. Os outros R$ 6.683 milhões são contrapartida da PUCRS, o equivalente a 10% do valor total.
Tem lançamento previsto também para o dia 9/11 a Sala de Imersão do InsCer. Um espaço que permitirá a visitantes fazer um tour virtual pelas áreas restritas do Instituto e conhecer mais sobre a história do InsCer por meio de uma timeline interativa.
Além disso, este espaço passa a ser utilizado pelos pesquisadores, que também são professores, para aulas virtuais em um ambiente em que é possível conhecer um pouco mais sobre o InsCer e ainda assim ministrar o conteúdo da disciplina.
Frente à amplitude que o conceito de longevidade vem ganhando na ciência com o aumento da expectativa de vida em todo o mundo, o Campus da Saúde da PUCRS foi pensado não apenas para promover o viver mais, mas para garantir o viver bem. Um lugar completo para que a população do Rio Grande do Sul e do Brasil alcance a longevidade com saúde e autonomia.
A entrega da ampliação do InsCer faz parte dessa iniciativa que tem formato inédito no País e vai reunir ensino, pesquisa, inovação e assistência às pessoas. O modelo integrado e multidisciplinar foi pensado para atender o movimento de cuidado integral com a vida e promoção da saúde em todos os sentidos, conectando as atuações do Parque Esportivo, do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), do Centro Clínico, do Centro de Reabilitação, do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), das Escolas de Medicina e de Ciências da Saúde e da Vida e de iniciativas de inovação como o BioHub, empreendimento do Tecnopuc que atua na geração de negócios inovadores em ciências da vida.
“É uma mudança de modelo, de paradigma, com integração entre todas as unidades e circulação facilitada”, afirma o diretor do InsCer, Jaderson Costa da Costa.
O reitor da PUCRS, Irmão Evilázio Teixeira, ressalta que de ponta a ponta, em cada um dos empreendimentos, a intenção da universidade é fazer com que as pessoas despertem para a importância de cuidar da saúde e possam contar com a instituição para aprender a fazer isso e para facilitar estes processos com uma estrutura completa.
“Com a missão de transformar a saúde por meio da inovação, produção e difusão do conhecimento, queremos que seja uma entrega para as pessoas, um espaço que facilite o protagonismo delas no cuidado consigo mesmas e com os outros. Que seja um local de promoção da vida em todas as suas dimensões”, destaca.
Entre os maiores diferenciais deste modelo adotado, o reitor aponta ainda o fato de ser um ambiente de inovação vinculado ao melhor Parque Científico e Tecnológico do País segundo a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), um hospital que é referência nacional em assistência, os cursos de Medicina, Odontologia e Psicologia que estão entre os melhores do Brasil e, especialmente, um corpo clínico, técnico e docente de alta qualidade e comprovada competência.
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Os estudantes Francisco Lumertz, aluno da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, e Lucca Pizzato Tondo, graduando da Escola de Medicina, estão entre os vencedores do Prêmio Jovem Neurocientista Raymundo Francisco Bernardes. A premiação é promovida pela Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNEC), a mais importante sociedade científica da área do País, e seleciona estudantes de graduação que desenvolveram estudos sobre temas de Neurociências e Comportamento.
Os estudantes da PUCRS também são vinculados ao Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) e foram orientados pelo professor da Escola de Medicina e pesquisador do InsCer, Rodrigo Grassi.
Leia também: InsCer: cuidado com a vida, inovação e pesquisa
A pesquisa Early environmental enrichment rescues memory impairments provoked by mild neonatal hypoxia-ischemia in adolescent mice, desenvolvida Francisco Lumertz, estudante do 10˚ semestre do curso Psicologia da PUCRS, investigou, por meio de experimentos pré-clínicos, se animais que passaram por hipóxia-isquêmia leve na infância conseguiriam recuperar os danos causados na memória ao passarem por um protocolo de enriquecimento ambiental na adolescência.
A hipóxia-isquêmia neonatal (falta de oxigenação no cérebro) é responsável por uma parte significativa dos casos de paralisia cerebral em recém-nascidos. Durante a pesquisa, o teste feito por Lumertz buscou verificar se o enriquecimento ambiental – basicamente ferramentas à disposição do animal para que ele possa explorar o ambiente – seria capaz de recuperar perdas do volume do hipocampo. “Nós observamos que os animais que passaram pela hipóxia-isquêmia e depois pelo enriquecimento ambiental conseguiram resgatar os prejuízos de memória”, avalia o estudante.
Lumertz conta que conquistar o prêmio foi algo inesperado e reforçou a sua vontade de seguir na área de pesquisa, principalmente por ser aluno de iniciação científica. “O resultado é reflexo da orientação e apoio que o professor Rodrigo e o grupo todo me deram ao longo da graduação”, considera.
A outra pesquisa premiada foi a Diffusion Neuroimaging Evidence for White Matter Impairment in Cocaine Use Disorder, realizada pelo aluno de 8˚ semestre de Medicina Lucca Pizzato Tondo. O trabalho é parte de um estudo maior, realizado pelo grupo de pesquisa Neurociência Cognitiva do Desenvolvimento (DCNL), coordenado pelo professor Rodrigo Grassi. O estudo de Tondo considerou um assunto específico dentro da área de neuroimagem, levando em conta o comprometimento da substância branca por usuários de cocaína.
A substância branca é a parte do cérebro responsável por conectar todas as regiões cerebrais. O estudante explica que os usuários participantes da pesquisa fizeram o exame de ressonância magnética no InsCer e, a partir dele, foi feita uma sequência específica que permite avaliar como está a integridade dessa substância branca. Entre os resultados encontrados, está a avaliação de que os usuários de crack possuem um comprometimento difuso de todos os principais tratos de substâncias brancas no cérebro.
“Foi um grande privilégio apresentar esses dados diante de importantes neurocientistas brasileiros”, contou Tondo. O estudante ainda reforçou que é uma grande oportunidade para alunos de graduação poderem mostrar seus trabalhos em um evento científico de tamanha relevância no País.
O aluno da Escola de Medicina ressaltou a grata surpresa de ter sido agraciado com o prêmio, principalmente por ser relacionado a um estudo em desenvolvimento desde 2018. “Fiquei muito feliz de ver esse trabalho de dois anos sendo recompensado, ainda mais como estudante de iniciação científica. Eu tenho muito interesse na área de neurociência e na carreira científica e acadêmica, então foi um super estímulo”, concluiu Tondo.
O Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul atua no desenvolvimento de estudos multidisciplinares e soluções na área da neurociência. Localizado no Campus da Saúde da PUCRS, o InsCer inaugura a obra de ampliação no dia 9 de novembro, data em que a Universidade completa 72 anos, reforçando e expandindo a atuação da PUCRS em benefício da sociedade. Saiba mais sobre o evento de inauguração clicando aqui.