A edição inédita do Pitch Day da PUCRS, realizada na tarde de terça-feira, 13 de novembro, reuniu cerca de 200 pessoas no Tecnopuc. O cenário colorido montado ao ar livre envolveu o Parque em uma atmosfera de descontração, contagiando os participantes do Torneio Empreendedor e do Startup Garagem, que pela primeira vez subiram ao palco em um evento único para expor seus projetos. Ao todo, 27 pitches foram apresentados e onze premiados. O Raiar – Ambiente de Desenvolvimento de Startups da PUCRS também graduou as startups SmartLife App, Biocontrol, Wigo e Ludific, que concluíram seus processos de incubação.
A coordenadora do Torneio Empreendedor, professora Katine Fasolo, destacou que o evento não é apenas um concurso, “mas uma oportunidade para que mais pessoas queiram fazer parte dessa mudança empreendedora tão falada atualmente”. Ela lembrou que a atividade, promovida pelo Idear – Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS, tem 11 anos e que contribuiu, nesse período, com o nascimento de empresas que estão ganhando o mundo, como a Egalitê Recursos Humanos Especiais, que também passou pela Raiar e hoje coleciona prêmios na área em que atua.
Para o professor Rafael Matone Chanin, coordenador do Startup Garagem da Raiar, essa edição do programa evidencia um ecossistema empreendedor maduro, onde os participantes estão mais familiarizados com o tema e conseguem aproveitar melhor as mentorias que a atividade oferece. “Fiquei supersatisfeito em ver a alegria estampada nos olhos dos participantes, pois quando o público-alvo gosta é sinal de que cumprimos nosso dever”, observa. Ele adianta que haverá uma nova versão do SG para 2018.
No Torneio Empreendedor, oito grupos receberam destaque em quatro categorias.
Desafio Livre
1º lugar – Flor Di Lotus
2º lugar – BeerX
Desafio Saúde e Bem-Estar
1º lugar – BFG
2º lugar – Liberdade e Saúde
Desafio Cidades Inteligentes
1º lugar – P.A.R
2º lugar – Ouro Branco
Desafio era da informação e comunicação
1º lugar – Story Tellers
2º lugar – Mediadores
Já os vencedores do Startup Garagem, que ganharam seis meses de desenvolvimento nos ambientes do Tecnopuc, foram:
1º lugar – Bclar
2º lugar – Integrado
3º lugar – Easy Class
Numa parceria entre PUCRS, Grupo RBS e Tornak Participações, a partir do primeiro semestre de 2018, a Universidade terá um novo espaço diferenciado que combina inovação, interatividade, cultura e experiência: o ATL House. O lançamento oficial será realizado nesta quinta-feira, 9 de novembro. O ambiente começa a funcionar em março de 2018, junto à inauguração da rua da Cultura, localizada entre o prédio 5 e a Biblioteca Central Ir. José Otão. Essa iniciativa integra o PUCRS 360º – Universidade em transformação, movimento que traz uma série de novidades da graduação aos ambientes, incluindo novos projetos e serviços a quem usufrui da vida no Campus.
A ATL House será um ambiente de relacionamento voltado a iniciativas que aproximem ainda mais a PUCRS do público jovem e da comunidade com experiências abertas. Além de um estúdio para transmitir programas externos e atrações exclusivas com os comunicadores, o espaço poderá sediar eventos inspirados na grade de programas, karaokê, campeonatos de games e encontros com artistas que estiverem em turnê por Porto Alegre. Além disso, serão realizados projetos acadêmicos direcionados aos estudantes da Universidade.
“Aproximar a PUCRS ainda mais da comunidade e oferecer um diferencial aos nossos alunos é o que nos levou a firmar essa parceria com a Rádio Atlântida, uma emissora focada no segmento jovem. Não se trata apenas da programação da rádio, mas de um circuito de atividades culturais que serão geradas e estarão acessíveis a todos que passam boa parte do seu dia dentro da PUCRS, aproveitando os diversos eventos, serviços e espaços disponibilizados pela Universidade”, ressalta o Reitor Irmão Evilázio Teixeira.
PUCRS 360º
O PUCRS 360º – Universidade em transformação busca proporcionar mais autonomia aos estudantes durante a trajetória universitária, novos eixos formativos para uma experiência acadêmica diferenciada e mais espaços de convivência no Campus.
Um sistema que avalia perfis de personagens que possam participar de um ambiente de inovação. Esta é a função da plataforma LIGA, desenvolvida pelo Laboratório de Tratamento de Imagens e Geoprocessamento da PUCRS (LTIG). Baseada em técnicas de inteligência geoespacial e artificial, a tecnologia pretende mapear, gerir e até recomendar novas parcerias para editais futuros em tempo hábil. As análises qualitativas e quantitativas serão feitas de acordo com as nomeadas “dimensões”: universidade, empresa, governo e sociedade. A versão beta da LIGA foi desenvolvida pela aceleradora de métodos ágeis do Centro de Inovação Microsoft-PUCRS e pela ThoughtWorks.
No levantamento inicial, a plataforma mapeou 82 empresas e 134 estruturas de pesquisa, incluindo laboratórios da PUCRS. “Neste momento, estamos identificando os atores das dimensões de governo e sociedade. Estão sendo apurados dados relacionados a fomentos de pesquisa (públicas ou privadas, nacionais ou internacionais), bem como levantamentos sobre egressos e alunos que participaram de atividades de empreendedorismo”, explica o professor Regis Lahm, coordenador do LTIG.
Segundo o professor, o processo de gestão de sinergias em ambientes de inovação vai refletir em benefícios econômicos e sociais, tendo em vista a possibilidade de criar novas e constantes conexões para discutir desafios. “Vai delimitar estratégias e lançar soluções em cenários complexos de negócio, contribuindo para a produção mútua de conhecimento e expertise, sobretudo no desenvolvimento econômico local. A proposta é identificar necessidades de cada dimensão para que possamos entregar o máximo de retorno possível para todos os públicos. Sejam relacionados à Universidade e interessados em inovação, pesquisa e desenvolvimento, sejam estes de caráter governamental ou privado”, diz.
Para Lahm, a LIGA já está gerando frutos sociais. Atualmente, financia alunos por meio de estágio, bolsas de iniciação científica junto à PUCRS, CNPq e Fapergs, além de cursos de qualificação profissional. “São exemplos práticos de como projetos de inovação podem ser potencializados por sinergias na Universidade. Por meio dessa sinergia, o LTIG receberá recursos financeiros para financiar a própria estrutura de pesquisa”, comenta. Atualmente, a WinNova, empresa sediada no Tecnopuc, já apoia esta iniciativa.
A plataforma está sendo apresentada para outras empresas do Tecnopuc. Neste momento, já estão em negociações novos convênios para expansão da LIGA, que poderão ampliar o acesso à recursos humanos e financeiros, gerando benefícios mútuos para alunos, pesquisadores e empresários.
A tecnologia atenderá o programa de aceleração de sinergias (de onde foram extraídos os dados da plataforma) coordenado pela professora Clarice Lamb, gestora de relacionamento do Tecnopuc. A identidade visual da LIGA foi elaborada pelo laboratório de experiência da Famecos.
Novembro reserva uma programação focada no incentivo à cultura empreendedora, que recebe o nome de Mês do Empreendedorismo PUCRS. Entre os dias 13 e 24, a Universidade promove diversas atividades, como visitas guiadas a ambientes de inovação, encontros de negócio e apresentação de startups, entre outras. Os eventos são gratuitos e abertos ao público, e integram o movimento conhecido como Semana Global do Empreendedorismo, lançado em 2007, com o objetivo de fortalecer esse comportamento, conectando, capacitando e inspirando as pessoas a empreender. Além do Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc), as ações estarão concentradas no Idear – Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da Universidade, e na Raiar – Ambiente de Desenvolvimento de Startups.
De acordo com o professor Leandro Pompermaier, gerente da Raiar, “vivemos na era das conexões, e quanto maior e melhor for o nosso relacionamento no ambiente de negócios, mais chances teremos de alavancar um empreendimento”, avalia. A professora Naira Liberman, coordenadora do Idear, destaca que é difícil inovar quando o empreendedor centraliza tudo. “O mundo está em rede. Empreender é colocar a natureza humana para construir um mundo melhor. Esse é o valor das conexões”, ressalta.
Conforme pesquisa realizada pela PUCRS e apresentada em maio deste ano, empreender é transformar uma ideia em negócio ou agir de forma inovadora sem, necessariamente, ter um negócio próprio. Dentro do universo pesquisado, os principais objetivos do estudo foram: caracterizar o cenário gaúcho; mensurar o desejo das pessoas abrirem um negócio próprio e suas motivações; identificar vantagens e problemas que os empreendedores enfrentam; comparar diferentes percepções entre os perfis atuantes no cenário gaúcho. Os resultados podem ser acessados neste link.
Oficina “Meu projeto na prática: como criar uma campanha de crowdfunding com a Catarse”
Pitch Day da PUCRS e graduação das empresas da Raiar
Empreendedores de diferentes áreas do conhecimento farão a apresentação de seus pitches (discursos rápidos) para investidores, empresários e comunidade em geral em meio a uma atmosfera inovadora e empreendedora. Food trucks e música completam o ambiente.
Durante cerca de quatro meses, os empreendedores participaram do Startup Garagem – Programa de Modelagem de Negócios da Raiar e do Torneio Empreendedor, promovido pelo Idear. Receberam mentorias nas mais diversas áreas, como gestão, comunicação e investimento, e foram avaliados por parceiros do mercado. Nesse dia, os melhores projetos serão anunciados. Também haverá a graduação das startups da Raiar que concluíram seu processo de incubação.
Programação especial Idear
Visitas Guiadas ao Tecnopuc
Conexões que Inspiram
Parada Empreendedora
Em sua 16ª edição, a Conferência Anpei de Inovação, evento promovido pela Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), contará mais uma vez com o apoio institucional da Universidade. O encontro acontece entre os dias 30 de outubro a 1º de novembro, no Expominas, em Belo Horizonte, e é promovido anualmente desde 2001. A atividade conta com a presença de vários setores empresariais, governamentais e instituições de ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) para discutir e encaminhar políticas e práticas voltadas à inovação nas empresas e no país.
Além de apoiar o evento, a PUCRS é sócia afiliada da Anpei, e sua representante, a professora Elizabeth Ritter dos Santos, faz parte da diretoria há 6 anos. “Eu considero esse evento conhecido e reconhecido como o mais importante na área de inovação tecnológica, pois reúne setores da iniciativa privada, o governo e universidades”, afirma Elizabeth. Moderadora de duas mesas na conferência, ela destaca a participação de empresas como Embraer, Bosch, Apple, Johnson & Johnson, Natura, entre outras, que contribuem para atualizar o conhecimento do cenário de desenvolvimento tecnológico mundial com seus cases de inovação. A interação entre essas companhias e instituições acadêmicas, um dos principais aspectos da Anpei, ainda favorece o fomento de novas pesquisas, seja através de parcerias ou pela apresentação de novas perspectivas de estudo.
Convidada Especial
Uma das principais atrações durante o evento será a participação de Kristen Cox, diretora executiva do governo de Utah, que irá apresentar o modelo de gestão que lhe rendeu o título de melhor gestora pública dos Estados Unidos em 2016, o Success Framework. De acordo com Kristen, o modelo, desenvolvido com base na metodologia da Teoria das Restrições, engloba um conjunto de princípios e ferramentas de gestão que auxiliam agências de governo a obter maior valor para cada dólar dos contribuintes investido. “O objetivo é apresentar o modelo de gestão utilizado no governo de Utah, com foco em melhorar os resultados e em criar a capacidade de fazer mais com menos recursos. Utilizamos a Teoria das Restrições, que é empregada em empresas e governos ao redor de todo o mundo”, explica a gestora. Intitulado “Case de Utah (EUA): Resultados excepcionais utilizando a Teoria das Restrições”, o painel internacional será composto também pelo presidente do conselho e CEO da Neogrid, Miguel Abuhab, e mediado por Aureo Villagra, CEO da Goldratt Consulting Brasil.
Sobre Kristen Cox
Atual diretora executiva do governo de Utah, nos Estados Unidos. Em 2007, Kristen foi nomeada Diretora Executiva do Departamento de Serviços de Força de Trabalho de Utah, onde atuou por cinco anos e estabeleceu uma divisão para garantir que a organização usasse ferramentas comprovadas e metodologias para garantir o melhor resultado possível para os clientes. Antes de retornar para Utah, seu estado natal, Kristen foi Secretária do Departamento de Deficiências de Maryland, nomeada para um cargo no Departamento de Educação pelo Presidente George W. Bush, e ocupou vários cargos na Federação Nacional de Cegos. Em dezembro de 2016, Kristen foi capa da revista Governing como uma das autoridades públicas que foram destaque no ano.
A 14ª edição da pesquisa Campeãs da Inovação da Revista Amanhã reconheceu a PUCRS como a Instituição de Ensino mais inovadora da região sul do Brasil. O levantamento, que a partir deste ano conta com a categoria Ensino e Pesquisa, voltada para universidades e centros de pesquisa, identifica as 50 companhias que desenvolvem as práticas mais inovadoras e criativas no seu segmento. A partir das respostas de gestores de cerca de 200 companhias ao questionário organizado pela revista e parceiros especialistas em inovação, a Universidade obteve a liderança.
Organizadores da pesquisa
Nesta edição, o projeto ganhou um novo formato, ao adotar o Innovation Management Index, ferramenta da metodologia do Global Innovation Management Institute (Gimi) aplicada pelo IXL-Center, de Cambridge, em Boston, nos Estados Unidos. O IXL – Center for Innovation, Excellence and Leadership tem foco em práticas de inovação e aceleração de pequenas e médias empresas.
Metodologia
As companhias que figuram entre as 500 maiores empresas da região sul recebem uma carta-convite que dá acesso ao questionário do projeto Campeãs de Inovação. Companhias que não estão presentes no ranking, mas que responderam ao questionário, também puderam participar inscrevendo suas unidades regionais. O questionário, em inglês, tem cerca de 30 questões que, em alguns casos, se desdobram em outras, nas quais os gestores revelam como a companhia trabalhou aspectos como processos, estratégia e recursos voltados à inovação, tendo por base o ano de 2015. Os questionários foram processados na Central do IXL-Center, nos Estados Unidos.
Ecossistema de inovação
Para a diretora de Inovação da Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento (Propesq), professora Gabriela Ferreira, essa colocação é resultado do trabalho que a PUCRS vem fazendo nos últimos anos, ao promover a inovação nas áreas de ensino e pesquisa, bem como a própria estruturação e consolidação de um ecossistema de inovação, representado pelo nosso Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc), onde empresa, universidades e governo trabalham de forma conjunta.
As 5 mais inovadoras
Conheça as primeiras Campeãs de Inovação em 2017 na categoria Ensino e Pesquisa, voltada para universidades e centros de pesquisa:
1º Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) – Porto Alegre (RS)
2º Universidade de Caxias do Sul (UCS) – Caxias do Sul (RS)
3º Universidade Feevale – Novo Hamburgo (RS)
4º Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) – São Leopoldo (RS)
5º Instituto Lactec – Curitiba (PR)
O Tecnopuc promove no dia 5 de setembro, às 18h, palestra e debate sobre Inovação de base tecnológica e oportunidades de negócio em varejo inteligente com Sandro Battisti, gestor da FBK, parceira da Universidade, e do European Institute of Innovation and Technology (EIT Digital). Battisti abordará questões importantes como showrooming, comércio eletrônico, inovação baseada em dados e muito mais. O evento será realizado no Auditório Bill Hewlett – David Packard, térreo da torre Da Vinci – prédio 97, no Global Tecnopuc, em Porto Alegre. A entrada é franca e as vagas são limitadas à capacidade do local.
A Fondazione Bruno Kessler é uma das principais Instituições de Pesquisa Aplicada da Itália e também o primeiro Centro de Pesquisa de ICT do País. Desde 2013, o Tecnopuc e a FBK firmaram acordo bilateral de cooperação, facilitando a inserção de empresas brasileiras em território europeu, assim como a vinda de organizações italianas para o Brasil. Neste ano, a parceria foi ratificada e ampliada dando origem ao Joint Lab.
Battisti é gaúcho e graduado em Engenharia Elétrica na PUCRS. Ingressou no mundo da TI quando iniciou o doutorado no Politecnico di Milano, em 2010. Desde então, atua na área de tecnologia e inovação em reconhecidas instituições italianas e europeias.
A FBK foi o primeiro Centro de Pesquisa ICT Italiano e fica localizada na cidade de Trento, junto à área tecnológica da Universidade de Trento. A instituição conta com seis centros de pesquisa em duas grandes áreas: uma voltada a humanidades e outra com foco em ciência e tecnologia, onde está estabelecido o Joint Lab. Ao todo são mais de 400 pesquisadores envolvidos e cerca de 100 estudantes de PhD de mais de 25 países atuando em projetos.
Entre as iniciativas internacionais da PUCRS, destacam-se diversas possibilidades para alunos, professores e pesquisadores da Instituição, como o Joint Lab Tecnopuc-FBK, a mais nova oportunidade de internacionalização para a comunidade universitária. No Brasil, a coordenação do Joint Lab é do professor Eduardo Giugliani e, na Itália, o responsável é Sandro Battisti. Saiba mais na edição nº 184 da Revista PUCRS.
O pesquisador e empresário chileno Pablo Zamora esteve na PUCRS, no dia 16 de agosto, para falar sobre Inovação em Alimentos: Como transformar pesquisas em produtos inovadores para o mercado. Encantou a plateia de alunos e professores ao contar sua experiência com a The Not Company. Há quatro meses, a companhia lançou no mercado chileno a Notmayo, uma maionese com 100% de ingredientes vegetais e sem lactose, sem transgênicos, sem glúten, sem colesterol, sem ovo e sem soja. Mantém a mesma associação sensorial do produto original, mas inova ao permitir o acesso dos consumidores a uma alimentação saudável, independentemente do poder aquisitivo. O Ciclo de Conferências em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia foi promovido pelo Escritório de Transferência de Tecnologia da PUCRS.
Conheça a Graduação em Ciência e Inovação em Alimentos da PUCRS
Em 2018, a The Not Company pretende chegar a países sul-americanos, como Argentina, Colômbia e Brasil, com a exportação e instalação de plantas de produção. Também no início do próximo ano, começará a comercializar produtos não lácteos (Notmilk, Notcheese e Notyogurt). E que tal versões vegetais de salsicha, linguiça e mousse de chocolate? Também estão no rol dos 12 itens que a empresa vai lançar no mercado.
Zamora também é cofundador e diretor associado da University of California Davis – Life Science Inovattion Center no Chile. Universidade pública dos EUA com foco no desenvolvimento territorial, tem um papel importante na transferência de tecnologia e na geração de conhecimentos, em especial no ramo da produção de alimentos. Está há dois anos e meio no Chile.
IDEAR – Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS
Em entrevista, Zamora conta como transformar projetos de pesquisa em produtos inovadores e relata um pouco da experiência da The Not Company.
O que o levou a não apenas seguir carreira acadêmica, mas também desenvolver pesquisa aplicada e fazer inovação, com a criação de produtos?
Considero que vou contribuir como cientista não necessariamente na sala de aula. Há pessoas que têm vocação para isso e fazem muito bem. Porém, acredito que quem conta com a capacidade de propor à sociedade soluções precisa se encarregar disso. Dou palestras e me dedico 100% a pesquisar a fim de desenvolver produtos de impacto social. É o motivo do meu trabalho. Isso se mede levando o produto ao mercado ou licenciando a tecnologia para que empresas façam uso dela.
O que foi importante na sua formação?
Sou bioquímico e fiz um doutorado em Biotecnologia, que me permitiu mesclar visões científicas e comerciais. Tenho muita relação com a Escola de Negócios da universidade onde fiz a pós-graduação. O desenvolvimento de uma ciência de impacto, em que o usuário use realmente a tecnologia, era parte da carreira acadêmica que estava seguindo. Em meu caso, também tinha interesse em trabalhar com pessoas. Desenvolvi projetos com comunidades indígenas e me dei conta do valor de levar em conta as comunidades durante a investigação. Mudei minha mentalidade e me propus a não fazer nada à parte da sociedade.
Quais os requisitos para um produto ser considerado inovador?
Primeiro, deve ter um diferencial em relação aos demais. Para mim, os produtos inovadores são os capazes de romper com o que existe. Se produzo vinho e antes chegava a 5 litros por um quilo de uva e agora consigo mais 5 litros porque aumentei a eficiência no processo, isso não é inovador. E sim porque gerei uma uva diferente, um produto novo da mesma fruta ou um vinho de outra fonte. É preciso mudar a forma como vemos o produto. Em geral, isso resulta da causalidade, a menor parte das vezes, ou da aplicação de conhecimentos de ciência e tecnologia. Um produto pode ser inovador e não servir a ninguém. Se for mais caro que o da concorrência, acaba não se viabilizando comercialmente. Na minha concepção, há poucos inovadores.
Como transformar pesquisa em produtos inovadores para o mercado? O que a experiência com a The Not Company o ensinou, com a criação de alimentos inteligentes?
Primeiro, é uma questão de vontade. Os cientistas devem ter o interesse de desenvolver um produto. Mas, sem a infraestrutura institucional, como um setor de transferência de tecnologia e uma equipe expert em patenteamento e em comercialização de tecnologia na universidade, um cientista talentoso fará um esforço estéril. Ele deve ter também a sabedoria de se associar a pessoas das áreas de direito, marketing e comercial, senão fará apenas um exercício de laboratório com vistas ao mercado, mas não necessariamente com impacto. Os investigadores tradicionais chegam a uma solução que imaginam ser valiosa e nunca foram ao mercado ver se o que estavam fazendo é relevante para a sociedade ou não. Projetos financiados por 40 anos, 30 anos, 15 anos com fundos públicos. Por exemplo, alguém faz um detergente com uma nova tecnologia. Se o mercado não for receptivo a ele, todo o investimento em tempo, pessoas e recursos acabará desperdiçado. O projeto nunca identificou qual era a lacuna que havia na indústria. Isso é que chamamos de technology push versus technology pull. A primeira ocorre quando empurro minha solução e quero que alguém a adote. Não necessariamente o que eu faço servirá ao resto. Enquanto technology pull é quando vou buscar a necessidade. O pesquisador deve parar frente a um público especializado e ver se o que propõe é viável ou não do ponto de vista social.
Conte o exemplo da The Not Company.
É uma companhia inovadora. Cria produtos que antes não existiam. Usa a ciência e a tecnologia a serviço das pessoas independentemente de gênero, poder aquisitivo. É um exercício para democratizar o acesso à alimentação saudável. Nós, fundadores, somos dois cientistas de laboratório, com um engenheiro comercial, que sabia como posicionar o produto no mercado. Foi interessante conjugar as disciplinas, ter a visão de construir infraestrutura para posicionar o produto no mercado. A companhia nos tirou da zona de conforto. Falta-nos infraestrutura, pois somos uma empresa pequena, mas precisamos ser criativos para resolver os problemas e nos sentimos responsáveis pelo êxito comercial. Cada investigação está orientada à melhora das propriedades nutricionais e da vida útil. Colocamos diferentes expertises à disposição para levar o produto ao consumidor, não para à sua patente, ao seu artigo. Fazemos uso de inteligência artificial para chegar a produtos com a mesma associação sensorial do original.
Nesta quinta-feira, 17 de agosto, durante a segunda edição do Projeto Horizontes em 2017, Josep Piquè, presidente da Associação Internacional de Parques Científicos e Tecnológicos (IASP), falou sobre Ecossistemas de Inovação: O caminho para crescer. Durante o evento, ocorrido no auditório do prédio 97 do Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc), ele comentou que o Rio Grande do Sul tem uma estrutura potente de parques tecnológicos, e que o desafio é entender as funções dos agentes nesse ecossistema. Na palestra, utilizou um metamodelo desenvolvido na Catalunha, Espanha, para ilustrar a construção de um centro de inovação que irradie essa ideia pelo território onde o centro está localizado.
O modelo inclui dez elementos: informação, inovação, internacionalização, investimento, talento, território, setor, sociedade, rede local e rede internacional. Um dos segredos para que um centro de inovação funcione, segundo ele, é ter uma única porta de entrada de demandas para que, a partir daí, seja possível conduzi-las internamente. Ele também destacou a importância da comunicação. “Precisamos compartilhar o que fazemos. Isso envolve como eu lido com a agenda coletiva da população”, citou. Além disso, Piquè disse que é essencial saber quem é quem, o que só pode ser construído a partir de networking. “A lógica da informação deve estar incorporada no ecossistema de inovação, por isso é essencial ter um plano definido de comunicação”.
Ao falar especificamente sobre inovação, Piquè considera determinante que existam mecanismos de inspiração. Para ele, é preciso se perguntar: “que elementos incorporo no ecossistema para inspirar os agentes?”. O palestrante também ressaltou a importância da presença de startups nos ecossistemas. “É a melhor forma de valorizar e absorver a tecnologia de um território, porque ao lidar com um produto, uma startup cria uma relação direta com o mercado”, esclareceu.
O Projeto Horizontes
Organizado pela Pró-Reitoria de Pesquisa da PUCRS (Propesq), o Projeto Horizontes é realizado por meio de conferências que se propõem a um diálogo continuado em relação a questões contemporâneas, possibilitando uma experiência interdisciplinar entre diversos cientistas e intelectuais e o corpo docente dos programas de Pós-Graduação da PUCRS.
A PUCRS estará presente, de 27 a 29 de junho, na 19ª Transposul – Feira e Congresso de Transporte e Logística, apresentando suas inovações e projetos mais recentes em stands e palestras. A Universidade é parceira do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (SETCERGS), promotor do evento, e será representada pela Escola de Negócios, a Faculdade de Engenharia (Feng) e a Faculdade de Informática (Facin). A programação, com inscrições gratuitas, ocorre no Centro de Eventos da Fiergs (Av. Assis Brasil, 8787), e inclui visitas técnicas à Feira e acesso às palestras do Congresso.
Durante a exposição, estará presente o engenheiro e empreendedor formado na PUCRS Felipe Melz, ganhador do prêmio Santander de Empreendedorismo por desenvolver um software que gerencia a pressão dos pneus de caminhões. Além das palestras com professores (conforme programação abaixo), também serão expostos projetos relacionados a usinas de biodiesel e ao FENG Eco Racing, equipe multidisciplinar da PUCRS que projeta veículos de eficiência energética movidos a biocombustível. Os integrantes participaram, em abril, do Shell Eco-marathon Americas 2017, em Detroit, nos EUA, e conquistaram o 3º lugar na categoria Etanol, percorrendo 206 quilômetros com um litro de álcool no protótipo apresentado.
De acordo com professor Adroaldo Lazzarotto, coordenador do curso de Administração (Negócios Internacionais) da PUCRS, a Universidade desenvolve cada vez mais ações como esta, voltadas à comunidade empresarial, o que impulsiona a carreira dos graduandos. “Essa relação com o SETCERGS permite um contato dos alunos com setores relevantes na economia e com empresários e funcionários de alto escalão. É uma sinergia de projetos que também auxilia a suprir uma lacuna de estudos e pesquisas no setor”, afirma.
Palestras
28 de junho – quarta-feira
14h – Smart Cities – internet das coisas – Professor Fabiano Hessel, Faculdade de Informática
29 de junho – quinta-feira
14h – O desafio da inovação – Professor Jorge Luis Nicolas Audy, Faculdade de Informática
16h – Inovação e competitividade no transporte rodoviário de cargas: o desafio e a satisfação de retomar o rumo – Professor Rafael Rocco, Faculdade de Engenharia
17h – Gestão do cliente – professor Adroaldo Lazzarotto, Escola de Negócios
Há 19 anos, a feira TranspoSul reúne transportadores, operadores logísticos e empresários, oferecendo promoções e expondo as novidades do segmento de transporte de cargas e logística.